quarta-feira, 27 de abril de 2016

Programa Dedo Verde comemora aniversário dos 23 anos de criação

Por Francisco Espiridião

O Horto Municipal está em festa. O motivo são as comemorações alusivas aos 23 anos de atividades socioambientais do Programa Dedo Verde, que hoje mantém em seu seio 100 adolescentes de 14 a 18 anos. Iniciadas na segunda-feira, 25, as comemorações seguem até terça-feira, 3 de maio. 

"Desde sua criação, em 14 de abril de 1993, primeira gestão da prefeita Teresa Surita, o Dedo Verde desenvolve a função de ajudar os pais no cuidado com os adolescentes, tirando-os da ociosidade", relata a atual coordenadora, Karuliny Maia. Os integrantes passam um período diário de 4 horas seguidas em atividades desenvolvidas no Horto Municipal.  

Além de incutir nos participantes o amor à natureza, por meio de atividades ambientais, Karuliny lembra que também são incutidos valores cívicos como responsabilidade, obediência, respeito e sinceridade. "Nós repassamos a esses meninos e meninas que é melhor falar a verdade e trabalhar as consequências", relatou. 

Karuliny explica ainda que, atualmente, o programa trabalha com um efetivo de 100 adolescentes, mas só neste ano 200 deles já passaram pelo Dedo Verde. "Todos experimentam a oportunidade de mudança de vida", diz. Para fazer parte do programa, o candidato ou candidata precisa estar inserido no ensino regular. 

Satisfação - Pedro Henrique Lopes, 16, é aluno do 2º ano do ensino médio da Escola Estadual Maria das Dores Brasil, no bairro 13 de Setembro. Estuda à tarde e, há um ano, participa, no turno matutino, do programa Dedo Verde.  Entusiasmado com a maneira com que foi acolhido e como é tratado no programa, Pedro Henrique diz que não pretende abrir mão tão cedo das atividades que o Dedo Verde lhe proporciona.  

Hoje, ele faz parte do grupo de imprensa, que trabalha na preparação da primeira edição do Jornal Interno do Dedo Verde, com previsão de ficar pronto entre o fim deste mês e início de maio. 

Sheila Medeiros, 16, estudante do 3º ano do ensino médio da Escola Estadual Ayrton Senna, é também uma das repórteres do Jornal Interno do Dedo Verde. Ela diz que experimentou uma considerável mudança de vida ao ingressar no programa da Prefeitura de Boa Vista. "Aqui todos são sempre bem tratados pelos educadores". 

Programação - As comemorações pela passagem dos 23 anos do programa tiveram início na segunda-feira, 25, com uma oficina de violão no Dedo Verde. Na terça-feira, os integrantes fizeram uma visita às praças de Boa Vista, para aprender sobre a importância da arborização dos logradouros. 

Na quarta-feira, 27, os adolescentes tiveram um dia de gincana esportiva, com a participação do Instituto Federal de Educação (IFRR), no Horto Municipal. Para quinta-feira está prevista uma visita à Secretaria Municipal de Comunicação Social (Semuc), para se familiarizar com a feitura da notícia. 

Na sexta-feira, 29, haverá a festa de confraternização dos integrantes, familiares e educadores do Dedo Verde. Essa festa será marcada por várias atividades como teatro de bonecos e a participação do Coral Artcanto. 

Para fechar a programação da passagem dos 23 anos do programa Dedo Verde, os integrantes participarão, na próxima terça-feira, 3, de uma trilha com rapel e arborismo, sob a orientação da Guarda Civil Municipal.

O maior de todos os roubos

CARLOS CHAGAS

Do mensalão ao petrolão, do desvio no orçamento dos ministérios e das empresas públicas, do assalto aos bancos estatais e às encomendas de toda espécie celebradas à sombra dos governos federal, estaduais e municipais – salta aos olhos a rota para todos os roubos. Trata-se da desfaçatez com que os partidos políticos se lançam a exigir sua parte no botim.

