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O Museu da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré guarda parte de uma das mais emocionantes páginas da história do Brasil: a construção da lendária Ferrovia do Diabo, nos idos de 1907 a 1912. Propicia aos visitantes uma viagem de volta ao Ciclo da Borracha. Os idealizadores do projeto pretendiam escoar por trens a produção de látex da região de Guajará-mirim, na fronteira com a Bolívia, até Porto Velho. De lá, passando por Manaus, o produto seguiria em grandes navios para os Estados Unidos e Europa. Empresários brasileiros, americanos e ingleses investiram tantos recursos que o empreendimento chegou a ser chamado à época de Estrada dos Trilhos de Ouro. Mesmo com a injeção de verbas governamentais, as empresas privadas foram à falência e o resultado foi um sem fim de tragédias e fracasso no coração da Floresta Amazônica. Uma autêntica história de lutas e intrigas, amores e ódio, poder e submissão. Mas, sobretudo de doença e morte. Morreu-se de tudo. De tiro, de flecha, malária, fome e acidente. Definitivamente desativada em 1930, a Madeira-Mamoré ficou com a fama de ter um morto sob cada dormente ao longo dos seus 366 quilômetros. Hoje, qualquer turista pode ter uma idéia do que foi aquele “inferno” que inspirou livros, filmes e novela de TV percorrendo os sete quilômetros recuperados. O museu conseguiu manter um acervo razoável de peças para recontar a aventura de engenheiros, operários, índios e soldados na selva. Orlando Brito (Transcrito da Coluna Claudio Humberto, de hoje).
sexta-feira, 25 de maio de 2012
Cena Brasileira: Madeira-Mamoré
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