terça-feira, 27 de dezembro de 2011

NÃO PERCA SEU BARCO

Pr. João Falcão Sobrinho

Da janela do apartamento em que me hospedava em Macapá, eu podia ver o imenso Amazonas descendo pachorrento, sem pressa, para depositar no oceano a imensurável riqueza dos nutrientes que trazia desde suas nascentes no mundo amazônico. Eu estava em Macapá a fim de participar das celebrações do quadragésimo aniversário de ministério do Pastor Isaltino Gomes Coelho Filho, promovidas pela Igreja Batista Central de Macapá, que ele pastoreia. Um dos espetáculos mais belos que já pude ver em meus 81 anos de vida, assisti ali daquela janela: o nascer do sol como se o astro-rei estivesse saindo de dentro do grande rio, tingindo de rubro a imensidão de suas águas.

Podia ver também os barcos ancorados no cais e observar o temperamento calmo dos macapenses, como se a lerdeza do rio lhes impregnasse a própria alma. Tudo lá é feito devagar, com calma, não adianta se apressar porque o barco só pode zarpar quando o rio está cheio. Ali ancorado estava um barco de bom tamanho, cujo destino era Afuá, após três horas e meia de navegação. Aos poucos, o barco foi sendo tomado por centenas de passageiros com suas bagagens, redes e esperanças. Em dado momento, um tripulante tirou as amarras do barco e, com uma vara, afastou a proa da beira do cais, enquanto a prancha de acesso era removida e a porteira era fechada. Nesse exato momento, surge na avenida uma motocicleta em alta velocidade. Era um mototáxi com um passageiro na garupa. O homem gritava e gesticulava, evidentemente pedindo para que esperassem por ele. A moto chegou junto ao barco e, enquanto o passageiro tirava e devolvia o capacete e pagava a corrida, o barco já estava fora do alcance do seu embarque. O homem recolocou o capacete e voltou a montar na garupa da motocicleta visivelmente transtornado. Perdeu o último barco para Afuá. Por curiosa ironia, o nome do barco era FÉ EM DEUS. Eu vi um homem no cais em Macapá perder o barco que tinha por nome “Fé em Deus”.

Provavelmente, no dia seguinte, haveria outro barco para Afuá. Quem, porém, perder, não o barco, mas a fé em Deus, não terá outro barco que o leve ao destino para onde deseja ir sua alma, o destino da Glória. Infelizmente, muitos homens e mulheres hoje estão no cais da vida, mas perderam o barco da fé em Deus. Estão crendo em ídolos, em mitos, em sistemas filosóficos, estão crendo em homens que se autodenominam representantes de Deus, estão crendo em slogans promocionais de religião, estão crendo em instituições religiosas, mas perderam a fé em Deus. Se não se arrependerem e não abrirem o coração para uma verdadeira fé no verdadeiro Deus, ficarão no cais da vida, ante-sala do inferno e nunca chegarão aonde, no fundo no fundo, gostariam de chegar – o Paraiso. Por amor à sua alma e ao seu destino na eternidade, não chegue atrasado, não perca o barco FÉ EM DEUS. Creia em Deus, creia em Jesus Cristo que morreu por você na cruz do Calvário. Creia enquanto é tempo, pois chegará o momento em que você desejará embarcar, mas o barco da salvação já terá se afastado rio adentro e você entrará em eterno desespero, nunca mais terá outra chance de embarcar no único barco que poderá levá-lo à vida eterna: A fé em Deus, a fé na graça da salvação, a fé no Cristo que por você morreu na cruz do Calvário. Não se atrase. Aceite hoje mesmo o Senhor Jesus pela fé. Não há outro barco para a vida eterna.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Cai número de católicos no País

O mapa das religiões no Brasil mostra uma queda de 7,26% no número de pessoas que se declararam católicas em 6 anos (passando de 73,79%, em 2003, para 68,43%, em 2009).

A pesquisa também apresenta um significativo aumento no número de brasileiros que se declararam "sem religião": 1,59 ponto percentual, chegando a 6,72% em 2009.


Queda também é expressiva entre jovens de 15 a 19 anos, público alvo do evento que será realizado no ano que vem. Católicos nessa faixa etária passaram de 75,22% em 2003 para 67,49% em 2009.

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sábado, 24 de dezembro de 2011

Os homens de preto

Da esquerda para a direita: Gilvan Costa, eu, Ivo Gallindo e Gustavo Abreu, todos cidadãos macuxis - de fato e de direito (Foto: Oiran Braga)

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Eu e o vice-governador Chico Rodrigues, após a solenidade de outorga do título Cidadão Boa-vistense, na manhã de 21 de dezembro, três dias após o meu aniversário. (Foto: France Telles)


Toda a família, exceto os genros e o Rafael, que estava em aula (diga-se, na creche) (Foto: France Telles)

Câmara concede título de cidadão boa-vistense a jornalistas e radialistas


Blogueiro discursa no plenário da Câmara Municipal: Boa Vista, o melhor lugar para se viver! (Foto: France Telles)

Diante de uma galeria lotada, a Câmara Municipal de Boa Vista realizou sessão especial nessa quarta-feira (21) para proceder à outorga de títulos de Cidadão Boa-vistense a jornalistas e radialistas. A honraria foi uma iniciativa da vereadora Lourdes Pinheiro (PSB), apoiada por unanimidade por seus pares.
Pelo título concedido, passaram a ser cidadãos boa-vistenses os jornalistas Gustavo Abreu, Francisco Espiridião, Ivo Gallindo e Gilvan Costa. Entre os radialistas, receberam o título Carlos Alberto Alves, Barbosa Júnior, Roberto Basílio, Paulo Junior, Carlos Mesquita e Miguel Barroso.
A Mesa da Casa foi composta pelo presidente, vereador Braz Assis Behnck, o primeiro secretário vereador Manoel Neves, e o vice-governador do estado, Chico Rodrigues. Um dos discursos que mais marcaram a plateia foi proferido pelo diretor da Rádio Roraima, o radialista Barbosa Júnior.
Júnior discorreu sobre sua trajetória desde que chegou a Boa Vista, vindo do Maranhão. Ele enfatizou que fez por merecer o título, porque nestes mais de 20 anos de Boa Vista tem a plena consciência de ter desenvolvido um trabalho sério e honesto, que, com certeza, serviu para ajudar a desenvolver o município.
O último dos jornalistas a se pronunciar foi Francisco Espiridião, natural de Guajará-Mirim (RO). É morador de Boa Vista desde abril de 1974, aonde chegou com 19 anos de idade. Espiridião fez um voto de amor à cidade, ao afirmar que Boa Vista é o melhor lugar para se viver.
O vice-governador Chico Rodrigues disse ao microfone que, anos atrás, foi contemplado com a honraria que os homenageados estavam recebendo, e que tinha a consciência da importância que tal título representa na vida de cada um. “Tenho certeza que cada um dos senhores fez por merecê-lo e nada mais justo que venha esse reconhecimento”, disse.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Largue o sedentarismo e se proteja de 9 doenças

Por Laura Tavares/Uol 

Pouco tempo, preguiça, vergonha de encarar a academia ou falta de dinheiro são motivos comuns para correr dos exercícios. Mas nenhum deles ganha - ou deveria ganhar! - da lista de benefícios que você usufrui quando começa um treino regular.

"O sedentarismo favorece uma série de doenças, além de agravar muitos problemas de saúde. Combatê-lo é uma forma de viver mais e melhor", afirma o endocrinologista Paulo Rosenbaum, do Hospital Albert Einstein. Diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e até problemas emocionais são controlados com um treino bem elaborado.

Não à toa, para a Organização Mundial de Saúde (OMS), o sedentarismo é considerado uma doença e seus males podem ser comparados aos do tabagismo.

Assim, no Dia do Atleta, o Minha Vida contou com um time de especialistas para montar uma lista de inimigos que você deixa para trás quando começa a mexer o corpo - nem precisa correr muito, basta manter o pique moderado e frequente e nenhuma deles vai conseguir te alcançar.

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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Recomendações de Paulo a Tito


O  apóstolo Paulo,em uma de suas viagens, deixou Tito, ainda muito jovem,  pastoreando a igreja em Creta, a quem deu as seguintes recomendações (Tito 2.1-6):
 
ADMOESTO-TE, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens;

Pelos reis, e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade;

Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador,

Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade.

Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.

O qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Pastor é morto a facadas enquanto dormia

Um crime ocorrido na madrugada deste sábado (17) chocou a cidade de Malta, no sertão paraibano. Um pastor evangélico foi brutalmente assassinado dentro de sua própria residência.

A vítima é João Miguel do Nascimento, 46 anos, da Igreja Assembléia de Deus.