Traduzindo: desde governos anteriores que as agremiações partidárias conseguiram estabelecer a teoria da participação no roubo. Dos grandes aos pequenos, impuseram a divisão dos ministérios conforme o tamanho de suas bancadas e de seus votos.

De José Sarney a Fernando Henrique, do Lula a Dilma, todos os presidentes compuseram suas equipes contemplando os partidos, sob pena de não poderem governar sem o apoio deles. Talvez por isso os partidos tenham se multiplicado tanto, hoje em número de 39.

Volta e meia surge a ideia da formação de equipes apolíticas e apartidárias, de alto nível ou seja lá o que for, mas a promessa costuma não durar. Cede à pressão fisiológica dos partidos que ameaçam destruir os governos se não conquistarem ministérios capazes de proporcionar-lhes lucros e sinecuras de toda espécie.
Ainda agora assistimos a quase extinta presidente Dilma dividindo seu governo, na tentativa de salvar-se.

Assim como, mais grave ainda, o futuro presidente Michel Temer fazendo a mesma coisa. Pedaços da administração federal são retaliados, geralmente sem preocupação com a competência. Recebem a palavra mágica, a chave que lhes abrirá a caverna do Ali Babá. Quase sempre mancomunados com expressões do mundo financeiro e do próprio governo.

Basta atentar para a agenda do ainda vice-presidente, cercado de líderes partidários nadando feito piranhas ao redor do trono. Se os presidentes da República cumprem o dever de casa, chegam ao fim de seus mandatos. Caso contrário, são ejetados, como acontece agora com Madame e aconteceu com Fernando Collor.

A conclusão dessa relação desavergonhada é que a corrupção aumenta sempre, assim como de mandato para mandato diminui a eficiência dos governos. Locupletam-se todos, pelo menos até o momento em que a corda arrebenta. Como está para acontecer...

Segurança Pública - Rollemeberg homenageia policiais militares promovidos

Mil novecentos e oitenta e quatro praças e 170 oficiais da Polícia Militar foram homenageados nesta quarta-feira (27) por terem sido promovidos. "Esse é o reconhecimento do trabalho que a corporação tem feito pela população do Distrito Federal", destacou o governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, durante solenidade na Academia de Polícia Militar do DF, no Setor Policial Sul. "Vemos nesta força de segurança pública o caminho para uma cultura de paz", acrescentou o chefe do Executivo.

Rollemberg aproveitou para agradecer a atuação dos policiais em 17 de abril, quando cerca de 80 mil manifestantes, entre pessoas contrárias e favoráveis ao impedimento da presidente Dilma Rousseff, tomaram a Esplanada dos Ministérios para acompanhar a votação do processo na Câmara dos Deputados. "Tenho certeza que a população ficou orgulhosa do trabalho da polícia neste dia", afirmou.

As promoções podem ocorrer por quatro critérios: antiguidade, merecimento (baseado na ordem de classificação ao fim dos cursos de cada quadro ou no conjunto de atributos e qualidades avaliados no decurso da carreira), ato de bravura (resultado de ato que ultrapasse os limites normais do cumprimento do dever) e post mortem, que expressa o reconhecimento ao policial morto no cumprimento do dever.
Mudança no interstício

Outro motivo que passou a interferir na promoção dos praças e dos oficiais foi a redução no interstício — tempo mínimo que cada militar deve cumprir na patente — oficializada em 15 de abril no Diário Oficial do DF.

A medida, tomada com base em uma autorização da Lei Federal nº 12.086, de 2009, reduziu em 50% o tempo para assumir novas patentes e tem como objetivo suprir vagas previstas no quadro da cadeia de comando. Para ascender de capitão a major, por exemplo, são exigidos quatro anos de exercício na função. Com a mudança, o intervalo caiu para dois anos.

