Era muito bom pra ser verdade. O Exame Nacional do Ensino Médio, realizado no último fim de semana, quase passa ileso de atos corruptos. Mas, se isso tivesse acontecido, não seria ministro o avoado Fernando Haddad.
As barberagens do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP), do MEC, durante a plicação do exame, são conhecidas. Não seria agora que tudo sairia como um som de Tim Maia. Veja a matéria publicada no Correio Braziliense de hoje:
Procurador do Ceará pede anulação nacional do Enem após vazamento de questões
O procurador da República Oscar Costa Filho, do Ministério Público Federal do Ceará (MPF/CE), pediu nesta quarta-feira (26/10) que o Ministério da Educação (MEC) anule as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) aplicadas no último fim de semana. O motivo é o suposto vazamento de 13 questões presentes nos dois dias de exame, publicadas anteriormente no simulado preparatório de uma escola do Ceará.
A recomendação foi enviada no começo da tarde pelo MPF, mas até as 16h, a assessoria de imprensa do MEC disse não ter recebido o documento. No texto, o procurador propõe duas alternativas. “O melhor seria anular a prova inteira a nível nacional. Como os custos são desproporcionais, outra opção seria anular somente as questões vazadas”, enumera. Segundo Costa Filho, o que não pode ser feito é reaplicar o exame apenas para um grupo de estudantes. “Não temos como saber quem teve ou não acesso. De sábado para domingo, quando as primeiras questões repetidas foram verificadas, não sabemos o quanto a notícia e o simulado se espalharam por aí”.
Na visão do procurador, não há mais dúvidas sobre a falha. “É claro que houve um vazamento, falta identificar onde e de que forma”, acusa. Uma das hipóteses é de que as questões viriam do pré-teste – exame prévio que avalia a dificuldade das questões, feito sob rígido esquema de segurança. Após o pré-teste, as questões ficariam em um banco à disposição do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pela elaboração das provas – e é daí que as questões idênticas poderiam ter saído.
Costa Filho afirma, ainda, que não é preciso esperar o inquérito oficial da Polícia Federal para buscar uma solução que atenda aos estudantes. “A investigação demora, precisamos de uma resposta ainda esta semana.” Após recebido, o prazo para que o governo responda à recomendação do Ministério Público é de 48 horas. Por meio de suas assessorias, Inep e MEC reafirmaram que não houve qualquer falha na aplicação do exame. Segundo os órgãos, a ordem inicial é investigar em que etapa pode ter havido fraude – elaboração ou distribuição, por exemplo.
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