Segundo as primeiras informações, João Miguel foi assassinado enquanto dormia ao lado de sua esposa. O assassino usou uma pequena faca, que deixou em um local próximo ao corpo.

A esposa do pastor disse que percebeu quando um homem encapuzado saiu correndo de dentro do quarto, logo após o fato. Vizinhos disseram a polícia que viram uma motocicleta sair rapidamente do local nessa madrugada.

O corpo foi levado para o IML de Patos.

Fonte: PB Agora (Folhagospel)

Comemore o Natal corretamente

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, dia 18.12.11

Eu era seminarista e trabalhava na Baixada Fluminense, com a PIB de Edson Passos. Tomei o ônibus para ir para minha igreja, o famoso Mauá-Mesquita. O cobrador, vendo-me com a Bíblia, disse: “Garotão, neste natal vou encher a cara!”. Respondi: “O azar é seu!”.

Para muita gente o natal é pretexto para beber até cair. Ou comer até passar mal. Os quebradores de dietas (por que as fazem?) dizem: “É festa, vou quebrar a dieta”. Para muitos, natal é mera ocasião de rever parentes, trocar presentes, comer e beber. Um evento social.

A humanidade tenta se livrar de Deus. Na páscoa, ao invés de lembrar a morte e ressurreição de Cristo, põe em seu lugar um coelho. Que bota ovos. De chocolate. No natal, ao invés de lembrar Jesus, põe em seu lugar o exótico papai Noel. Gente que ironiza hinos como “Alvo mais que a neve” (num país tropical!) exulta com um velho com um barbaréu enorme, roupa espalhafatosa, casacão e botina. Num país tropical. Não crê em Jesus porque é absurdo. E aceita renas voadoras.

O carnaval tinha sentido religioso. Vem de carnem levarem, abstenção da carne. Comemorava-se na véspera da quarta-feira feira de cinzas, quando se iniciava a abstinência da carne. Os dias anteriores eram aproveitados para excessos, pois viria a privação. Um evento cristão tornou-se orgia. Assim vai o natal.

O culto a Deus por causa de Jesus é trocado pela comilança, vinho, presentes e festa que vara a noite com pessoas não crentes! Os crentes têm preferido passar o aniversário de Jesus fora da casa de Jesus. E têm se esquecido do sentido do natal. Testemunhos que ouvi mostram isso: “Foi um tempo muito bom com parentes que eu não via há tempos”, “Revi parentes”, ou, ainda, “Estive com familiares de que gosto muito”. Não ouvi um assim: “Falei de Jesus a parentes não crentes” ou “Li textos bíblicos sobre Jesus e lhes falei do Salvador” ou, ainda, “Ganhei meus familiares para Jesus”. E muitos “enchem a cara”.

Numa tira do Estadão, de 31.12.5, o garoto Calvin diz ao seu tigre de pelúcia, Haroldo: “O período natalino é sempre época de reflexão pessoal. Nós não pensamos em nossas vidas muito freqüentemente. Esta é a hora para se parar e pensar no que é importante. É hora de nos dedicarmos à aquisição frenética… hora de espalhar a alegria da riqueza material… hora de glorificar os excessos pessoais de todo tipo!”. Haroldo interrompe: “As recompensas terrenas tornaram o consumismo uma religião popular”. Calvin conclui: “… hora de deixarmos de contentar com pouco”. Eles têm discípulos nas igrejas.

No natal, não encha a cara. Nem a barriga. Encha-se de gratidão a Deus por Jesus. Não esvazie sua conta bancária. Esvazie-se de sua tentativa de viver sem Ele. Presenteie o aniversariante: dê-lhe sua vida.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Ministro defende o fim do "terceiro turno’ na Justiça

O ministro João Otávio de Noronha, do Superior Tribunal de Justiça, conhecido e respeitado por sua independência, defende a fixação de um prazo, que se encerraria com a posse dos eleitos, para que eleições sejam anuladas ou mandatos venham a ser cassados.

O objetivo seria a segurança jurídica, respeitando-se a vontade do eleitor, e acabando com a disputa de “terceiro turno” na Justiça Eleitoral.

Tapetão, não


Corregedor-geral da Justiça Federal, o ministro Noronha não considera justo que a Justiça Eleitoral tenha sido transformada em “tapetão”.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Eu sou forte! Será?

A gente, quando pensa que sabe tudo, vê que não sabe nada. Ninguém pode dizer que, por ser cristão, está com a última palavra sobre qualquer assunto que seja.

Quantas vezes já li o versículo 1º do capítulo 15 de Romanos, e só passava por cima, indo em frente, sem parar para refletir na grande verdade nele contido!

O versículo está lá, claro como água, chamando a atenção de qualquer um: "Ora, nós que somos fortes, devemos suportar a debilidade dos fracos, e não querermos agradar a nós mesmos".

Tudo bem. Se eu sou forte, consequentemente, devo aturar aqueles que vivem caindo no erro. Já se eu não consigo tolerar o erro de um irmão, está mais que claro que eu não sou forte coisa nenhuma.

E a coisa é bem mais grave ainda. Quantas vezes eu não me pego com remorso (não arrependimento eficaz) e não consigo me perdoar a mim próprio por algum deslize que tenha cometido?

Daí, eu penso que devo fazer a cada minuto de minha vida valer a verdade contida em 2 Coríntios 10.12: "Aquele, pois, que pensa estar em pé, olhe não caia".

Se eu acho que estou andando nos caminhos do Senhor, preciso pedir cada vez mais em oração que o Senhor me sustente. Porque eu, de mim mesmo, sou muito fraquinho. Caio com facilidade.

É Ele, pela Sua imensa misericórdia, que me sustenta nos seus caminhos. Aleluia! 

Deu para entender?

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

A QUESTÃO DA UNÇÃO COM ÓLEO: OUTRA VISÃO

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

“O Jornal Batista” publicou artigo do honrado Pr. Tarcisio, da PIB de Divinópolis, sob o tema acima. Ele é um dos obreiros de mais futuro em nossa denominação. Preguei em sua ex-igreja, quando ele era pastor em Feira de Santana, BA. Em seu ministério atual, fiz duas séries de pregações. Vi sua firmeza pastoral. Um senhor obreiro!

Em 1986, a JUERP lançou meu livro, Tiago, nosso contemporâneo. Teve três edições em português e uma em espanhol, em Cuba, de confecção artesanal, distribuída a pastores e seminaristas. Agora, aprofundei-me nos estudos e refiz o livro, como parte do Comentário Bíblico King James, da Abba Press, do qual sou o redator. Será outra edição, mais volumosa.

Naquela obra subscrevi a posição do Pr. Tarcísio, mas mudei minha visão. E a exponho, mesmo sabendo que virão críticas. Mas um dos votos que fiz a Deus foi que não hesitaria em mudar de posição quando convencido. Outro foi que não esconderia minha posição.

O artigo foca Tiago 5.14: “Algum de vós está doente? Chame os presbíteros da igreja, a fim de que estes orem sobre a pessoa enferma, ungindo-a com óleo em o Nome do Senhor; e a oração, feita com fé, durará o doente, e o Senhor o levantará. E se houver cometido pecado, será perdoado” (KJ). Neste texto, a Bíblia Vozes comenta: “Conforme o Concílio de Trento, o sacramento da Unção dos Enfermos se identifica com a prática aqui descrita”[1]. A Bíblia de Jerusalém diz que “a Igreja viu uma forma inicial do sacramento da Unção dos Enfermos”[2]. É normal que Roma queira basear aqui o sacramento da Extrema-Unção. Não encontrará outro texto, no NT, mais próximo da prática. Mas a doutrina surgiu no século 12, e Tiago não fala de morte, e sim de cura do doente. A King James refuta a ideia: “Diferentemente do que afirmam alguns teólogos, essa não é uma indicação para a prática da ‘extrema unção’. Primeiro, porque Tiago está se referindo aos presbíteros e não aos sacerdotes; segundo, porque o uso do verbo grego original sozo, cujo significado é, ao mesmo tempo, ‘salvar’ e ‘curar’, indica uma oração para a vida e não preparativo para a morte[3]. Tiago é claro: “e a oração, feita com fé, curará o doente, e o Senhor o levantará”.

Eis o ponto: “Chame os presbíteros da igreja, a fim de que estes orem sobre a pessoa enferma, ungindo-a com óleo em o Nome do Senhor; e a oração, feita com fé, curará o doente, e o Senhor o levantará”. O doente deve chamar os presbíteros para que orem sobre ele e o unjam em nome do Senhor. A oração, não o óleo, curará o doente. É a oração que cura, mas Tiago diz para ungir o doente com óleo.