De acordo com o chefe da Casa Militar, coronel Cláudio Ribas, também presente na solenidade, a resolução é um ganho institucional. "Vamos suprir a deficiência nos postos desocupados, o que trará um impacto efetivo na segurança." Só neste ano, cerca de 600 militares se aposentaram. Em 2015, o número de reservistas foi de 1.120.

Segundo o coronel Ribas, a despesa de quase R$ 15.370.905 inerente à promoção está prevista no orçamento anual das forças de segurança.

Ainda de acordo com a lei federal, os atos de declaração e promoção dos oficiais (coronel, tenente-coronel, major, capitão, 1º e 2º tenentes) são efetivados por decreto assinado pelo governador. Já no caso dos praças (subtenente, 1º, 2º e 3º sargentos, cabo, soldado), por meio de portaria assinada pelo comandante-geral da corporação.

Estavam na cerimônia de homenagem a secretária da Segurança Pública e da Paz Social, Márcia de Alencar, e o comandante-geral da PM, coronel Marcos Antônio Nunes de Oliveira.(Agência Brasília)

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Como agradecer

Como Agradecer
A Jesus o que
fez por mim?
Sem eu merecer
vem provar o seu
amor sem fim.

As vozes de
milhões de
anjos;
Não poderiam
expressar:

A gratidão que
vibra em meu
ser;
Pois tudo
devo a Ti.

A Deus seja
a glória;

A Deus seja
a glória;

A Deus seja
a glória.
Pelo que fez
por mim.

Com seu sangue
lavou-me;
Seu poder
transformou-me

A Deus seja
a glória;
Pelo que fez
por mim.

Quero entregar
Senhor.
A minha vida
em tuas mãos.
E quero dar
meu louvor
Pela Tua
eterna salvação

Com seu sangue
lavou-me
Seu poder
transformou-me
A Deus seja
a glória

Pelo que fez por mim;
Pelo que fez por mim.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Mimar o filho não é necessariamente algo ruim; entenda

Beariz Vichessi
Colaboração para o UOL, em São Paulo

Pediatras e educadores são unânimes que a tarefa de educar os filhos é uma das coisas mais difíceis da vida. Nos consultórios médicos e em reuniões pedagógicas, uma das questões mais comuns levadas pelos pais tem a ver com a forma de lidar com as crianças: “Estou mimando demais?”. No entanto, mimar não é necessariamente fazer algo ruim, que estraga as crianças, como costumam dizer os mais velhos. Mimar pode ser, sim, fazer algo bom.

De acordo com Monica Picchi, neonatologista e pediatra no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, não há nada de errado em comprar algum brinquedo para dar à criança quando ela está doente, para tentar alegrá-la um pouco. Ou faltar no trabalho para lhe fazer companhia e prestar cuidados em uma situação como essa. “Esses mimos são bons”, diz a médica.

Também não é mimar pegar no colo ou fazer carinho quando o filho se machuca. Nem reservar um tempo do dia para não ser interrompido por ninguém para brincar com ele. Ou acompanhar o dever de casa. “O problema está em fazer esse tipo de coisa sem necessidade real, tirando a autonomia da criança (principalmente a partir dos cinco anos), impedindo que ela resolva situações por conta própria quando tem condições para isso, antecipando-se ao pedido dela (que às vezes nem ocorre), ou, pior, ter essas atitudes para fingir que não é negligente e tentar apaziguar a própria culpa por não dar atenção como deveria”, afirma Mônica.

O uso da palavra mimo, para Vânia Grecco, gestora pedagógica do berçário e da educação infantil do Colégio Elvira Brandão, em São Paulo, e psicóloga especialista em desenvolvimento infantil, deveria ficar restrita ao sentido de dar um presentinho, um mimo para alguém. “Quando a criança está doente e quer colo, ela não está sendo mimada, está sendo acolhida. É uma forma de ajudá-la a lidar com o que está acontecendo com o corpo dela”, fala.

