sábado, 11 de agosto de 2012

A CRISE DE MASCULINIDADE


Pastor Isaltino Gomes Coelho Filho

Há uma crise de masculinidade no Ocidente. Não aludo à questão de sexualidade, mas de caráter másculo. No Antigo Testamento, a função de educar os filhos cabia ao homem. As marcas dos pais ficavam nos filhos. Jacó falava do Deus de seu pai e do seu avô (Gn 31.42). Deus se apresentou a ele como o Deus de seu pai e de seu avô (Gn 28.13). O pai era o referencial.

No Novo Testamento, Simão Cireneu carregou a cruz de Jesus à força (Mt 27.32), mas tornou-se um dos líderes da igreja (At 13.1). Ele transmitiu à família a cruz que lhe obrigaram. Seus filhos e esposa foram ajudadores de Paulo (Rm 16.13). Sua esposa tornou-se uma mãe para Paulo. O homem marcava sua família com sua fé e seu caráter. O aparente machismo de que os ignorantes acusam a Bíblia é explicável.

Ela não diminui nem deprecia a mulher, mas os homens eram marcantes. Hoje, como disse Scott em “Traçando um perfil masculino cristão”: “O modelo americano contemporâneo de masculinidade consiste basicamente de personalidades patéticas, figuras esportivas imorais, estrelas de cinema e músicos de rock” (Pense biblicamente, p. 134). O homem íntegro, que dá rumo para à esposa e filhos, está em baixa.

Não se trata de ser um troglodita, mas de ser um líder. Um homem em quem a esposa confie e se sinta segura. A quem os filhos olhem e digam: “Quero ser como ele!”. Faltam modelos aos jovens de hoje. Eles imitam o corte de cabelo de Neymar, os trejeitos de artistas, os maneirismos de pessoas vazias e medíocres. Dirão que é próprio do adolescente. Faz parte de sua índole, sim. Mas os pais devem ser pessoas marcantes.

Há a pressão da sociedade sobre o homem. Os livros são interessantes: “Mulheres que amam e maridos que as espancam” ou “Mulheres boazinhas casadas com Neandertais”, títulos em que o homem é, antecipadamente, o culpado. Os homens estão em baixa. E culpam-se os pais. O psicologismo de almanaque de farmácia os elegeu como responsáveis pelo fracasso das pessoas. “Você é um nada? Culpe o pai!”. Filhos que colocam nos pais a culpa de seus fracassos devem ter em mente que em alguns anos serão a vitrine e seus filhos serão o estilingue. Meu pai falhou comigo. Falhei com meus filhos. Que falharão com os seus. É fácil queixar-se dos pais. Mas é imaturo.

Hoje transmito aos pais os meus respeitos. Sou pai. Sou avô. Tive falhas, tenho falhas e morrerei tendo falhas. Mas continuo lutando para ser um homem decente. Aos pais, os meus votos de que lutem, que sejam bons homens, líderes de seu lar e mestres na fé para a família.

Pai: seu filho precisa de um pai honrado, íntegro e temente a Deus. Sua esposa precisa de um líder honrado, íntegro e temente a Deus. Seja!

Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 12.8.12, recebida por e-mail

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