Por Francisco Espiridião
O apóstolo Paulo, escrevendo o capítulo três de sua segunda
carta ao discípulo Timóteo, pastor da cidade de Éfeso, chama a atenção para o
status quo preocupante que havia com relação à dinâmica da vida do ser humano
sem Deus. Ele se referia ao povo daquela cidade grega do início da era cristã
que, em nada, porém, difere do Brasil dos dias atuais.
“Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis.
Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos,
desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem amor pela família,
irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem,
traidores, precipitados, soberbos, mais amantes dos prazeres (do mundo) do que
amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando o seu poder.” (2 Tm 3.
1-5-a)
Há quem diga que a humanidade vive seus últimos dias. Algumas dicas, no entanto, foram dadas, biblicamente, para que o homem não se engane a respeito desse tema. O Senhor Jesus disse que o fim não virá antes de todo ser humano ouvir a Palavra de Deus. “E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo como testemunho a todas as nações, e então virá o fim.” (Mt 24.14).
Falando aos tessalonicenses (outra cidade grega), o apóstolo Paulo deu outra dica importante: “Mas, irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva: porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; pois que, quando disserem: há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão.” (1 Ts. 5.1-4).
Segundo a exortação de Paulo a Timóteo, nos últimos tempos (seria agora?) haverá homens traidores, caluniadores, cruéis, inimigos do bem, mais amantes dos prazeres do mundo que amigos de Deus. Só o que se vê hoje. O hedonismo acima de tudo. A amizade aos prazeres mundanos dá o ritmo da música.
Aliás, falar em música, lembrei-me de uma: “Não existe pecado do lado debaixo do Equador”. Esta frase usada por Chico Buarque em uma de suas canções entoadas por Ney Matogrosso, não é de autoria própria. Ela se encontra escrita em latim, "Ultra aequinoxialen non peccari", no livro Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, pai do festejado Chico.
Se vivessem hoje, os gregos Aristipo de Cirene e Epicuro se sentiriam ruborizados com o que está acontecendo no Brasil. Os dois foram os criadores do hedonismo, uma teoria ou doutrina filosófico-moral que assegura ser o prazer o supremo bem da vida humana.
Hoje, diante de um clamor pela “felicidade plena”, filhos não respeitam pais, a família passou a ser um bem descartável, ninguém tem mais paciência com nada, ninguém aguenta mais nada de ninguém. Vivemos uma sociedade de irreconciliáveis. A palavra de Deus, como disse uma colega de trabalho, não tem valor algum. O que vale, segundo ela, é ser feliz. “Todas as formas de amor vale a pena.”
Prefiro ficar com a ideia bíblica de que viver vida devassa não leva ninguém à felicidade, muito menos plena. Santo Agostinho de Hipona buscou essa tal felicidade nos mais diversos segmentos, até mesmo nos indizíveis. Ao fim da vida, disse descansar em Jesus.
No livro “Confissões”, o teólogo cristão diz ter chegado à
conclusão de que todo homem tem dentro de si um vazio do tamanho de Deus. Só
nEle há refúgio e consolo. O resto é o resto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário