Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 11.8.13
Começo por um livro que li, de Jeanne Ray. Eis o enredo: Algumas mulheres tomam três remédios: Premacore, Ostafoss e Singsall, além de aplicarem Botox. São medicamentos para as mulheres em certa faixa etária, passando pelas complicações do envelhecimento. Com isso, tornam-se invisíveis. Isto se chama realismo fantástico. A autora mostra que elas já eram invisíveis para a família. Os filhos de uma só notaram a invisibilidade da mãe meses depois. Alguns maridos nem notaram. Jeanne mostra a depreciação da mulher como pessoa. Ela é útil para satisfazer o marido e ser doméstica de filhos adolescentes grosseiros que mal a notam. O livro é genial. Quem sabe ler (não apenas ver palavras, mas decodificar textos) sente o impacto do que é ser mulher numa cultura que glorifica o homem, a estética feminina e dá todo poder aos jovens. Provocativo!
Tais mulheres eram apenas objetos que homens usavam. E filhos adolescentes mal educados exauriam. Eram pessoas emocionalmente invisíveis. Quando, na ficção, ficaram invisíveis fisicamente, sequer se notou isso.
Agora, a palavra aos pais. Receio o culto a pessoas nas igrejas. Já há semideuses demais no cenário evangélico e não precisamos de mais. No Dia do Pastor, agradeça-se por sua vida. Ore-se por ele. Igualmente no Dia da Esposa do Pastor (que a Central lembra!). Também no Dia dos Pais e no Dia das Mães. Já vi muito culto às mães. Eu tive mãe. Não nasci de chocadeira, mas entendo que há limites para o sentimentalismo que grassa e medra sobre a lucidez em nosso meio.
Mas o que tem o livro citado, a diatribe acima e o Dia dos Pais? Com o fato de que a grandeza de um pai (marido, líder da família) é ser provedor do lar. Não somente em nível material, pois muitas mulheres sustentam seu lar, mas o provedor de liderança, de segurança e equilíbrio para a família. O pai verdadeiro e marido autêntico não é o que manda, mas o que sinaliza liderança confiável e presta segurança emocional à sua casa. O homem em que a mulher e os filhos confiam e em que se amparam.
Digo, de brincadeira, que no céu pegarei senha para conversar com Paulo uns vinte anos. Levantarei uma questão com ele, pois disse que foi Eva quem caiu e induziu Adão, mas nunca disse que naquela hora Adão deveria estar junto da esposa. O momento mais difícil da vida dela, decisivo para ela e para a humanidade, ela enfrentou sozinha. Onde estava seu marido?
Homens de verdade são pessoas presentes. Há uma crise de masculinidade no mundo. Nada a ver com o crescimento do homossexualismo, mas com a ausência de homens marcantes, que deixam rastros que a esposa e filhos vejam e se por eles se norteiem.
No Dia dos Pais, seja Homem. Não Machão. Nem Brucutu. Seja um homem cristão, líder seguro e firme para seu lar. Deus lhe dê essa bênção, homem cristão! A de ser um homem visível!
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