Por Francisco Espiridião
Fim de ano é sempre a mesma coisa. Você profere e também retribui
centenas de votos de feliz Natal e próspero ano novo (há quem diga próximo ano
novo!). E o que é pior, engorda-se um tantinho a mais, já que para onde você se
vira é festa regada a pernil de porco, chester, peru, blesser da Aurora e
tantas outras novidades do gênero. Eu me rendo. Confesso, não dá para resistir,
apesar de constatar que o que menos se festeja é o homenageado da época. Mas é
assim mesmo.
Seria bom se esse período não fosse mágico apenas no sentido de
nos transformar por um momento. O importante seria a gente viver de verdade
tudo aquilo que desejamos para o nosso próximo. Que não fosse nada tão
mecânico. Que as palavras bonitas não fossem tão só um clichê próprio da época,
mas que saíssem do fundo do coração. E não só entre o dia 1º e 31 de dezembro,
mas durante todo o ano.
As Escrituras Sagradas nos ensinam por meio da carta do apóstolo
São Paulo aos Filipenses, capítulo 4, verso 8: “Por fim, irmãos, todas as coisas que
são verdadeiras, todas as que são de séria preocupação, todas as que são
justas, todas as que são castas, todas as que são amáveis, todas as coisas de
que se fala bem, toda virtude que há e toda coisa louvável, continuai a
considerar tais coisas [ou seja, nisso pensem vocês]”.
Esse pensamento paulino é a regra única para vivermos bem uns com
os outros. O problema é que nem sempre conseguimos enveredar por esse caminho
tão difícil, tão espinhoso. Ser rede rasgada, sanguíneo, pavio curto é muito
mais fácil do que vivermos, como direi, dentro de uma perspectiva de amor e
carinho pelo próximo, procedimento que o Senhor Jesus classificou como o
cumprimento de toda a Lei e os profetas.
Quando eu voltar a ocupar este espaço já terá virado o ano. Será,
por certo, outra realidade. Que a expectativa de um novo ano, como sempre,
traga-nos novos ares. Que sejamos mais condescendentes, saibamos entender o
próximo, que tenhamos palavras que levantem a autoestima de quem nos ouve.
Que possamos cumprir as velhas e surradas promessas que, sai ano,
entra ano, sempre fazemos nos últimos dias antes de janeiro chegar. E, quando
vem dezembro de novo, parece que não avançamos.
Que busquemos de verdade ser melhores. Isso não é nada fácil nesse
mundão doido, onde não se está tranquilo nem mesmo sentado ao redor de uma mesa
de pizzaria com a família. Mas buscarmos melhorar nossos relacionamentos é a
parte que nos cabe nesse latifúndio.
Tentar isso por nossa conta e risco é tarefa hercúlea. Nem mesmo
com todo o dinheiro do mundo se consegue. Mas, com Cristo no barco, tudo vai
muito bem, como diz uma música infantil. As tempestades podem se acalmar a uma
simples insinuação dEle.
Afinal, ninguém é deus de si mesmo. Todos os seres humanos
precisam das misericórdias daquele que fez céus e terra e tudo o que nela há.
Enfim, ano novo, tudo novo. Que nossas mentes estejam firmadas
naquele que pode todas as coisas, o senhor e salvador de todo aquele que nEle
crê, o Senhor Jesus. O único que é digno de toda honra, toda glória, todo
louvor. Felicidades a todos neste 2014!
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