A CBB não tem o hábito de ungir enfermos com óleo. Eu nunca o fiz. Mas não posso dizer que fazê-lo seja desvio doutrinário. Se os batistas não aprovamos não é pertinente. O pertinente é isto: o que Tiago disse, exatamente? Disse para ungir o enfermo com óleo e orar sobre ele.

O Pr. Tarcisio cita um articulista: “Existem dois verbos gregos com o sentido de esfregar, ou ungir. O primeiro é chrio, que significa ungir num ritual. Não foi esse o termo que Tiago usou. O verbo em Tiago 5.14 é aleipho, cujo significado é esfregar com óleo. Assim sendo, Tiago não estava referindo-se a um ritual. Pelo contrário, ele falava de uma atitude refrescante e estimulante para com as pessoas doentes ou deprimidas”[4]. Mas a distinção entre chrio e aleipho não é correta. Assim, a afirmação de que Tiago falava de atitude refrescante e estimulante também não é.

Diz Marcos 6.13: “E expulsavam muitos demônios; ungiam com óleo a inúmeros doentes e os curavam”. O verbo aleipho é usado aqui, em “ungiam”, e não é em “atitude refrescante e estimulante”. Associam-se novamente doença, oração e cura. Respeitando o colega, a afirmação de que Tiago está dizendo algo como: “Está alguém entre vós doente? Chame os pastores da igreja, e orem sobre ele, pedindo que o Senhor abençoe a sua quimioterapia, o seu analgésico, o seu antibiótico, a sua vacina, os seus remédios” não é correta nem feliz. Tiago não diz que os pastores devem pedir para que o óleo cure o doente (o articulista vê o óleo como remédio). Diz: “e a oração, feita com fé, curará o doente”. O poder curador está na oração, segundo Tiago, e não no óleo. “A oração… curará o doente”. Deus responde orações e cura pessoas. Com ou sem remédio. Com ou sem óleo. O óleo não cura, não é remédio, mas pode ser usado. Como diz para orar pelos enfermos ele diz para ungi-los com óleo. E óleo (élaio) é óleo, não remédio. Não podemos impor nossos pressupostos doutrinários ao texto.

Outro respeitável articulista escreve: “Dicionaristas indicam que aleipho era a palavra secular para ungir e que crio (sic) era a palavra sagrada para ungir com finalidade de consagração”[5]. Sobre isto, cito o Dr. Taylor: “É inexato dizer que aleipho é ‘vocábulo profano’ e chrio ‘palavra sacra’ (…) Chrio se encontra nos papiros no sentido de untar um cavalo, e aleipho, mesmo no NT, não tem sentido ‘profano’ (Mc 6.13, 16.1, Lc 7.38, 46, Jo 11.2 e 12.3)”[6].

Brunotte comenta sobre isso: “Ungir é um ato simbólico através do qual os demônios são expulsos. As curas levadas a efeito pelos discípulos ou pelos presbíteros da igreja foram acompanhadas pela unção, ocorrendo no contexto da pregação e da oração. A cura, e, portanto, a unção também, veio a ser vista como um sinal visível do começo do reino de Deus. Qualquer entendimento semi-mágico da unção, no entanto, é firmemente refreado em Tg 5.13 e seguintes, pela importância atribuída à oração que a acompanha”[7].

Martorelli Dantas diz que é o racionalismo na igreja que vê a unção com óleo como sem valor e a nega, e afirma: “A unção, nos moldes de Tiago 5.14, é um ato de obediência àquilo que foi prescrito pela Palavra inspirada de Deus; em segundo lugar, nós cremos que Deus continua a curar enfermos em atenção à oração da igreja, de acordo com sua soberana vontade. Isto nunca deixou de ser assim, e o será, cremos nós, até a volta gloriosa de Cristo” [8]. Aceito sua posição: o que foi prescrito na Palavra de Deus deve ser acatado. A questão não é se aceitamos ou não ungir com óleo. A questão é que a Bíblia diz que o doente pode ser ungido com óleo.

O óleo não é mágico e não cura. Deus cura, em resposta à oração. Mas ungir com óleo não é heresia. A prática está no NT. E cinco questões me ficam claras, neste aspecto (sigo e adapto Martorelli):

1. A unção com óleo deve ser feita apenas por oficiais constituídos pela igreja.

2. A unção do enfermo com óleo não é ordenança; não foi ordenada por Jesus.

3. O lugar adequado para ministrar o óleo é onde o enfermo está. Não há indicação de prática em culto público.

4. O óleo não tem poder de curar, e sim Deus, em resposta à oração em nome de Jesus.

5. Não se diz onde passar o óleo, mas desde o início do cristianismo era na testa do enfermo.

Não há a idéia de poder espiritual do óleo. Nem se recomenda seu uso em culto público. Ele faz parte de um simbolismo que pode nos escapar, mas seu uso é neotestamentário. Exegeticamente, não se pode dizer que ungir um doente e orar por ele seja desvio doutrinário. Podemos não gostar, mas Tiago recomenda. E repito: a questão não é se é nossa prática ou não, mas se a Bíblia diz. A palavra de Tiago é clara e não se lhe pode dar outro sentido.

Respeitando os demais: Tiago diz para ungir com óleo e orar. O óleo é óleo, e não remédio. São coisas diferentes: ungir com óleo e orar. A oração cura, não o óleo. Mas a unção com óleo está claramente dita na Bíblia. Sem querer diminuir alguém e provocar debates, é como vejo. “E eu penso que também tenho o Espírito de Deus” (2Co 7.40).

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[1] Nota de rodapé da Bíblia Vozes.

[2] Nota de rodapé da Bíblia de Jerusalém.

[3] Nota de rodapé no Novo Testamento King James, Edição de Estudo.

[4] GUIMARÃES, Leonardo de Souza: “Devem os batistas usar a unção com óleo?”, site da ADIBERJ, 23/04/11.

[5] LIMA, Dinelcir de Souza: “A unção com óleo”, site da ADIBERJ, 23/04/11.

[6] TAYLOR, William Carey. Introdução ao estudo do Novo Testamento grego. Rio: CPB, 3ª. ed., 1966, p. 345.

[7] BROWN, Collin (editor). O novo dicionário internacional de teologia do Novo Testamento. S. Paulo: Vida Nova, 4º. v., 1993, p. 676.

[8] DANTAS, Martorelli. A questão da unção com óleo. Pastor presbiteriano e professor de Teologia Sistemática e Hermenêutica do Seminário Presbiteriano do Norte, Recife. Artigo impresso, sem mais dados.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A ALEGRIA DE FAZER MISSÕES

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Missões me comovem.

Sempre admirei os missionários que gastam suas vidas nos campos, pregando a Jesus. Chamo-os de “elite das tropas de Deus”. Com alegria leciono para os obreiros de missões estaduais, duas noites por mês, aqui em Macapá. Com alegria vou ao Vale do Jari para lecionar ao grupo que estuda Teologia comigo. É como Deus me usa para fazer missões. No serviço a eles, e pregando pela Amazônia. Não posso ser um deles, sirvo-os.

Mas “O Jornal Batista”, de 4.12.11 , me “lavou a alma”, com o relato do trabalho dos batistas brasileiros na Itália! Tiro o chapéu para o Pr. Fabiano Nicodemo, nosso obreiro lá. Ele efetuou batismos numa praia de Cesena. Entre eles, o ex-padre Luca de Pero, que por isso foi excomungado pela Igreja Católica e abandonado pela família. Com o ex-padre foram batizados três líderes de sua ex-paróquia!

Em novembro, mais um padre e uma ex-freira, que passou vinte anos em um convento, decidiram-se no culto na igreja batista. Um terceiro padre, eremita, contatou o Pr. Fabiano. Está insatisfeito com o sistema religioso e busca a Cristo.

Não se trata de competir com os outros ou exibir os convertidos como troféus. É a alegria de ver o poder do evangelho. Nem a imersão mental da pessoa num poderoso sistema religioso o impede de desabrochar. Ele é simples e poderoso. Sua síntese está em 1Coríntios 15.3-4: “Que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras; que foi sepultado; que foi ressuscitado ao terceiro dia, segundo as Escrituras”. Sua mensagem está em João 3.16: “Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Tão simples! Nenhum sistema religioso o substitui ou o abafa para a alma faminta.

Evitemos desidratar teologicamente a igreja, tornando-a mero organismo social que precisa de atrativos para engodar as pessoas. Não é de novas estratégias, quadras de futebol ou pistas de skate que a igreja precisa para atrair jovens. Na realidade, ela deve atrair a todas as faixas etárias! Todos precisam ouvir o evangelho. Onde a mensagem de Jesus é pregada com simplicidade e com autoridade espiritual há conversões e batismos! Quando seus membros vivem o evangelho e quando ela prega a Cristo, há conversões!

