segunda-feira, 3 de junho de 2013

JK

Exilado em Paris pela violência gratuita do golpe de 64, Juscelino saiu uma tarde dirigindo seu carro e curtindo saudades do Brasil, numa conversa com seu velho amigo Olavo Drummond.
 
Chegaram à Place Vendômme, estacionou em um lugar proibido. O guarda logo aparece, alto e posudo, com seu bonezinho à De Gaulle. Pediu a carteira de motorista, conferiu :
 
- Oh, senhor Kubitschek? Parente do grande presidente Kubitschek do Brasil?
 
- Sou eu.
 
- O senhor, o próprio presidente Kubitschek? Por favor, dê-me a chave do carro. Eu mesmo vou estacioná-lo. Aqui, apesar de exilado, o senhor continua presidente, como sei que continua lá.
 
JK entregou a chave, pôs a mão no ombro de Olavo e chorou.
 
(Sebastião Nery, Folclore Político)

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