(*) Por João Bosco Leal
Como
em uma rodovia, mesmo que repetindo um trecho já percorrido outras
vezes, a viagem da vida é diferente cada dia, com retas, curvas mais ou
menos acentuadas, subidas, descidas e paisagens distintas.
Cansados, distraídos ou olhando para algo do lado, não percebemos a chegada de uma curva e... Logo
aparecem os comentários de alguém informando que se..., ou se..., isso
não teria ocorrido, pelo menos não com tanta gravidade, o mesmo fim.
Acidentes
podem ou não ocorrer na vida dos que vivem e, mesmo aqueles que se
privam de tudo e de todos, tentando não correr qualquer risco estão, a
qualquer momento, sujeitos a uma ocorrência inesperada seja onde
estiverem.
Independentemente
da situação, local, clima, velocidade ou meio de transporte, acidentes
podem ocorrer. O que muda, dependendo dessas e de outras variáveis, é a
gravidade do mesmo.
Assim é a vida. Passamos todos os dias pelo amanhecer, o entardecer e a nova noite, mas eles nunca foram e jamais serão iguais.
Em
um deles podemos conhecer alguém que se tornará nosso maior parceiro,
amigo, a maior paixão ou verdadeiro amor, com quem viveremos por muito
tempo ou até a morte, mas em outro poderemos conhecer nosso maior
adversário, rival, inimigo.
Entretanto,
como jamais saberemos o que nos aguarda no futuro, não há como escolher
o dia que não sairemos de casa para não conhecermos alguém pouco
interessante, ou para não corrermos algum risco. Assim procedendo,
poderíamos deixar de conhecer coisas ou alguém agradabilíssimo.
E
esse alguém poderá ser o amigo que precisávamos ou se tornar o amor com
o qual sempre sonhamos. Mesmo assim, por medo, alguns se recolhem e aí
realmente diminuem bastante suas chances, inclusive de encontrar a
pessoa com quem sonhava.
Provavelmente
esse talvez seja o motivo pelo qual tenho ouvido pessoas dizerem que já
erraram muito, sofreram, que estão cansadas e que dificilmente farão
novas tentativas. Não é o que penso sobre os relacionamentos afetivos
que por algum motivo foram rompidos.
Com
eles sempre aprendemos algo, o que certamente facilitará um próximo que
poderá ocorrer, ou melhorar muito o mesmo, se reatado for.
Surgem
momentos, mesmo aqueles de superação dolorosas, em que precisaremos nos
despedir de algo, algum lugar ou alguém que já não se encaixam mais em
nossa vida, ou ficaremos, pelo resto da vida, nos lamentando pelo fato
de não termos sido capazes de nos levantar e seguir bem frente, ou
voltar a um relacionamento do qual jamais devíamos ter nos afastado.
Não
importa quando ou onde, o fato é que durante a vida, só não acertam ou
erram muito, os que não tentam. Isso, porém, não significa que devemos
tentar de qualquer modo, com qualquer um, inconsequentemente, pois
sabemos que, por motivos diversos, com muitos a possibilidade de dar
errado é maior que a de dar certo. Além disso, todos nós possuímos
famílias, filhos, netos, amigos, e nossa moral e ética precisa, sempre,
ser levada em consideração.
Por
outro lado, todos podem cometer erros, tomar atitudes impensadas,
inconsequentes, de resultados normalmente desastrados, mas isso não deve
impedir novas tentativas, até mesmo de retorno com aquele de quem nos
separamos.
Tentar um reatamento quando o passado já foi muito bom, aumenta exponencialmente a chance de um futuro maravilhoso.
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