Fazer missões é fantástico! Nada alegra mais que ver convertidos descendo às águas, testemunhando a fé em Jesus! Louvo a Deus pelos nossos missionários! Deles tenho a autêntica “santa inveja”. Este é o título que eu realmente gostaria de ter: missionário!

Parabéns, Pr. Fabiano Nicodemo! Parabéns, pastores Dirceu, Leudovaldo, Ribamar, que com suas esposas são missionários da Central de Macapá. Parabéns, missionários amapaenses! Parabéns aos de missões nacionais e aos de missões mundiais. Vocês são uma inspiração!

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Petrobras já importa 70 mil barris de gasolina por dia

Por Shutter Stock

Quando o assunto é petróleo, os holofotes estão concentrados na queda de braço que Rio e Espírito Santo travam com o resto do país pela bolada dos royalties.

Longe dos refletores, a Petrobras lida com uma encrenca tão mais inflamável quanto invisível: cresce no Brasil o volume de gasolina importada.

Neste mês de dezembro, o volume diário de gasolina comprada no estrangeiro para abastecer os carros dos brasileiros foi a 70 mil barris por dia. Um recorde.

Em entrevista à repórter Leila Coimbra, o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, informou:

1. Em 2010, último ano do segundo reinado de Lula, a Petrobras importava uma média diária de 9 mil barris de gasolina.

2. Em 2011, a média diária foi, até novembro, de 45 mil barris. Em dezembro, como já mencionado, escalou a casa dos 70 mil barris/dia.

3. Passadas as férias de verão, período de muitas viagens, a Petrobras espera que o volume caia em março. Estima que, em 2012, a média diária será de 55 mil barris.

"O consumo subiu 19 por cento em 2011 e sobre este valor ainda teremos um incremento de 21% no próximo ano", disse Paulo Costa.

Por quê? "[…] Em função do aumento da frota de carros, da redução da mistura de etanol na gasolina de 25% para 20%...”

“…E também por conta da quebra da safra de cana que deixou os preços do etanol desvantajosos em relação aos outros combustíveis."

Há mais. Ainda que desejasse, a Petrobras não conseguiria levar às bombas toda a gasolina que os automóveis passaram a beber.

Segundo o diretor da Petrobras, a estatal roça o limite de sua capacidade de refinar petróleo, transformando óleo bruto em gasolina.

As refinarias da Petrobras atingiram 91% da capacidade de produção. Há pior: não há perspectiva de elevação do potencial de refino em 2012.

A próxima refinaria a entrar em operação é a Abreu e Lima, de Pernambuco. Se tudo correr bem, começará a operar em 2013. E vai produzir diesel, não gasolina.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Nova indústria da fé ameaça poder da Universal do Reino de Deus

Por Sérgio Roxo, O Globo

Foto: Fernando Donasci / O Globo


Fundada há apenas 13 anos, a Igreja Mundial do Poder de Deus anunciou a construção de um templo para receber cem mil pessoas, mas que pode abrigar até 150 mil, segundo publicações evangélicas. A obra, com capacidade superior à do Maracanã, simboliza o crescimento da mais nova entre as grandes instituições neopentecostais do país.

Ancorada na promessa de realização de milagres, como a cura do câncer e da Aids, a Mundial vem conquistando fiéis a cada mês e ameaça a hegemonia da Igreja Universal do Reino de Deus.

Liderada pelo autodenominado apóstolo Valdemiro Santiago, um mineiro da cidade de Cisneiro, de 48 anos, alto, negro, de fala simples e forte sotaque do estado de origem, a Mundial diz inaugurar entre dois e três templos por semana.

Contabiliza, oficialmente, cerca de 3.200 sedes, mas o próprio Valdemiro diz pagar 4.500 mil aluguéis por mês. Criada em 1977, a Universal tem cerca de 5.000 templos.

— Entre as igrejas neopentecostais, a Mundial é a que mais abriu novas sedes nos últimos anos — afirma Antônio Flávio Pierucci, professor de Sociologia da Religião na USP.

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Apelidos

Luiz Fernando Veríssimo

Minha tese é a seguinte: o que falta para qualquer relacionamento dar certo é o apelido. O homem e a mulher — ou o homem e o homem e a mulher e a mulher, ninguém aqui tem preconceito — devem providenciar apelidos um para o outro assim que o relacionamento der sinais de que vai ser sério. Não valem apelidos já existentes, de infância. Os dois devem se dar apelidos novos, só deles. Pichuchinha. Gongonzongo. Não importa que sejam ridículos.
O apelido é uma forma de você tomar posse de outra pessoa. Dos dois anularem suas identidades anteriores e assumirem outras, só deles. Por isso a troca de apelidos entre namorados deveria ter a solenidade de um batizado, sem padre nem testemunhas. Deveria ser um sacramento secreto, um ritual particular de apropriação mútua, para toda a vida. Uma união só é indissolúvel com apelidos. O único amor verdadeiro é o amor com apelido.
— Sei não. Romeu e Julieta...
— Não tiveram tempo de ser "Ro" e "Juju".
— O Duque e a Duquesa de Windsor?
— "Bobsky" e "Bubsky." Li em algum lugar.
O importante é não esperar para se darem apelidos. Achar que com o tempo os apelidos virão. É um erro pensar que uma união feliz produz apelidos carinhosos. É o contrário: apelidos carinhosos produzem uniões felizes.
Claro, há sempre o perigo de um apelido entre casais ser usado para chantagem. Um homem chamado de "Tiquinho" em segredo pela mulher jamais se separará dela com medo que ela espalhe o apelido e explique sua origem.
E há casos pungentes.
— Bem, posso lhe pedir um favor?
— Qual é?
— Em vez de "Chururuca"...
— Sim?
— Pode ser "Morenão"?
— "Morenão"?!
— Ninguém vai ficar sabendo.
— Mas você nem moreno é!
— Eu sei. Mas eu prefiro "Morenão".
— Tá bem.
Ela passaria a chamá-lo de "Morenão" quando estivessem sozinhos. Mas com uma ressalva:
— Sem efeito retroativo.

Viva comunidade é só emoção

O Rafael é mais um dos alunos matriculados no Viva Comunidade. Acaba de completar seu primeiro aninho de vida. Descobrimos que ele tem uma disfunção em sua mãozinha esquerda e está fazendo fisioterapia e terapia ocupacional naquele espaço de reabilitação.

Na noite deste sábado (3), a Cristina foi com ele prestigiar o trabalho artístico apresentado pelos seus coleguinhas. Trata-se da II Mostra de Artes, que teve como tema "Viva a Vida". Voltou de lá encantada.

No ano passado, eu fui escalado para fazer a cobertura da primeira edição do evento, que aconteceu no Teatro do Sesc/Mecejana.

Fiquei tão emocionado que não me contive: repassei, confesso, todo o meu sentimento para o texto. Transcrevo-o aqui, agora.
 
O original está no site do governo: http://www.portal.rr.gov.br/arn/index.php?option=com_content&task=view&id=6282&Itemid=53

MOSTRA DE DANÇA DO VIVA COMUNIDADE EMOCIONOU OS PRESENTES

Francisco Espiridião/Secom

A I Mostra de Dança, protagonizada por crianças, adolescentes e adultos portadores de necessidades especiais atendidos pelo Programa Viva Comunidade, da Secretaria Extraordinária de Promoção Humana e Desenvolvimento (Sephd), foi um espetáculo como poucos já vistos em Boa Vista. Aconteceu na noite dessa sexta-feira (3), no teatro do Sesc/Mecejana.

Com o slogan “Asas para quem tem rodas e flores para quem quer viver”, a Mostra emocionou os presentes, levando muitos a expressar o sentimento de alegria por meio do choro. A primeira parte da mostra foi o Baby Ballet, a realização de sonhos de meninas que almejam ser bailarinas, não importando as condições adversas. Protagonizaram a apresentação pequenas bailarinas (de 3 a 6 anos).

A magia que o Viva Comunidade – Centro Integrado de Atenção à Pessoa com Deficiência – constrói na vida dos pouco mais de 350 assistidos foi expressa também na segunda apresentação da noite, o Ballet Andantes, com a peça intitulada “As fadas”. A terceira, exibiu o Hip Hop, com o tema “A alegria que descobrimos em cada olhar, em cada momento mágico”.

As emoções tiveram prosseguimento com as turmas da percussão, do teatro, do “Ballet Cadeirantes” e do coral e musicalização. As apresentações foram fruto do empenho dos professores Anez Martins, Ruy Lavor, Adriana Coelho, Jéssica Ribeiro, Karen Barroso e Joandson Jorge.

