Por Francisco Espiridião
Paguei IPVA em cota única, seguro, taxas et al da
moto e do carro no início de abril. Não que estivesse com prazo vencido.
Longe disso. O final das placas, tanto da moto como do carro é 5.
Portanto, o vencimento seria no último dia de maio. E dizem que ainda há
uma tolerância. Mas tenho mania de pagar tudo adiantado. Isso, aliás,
tem me causado sérias dores de cabeça. Mas eu não aprendo.
Um exemplo foi o dia em que eu encontrei um sujeito
na rua e pedi para que transpusesse parte de uma carrada de seixo que
havia sido derramada a metade no meio da rua, para dentro do quintal.
Conversamos e o “cabra” me pediu 80 reais.
Na maior das confianças, paguei-lhe os 80 mangos –
mané é assim mesmo, confia em tudo e em todos, como diz a Eliana. Não
sei por que eu não aprendo uma lição boba dessas. Disse-lhe
que no fim do dia voltaria para ver como havia ficado o trabalho.
Voltei. Só para ter raiva. Foi eu sair pela direita, e ele se
pirulitar pela esquerda. Não moveu uma pá de seixo do lugar para lugar
nenhum.
Outro exemplo foi o IPTU deste ano da casa da
Marcela. No primeiro dia aberto para pagamento, fui à prefeitura velha e
paguei tudo o que era de IPTU cadastrado no meu nome. Calma, não são
tantos assim. Isso, no dia 5 de maio. No dia 28 do mesmo mês, o carnê
chegou à casa dela, que foi à lotérica e pagou.
Na segunda-feira (2),
apresentei-lhe o carnê que eu havia pago, crente que seria ressarcido.
Então ela me mostra também o que havia pago. Pagamento dobrado. Perdi aí
quase 100 mangos.
Mas isso é o de menos. Mania é mania e não tem
jeito. Paguei adiantado o IPTU da moto e do carro, como disse. E dei um
tempo para ir buscar o comprovante no Detran. Antes, eles eram mais
corteses com o contribuinte. Entregavam-no em domicílio, via Correios.
Mas isso é coisa do passado.
Esperei quase dois meses e lá vou eu, semana
passada, buscar o tal Certificado de Registro e Licenciamento dos dois
veículos. Com eles na carteira, ao cair em qualquer blitze, não tenho de
passar por constrangimentos outros. A não ser que me depare com um
“tarado”. Daqueles que investigam até chifre em cabeça de cavalo.
Cheguei todo confiante ao Detran. Fui pegar a senha
para esperar – sentado – a hora de receber os tais documentos. Antes de
me passar a senha, o funcionário me pergunta se eu mandei outro
funcionário confeccionar tais documentos.
– É claro que eu mandei. Aliás, mandei não, eu solicitei. Afinal, eu não paguei pra isso?
– Não, senhor. Aqui é diferente. Além de pagar, o
que não é mais que sua obrigação, o senhor precisa ir ali, na terceira
porta à direita, e pedir para confeccionarem os documentos.
Saí desconsolado. Mas, já que não havia outro
jeito, fui bater na terceira porta à direita. Lá, o servidor me disse
que, pelo meu CPF, não era possível descobrir número de placa. Eu
precisava lhe fornecer os números. Como não decoro placa e estava de
moto, tive que voltar em casa para anotar a do carro, vez que o
documento havia ficado no porta-luvas.
Voltei. Entreguei ao atendente os números das
benditas placas. Ele fez o procedimento e me disse que três dias depois
eu poderia ir diretamente ao auditório, local em que entregam os
documentos. E ressaltou: às 10h! O inusitado, para mim, estava na
precisão de horário da entrega. Exatamente às 10h. Ainda quis questionar
essa precisão toda, mas vi que era perda de tempo. Resignei-me.
Três dias depois, lá estava eu, no auditório. Às
10h. Primeiro, peguei extensa fila para receber a senha. Cinco minutos
para as 12h, chamaram o meu número. Que alívio! Aí, lembrei-me daquele
bordão do Jô dos anos 80. “Eu não sou palhaço, mas estão me fazendo de
palhaço!”
Nada contra o meu amigo Leo Malabarista. Mas é como me senti.
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