terça-feira, 24 de setembro de 2013


Melhor deixar quieto

Francisco Espiridião (*)

Sou soldado. E soldado, sabe-se como é... Cumpre ordem. Só que essa ordem é, como direi... de sobra, um prazer inexprimível. Falar de Histórias de Redação (Edição Própria, 2008) é relembrar o tempo de foca. A minha iniciação no jornalismo. E lá se vão 28 anos.

Ao longo das 149 páginas, em momento algum me entrego ao ato de raposinhar. O que, inicialmente, tinha o escopo de botar para fora os melindres de que eu fora vítima, enveredou mui precocemente por um agradável jogo de palavras.

Jogo que, aliás, tem tudo a ver com o exercício de forçar a barra na busca do resgate de atos e fatos que hibernavam quietinhos, no disco rígido chamado memória. Mas asseguro que é um esforço gratificante.

À medida que me aprofundava em explorar o disco rígido, mais me surpreendia com o que encontrava. Muita coisa podia ser revelada. Outras, o cúmulo da indiscrição trazê-las à tona. Pura indelicadeza. Por essas, passei ao largo.

Com todo o tato do mundo, em Histórias de Redação expus um pouco das vísceras da imprensa local durante longo período do último quartel do século passado e início deste terceiro milênio.

Agora, após cinco anos de seu lançamento, faço avaliação positiva de tudo o que vivi ao longo do tempo estabelecido como vitrine. Restaram-me como lições o que é importante fazer e o que não devo nem pensar.

Enfim, Histórias de Redação é um apanhado da vida pujante das redações de impressos que por aqui passaram e que tive o privilégio de participar. Quando o nosso editor-chefe André Campos me pediu que escrevesse algo sobre o livro, pensei: “O que escrever, meu Deus?” 

Questionei a mim mesmo se já não era hora de dar continuidade à série Histórias de Redação – o número 2. Não. Melhor não. E não se fala mais nisso.  

(*) Jornalista por acidente e escritor por teimosia
 
(Publicado no Jornal de Roraima Edição de Sábado, 21/09/2013) 

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