EFICIÊNCIA – O trabalho realizado pelo governo do estado, por meio dos técnicos da Sephd, goza do reconhecimento da clientela. A avó da menina Kamille Pinheiro da Cruz, Francisca Pinheiro Nóbrega, assegura que os avanços são constantes. Kamille começou a freqüentar o Viva Comunidade quando tinha dois anos. Hoje está com quatro.

Acometida de paralisia cerebral (PC), cuja descoberta se deu ao término do primeiro ano de vida, quando começou o tratamento ainda em Manaus, a menina hoje faz coisas que antes era impensável. Entre tantas, abrir a mão, mexer as perninhas, segurar o pescoço e, o principal, Kamille sabe o que quer. “Se ela não quer uma comida, dá dicas e a gente, que trata com ela no dia a dia, entende logo”.

Carlos Eduardo, o Cadu para os íntimos, é uma das figuras mais populares do Centro. Está lá desde os 15 dias de nascido. Hoje, aos quatro anos, goza de todas as faculdades mentais, estuda e, segundo sua mãe, Eliene Silva, está se preparando para ser um cidadão de bem, útil à sociedade. A síndrome de down? Bem, essa é apenas um detalhe, diz Eliene.

ESPECIAIS – A primeira dama do estado e titular da Sepdh, Shéridan Anchieta, ao término das apresentações, disse estar sentindo tudo o que um ser humano pode sentir de bom: orgulho, emoção, admiração...

Ela aproveitou para agradecer a equipe que faz o Programa Viva Comunidade, que tem dedicado a vida para oferecer àqueles mais necessitados momentos de felicidade e, no dia a dia, uma vida cada vez mais saudável. “Especiais aqui somos todos nós, que podemos viver esse momento de extrema felicidade”, disse a primeira dama.

"Peço a Deus que continue a nos iluminar para que possamos continuar com esse trabalho”, expressou a primeira dama, ressaltando que a convivência diária com os assistidos pelo programa tem servido para que ela aprenda cada dia mais sobre respeito, solidariedade, calor humano.

O governador José de Anchieta disse se sentir emocionado por poder vivenciar aquele momento, onde a palavra de ordem é a superação do ser humano diante de suas deficiências. “É isso o que pretendemos continuar fazendo para o bem de todas as pessoas do nosso estado”, disse. “E vamos fazer muito mais”, concluiu.

VIVA – O Programa Viva Comunidade funciona na Avenida São Sebastião, nas proximidades da Avenida General Ataíde Teive, Bairro Santa Tereza, nos períodos da manhã e tarde. É um projeto de inclusão social que atende hoje pouco mais de 350 pessoas no âmbito da saúde da pessoa com necessidades especiais.

Os participantes contam com atendimento de fisioterapeutas, psicólogos, médicos, fonoaudiólogos, assistentes sociais e outros profissionais especializados, capacitados a oferecer à clientela diariamente atividades esportivas, culturais e de acessos à rede de assistência social.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Magno Malta: “Meu partido está ‘assim’ de homossexual”

Enquanto discursava contra a aprovação do projeto de lei que criminaliza a chamada homofobia, o senador Magno Malta se esforçou para dizer que não tem nada pessoal contra os gays.

E se empolgou: contou ter sido atendido por cinco cabelereiros homossexuais antes do casamento de sua filha, mostrou uma foto em que aparece abraçado ao travesti Moa, vereador pelo PR em Nova Venécia (ES).

E ainda garantiu que o colega de legenda não é exceção: “O meu partido está ‘assim’ de homossexual”, disse ele. As declarações foram dadas nesta terça-feira em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos do Senado.

Bispo ‘importa’ índios para Raposa Serra do Sol

Em ação incentivada por um bispo Aldo Mogiano, índios de diversos países sul-americanos estão sendo levados para a reserva Raposa Serra do Sol, no Estado de Roraima, para fazer número e dar ideia de “ocupação”. A região, grande produtora de arroz, foi transformada em nova fronteira de fome, desemprego e alcoolismo, depois que os agricultores foram expulsos por decisão do Supremo Tribunal Federal.

Esperteza antiga

Índios estrangeiros sempre foram levados a ocupar áreas reivindicadas para demarcação, mas eles eram arregimentados apenas na Guiana.

Bye, bye, Brasil

O tal bispo Mogiano criou no passado uma “Aldeia da Demarcação”. Os índios importados se articulam em novas “nações independentes”.

Vida boa

Protegidos pela Funai, índios estrangeiros usufruem de assistência de dentistas, médicos, remédios e até avião para emergências médicas.

Transcrito da coluna Claudio Humberto, de hoje

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

IGREJAS EM BUSCA DE RELEVÂNCIA

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Apresentado à 12ª. Assembléia da COBAP, Convenção Batista Amapaense, na Terceira Igreja Batista de Santana, em 19.11.11.

INTRODUÇÃO

Igrejas em busca de relevância se tornou uma preocupação na mente de tanta gente que dá vontade de perguntar: como elas sobreviveram até hoje, num mundo tão competitivo, sendo irrelevantes? Numa sociedade secularizada e massificada por valores contrários aos das igrejas, como elas ainda existem, crescem e ainda preocupam tanta gente que se sente incomodada com elas? Parece que igreja é o negócio mais irrelevante do mundo e que alguns descobriram agora como torná-la relevantes, funcionais e interessantes.

Não creio que a questão por trás de tudo seja relevância ou sua ausência. Há outras mais. Pretendo mostrar isto neste trabalho. E também mostrar que esta preocupação não tem sentido.

1. DEFININDO TERMOS

A questão se torna mais aguda quando tentamos entender o que se quer dizer com isso. Porque relevância não é contemporaneidade. É importância. Neste sentido, se quer se dizer que a mensagem da igreja não é contemporânea, é verdade. Mas é importante. Porque importância não é contemporaneidade, mas ter valor ainda hoje. Quem queira dizer que sua mensagem não tem importância hoje não aborda mais a questão de forma ou de modelo, mas nega a essência de sua pregação.

Exemplifico para mostrar que relevância e contemporaneidade não são a mesma coisa. Big Brother Brasil é contemporâneo, mas é irrelevante. A medicina, como ciência, não é contemporânea, mas é relevante. A questão me soa mais como um desejo de tornar a igreja contemporânea no mesmo nível e prática de certos eventos que foram assim definidos pela cultura prevalecente. Nossa cultura parece ter voltado ao primitivismo. As pessoas se comunicam mais com o corpo que com a cognição. A cultura do sacolejo, por exemplo, nos produziu algo curioso: a qualquer momento que ligarmos a televisão veremos um grupo musical se sacudindo. Pode ser de baixa qualidade musical, mas se sacoleja, e é exótico, então é contemporâneo. A letra pode ser paupérrima, mas se está envolta em sacolejo, é contemporânea. Isto foi definido como o correto. Tal mentalidade migrou para o eclesiástico. Tudo que é igreja tem um grupo de louvor. Alguns, e tenho visto nas minhas andanças pelo Brasil, de baixíssima qualidade musical. Mas é contemporâneo. Um coral ou um quarteto pode ter excelente qualidade musical, mas é ultrapassado. Como resultado, digo sem titubeio e sem exagero: a qualidade musical de nossos cultos caiu muito, nos últimos anos. É medíocre. Ruim mesmo.

Que relevância querem impor à igreja? Relevância não é quantificável. Nos termos em que está sendo disposta é questão de opinião. Por isso levanto a questão: o que é relevância e por que a igreja deve ter o que chamam de relevância?

2. O X DA QUESTÃO: DE QUE ESTÁ SE FALANDO?

Deu para entender que a questão é esta: de que estão falando? O que querem impingir à igreja? Comecemos pela definição de igreja. Evitarei definição formal e rebuscada. Ela é agência do Reino de Deus. É o aspecto visível do Reino invisível. Sua missão é anunciar Jesus Cristo como Senhor sobre todos os homens. Neste sentido ela é relevante. Ela anuncia a mais importante mensagem que o mundo precisa ouvir. Se o faz adequadamente, se alguns de seus setores se desviam desta linha, é outra questão. O que interessa é isto: como instituição e com a mensagem que tem, a igreja é relevante ou não? Não é se gostamos dela ou não, mas se o evento teológico chamado igreja é relevante ou não. E se seu tema é relevante ou não.

