quarta-feira, 27 de março de 2013

Nem homofóbico nem racista

Por Francisco Espiridião (*)
Interessante a pendenga que se estabeleceu em torno do deputado Marco Feliciano (PSC-SP). Bastou ter sido catapultado à presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados, no último dia 5, para que a petralhada caísse em cima dele como um cardume de piranhas sobre um boi que adentra o rio.
A justificativa para a grita tem duas vertentes. A primeira, declarações de Feliciano em púlpito de igreja contra o casamento gay. Ele não inventou nada. Externou pensamento com base em citações bíblicas. Nada de homofobia, como querem gays, lésbicas, bissexuais e outros do gênero. Dois homens não formam casal. Formam, no máximo, uma dupla. Segundo o Aurélio, casal é um par composto de macho e fêmea, ou homem e mulher.
A segunda, uma denúncia de ter manifestado preconceito contra negros, baseada em uma declaração feita fora dos eixos. “Qualquer um pode deslizar nas palavras”, justificou o vice-presidente do PSC, Everaldo Pereira, nesta terça-feira, quando a legenda confirmou o Pastor no cargo de presidente da CDHM, da Câmara.
Aliás, denúncia digna de risos. Feliciano é negro, gente! Uma foto tirada com a mãe e o padrasto, que ele próprio exibiu nas redes sociais, mostra bem a sua “origem afro”, como diriam os esquerdopatas de plantão, militantes da famigerada corrente do politicamente correto.
Nem homofóbico nem racista. Por suas convicções estritamente cristãs, Feliciano caiu na candinha das minorias que pretendem, a ferro e fogo, dar ao errado a conotação de certo. Gente sem nenhum despudor a ponto de querer jogar no lixo tudo aquilo que se conhece por ético. Para essas minorias, há muito a decência perdeu a graça.
Gays, lésbicas, petistas inveterados, integrantes do retrógrado PSOL e do falimentar PCdoB exageram. Esquecendo-se de que o presidente da CDHM foi eleito dentro dos trâmites regimentais, agem como se pisassem uma terra sem lei. Em sua sanha persecutória, não permitem que as sessões da dita comissão ocorram dentro da normalidade.
Na ânsia de perseguir o pastor-presidente da CDHM, se esquecem de repudiar o que de mais escabroso mora naquela Casa Legislativa. Que, aliás, mais parece o Palácio dos Horrores. Cadê as manifestações contra o deputado José Genoíno (PT-SP), condenado (êta palavrinha forte, heim...) a prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF)? Ele assumiu a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Contra isso, nem um pio.
Cadê as manifestações contra o enrolado presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN)? Cadê as manifestações contra o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP)? Ele que, mesmo condenado pelo STF no rolo do mensalão, assumiu vaga como membro da CCJ da Câmara? E o deputado José Nobre Guimarães (PT-CE), dono dos dólares na cueca do assessor?  Nessa estrada vai-se longe.
Se for para moralizar o Côncavo e o Convexo que formam o Congresso Nacional, parece ser necessário, primeiro, fechá-los. Em seguida, fazer uma lavagem cerebral no eleitorado brasileiro. E, aí sim, novas eleições. Afinal, quem colocou o Pastor Marco Feliciano no Congresso? Não foram quase 212 mil eleitores paulistas? Será que todos estavam errados?  

Nenhum comentário: