Por Francisco Espiridião
E
os black blocs, hein? Vão continuar altaneiros, fazendo das suas?
Quantos deles, de caras tapadas, estão atrás das grades por deixarem
suas impressões digitais nos quebra-quebras que promovem? Agem como
nuvem de gafanhotos, devastando tudo o que veem pela frente.
Vão
mesmo continuar depredando repartições públicas e estabelecimentos
privados, como concessionárias de automóveis e agências bancárias?
Continuarão a disseminar o terror na população sem que nada lhes ocorra
capaz de barrar a sanha destruidora?
Tapar
a cara e sair por aí praticando vandalismo não parece uma boa prática.
Parece mais um ato de extrema covardia em tempos de democracia. Afinal,
tudo hoje é permitido – desde que se faça dentro da lei. Até porque fora
dela não seria democracia. Ou não?
Até
quando os desvairados de caras tapadas vão usar e abusar de
manifestações legítimas para tomar de assalto o País, tornando-o terra
de ninguém? Até quando as autoridades vão assistir de braços cruzados ao
espetáculo de horror praticado por essa súcia?
Há
quem lhes dê o suporte para que o tal espetáculo se perpetue. Os
partidários do politicamente correto (aí, diga-se, boa parte da
imprensa) permitem que a violência tome proporções alarmantes. Como? Ao
enxergar no aparelho repressivo a encarnação da truculência.
Veja-se
a que ponto este país chegou. O policial militar precisa distribuir
beijinhos e flores ao enfrentar os tais black blocs, que vêm armados de
coquetéis molotovs, pedras e paus. Qualquer ação mais incisiva por parte
do PM é taxada de abuso de autoridade, de ato fora do contexto.
Um
policial militar, enfim, quando em serviço, pode ser espancado. Tudo
bem. Pode até morrer no enfrentamento aos vândalos. Mas ai dele se fizer
uso dos meios que o Estado lhe confia para bem desempenhar sua função,
que é manter a ordem e a tranquilidade públicas.
Enquanto
isso, o sentimento de que o País poderia mudar em consequência da voz
rouca das ruas vira sorvete em asfalto quente. Ao invés de proveitosas,
as manifestações têm o poder de pôr mais lenha na fogueira, fazendo com
que tudo continue como sempre foi: uma lástima.
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