Muita gente tem analisado a igreja por um ângulo secular. Quando morei em Brasília fui o pastor organizador da Igreja Batista da Quadra 02, em Sobradinho. Foi um dos momentos mais agradáveis no meu ministério. A Quadra 02 é um dos meus xodós. Fui seu organizador e primeiro pastor. Foi em 23 de abril de 1988. No dia 25 fui à sede da TERRACAP para ver se havia algum lote disponível, na Quadra 02, para igreja. Fomos organizados em uma escola. O representante da TERRACAP me disse que não havia interesse em vender área para igrejas porque elas subutilizam a propriedade, com reuniões apenas às quartas e domingos. Suas áreas não tinham função social. Como terreno em Brasília era raro (e depois houve tantas invasões de luxo que foram toleradas!) isto não era interessante. Perguntei-lhe por que havia estádios de futebol em Brasília, se lá não havia futebol. Qual era a função social dos estádios de futebol, inclusive o do Sobradinho, onde aconteciam jogos com dez pagantes. Talvez alguns parentes de alguns jogadores. Qual era a função social dos botequins? Quem mais ajudava as pessoas, no sentido de prepará-las para vida, a igreja ou o boteco?

Relevância não se quantifica. Não se mede por quilômetros ou reais conseguidos. Como a mensagem da igreja é espiritual e apela para o espírito do homem (que não se quantifica nem se mede) ela é vista como irrelevante. Mesmo que uma pessoa depravada seja tornada em santa. Mesmo que um criminoso seja regenerado. Mesmo que um drogado se levante ou uma prostituta se torne uma mãe extremosa. Tudo isso são valores não quantificáveis nem mensuráveis. A sociedade valoriza pela quantidade e pelo movimento. Não nos iludamos com isto.

O mundo não pode avaliar o que foi uma alma consolada num culto. As pessoas não ficam sabendo que alguém entrou num culto pensando em suicídio, mas ali foi alcançado pela graça de Deus e saiu com novo ânimo para a vida. Relevância da igreja, para alguns, só acontece se houver um curso de artesanato, um prato de sopa dado a alguém, uma muda de roupa velha dada a outrem, um corte de cabelo feito num mendigo. Porque estas coisas são quantificadas e mensuradas. Não me entendam mal. Essas coisas são boas e as igrejas que as realizam estão fazendo algo bom para a comunidade. São atos bons, mas qualquer organização beneficente pode fazê-los. No entanto, pregar o evangelho que coloca a vida do homem em ordem com Deus só a igreja pode fazer. Nenhuma outra instituição pode. Esta é a relevância da igreja! Esta é sua singularidade! Esta é uma das razões pelas quais sou apaixonado por igreja. Ela é fantástica!

Quando se discute o tema “igrejas relevantes”, estamos falando mesmo de relevância ou de uma adequação da igreja a uma ótica mundana esposada por alguns, que a contemporaniza? Ela pode ser relevante sem ter essa contemporaneidade. Mas pode ser contemporânea e ser irrelevante. Pode ter artesanato, sopa e corte de cabelos, mas ser, como igreja, irrelevante. A relevância da igreja vem de sua mensagem. Se ela proclama a salvação pela fé em Cristo, ela é relevante. Se ela chama os homens a se reconciliarem com Deus por meio de Jesus ela é relevante.

3. UM EQUÍVOCO NA AVALIAÇÃO DA IGREJA

Desdobro o argumento: o equívoco está na ONGuização da igreja. Na atribuição de muitos fatores sociais a ela, fatores que não são errados, mas são acessórios e não a sua essência. No equívoco de vê-la mais como organização social, que deve preencher áreas sociais da vida não atendidas pelo poder público, que como agência proclamadora do Reino. E digo Reino nos moldes do proposto por Jesus e não como o resultado de acréscimo de coisas que puseram no termo. Há um blábláblá enorme sobre Reino no discurso teológico latino americano de esquerda. Falo de Reino como os evangelhos falam. E parece que quem não tem o acessório, mas só o fundamental, é visto como irrelevante e pregador de evangelho descarnado.

Nada também contra as ONGs, por favor. Sei que evangélicos têm uma imensa capacidade de colocar na boca dos outros palavras que os outros não disseram (ou escreveram – apenas 24% dos brasileiros conseguem decodificar um texto). O que digo é isto: a missão precípua de uma igreja não é prover assistência social nem lazer e entretenimento para jovens. Ou cuidar de animais de rua (eu mesmo estou me engajando em uma ONG para cuidar de animais de rua, em Macapá). Estou usando ONG como figura pelo seu aspecto social, e pela sua estrutura, de comunas, como a igreja local. Elas têm uma utilidade pública por causa do seu escopo social.

O terreno é minado e vou andar por ele com cuidado. Mas vou andar. O noticiário político (deveria ser policial) nos mostra ONGs que foram criadas para sugar dinheiro do Estado. Trambique puro. Fiel ao seu viés marxista de ter um Estado forte que domine tudo (o Estado brasileiro quer até ensinar os pais a não darem palmadas nos filhos), o Ministro Aldo Rabelo quer menos ONG e mais Estado. O problema não são as ONGS, e sim que corruptos encontraram brechas na lei e criaram ONGs de fachada para seus fins escusos. E alguns desses corruptos fazem parte do Estado. Elas cumprem um papel extraordinário. Suprem lacunas do Estado, são mobilização popular, têm mobilidade administrativa. Elas são um fenômeno social fantástico.

Mas a igreja é diferente. Sua utilidade (se podemos usar este termo) deve ser percebida de outro ângulo. A relevância da igreja reside em ela cumprir a missão para a qual foi destinada. Eis Atos 2.38: “Pedro respondeu: – Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo para que os seus pecados sejam perdoados, e vocês receberão de Deus o Espírito Santo”. Eis 2Coríntios 5.20: “Portanto, estamos aqui falando em nome de Cristo, como se o próprio Deus estivesse pedindo por meio de nós. Em nome de Cristo nós pedimos a vocês que deixem que Deus os transforme de inimigos em amigos dele”. Esta é a missão da igreja.

4. UMA PROPOSTA DE CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO DA RELEVÂNCIA DA IGREJA

Começo de maneira apologética. Quem transformou mais pessoas que Jesus Cristo? Quem recuperou mais vidas, ao longo da história? Quem tirou mais gente da lama?

Trabalhando com pessoas com problemas de álcool e drogas, fiquei conhecendo muito do trabalho dos Alcoólicos Anônimos. É sério e fantástico e tem ajudado muita gente. Os AA não querem entrar em competição com ninguém, sei disso. Mas, com respeito a eles, Jesus fez mais que eles para tirar pessoas do vício.

Pessoas que são regeneradas pelo poder do evangelho são novas criaturas. Se a igreja quiser ser mesmo relevante, que pregue Jesus Cristo, poder de Deus para salvação de todo aquele que crê. Estamos assumindo um complexo de inferioridade em relação ao mundo, e muitos de nós não cremos mais que pregar Jesus Cristo, o poder de Deus que salva, regenera e muda para sempre é a mais importante coisa que se pode fazer. Em muitas igrejas o louvor é mais importante, e em muitos cenários a igreja é direcionada para o poder político e social. Nossa relevância vem daqui, e este é o critério correto: só o evangelho pode transformar pessoas e a sociedade. O resto são folhas de parreira para esconder os resultados do pecado.

Neste sentido, nada é mais relevante à igreja que cumprir sua missão, não a descrita pelos missiólogos, mas a estabelecida pelo Senhor Jesus, e bem descrita na Grande Comissão: “Então Jesus chegou perto deles e disse: – Deus me deu todo o poder no céu e na terra. Portanto, vão a todos os povos do mundo e façam com que sejam meus seguidores, batizando esses seguidores em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a obedecer a tudo o que tenho ordenado a vocês. E lembrem disto: Eu estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28.18-20)..

Mas recordo uma palavra de A. W. Tozer: “É falsa a concepção de que a primeira missão da igreja é anunciar o evangelho. Sua primeira missão é ser espiritualmente digna de fazê-lo”. Igrejas fracas, sem autoridade espiritual, que pregam um cristianismo folgazão e de entretenimento, divulgarão um evangelho falso. Há muita gente querendo que a igreja seja amigável. Há até um livro com este título, Igrejas amigáveis. Recordo uma frase de Haroldo Reimer: “A igreja não está no mundo para fazer relações públicas, mas para entregar um ultimato”. Ela chama os homens a deporem as armas e se renderem a Cristo. Como disse Douglas Webster: “O pecador não é um coitado, mas um rebelde de armas nas mãos contra Deus”. Ao invés de seguir George Barna, que ela siga Abraão e seja amiga de Deus.

Queremos igrejas relevantes? Elas serão relevantes na medida exata em que compreenderem bem para que existem, qual sua missão, qual sua mensagem, e estabelecerem suas prioridades. Evangelismo e missões são suas prioridades. Se elas perderem isto, poderão ser relevantes ao mundo, mas irrelevantes para Deus.

CONCLUSÃO

Citei Abraão e vou encerrar por ele. Quando chegava numa cidade, o velho patriarca, antes de tudo, levantava um altar de pedras para Deus. Depois, para si, fazia tendas. Para Deus a prioridade e o duradouro. Para si, o secundário e o temporário. Nós construímos mansões para nós e investimos pouco em vidas. Não investimos mais em missões e evangelismo, que rendem frutos para a eternidade. Gastamos mais com patrimônio que com missões. Gastamos mais com futilidades pessoais que com o Reino.

