Por Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho
(Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 11.11.12)
No livro Homens são de Israel, mulheres são de Moabe,
Wakefield e Broisma fazem uma boa análise sobre o relacionamento homem e
mulher. Num capítulo os autores abordam a figura de Nabal, o grosseiro
marido de Abigail. Citam o testemunho de um dos seus servos: “Ele é um
homem tão mau que ninguém consegue conversar com ele” (2Sm 25.17). É
duro trabalhar para um Nabal. Os autores comentam que muitos maridos não
aprovariam as atitudes de Nabal, mas chegam perto, adotando a atitude
“Não espere que eu seja gentil”. E contam a história de Sam.
Sam achava que tratar bem as mulheres era ser
efeminado. Fazia questão de ser grosseiro com a esposa. Nunca abria a
porta para ela. Dizia: “Ela não tem os braços quebrados. Ela mesma pode
abri-la”. Um dia, sua mulher faleceu (teria sido de desgosto?). Pela
primeira vez ele descobriu como a amava.
No funeral, os homens levavam o caixão para carro
fúnebre, perto do qual Sam estava. Um deles lhe pediu: “Abra a porta
para ela, por favor!”. Então “caiu a ficha” de Sam: “Eu nunca abri a
porta para ela em vida; agora, na sua morte, esta será a minha primeira e
única vez”. E desatou a chorar, de remorso pela sua insensibilidade.
Dedico meus livros a Meacir Carolina por que ela
me civilizou e me atura. Dediquei um ao Pr. Falcão Sobrinho, com quem me
decidi, quem me batizou, e que Deus usou para me vocacionar para o
ministério pastoral. Dediquei um ao Pr. Dewey Mulholland, que muito
marcou minha vida. Estas pessoas abriram-me portas, os olhos,
ensinaram-me muitas coisas. Não reconhecer isto seria agir como Sam,
fazer tarde demais.
Não espere as pessoas morrerem para demonstrar
seu amor. Se você tem oportunidade ser útil, seja. Se pode ser gentil
com alguém, seja. Não imite Nabal. Abra a porta para seu cônjuge. Para
seus filhos. Para seus irmãos na fé. Você quer que seu pastor abra a
porta para você? Tudo bem. Tente, um dia, abrir a porta para ele. Não
pense que os outros, se não têm braços quebrados, podem fazer. Elas
podem. Mas você também não tem braços quebrados. Pode abrir porta e
beneficiar a vida de alguém.
Há gente que se esforça para ser desagradável. Há
crentes zelosos que são pessoas horrorosas. São Nabal. Nabal significa
“insensato, tolo”. Quando Davi se dispôs a matá-lo por sua grossura,
Abigail o procurou e lhe suplicou: “Porque tal é ele qual é o seu nome.
Nabal é o seu nome, e a loucura está com ele” (1Sm 25.25). Os nabais
(sejam homens sejam mulheres) azedam a vida dos outros. Ser desagradável
não é sinal de firmeza. É de “nabaleza”.
Abra a porta para alguém. Hoje. Amanhã pode ser inútil.
(Recebido por e-mail)
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