Os pais também devem levar em conta a idade das crianças para analisar o que fazem. Até os quatro primeiros meses, por exemplo, bebês precisam ser acolhidos sempre. Pegar no colo não vai deixar ninguém mal acostumado. Pelo contrário. Nessa fase da vida, eles precisam de acolhimento e de muito contato pele a pele para se sentirem bem e seguros. “Choram, reclamam ou até mesmo esperneiam por alguma necessidade real. Pode ser fome, frio, calor, dor ou falta de acolhimento. Não fazem isso por birra ou porque estão mal acostumados. São indefesos”, declara Felipe Lora, pediatra no Hospital Infantil Sabará, em São Paulo.

Somente a partir do quinto mês de vida do bebê, ele aconselha os pais a tomarem um pouco mais de cuidado com o excesso de colo em resposta a qualquer reclamação da criança. “Às vezes, ela reclama um pouquinho e volta a dormir, basta esperar um pouco. Mas é claro que se chora mais é preciso checar se não há nada de errado. Fralda suja, febre, fome, incômodo provocado por alguma peça de roupa. Costumo indicar que se espere por dez minutos antes de pegar no colo em caso de choro, caso contrário, a criança acostuma e fica mimada em relação a isso”, diz Lora.

Monica enfatiza que, por volta dos sete meses, as crianças já têm condições de adormecer no berço. “Se a criança só dorme embalada, no colo de alguém, é porque foi mimada assim”, afirma.

Linha tênue

O limite entre mimar e acolher é muito tênue. Por conta disso, os pediatras recomendam que os pais sempre estejam muito atentos ao comportamento dos filhos, analisando se as atitudes das crianças têm a ver com uma necessidade real ou um capricho, e ao próprio comportamento, avaliando quais pedidos atendem e como. “Geralmente, a criança que é atendida sempre e por qualquer coisa passa a não dar valor nem demonstra estar confortada, alegre ou mais calma. Está mimada do ponto de vista ruim. Não importa o que os pais façam, ela simplesmente quer que façam”, diz Lora.

Lora e Monica ainda ressaltam que a criança é mimada por alguém, ou seja, os adultos precisam se responsabilizar por isso. “Quando os pais impõem um horário para dormir e eles mesmos quebram a regra diversas vezes --com o famoso ‘só hoje vou deixar, coitadinho, quer brincar mais’-- estão mimando os filhos. Assim, eles vão entender cada vez menos negativas para seus pedidos, seja lá quais forem”, afirma Monica. Para não mimar as crianças de um modo ruim, ela recomenda, inclusive, que as famílias economizem na quantidade de "não". “As negativas precisam ter peso e valor. E isso não quer dizer que é para falar muito ‘sim’, mas arcar com as tomadas de decisão”, fala.

Vânia ressalta a importância de os pais ensinarem aos filhos a lidar com frustrações, aprendizagem importante para toda a vida. E isso não quer dizer fazê-los esperar a ponto de pararem de chorar por exaustão. Esse é o estresse negativo, segundo ela. O adequado é explicar à criança que o que ela quer será feito, mas ela precisa esperar. “Esse é o estresse positivo”, diz.

A respeito de elogios, Lora recomenda que os pais analisem os momentos que eles fazem sentido de serem ditos. “Elogio sem mérito, além se ser mentiroso, mima a criança, que passa a desvalorizar a fala dos pais”, afirma.

No caso de famílias com dois ou mais filhos, compreenda que, embora sejam irmãos, as crianças são diferentes e precisam ser cuidadas e atendidas cada uma a seu modo. Fazer uma coisa para um pode ser mimar do ponto de vista negativo. Para outro, pode ser acolhimento. “As pessoas têm ritmos diferentes. Um filho pode precisar de ajuda para escovar os dentes até certa idade, enquanto o outro já faz isso desde muito pequeno, por exemplo. Acompanhar o primeiro na tarefa não tem nada a ver com mimo, tem a ver com educar”, diz Monica.

