Por João Bosco Leal
Ao ler: "Os humanos serão sempre
imperfeitos e jamais serão totalmente racionais, o que é precisamente a
razão pela qual não devemos confiar em nenhum humano para comandar a
vida dos outros", escrito por Steven G. Horwitz, mestre e doutor em
economia, autor de diversos livros sobre a matéria e professor da St.
Lawrence University, em Canton, NY, logo pensei em tudo o vem sendo
divulgados nos últimos dias.
O atual governo brasileiro tem assumido
compromissos diante de outros países que só poderiam ser realizados por
aqueles que tivessem uma economia extremamente pujante, com muita sobra
de caixa e com sua população sem necessidade alguma investimentos nas
áreas de sua responsabilidade.
Como certamente esse não é o caso do
Brasil, fiquei perplexo com declarações atribuídas a nossa presidente,
de que o país está 300% seguro contra a crise econômica mundial.
Desculpe senhora presidente, mas sua declaração é tão estúpida, que
chego a duvidar de que tenha sido pronunciada por quem diz possuir vasto
conhecimento das atividades econômicas do país.
Economia não existe sem matemática e
esta, apesar de ser mundialmente entendida quando numericamente
transcrita, necessita de uma língua - no nosso caso o português -, para
ter resultados divulgados de modo a ser compreendida pela população.
Entretanto, mesmo quando explicada em
português, nenhum brasileiro consegue entender como podemos emprestar
US$ 10 bi ao FMI para ajudar na crise dos países europeus, quando seu
governo alega não possuir recursos suficientes para investir na saúde,
de modo que ele seja dignamente atendido quando necessita de amparo
hospitalar. As imagens frequentemente divulgadas de pessoas morrendo em
filas, por não conseguirem atendimento médico, e os protestos dos que
nelas buscam socorro não lhe diz nada?
A população estudantil brasileira que,
meio século atrás, em sua quase totalidade estudava em escolas públicas,
tinha uma formação exemplar. Depois disso os governos deixaram de
investir em educação e milhares de escolas particulares foram criadas,
fazendo com que os pais tivessem de pagar pela melhor educação de seus
filhos.
Mesmo com esse sacrifício econômico dos
pais, atualmente esses alunos não possuem o direito de concorrer a todas
as vagas do ensino universitário público, pois grande parte delas está
destinada a alunos que, por conta do péssimo ensino gratuito oferecido
pelo governo em suas escolas, não conseguem ser aprovados no vestibular,
e outras vagas são destinadas às quotas raciais agora existentes.
A população brasileira está falando em
outra língua, e se referindo a algo tão difícil de ser entendido pela
senhora e seus ministros, ou a senhora é que está tão preocupada em
impor uma nova língua - onde possa ser chamada de Presidenta ao invés de
Presidente-, que não tem tempo de pensar em saúde e educação pública?
Seu partido político reclama de
perseguição durante os governos militares, mas depois de uma década
governando não foi capaz de realizar uma única obra realmente
significativa paras o país, que proporcionasse o bem coletivo, como as
grandes usinas hidrelétricas, a enorme malha rodoviária construída em
todo o país, as escolas, universidades, hospitais e tantas outras obras
de infraestrutura realizadas por eles.
Seus próprios ministros admitem que o
país não pode crescer 5% ao ano por não possuir infraestrutura
necessária, como energia elétrica, ferrovias, rodovias, portos e
aeroportos para aumentar e escoar sua produção.
E mesmo sem fazer nada disso temos
dinheiro para emprestar aos outros? A senhora é Presidente da República
do Brasil ou está governando só para os "companheiros" e para os que
possuem votos no Conselho de Segurança da ONU, onde Lula sonha em ter um
cargo?
Presidente Dilma, antes de poder nos
mostrar para o mundo como um país rico, os brasileiros precisam de
saúde, educação, segurança, transporte e moradias dignas, o que seu
governo se mostra incapaz de fazer.
João Bosco Leal é Jornalista, escritor e produtor rural; www.joaoboscoleal.com.br
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