Melhor deixar quieto
Francisco Espiridião (*)
Sou soldado. E soldado, sabe-se como é... Cumpre ordem. Só que essa
ordem é, como direi... de sobra, um prazer inexprimível. Falar de Histórias de
Redação (Edição Própria, 2008) é relembrar o tempo de foca. A minha iniciação
no jornalismo. E lá se vão 28 anos.
Ao longo das 149 páginas, em momento algum me entrego ao ato de
raposinhar. O que, inicialmente, tinha o escopo de botar para fora os melindres
de que eu fora vítima, enveredou mui precocemente por um agradável jogo de
palavras.
Jogo que, aliás, tem tudo a ver com o exercício de forçar a barra na
busca do resgate de atos e fatos que hibernavam quietinhos, no disco rígido
chamado memória. Mas asseguro que é um esforço gratificante.
À medida que me aprofundava em explorar o disco rígido, mais me
surpreendia com o que encontrava. Muita coisa podia ser revelada. Outras, o
cúmulo da indiscrição trazê-las à tona. Pura indelicadeza. Por essas, passei ao
largo.
Com todo o tato do mundo, em Histórias de Redação expus um pouco das
vísceras da imprensa local durante longo período do último quartel do século
passado e início deste terceiro milênio.
Agora, após cinco anos de seu lançamento, faço avaliação positiva de
tudo o que vivi ao longo do tempo estabelecido como vitrine. Restaram-me como
lições o que é importante fazer e o que não devo nem pensar.
Enfim, Histórias de Redação é um apanhado da vida pujante das redações
de impressos que por aqui passaram e que tive o privilégio de participar.
Quando o nosso editor-chefe André Campos me pediu que escrevesse algo sobre o
livro, pensei: “O que escrever, meu Deus?”
Questionei a mim mesmo se já não era hora de dar continuidade à série
Histórias de Redação – o número 2. Não. Melhor não. E não se fala mais nisso.
(*) Jornalista por acidente e escritor por teimosia
(Publicado no Jornal de Roraima Edição de Sábado, 21/09/2013)
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