quarta-feira, 7 de março de 2012

Adeus, Mestre Lau!

Por Francisco Espiridião

Laucides Oliveira. Nome que, certamente, será lembrado daqui a 100 anos. Laucides Oliveira não era um a mais na multidão. Era o Mestre Lau. Verdadeiramente um "gentleman". Sabia tratar a todos com carinho especial. Fazia se sentir gente qualquer um que privasse de sua amizade - mesmo os menos chegados. Tinha aura boa.

Não cheguei a trabalhar diretamente com ele, mas sempre que me encontrava, fosse onde fosse, extermava, de forma ímpar, uma maneira de me gratificar com sua presença. Lembro-me das vezes em que ele entrara no BrasilNorte, levando matérias da Assembleia Legislativa para divulgar. Não tinha como negar-lhe o espaço, mesmo que o jornal já estivesse fechado.

Jornalista com a profissão no âmago, Mestre Lau deu cara à imprensa roraimense. Homem de todas as mídias [rádio, jornal, revista, TV, internet]. Foi o fundador de vários veículos de comunicação, entre eles, o extinto Jornal Boa Vista, a hoje pujante TV Roraima e a Revista Diretrizes. Isso, inclusive, numa época em que tudo era muito difícil, a começar pela falta de comunicação terrestre com o restante do Brasil.

A última vez em que falei com Mestre Lau foi na festa de aniversário do Estado, outubro do ano passado, no Palácio Senador Hélio Campos. Já bastante debilitado, em cadeira de rodas, mesmo assim não perdera a elegância que lhe era peculiar.

Conversou comigo sobre o meu último livro e fez a constatação de que eu havia “chupado” algo de sua última obra. “Li o teu livro e senti que você leu o meu!”, disse-me, referindo-se a algumas referências que, realmente, usei de seu último livro, durante o processo artesanal da feitura de Histórias de Garimpo.

Houve-se por bem ao Criador chamá-lo para si na manhã deste 7 de março. Fica a saudade. Deixo aqui minhas condolências à amiga Consuelo Oliveira e dona Clotilde. Que Deus possa consolar seus corações nesse momento de tristeza.

Adeus, Mestre Lau!

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