quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Que tal recriar a Funai?


Por Francisco Espiridião
Na segunda-feira, este novo Jornal de Roraima noticiou que um grupo de 30 yanomami desceu de seu habitat natural, as brenhas da Serra de Piriquitê (jamais ouvi falar desse lugar) e chegou à Vila Pirilândia (muito menos desse), onde tomaram todas, perdendo o juízo e se lambuzando em praça pública.

Não satisfeitos com o andar da carruagem, decidiram fazer, ao ar livre, e na frente dos próprios filhos, aquilo que só se deve praticar entre quatro paredes. A bacanal foi tão forte que moradores da vila se recolheram às suas casas e cerraram as portas. Enojados com o programa de índio. Práticas que infringem o artigo 218 do Código Penal.
Este é um dos exemplos de descontrole dos indígenas. Hoje, entregues à própria sorte. A Funai dispõe de parcos recursos para enfrentar as demandas. Apesar de não ser de sua alçada, o governo do Estado tem dado respaldo às comunidades, provendo educação, energia e outros meios como insumos para a produção agrícola.

A homologação de Raposa Serra do Sol obrigou a retirada de rizicultores de suas entranhas. Com isso, os indígenas, acostumados à vida em torno dos empresários do arroz, perderam o norte.
Muitos deles sobrevivem, hoje, nas periferias da Capital, alguns inclusive catando “tesouros” no lixão. Mas o problema não está só nas comunidades ditas contatadas. Há também aquelas que permanecem isoladas. Outras, nem tanto.

Esse último é o caso dos naturais da Terra Yanomami que se esbaldaram na semana passada sob o embalo da “maldita”, também conhecida como “branquinha” – que, antes era coisa de branco. E de preto também.
Nessas horas, há de se perguntar: onde estão os defensores intransigentes das etnias? Onde estão os antropólogos, aqueles que arrostam toda e qualquer iniciativa de tornar o índio uma pessoa melhor?

Onde estão aqueles que querem defenestrar a presença de missionários, sejam eles católicos ou evangélicos, das cercanias das comunidades silvícolas?
Querer hoje, em pleno século 21, manter intacto o pensamento dos irmãos Vilas Boas de meados do século passado, é, no mínimo, um contrassenso. O cristianismo jesuístico do século XVI está morto e enterrado. Hoje, a práxis é outra.

Fazendo uso do amor fraternal, os missionários buscam mostrar ao índio, por exemplo, que nascer gêmeos entre a prole é fato meramente acidental – a genética explica. E que é possível a convivência de ambos os filhos sem que um prejudique o outro.
Isso não é mexer com a cultura. Isso é crescimento no conhecimento da graça de Deus. Permitir que os índios, por falta de conhecimento, permaneçam na prática do infanticídio, isso sim, é desumano. Missionário nenhum ensina índio a tomar cachaça e sair praticando sessões de orgia em praça pública. Seria a hora de recriar a Funai?

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