Por Francisco Espiridião
Na segunda-feira, este novo Jornal de Roraima noticiou que
um grupo de 30 yanomami desceu de seu habitat natural, as brenhas da Serra de
Piriquitê (jamais ouvi falar desse lugar) e chegou à Vila Pirilândia (muito
menos desse), onde tomaram todas, perdendo o juízo e se lambuzando em praça
pública.
Não satisfeitos com o andar da carruagem, decidiram fazer, ao
ar livre, e na frente dos próprios filhos, aquilo que só se deve praticar entre
quatro paredes. A bacanal foi tão forte que moradores da vila se recolheram às
suas casas e cerraram as portas. Enojados com o programa de índio. Práticas que
infringem o artigo 218 do Código Penal.
Este é um dos exemplos de descontrole dos indígenas. Hoje, entregues
à própria sorte. A Funai dispõe de parcos recursos para enfrentar as demandas. Apesar
de não ser de sua alçada, o governo do Estado tem dado respaldo às comunidades,
provendo educação, energia e outros meios como insumos para a produção
agrícola.
A homologação de Raposa Serra do Sol obrigou a retirada de
rizicultores de suas entranhas. Com isso, os indígenas, acostumados à vida em
torno dos empresários do arroz, perderam o norte.
Muitos deles sobrevivem, hoje, nas periferias da Capital,
alguns inclusive catando “tesouros” no lixão. Mas o problema não está só nas
comunidades ditas contatadas. Há também aquelas que permanecem isoladas. Outras,
nem tanto.
Esse último é o caso dos naturais da Terra Yanomami que se
esbaldaram na semana passada sob o embalo da “maldita”, também conhecida como
“branquinha” – que, antes era coisa de branco. E de preto também.
Nessas horas, há de se perguntar: onde estão os defensores
intransigentes das etnias? Onde estão os antropólogos, aqueles que arrostam
toda e qualquer iniciativa de tornar o índio uma pessoa melhor?
Onde estão aqueles que querem defenestrar a presença de
missionários, sejam eles católicos ou evangélicos, das cercanias das comunidades
silvícolas?
Querer hoje, em pleno século 21, manter intacto o pensamento
dos irmãos Vilas Boas de meados do século passado, é, no mínimo, um
contrassenso. O cristianismo jesuístico do século XVI está morto e enterrado.
Hoje, a práxis é outra.
Fazendo uso do amor fraternal, os missionários buscam
mostrar ao índio, por exemplo, que nascer gêmeos entre a prole é fato meramente
acidental – a genética explica. E que é possível a convivência de ambos os
filhos sem que um prejudique o outro.
Isso não é mexer com a cultura. Isso é crescimento no
conhecimento da graça de Deus. Permitir que os índios, por falta de
conhecimento, permaneçam na prática do infanticídio, isso sim, é desumano. Missionário
nenhum ensina índio a tomar cachaça e sair praticando sessões de orgia em praça
pública. Seria a hora de recriar a Funai?
Nenhum comentário:
Postar um comentário