Por Francisco Espiridião
Ao ler hoje (sexta-feira, 13) que a cantora Gretchen separou-se de seu 16º marido – isso mesmo, o décimo sexto casamento desfeito –, lembrei-me de outra mulher que gostava de casar. Na Bíblia. Teve seis maridos. Corrijo-me: teve só cinco, porque o sexto que tinha não era seu. Trata-se da mulher samaritana, descrita no Evangelho de João (capítulo 4:1-42).
Esse
capítulo é um dos mais ricos em ensinamentos para o ser humano. Uma das
lições mais contundentes é que uma única alma é extremamente importante
para Jesus. Mesmo sendo mulher, a samaritana não passa despercebida.
Diferentemente de nosso olhar humano, que nos remete, muitas vezes, a
dar importância ao número, Jesus se preocupa com a individualidade do
ser humano.
Se
tiver poucas pessoas num evento, por exemplo, um político não fará
grande esforço para ali comparecer, haja vista o insignificante número
de votos. O importante para ele é uma multidão disposta a aplaudi-lo ao
final de seu pronunciamento. Não é frequente, mas isso ocorre também com
poucos pregadores da Palavra. Sentem-se mais importantes quando há uma
multidão na plateia.
Jesus,
porém, não agia dessa maneira. Primeiro, ele deu importância à mulher.
No tempo de sua peregrinação na Terra, a mulher era um ser considerado
de segunda categoria. Não podia ocupar o mesmo espaço dos homens no
interior do templo de Jerusalém. Tal qual crianças. O judeu, por
natureza, não considerava uma mulher digna de travar uma conversa de
igual para igual.
A
própria mulher samaritana espantou-se com a maneira despojada de Jesus,
ao encetar com ela uma conversa: "Como o senhor, sendo judeu, pede a
mim, uma samaritana, água para beber?" (4:9). Aí está o segundo ponto do
espanto. O primeiro, ser mulher; o segundo, ser samaritana. Os judeus
não se davam com os samaritanos.
Para
Jesus, pouco importava tratar-se de mulher, samaritano ou criança. O
importante, naquele episódio, era a alma sedenta, não de água (H2O), mas de água espiritual, a salvação. A falta d’água (H2O)
caracteriza uma das maiores mazelas do ser humano. É situação própria
de deserto. Quem, não tem a água da vida – a salvação que só Jesus pode
dar – vive no deserto espiritual.
A
mulher samaritana vivia no deserto espiritual e reconhecia essa
situação. É tanto que começou a questionar o Senhor quanto ao lugar de
adoração. A conversa, que inicialmente abordava aspectos materiais,
agora visava à questão espiritual. “Disse a mulher: ‘Senhor, vejo que és
profeta. Nossos antepassados adoraram neste monte (Monte Gerezim), mas
vocês, judeus, dizem que Jerusalém é o lugar onde se deve adorar (a
Deus)’" (4:19-20).
Quando
se tem um encontro com Jesus, as coisas materiais passam a ter um
significado menor. Aquilo que se vê é passageiro. Já as coisas
espirituais são eternas. E elas se discernem pela fé. O autor do livro
de Hebreus bem define a fé: “Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos
e a prova das coisas que não vemos”.
Assim,
a salvação se dá pela graça (favor imerecido) de Deus, por meio da fé.
Não pelas obras que o homem possa fazer. A fé demonstrada por aqueles
que ouviram de Jesus a pregação redentora: "Agora
cremos não somente por causa do que você disse, pois nós mesmos o
ouvimos e sabemos que este é realmente o Salvador do mundo" (João 4:42).
Não há milagre maior que este: reconhecer, pela fé, que só Jesus salva. Disse Jesus: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim” (João 14:6).
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