Abraão foi relevante. Porque foi fiel à sua chamada. Igreja relevante é aquela que é fiel à sua chamada, que é pregar Jesus como Senhor, e não a que se contenta em ser trampolim para eleger políticos ou pretexto para pessoas formarem império econômico. Da mesma maneira, o pastor relevante não é que se preocupa em escrever seu nome em gás néon, mas em exaltar o nome de Jesus. É aquele cujo tema predileto não seja ele mesmo (há gente que só consegue falar de si mesma!), mas Jesus Cristo. “Eu me propus a não saber nada entre vós, a não ser Jesus Cristo, e este crucificado” (1Co 2.2).
Eu os desafio a serem obreiros relevantes e a formatarem igrejas relevantes. Pela ótica neotestamentária e não pela ótica do mundo.
Tenho dito. E era o que eu tinha a dizer.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Queimadas em Roraima

Entrincheirado em algum lugar da região amazônica, Wank Carmo manda notícias. Más notícias. Seus despachos chegaram até alguns blogues dedicados à fotografia (como o de Clicio Barroso) e seu trabalho saiu na revista de Bob Wolfenson. A mensagem é curta e grossa: a Amazônia está queimando. Andarilho em busca de uma causa, esse carioca de 55 anos vive em Boa Vista, capital de Roraima, depois de bater perna por quase todo o país. Discípulo de Cartier-Bresson e de Sebastião Salgado, Wank está empenhado num ativismo solitário: denunciar a destruição da floresta e os responsáveis por isso. "Vou continuar fotografando e provando que esses caras são inimigos da raça humana", promete.

O texto acima é do jornalista Alcides Mafra, da Photo Magazine. Boa leitura. Matéria completa na edição impressa.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Texto de Ouro:

"Justo és, Senhor, em todos os seus caminhos, e benigno em todas as suas obras. Perto está o Senhor de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade. Ele cumpre o desejo dos que o temem; ouve o seu clamor, e os salva."

(Salmos 145: 17-19)

Como é bom morar em Boa Vista ou "Vai morar em Porto Velho, vai..."

Por Francisco Espiridião

Mês passado, fomos convidados a participar da festa de aniversário duplo de 50 anos dos amigos gêmeos Sábio, na região da serra de Tepequém. Era um sábado. Chegamos à fazenda por volta das 16h. Muitos conhecidos, antes de nós. A maioria se refrescava na barragem com pinta de piscina feita num privilegiado ponto do córrego que serpenteia defronte à casa grande da propriedade. Uma delícia.

Eu e Eliana, depois de cumprimentarmos a Glória, anfitriã, conversarmos um pouco e decidimos, então, subir a serra e dar uma espiada no que restou daquela que foi uma das corruptelas de garimpo mais movimentadas do então território federal, isso até meados dos anos 1980. Subida íngreme, porém, agora, suavizada pela existência providencial do asfalto de boa qualidade.

Lá no topo, antes de começar a descer do outro lado, a Eliana me mostra algumas incidências virtuais (a palavra está na moda), ou seja, “aqui era o posto de saúde, ali ficava a delegacia de polícia, lá deveria existir aquilo, e mais adiante aquilo outro...”. Desnecessário dizer, tudo o maior deserto. Mostrou-me o local exato em que ficava a casa do falecido velho Valter Matos, seu pai, num vale escondido detrás de pequena serra.

Enquanto a gente roda pela estrada, agora de piçarra, a certa altura ela diz, abrupta:

- Para aqui! É aqui mesmo.

- O quê, mulher?

- O cemitério, onde minha santa mãezinha foi enterrada (em meados dos anos 1960).

Vegetação rasteira. Duvidei que ali pudesse ter sido um dia a cidade dos mortos. Mas era. Uma cruz baixinha denunciava que Eliana tinha razão. Boa memória! Saiu de lá menina ainda e, durante todo esse tempo, trazia na mente o croqui exato do extinto povoado.

Esse fato ficou martelando o meu juízo, até me despertar a que também fizesse viagem de volta às origens. Rondônia. Saí de lá faz mais de 36 anos. Voltei uma única vez, em 1978. Estou decidido: comprei até passagem de ida e volta, para pagar em seis prestações – sem juros. O tour será em maio do ano que vem, mas faz alguns dias que venho buscando informações de lá por meio do Google.

Descobri que o mar não está pra peixe por aquelas bandas. Artigo assinado por um professor, publicado no dia 11 deste mês de novembro, no site Gente de Opinião (www.gentedeopiniao.com.br), mostra a dura realidade. Começa pelo título: “Nosso Auschwitz rondoniano”.

Porto Velho mantém o pior hospital de pronto-socorro do País, o hospital João Paulo Segundo; de acordo com levantamento feito pelo Instituto Trata Brasil, a capital ostenta o título nada honroso de cidade mais suja do Brasil, além de dispor de apenas 1,2 por cento de saneamento básico e de menos de 3 por cento de água tratada nas residências.

As mazelas não param por aí. Mas, creio, não vale a pena desfiar todo o novelo de agruras enfrentado pela população daquele meu estado natal. O articulista diz que, para completar, “só falta cair sobre a cidade uma chuva de fezes”. A realidade é de cortar coração.

Aí fico a pensar que nós, boa-vistenses, moramos no paraíso. Boa Vista tem esgoto sanitário em nada menos que 60% das residências; água tratada – de excelente qualidade – em 100% das moradias; é uma das cidades mais limpas do Brasil. Tá bom, nesse quesito cabe um senão: hoje já não se pode dizer tanto assim, em razão dos buracos nas ruas, especialmente na periferia. Mas isso é o de menos.

A terra de Makunaima tem problemas? Tem. Mas, nem tanto. Esperar por perfeição, afinal, é coisa de lunático. Mesmo assim, por qualquer ângulo que se veja, o nosso querido Roraima está longe de ser o que se quer fazer crer: um estado em fase terminal.

Para quem estiver incomodado em viver nesta Boa Vista querida, uma recomendaçãozinha básica: que vá morar em Porto Velho.

A cruz solitária

Solitária cruz perdida em meio à vegetação rasteira, no mais alto da serra de Tepequém. Para descobrir esse que eu considero um achado arqueológico é necessário, antes de tudo, a sensibilidade, o desejo de reencontrar o tempo que se perdeu na névoa que envolve a paisagem paradisíaca.

Rompendo as agruras das efemérides, a cruz solitária indica que ali, em tempos de outrora, fora um campo santo a guardar sonhos e esperanças que se desfizeram nas sombras de uma vida severina, plagiando João Cabral de Melo Neto.

Outras covas devem permanecer dormitando sob o denso tapete verde-seco. A foto faz parte do acervo do amigo fotojornalista Bruno Garmatz, que, gentilmente, me cedeu para ilustrar parte da história que conto no post acima.

domingo, 20 de novembro de 2011

Os donos do Brasil

A pesquisa do IBGE mostrando que metade dos brasileiros tem renda per capita de até R$ 375 derruba o slogan do governo “País rico é país sem miséria”. Deveria mudar para “País rico é país com banqueiros”. (Transcrito da Coluna Claudio Humberto)

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

ACONSELHAMENTO PASTORAL OU ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO?

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

1. QUESTÃO PRELIMINAR

Esta é a primeira questão que desejo considerar: o que estudaremos será aconselhamento pastoral ou aconselhamento bíblico? Muitos pastores têm se travestido de psicólogos e, nesta disciplina, muitos seminários têm se preocupado mais com aconselhamento psicológico que pastoral. Freud, Adler, Mortimer, Jung, Erickson e outros têm tomado o espaço da Bíblia. Pessoalmente, vi um professor da disciplina ironizar a Bíblia, quando depreciava seu ensino para formação do caráter e para resolução dos problemas emocionais das pessoas. Para ele, a área espiritual nada tinha a ver com a emocional e psicológica. A Bíblia podia ser usada para outras coisas, mas para o aconselhamento, ele, particularmente, “usava a ciência”. E segundo ele, este era o erro de muitos pastores “fundamentalistas”, o de prenderem-se à Bíblia e aos princípios e valores cristãos. Só a “ciência” podia ajudar as pessoas. Contraditoriamente, este professor era pastor, e aos domingos pregava sobre a autoridade e a suficiência das Escrituras, do púlpito que ocupava. Parece que tanto a autoridade quanto a suficiência eram parciais. Ou sua teologia era esquizofrênica.