quinta-feira, 14 de abril de 2016

PM e Bombeiros - Comandantes participam da reunião extraordinária do CNCG

A reunião acontece na cidade do Rio de Janeiro e vai discutir assuntos de interesse das Corporações

NEUZELIR MOREIRA

Os comandantes dos órgãos de segurança de Roraima, coronel Dagoberto Gonçalves, da Polícia Militar e coronel Edivaldo Cláudio Amaral, do Corpo de Bombeiros Militar, estão participando da reunião extraordinária do CNCG (Conselho Nacional de Comandantes Gerais das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares) realizada desde terça-feira, dia 12, na cidade do Rio de Janeiro e encerra nesta quinta-feira, dia 14. O objetivo é discutir assuntos sobre a conjuntura atual do Brasil, bem como interesse das Corporações.

Simultaneamente também está acontecendo à Feira Internacional de Segurança Pública e Corporativa, que reúne empresas nacionais e internacionais fornecedoras de tecnologias, equipamentos e serviços para Forças de Segurança, gestores de grandes corporações, concessionárias de serviços e infraestrutura crítica. É uma oportunidade para a interação, investimentos e parcerias de todos que lidam com a missão de levar a segurança pública ou privada com qualidade e eficiência aos cidadãos brasileiros.

Segundo o Comandante Geral da Polícia Militar, coronel Dagoberto Gonçalves, a reunião possibilita a troca de experiência e conhecimento entre os representantes de segurança dos Estados. “Estamos discutindo assuntos comuns a todas as polícias militares em área de segurança pública, bem como os termos dos projetos de lei que tramitam em Brasília, e que têm impacto direto nas corporações. Além disso, estão sendo debatidos assuntos referentes às manifestações políticas e operações policiais das Olimpíadas Rio 2016. Também estão sendo analisadas as possibilidades de operações simultâneas em todo o País” destacou o coronel Dagoberto.

CNCG - É um colegiado composto por todos os Comandantes-Gerais de Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares dos Estados e do Distrito Federal. Foi instituído em 12 de fevereiro de 1993 com a missão de contribuir ativamente para o fortalecimento e articulação dos Sistemas de Segurança Pública, Defesa Social e Defesa Civil, atuando em rede de cooperação com as Instituições Militares Estaduais do Brasil, consolidando a excelência na prestação dos serviços e a promoção da cidadania como reflexo do processo de redemocratização do Brasil. 

Fonte: Secom-RR

terça-feira, 5 de abril de 2016

‘O maior erro da presidente Dilma foi a mentira”

