O
Congresso Nacional tem até o dia 24 de julho para decidir se acata ou rechaça a
tal Convenção 169, da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A Convenção
é um dispositivo que parte ao meio a soberania do Brasil. Abre a possibilidade
de criação de unidades independentes, política econômica e administrativamente
falando. Ou o Brasil dá um basta na Convenção 169 ou a Convenção 169 racha o
país.
A
Convenção é um assunto tão maluco que dos 185 países-membros da OIT, só 17
concordaram em acatá-la. O Brasil é um dos que assinaram a tal estrovenga.
Entre os que refugaram a investida estão Estados Unidos, Nova Zelândia,
Austrália, e o Canadá. Acredito que se o negócio fosse bom, estes seriam os
primeiros a aderir.
Ao
se negarem a assinar o tratado internacional, os países-membros o fizeram por
não admitir intromissões alienígenas a quebrar suas soberanias. No Brasil, a
Convenção foi aprovada em Comissões do Senado em 20 de setembro de 1995.
Dias
depois, o senador Romero Jucá (então PSDB-RR) entrou com um requerimento
(1.304, de 4 de outubro de 1995), solicitando o reexame da Convenção por ambas
as Comissões do Senado (CCJ e Comissão de Relações Exteriores - CRE), onde o
texto já havia sido aprovado.
Na
CCJ, foi retirado de pauta no dia 16 de março de 1999, a requerimento do
relator, senador Bernardo Cabral (AM). Na CRE, obteve voto favorável do
relator, senador Tião Viana (PT), hoje governador do Acre. Os integrantes da
CRE seguiram o relator, chancelando a estrovenga. Exceção para os senadores
Mozarildo Cavalcanti (então PFL-RR) e Lúdio Coelho (PSDB-MS).
Depois
de todos os trâmites, o Decreto Legislativo 143, de 20 de junho de 2002,
aprovando os termos da Convenção 169 da OIT – sobre direitos dos povos
indígenas – foi promulgado em 19 de abril de 2004, com prazo para ratificação
em 24 de julho de 2014, dez anos depois. Ou seja, daqui a pouco mais de um mês
o país dirá se correrá ou não o risco de ver sua soberania dilacerada.
Especialistas
que se debruçaram sobre a Convenção 169 da OIT garantem que o instrumento
permite a criação de 216 países - dosse países - na Amazônia, retirando do
Brasil a autonomia sobre quase 20% do seu território.
Roraima
será atingido, por abrigar número considerável de Terras Indígenas (TIs)
definidas. Em outras palavras, o tratado facilita a independência política,
territorial e econômica de etnias indígenas.
Graças
a um artigo do Decreto Legislativo aprovado, o 39, o Parlamento brasileiro tem
agora, no próximo mês, a chance de denunciar a Convenção, revisar o Decreto
Legislativo ou até mesmo refutá-lo integralmente, livrando o país de mais essa
mazela que tem berço no stabilishment anglo-americano. Quanto à Copa, bem...
subimos o primeiro degrau. Avante, Brasil!
*O autor é jornalista e escritor
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