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terça-feira, 15 de novembro de 2011

domingo, 13 de novembro de 2011

USA, SENHOR

Futucando a internet nesta noite, encontrei, por meio do Google, este site de cânticos e hinos antigos. Agora, que estou sozinho na frente do computador, posso soltar essa minha "linda" voz em louvor a Deus. Que maravilha! 
 
Usa, Senhor, todo o meu ser pra teu louvor 
Mãos pés e voz, tudo consagro a Ti. 
Não há no mundo nada melhor 
Que dia-a-dia trabalhar por Jesus
Por isso tudo te entrego, ó Deus,
Enquanto neste mundo eu viver,
Usa, Senhor, todo o meu ser, pra teu louvor 
Mãos pés e voz, tudo consagro a Ti.

sábado, 12 de novembro de 2011

TUA GRAÇA ME BASTA.

Eu não preciso ser reconhecido por ninguém
A minha glória é fazer com que conheçam a Ti
E que diminua eu pra que Tu cresças,Senhor, mais e mais
E como os serafins que cobrem o rosto ante a Ti
Escondo o rosto pra que vejamTua face em mim
E que diminua eu pra que Tu cresças,Senhor, mais e mais 
No Santo dos santos a fumaça me esconde
Só Teus olhos me veêm
Debaixo de Tua asas é meu abrigo
Meu lugar secreto
Só Tua graça me basta
E Tua presença é meu prazer 
Tua presença,
Tua presença é o meu prazer...

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Deus seja louvado!

Estou terminando a leitura da Bíblia de capa a capa, mais uma vez. Faltam apenas seis capítulos de Apocalipse.

Confesso que este ano fui um tanto relapso. No ano passado, os fogos de artifícios foram acesos ainda no mês de agosto.

Mas é impressionante como a Palavra de Deus é viva e eficaz. A cada leitura que faço, descubro preciosidades que passaram batidas nas leituras anteriores.

Os Evangelhos são impressionantes, pelo jogo de esconde feito por Jesus. "Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!". Para entendê-los, é necessário o auxílio do Espírito Santo e muita meditação.

Certa vez, pregando em nossa igreja, o Pastor Isaltino Gomes disse que, para entender um texto para pregar, precisava lê-lo e relê-lo por pelo menos umas 50 vezes.

E creio ser verdade, porque, a cada leitura que faço de trechos das Sagradas Escrituras, descubro coisas novas, construo linhas de raciocínio que me levam a entender com mais profundidade o querer de Deus para a minha vida.

É por isso que eu tenho mais é que repetir, alto e bom som: "Deus é o nosso (meu) refúgio e fortaleza, socorro bem presente no momento de tribulação" (Salmo 46.1). Soli Deo Glória!

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Na terra dos bois, o Cordeiro triunfa

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho, líder da Igreja Batista Central de Macapá 

Voltei a Parintins, após catorze anos. Fui pregar nos 15 anos da 2ª. Igreja, pastoreada pelo Pr. Antonio. Templo grande, com ar condicionado, freqüências ao redor de 300 pessoas. Reencontrei o Elmer, filho do Pr. Lessa, o homem que implantou o evangelho na ilha, há mais de meio século. Hoje é o Pr. Elmer, da PIB. A família Lessa foi perseguida e até atentado de morte sofreu. A PIB de Parintins se aproxima dos 1.000 membros. O Colégio Batista vai bem, e não está endividado.


Quando o Pr. Elmer era adolescente fizemos uma viagem louca à aldeia saterê na reserva Vila Nova. Os rios transbordavam e a água batia na copa das árvores. Ele, eu, o Brilhante (hoje pastor) e o Dr. Joel Afonso (PIB de Manaus) para tratar dos índios. Fui como Presidente da Convenção Batista do Amazonas. Fora sido lançado o NT em saterê e agora se lançavam Gênesis e Êxodo. Recebemos a Igreja Saterê, com 40 membros, no seio da Convenção. No ano seguinte, presidi a assembléia convencional, em Parintins. A Igreja estava com 120 membros e seu exuberante coral se apresentou, cantando em saterê.

Parintins é a terra dos bois Garantido e Caprichoso, que já foram folclore e hoje são indústria cultural. Seu clima é úmido e muito quente. Tudo é distante e difícil. Por isso não fui a Nhamundá ver o amigo Brilhante. Os rios baixaram, não há lancha a jato, só o barco de linha. Em vez de duas horas seriam oito e eu perderia os vôos (ao todo, oito horas em aviões de hélice até chegar a Macapá). O resultado da festa do boi não tem a plástica televisiva: mães solteiras, filhos sem pais, drogas, violência. Aqui, literalmente, o Bicho (aquele!) pega.

O Pr. Elmer me disse que o Pr. Alberto Graham, tradutor da Bíblia para o idioma saterê havia falecido, nos EUA. Sua esposa, Sue, trouxe suas cinzas e as sepultou na aldeia, ao lado do ex-tuxaua da tribo, pai do Pr. Maxyko, nativo da aldeia. Suas cinzas repousam na aldeia do povo que ele amou. Ele ressuscitará com os saterês salvos.

As igrejas crescem, têm congregações, treinam liderança entre os ribeirinhos e os indígenas. Com lutas, dificuldades, escassez de gente treinada e de recursos financeiros, a obra segue. Homens como o Pr. Lessa (um dos “monstros sagrados” da obra batista no Brasil), Pr. Graham, Pr. Élmer, Pr. Brilhante, Pr. Antonio (2ª. de Parintins) fazem-na andar, sendo instrumentos de Deus. Enquanto houver gente assim, o evangelho continuará crescendo. Nem o Bicho nem os bois impedem o avanço do Cordeiro.

Histórias do povo de Deus na Amazônia. Histórias que edificam. Por elas digo Uaco sesse Tupana. Se o saterê não me falha (metido!): Obrigado muito forte, meu Deus! Vale a pena trabalhar aqui!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Ações integram Operação Rio Branco, da 1a. BIS

A 1a Brigada da Infantaria de Selva (1a Bda Inf Sl) encontra-se, desde 31 de outubro, realizando operações conjuntas com a PF, PRF, FUNAI, IBAMA e ICMBio na faixa de fronteira com o objetivo de coibir ilícitos transfronteiriços e ambientais. Estão sendo realizadas, também, ações de apoio médico e odontológico em diversas comunidades do arco amazônico em Roraima.

Para essas atividades a 1a Bda Inf Sl tem empregado cerca de 800 militares de suas organizações militares subordinadas, sendo uma companhia do 1º Batalhão de Infantaria de Selva Aeromóvel (1º BIS), aeronaves do 4º Batalhão de Aviação do Exército e militares da 3a Companhia de Forças Especiais, sediados em Manaus-AM.

No âmbito da 1a Bda Inf Sl, o 1º BIS está realizando o controle dos principais eixos de acesso aos municípios de NORMANDIA e de BONFIM, coibindo a ocorrência do descaminho, do contrabando e a entrada de drogas a partir da Guiana para o território Brasileiro.

O 12º Esquadrão de Cavalaria Motorizado realiza emprego similar na porção norte de Estado, na fronteira do Brasil com a Venezuela, atuando contra os ilícitos transfronteiriços na BR 174 e na Terra Indígena São Marcos.

Yanomami - O Comando de Fronteira Roraima/ 7 º Batalhão de Infantaria de Selva tem sido empregado ainda na Terra Indígena Yanomami para identificar e desativar garimpos e pistas de pouso clandestinas, além de fiscalizar a presença ilegal de estrangeiros nessa área. Tem realizado, também, patrulhas na faixa de fronteira com a Guiana, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, coibindo a entrada de drogas e a ocorrência de garimpo em solo brasileiro.

O 10 º Grupo de Artilharia de Campanha de Selva tem sido empregado no sudeste de Roraima, nos municípios de Rorainópolis, São Luís do Anauá, São João da Baliza, Caroebe, distrito de Entre-Rios, realizando patrulhas até a divisa do Estado de Roraima com o Pará. Nessa região, tem recebido o apoio da Polícia Federal, do IBAMA e do ICMBio na coibição de ações de desmatamento ilegal, garimpo, contrabando de armas e munições.

Nesta primeira semana de operações, foram retirados 13 garimpeiros da Terra Indigena Yanomami, identificadas e desativadas oito balsas nas regiões do rio Couto de Magalhães e Homoxi, que foram alvo de denúncia, recentemente, pelo Fantástico da Rede Globo. Foram realizadas outras diversas ações de patrulha que levaram à desativação de mais de 20 pontos de garimpo, além da interdição de pistas clandestinas.

Do norte ao leste de Roraima, estão sendo patrulhados cerca de 12.000 km de eixos, estabelecidos pontos de controle desde as rodovias federais até as vicinais, tendo sido até o momento apreendidos 2.500 L de combustível.