MARINA GAZZONI E NAIANA OSCAR - O ESTADO DE S.PAULO
Sócio da Casas Bahia e dono de negócios nas áreas de aviação e imobiliária, Klein defende saída de Dilma
O empresário Michael Klein, filho do fundador da Casas Bahia e atualmente dono de negócios no segmento de aviação, automóveis e imobiliário, diz já ter visto o Brasil em crises econômicas piores. Ele admite, no entanto, que a incerteza política atrapalha o País e atravanca o investimento das empresas, especialmente daquelas que precisam de crédito. Para ele, seria melhor para o País que a presidente Dilma Rousseff saísse do governo. “Como ela não tem maioria no Congresso, acho melhor ela sair. Sem o apoio de deputados e senadores, nada é aprovado, e isso trava o mercado como um todo”, afirmou.
Klein diz que o impeachment não é golpe. “Quando ela assumiu esse cargo, sabia que estaria sujeita a regras e que uma das penalidades poderia ser o impeachment.” O empresário considera que o maior erro de Dilma foi “mentir” durante a campanha para sua reeleição. “Ela disse que o País estava bem, que o preço da energia estava assegurado e que o combustível não ia subir. E fez exatamente o contrário. Ninguém gosta de ser enganado.” A seguir, trechos da entrevista.
Como o sr. vê essa confusão toda na economia e na política?
Desde que minha família veio para o Brasil, há mais de 60 anos, já passamos por diversas crises, troca de moeda, confisco, tablita, greves, anos de PIB negativo. Tivemos muitos altos e baixos. Eu, assim como outros empresários, estou olhando o longo prazo. Não sou um investidor imediatista, que abre uma empresa para ter lucro no primeiro ano. Por isso, o curto prazo me interessa menos que o longo prazo.
Os economistas têm classificado essa crise como a pior da história do País. O sr. diz que já viu piores?
Não que essa crise seja amena, mas, sim, acho que já passamos por situações piores. Quando a inflação estava em patamares altíssimos, ela corroía o salário das pessoas, que perdiam o poder de compra. Hoje, a inflação beira os 10% ao ano. Podia ser menor? Claro que podia, mas não está em 70% ao mês. Não vou discutir com economistas que têm uma série de dados sobre a situação econômica. Mas posso falar do que estou fazendo. Acabei de abrir uma empresa (uma concessionária Mercedes-Benz) e contratei 25 pessoas. Em dois anos, minha empresa de táxi aéreo comprou 13 aeronaves para fazer fretamento de voos. Estou investindo para ter um negócio funcionando quando o Brasil voltar a crescer.
O sr. parece bem otimista. Qual sua perspectiva para a economia neste ano?
Imagino que no segundo semestre as coisas já estejam mais claras na economia e na política. Independentemente de a presidente (Dilma Rousseff) sair ou não, já teremos ao menos uma ideia de quem vai ditar as novas regras do jogo e que regras serão essas. Se ela ficar, terá de fazer alguma coisa. Se ela sair, quem entrar no lugar vai ter de apresentar uma definição.
O sr. prefere que ela saia ou que ela fique?
Como ela não tem maioria no Congresso, acho melhor ela sair. Sem o apoio de deputados e senadores nada é aprovado e isso trava o mercado como um todo.
O vice-presidente Michel Temer tem condições de fazer essa amarração política?
Acho que sim. Pelo que tenho visto, o Temer está tentando costurar o apoio de outros partidos e fazer uma composição para seguir até 2018.
Como o sr. vê as manifestações a favor do impeachment? O sr. participaria delas?
Mesmo no anonimato, eu não iria. Muitas das pessoas que estão nas ruas pedindo a saída da presidente votaram nela em 2014. Ela ganhou nas urnas para ficar quatro anos.
Seria golpe, então?
Não, não é golpe. Quando ela assumiu esse cargo, sabia que estaria sujeita a regras e que uma das penalidades poderia ser o impeachment. Sou a favor de que a Justiça determine se ela deve continuar ou não. O Supremo Tribunal Federal tem de decidir se ela é culpada ou não por algum ato. Aí, automaticamente, o Supremo decidindo, é o que deve valer. Isso está acima do Congresso. E por que eu defendo tanto o Supremo? Porque se não for assim, qualquer congressista pode negociar seu voto a favor ou contra por qualquer troca de cargo. Quem pode tirar um presidente do cargo é o Supremo, que é uma força maior do que o próprio presidente.
Qual foi o maior erro de Dilma?
