Por Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho
Pastoral do boletim da Igreja
Batista Central de Macapá, 3.2.13
Fazíamos o culto doméstico no dia 30 de janeiro. Usamos o
livrete “Presente diário”, e a meditação era sobre Ana. Sempre lemos o texto
designado, os textos auxiliares, e a meditação, antes de orarmos. Depois que li
a oração de Ana (1Sm 1.9-18), Meacir disse que sempre se sentiu atraída pela
resposta de Ana a Eli, quando este a julgou embriagada e a repreendeu. Ao invés
de reagir com dureza (“Tá pensando o quê?” ou “Me respeita!”), ela, com
humildade, falou a Eli sobre sua aflição. Eli ficou tão desarmado que a
abençoou. E Ana ainda saiu agradecendo.
Não é sem razão que ela deu ao mundo um filho como Samuel.
Mesmo vendo-o anualmente, apenas, ela o marcou. O perfil de Ana é encantador.
Que modelo de caráter e de atitudes! Hoje há poucos crentes como Ana e muitos
como Nabal, o grosseiro marido de Abigail, que morreu de ataque cardíaco (1Sm
25.36-37), depois de uma crise de grosseria e de, coloquialmente, “encher a
cara”. Gente como Nabal, quando não mata com suas palavras, morre por elas.
Há muito bateu-levou em nosso meio. Como pastor, por vezes,
tenho que conversar com pessoas e corrigi-las. Algumas agem como Ana. Uma parte
fica como Nabal. Furiosa. Infelizmente, há mais crentes como Nabal que como Ana.
Ela agiu com uma brandura (tinha razões para estrilar com Eli) que desarmou o
sacerdote. Não é preciso ser rude quando se está certo. O pior são os que agem
erradamente (alguns até anunciam isso) e se zangam se corrigidos: “Ninguém tem
nada com a minha vida!”. Então não alardeie seu mau testemunho nem o poste no
Face. Jesus foi duro com os que causam escândalos: “Ai do homem pelo qual vem o
escândalo” (Mt 18.7).
Vivemos numa época em que as pessoas fogem de correção. Querem
promessas. Afago no ego. Abisma-me ver o esforço de tantos por aplausos e sua
busca de espaço nas comunidades cristãs. Querem ser admirados. Em uma igreja,
uma solista se zangou porque o atual pastor não elogiava sua maviosa voz como o
pastor anterior fazia, quando ela cantava.
O texto que lemos tratava da confiança em Deus, sem amargura.
Mas vi outro ângulo: a classe de Ana em sua resposta. Uma mulher espiritual.
Educada. Fina. Sabia como responder.
Passei o dia pensando na observação que Meacir fez. Sei que não
foi indireta dela. Ela é tão Ana que nunca seria indelicada mesmo que
obliquamente. Mas pedi a Deus que me torne uma pessoa como Ana, e não como
Nabal.
Um cristão deve pedir sempre a Deus que dome seu temperamento e
suas palavras. O mundo em geral e a igreja em particular precisam mais de
pessoas com o jeito de Ana que de pessoas como Nabal e os filhos de Zebedeu que
queriam fogo do céu para destruir os oponentes.
Que nossa palavra desarme e não aumente o fogo.
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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
A PALAVRA QUE DESARMA
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