sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Falando de esperança

Por Francisco Espiridião


Chega de black blocs. Eles estão na deles. Têm apoio de tudo quanto é lado. Até mesmo de juiz de direito e de delegado de polícia. De artistas, então, nem se fala. Mas, como disse, basta de black blocs. A história hoje é outra. Hoje, quero falar de coisas boas. De algo que dê esperança. Da certeza de que o Senhor Jesus existe e que está no comando.

Hoje eu quero falar de solidariedade humana. Bem poderia falar da melhoria das condições de vida obtida pelos roraimenses no que tange à infraestrutura urbana, como a universalização da água potável e a expansão da rede de esgoto, que na edição deste Jornal de Roraima de quarta-feira (19), em sua página PODER A-2, foi amplamente divulgada.

Poderia falar também de estradas asfaltadas. Sejam elas federais, estaduais ou até mesmo os desvios, ou melhor, as vicinais. Quem mora lá sabe o valor que isso tudo tem. Mas não é sobre isso que quero me estender hoje. Como disse, quero ressaltar medidas que toquem no mais profundo do ser humano. Como a solidariedade. Quando ela diz “presente”, não tem quem não fique embevecido.

E não poderia falar de solidariedade sem me lembrar do Viva Comunidade – Centro Integrado de Atenção à Pessoa com Deficiência. Criada há quase quatro anos, a instituição presta atendimento a pouco mais de 700 seres humanos que carregam vida afora alguma espécie de necessidade especial.

Quem não tem ninguém na família com algum problema congênito, seja físico ou mental, talvez não se dê conta do quanto aquele local é importante. E, ao mesmo tempo, abençoado por Deus. Já quem vive o dia a dia do Centro, conhece sua verdadeira dimensão.

Falo de cadeira. O Rafael, meu segundo netinho, tem três anos e frequenta o local há mais de dois. Antes de ir ao Viva ele passou por tratamento fisioterápico no Centro do Corpo de Bombeiros e também no Hospital da Criança Santo Antônio, pelo que somos muito gratos.

Mas posso garantir: no Viva, a evolução tem sido extraordinária. Talvez pela relação de amor entre o profissional e o paciente.

Por isso, damos primeiro graças ao nosso Deus, que tem ouvido nossas orações, e, em segundo lugar, à dedicação das pessoas que ali trabalham. A forma pessoal como os pacientes são tratados tem sido de primordial importância para a recuperação.

Os técnicos desempenham verdadeiro sacerdócio. Gente que busca se desincumbir da função não pelo que ganha – acho até que não seja lá grande coisa –, mas, tão-somente, pelo desejo altruístico de servir ao próximo.

Quando começou o tratamento no Centro Integrado de Atenção à Pessoa com Deficiência, o Rafael não sabia que tinha a mãozinha esquerda. Quase que totalmente inerte. Hoje, ele já apresenta uma impressionante desenvoltura. E é como se fosse uma vitória. Ele mesmo faz questão de mostrar do que é capaz. Minha fé no Senhor Jesus me leva a crer que logo-logo esse problema ficará no passado.

Mas a patologia de Rafael é uma das mais leves. Precisa-se ver o número de crianças e até mesmo de adultos que tem problemas infinitamente maiores e são tratados com o mesmo desvelo, com o mesmo amor, com a mesma dedicação.

A Palavra de Deus manda que se dê honra a quem tem honra. E que, em tudo, sejamos agradecidos. Não sejamos, portanto, como aqueles nove leprosos curados pelo Senhor Jesus. Eram dez os sarados da hanseníase, mas só um voltou para agradecer.

Essa crônica tem este caráter. De agradecimento à líder do Viva, a primeira-dama Shéridan de Anchieta, e sua equipe. Nosso pedido a Deus é que a próxima administração estadual não permita que o Viva Comunidade perca o seu elã, sua missão de ajudar a quem precisa.

Nosso desejo é que, ainda por muito tempo, a clientela possa continuar apresentando a cada fim de ano um espetáculo capaz de enlevar a alma dos espectadores. Tanto pela beleza da plástica como pela leveza de movimentos. Suplantando cada um suas necessidades especiais. Fazendo crer, enfim, que para este mundo conturbado ainda há esperança.

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