O maior erro foi a mentira. Tem um ditado antigo de criança que diz que mentira tem perna curta. Na campanha de reeleição, ela disse que o País estava bem, que o preço da energia estava assegurado, que o combustível não ia subir. E não cumpriu nada do que prometeu. Ninguém não gosta de ser enganado. Ela deveria ter dito que a inflação iria subir no ano seguinte, porque ela ia ter de fazer um ajuste no preço da energia, do combustível. Mas, se ela falasse a verdade, certamente não se elegeria. Muita gente votou na Dilma achando que estava tudo bem, que ia continuar trabalhando, colocando álcool ou gasolina no seu carro flex no fim de semana, e não foi o que aconteceu.
Existe uma lição aí, não?
A lição é essa. Entendo que o candidato não quer apresentar um dado catastrófico sobre o que vai acontecer, mas ele precisa dar uma sinalização realista do que é possível acontecer. Eu não sou político. Não sei se para ser político precisa mentir ou omitir. O Collor também caiu porque mentiu. No discurso, ele disse que não ia ter confisco da poupança. E o que fez? As pessoas se sentiram usadas e por isso se revoltaram. Com toda razão. É melhor não prometer nada do que prometer e não cumprir.
O que pode acontecer com o País se a Dilma continuar?
Depende se ela vai tomar as medidas necessárias para o País voltar a crescer ou, pelo menos, parar de cair. A nota de crédito do Brasil piorou porque lá fora estão vendo que tem alguma coisa errada. Nós temos, sim, que nos preocupar com o que os bancos internacionais falam, com o que o FMI fala. E precisamos agir para mostrar a eles que não estamos tão frágeis a ponto de dar um calote. O País não cresce porque fez uma aposta em commodities, em matéria-prima, que não gera tanto emprego. Agora, não consegue aumentar a exportação porque no mundo inteiro o preço das commodities caiu.
Quais são as medidas mais urgentes para colocar o País nos eixos?
O caminho é gerar emprego na indústria e no comércio. É preciso garantir uma estabilidade para que as pessoas tenham confiança para consumir. Ultrapassar 10 milhões de desempregados é algo muito negativo para o País. Além disso, os sindicatos estão mais preocupados em pedir reajuste do que em manter a estabilidade para os empregados. Tem gente sobrando na indústria, a produtividade é negativa e os sindicatos querem reajuste.
Como a crise está afetando o varejo?
O varejo sofre com o desemprego. Por enquanto, continuamos vendendo a prazo e oferecendo cartão de crédito para o pessoal. Em época de dificuldade, o varejo amplia o prazo para aumentar a venda. Se o desemprego crescer até o fim do ano, haverá inadimplência e a situação vai piorar.
Mas já tem muita empresa fechando loja e pedindo recuperação judicial.
Quem dependia de recurso bancário e não estava capitalizado, de fato, teve mais dificuldade, porque os bancos fecharam as linhas de crédito. Quem investiu e não consegue retorno do capital, vai acabar sofrendo mais.
Que medidas fariam o empresário voltar a contratar?
Redução de impostos. A parte fiscal é a que mais pesa no preço do produto. Precisamos de redução de IPI, de ICMS, alguma coisa para que pudesse manter o incentivo ao setor produtivo. Mas se você reduz imposto de um lado, tem de subir em outro. Bem ou mal, uma coisa que pode ser feita é voltar com a CPMF. Eu entendo que ela é um mal necessário. Não é que eu seja a favor, mas é melhor do que onerar o setor produtivo.
Sob críticas, o governo já tem buscado novas ações de estímulo ao crédito, mas não há demanda para isso.
Não tem demanda porque as pessoas estão com receio de perder o emprego lá na frente. O caminho certo seria fazer algo para as indústrias gerarem emprego e estabilidade.
O economista Marcos Lisboa costuma dizer os empresários brasileiros também têm sua parcela de culpa na crise econômica. O sr. concorda?
Eu posso dizer que sou isento de responsabilidade, porque eu nunca pedi nada para o governo. Eu, particularmente, não sei nem qual é endereço do BNDES. O empresário que estava acostumado a receber as benesses do governo, a taxas de juro reduzidas, esse é responsável também. Mas quem não pediu nada, não pode ser responsabilizado pela crise, porque ele não contribuiu para aumentar o déficit da Previdência ou alguma coisa nesse sentido.
Por que o sr. nunca recorreu ao BNDES?
É crédito barato, mas você tem de devolver esse dinheiro. Que seja o juro mais baixo, um dia você vai ter de pagar.
Hoje é um luxo estar nessa posição de não depender e não ter feito negócio com governo?
Eu, minhas empresas e a própria Casas Bahia nunca vendemos um liquidificador para o governo. Há 60 anos recebemos ofícios de prefeituras, com as promoções da Casas Bahia anunciadas no jornal, dizendo que querem comprar algum produto. Nunca respondemos. Meu pai dizia que construiu a Casas Bahia para vender para a Dona Maria. Uma empresa de varejo que vai trabalhar para o consumidor não pode misturar as coisas e fazer negócios com o governo.


