Nestes dias, o Mundo tem registrado uma surpresa atrás da outra. Em pleno ziriguidum, o infalível Papa renuncia à Cátedra de São Pedro. Nada de mais. Fato trivial, a se considerar a constância com que se tem repetido. E haja recorrência. A última vez que se ouviu falar de algo parecido foi há módicos 600 anos...
Nesta sexta-feira (15), um meteoro metido a besta, pesando quase nada, 10 toneladas, deixou 985 pessoas feridas e outras tantas apavoradas, ao passar pertinho – a 80 quilômetros – da cidade de Satki, nos montes Urais, na Rússia. E, diga-se, nada tem a ver com o asteroide que vai passar, ainda nesta sexta-feira, à tarde, de raspão pelo Planeta Terra.
Já os mensaleiros condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) posando de bom moço, com direito a férias requintadas em paraísos turísticos da Bahia, não. Isso nada tem de surpresa. Aliás, quanto ao quesito surpresa, estamos mesmo deficitários. Quer uma? Seria surpresa ver os tais mensaleiros guardados "aos costumes". Vendo o sol nascer quadrado.
Surpresa no Brasil seria não vermos mais o País importando a bagatela de 300 mil barris de derivados de petróleo por dia, como ocorre hoje. O mesmo eu diria de tomarmos conhecimento de que estivesse atrás das grades aquele que alardeou que o País era autossuficiente em petróleo. Talvez assim ele deixasse de enganar a população.
Surpresa seria ver enquadrado pelos artigos do Código Penal aquele – ou seria o mesmo? – que disse que a crise financeira que assola o Primeiro-Mundo não passaria de "uma marolinha" no País tupiniquim. Essa marolinha já produziu o menor PIBinho da história e um dragão inflacionário cada vez mais voraz, mais guloso.
Surpresa seria sabermos que aqueles que comandam as duas casas que formam o Poder Legislativo em nível nacional não têm ficha suja. Que são homens de reputação ilibada. Homens de bem que querem o melhor para o País. Que não roubam nem deixam roubar.
Enfim, estamos todos ávidos de uma surpresinha. Uma só que seja, ainda que do tipo o PT perde o governo. Seria um bom indício. Indício de que a vaca não caminha para o brejo.
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