sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Eu só queria entender

Por Francisco Espiridião

Está na hora de dar um breque nesse trem. Chega de tantas notícias de bebês, crianças e adolescentes estuprados. Não dá mais para deglutir diariamente tantas e tamanhas histórias de terror, capazes de assombrar até monstros desvestidos de caráter e que habitam nos esgotos da moralidade.

Essas histórias ocorrem não tão longe de nós, mas sim em nossa própria cidade. Fatos horrorosos envolvendo seres humanos totalmente indefesos, a exemplo do caso publicado neste Jornal de Roraima, em sua edição da última segunda-feira.

Na página 6 do caderno B, consta que um pai, jovem ainda, de 24 anos de idade, submetera o próprio filho, bebê, de apenas 1 ano e dois meses de idade (jamais 1,2 ano), a sevícias e toda sorte de violência sexual. 
Apesar da negativa do pai, o escangalho foi confirmado em exame de conjunção carnal realizado por técnicos do Instituto de Medicina Legal (IML).

Nesse caso, o bebê foi levado ao Hospital da Criança Santo Antônio, com suspeitas de assaduras. Lá, médicos detectaram vestígios de abuso sexual e alertaram a mãe, que denunciou à Polícia.

Como esse episódio, tantos outros já foram detectados, em que os agressores são pessoas próximas das vítimas – pais, padrastos, irmãos, tios, etc.

Parece que nada inibe a atuação de pessoas com esse tipo de patologia. Desvio que se convencionou chamar, equivocadamente, pelo pomposo e afetuoso apelido de pedofilia.

Analisando o termo pedofilia, tal como é tratado em nossa sociedade, chega-se ao entendimento de tratar-se mesmo de um crasso erro de definição.

Dissecando etimologicamente, tal como se estabelece hoje, configura-se um redondo contrassenso. A palavra é formada por dois termos emprestados da extinta língua latina, mãe do português – a última flor inculta e bela, segundo o poeta –, entre tantas outras.

Paidós, que significa criança, e filéo – amar fraternalmente. Dada a definição dessas duas palavras formadoras de pedofilia, subentende-se como um erro fenomenal considerar-se tal desvio “um grande amor por crianças”. Esse pretenso amor, causador de tantas e tamanhas desgraças no seio da sociedade.

Como citado acima, nada inibe a sanha indizível de tais indivíduos. O distúrbio, como se vê diariamente na mídia, não está restrito a uma determinada parcela da sociedade. Ou seja, a mais desprivilegiada ou a de maior poder aquisitivo e de mando.

Aflora tanto em palácios como em taperas. Não se pode estabelecer em qual desses ambientes ele tem maior expressividade.

Nem mesmo o destino dos menos favorecidos – já que os do andar de cima permanecem homiziados em celas de “estado maior” –  é capaz de inibir a libido pernóstica dos viciados morais.

Sim, porque ao serem lançados dentro dos caldeirões do casarão de Monte Cristo, neguinho – simples força de expressão, gente, nenhum preconceito com os de minha cor – vira mulherzinha de última categoria – aqui também nada contra as mulheres de verdade.

Com a palavra, psicólogos, sociólogos e outros que se aventurem em dar uma resposta à sociedade. Acabar com o fenômeno é mera utopia, sabemos todos. Mas, que pelo menos o entendamos. Parafraseando o Macaco, aquele que está sempre certo, eu só queria entender...

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