segunda-feira, 4 de abril de 2016

Pais usam método BLW na introdução alimentar de bebês; saiba como funciona

POR FABIANA FUTEMA
Um dos métodos utilizados pelos pais para iniciar a introdução de alimentos no cardápio do bebê é o BLW (baby-led-weaning, que, em uma tradução livre, significa desmame guiado pelo bebê). Ele consiste basicamente em deixar que o bebê coma sozinho desde o início.
E como a criança come? Com as mãos, já que no começo ela não consegue fazer o movimento de pinça, que é o que ajuda a segurar talheres.
O que comem? Alimentos cortados em pedaços, principalmente, como frutas.
Lógico que a criança vai fazer muito sujeira, mas os adeptos do método dizem que os benefícios compensam qualquer bagunça. A veterinária Juliana Luiz, 33, escolheu o BLW para ensinar a filha Helena, de 7 meses, a se alimentar.
“As pessoas não têm noção de que as crianças aceitam bem o que pais oferecem, pois não conhecem aquele sabor. A fruta é gostosa pelo seu sabor, não que precise adicionar açúcar ou outra coisa. Moramos em um país tropical, com tantas frutas, e os pais só dão banana amassada e maçã raspada ao bebê. Muitos não oferecem porque não gostam. E a criança não come porque nunca experimentou.”
Luciana Brezolini, 33, mãe de uma menina de 6 meses, diz que se apaixonou pelo BLW, pois “respeita o tempo do bebê. “Não forçar a comer determinado alimento ou determinada quantidade. Respeita e estimular a autonomia do bebê”
Ela diz que com a primeira filha usou as tradicionais papinhas para inicia-la na introdução alimentar. “Gostaria de fazer diferente agora, principalmente para corrigir alguns erros que acho que cometi com ela.”
Para as duas mães, é importante que o início da alimentação sólida não prejudique a amamentação. “Amamentei exclusivamente até iniciar a introdução alimentar. E continuo amamentando praticamente em livre demanda.Acho que o desmame será tranquilo. Pretendo que seja natural, quando ela decidir.”
Para a consultora em comportamento alimentar, Fabiolla Duarte, criadora do Colher de Pau, o BLW é ótimo, pois está relacionado com a prontidão do bebê para comer alimentos. “Tem a ver com a prontidão motora. Mas se você introduz o alimento antes do bebê estar pronto, com BLW ou não, estará causando algum dano, e para reparar, vai precisar intervir. E a intervenção pode ter consequências”, diz. “BLW é muito bom, mas o mais legal mesmo, é respeitar o ritmo do bebê. Quando ele estiver pronto, sim, que seja por BLW.”
Fabiolla diz conhecer casos em que as famílias começaram o BLW só pela questão etária, quando o bebê fez seis meses, e acabaram desistindo do método. “Ou o bebê não aceita ou joga tudo no chão o tempo todo e a família desiste, achando que a culpa é do método.”
Nessa hora, segundo ela, as famílias cometem outro erro, que é substituir os alimentos cortados em pedaços por papinhas. “Aí os bebês comem mais do precisam, pois engolem sem perceber muito o sinal da saciedade. Comem distraídos, não saboreiam, pois papinhas são invasivas: elas entram na boca e já são engolidas. E isso pode gerar um crônico desprazer do comer, ou uma ultra seletividade mais tarde, ou obesidade infantil, ou distúrbios de compulsão alimentar. Ou apenas uma grande demora pela aceitação de alimentos sólidos.”
CONTRAPONTO
A nutricionista Priscila Maximino, do Centro de Dificuldades Alimentares do Hospital Infantil Sabará, diz que o BLW não tem relevância científica.
“A criança precisa pegar, sentir a comida. Mas ela não vai ficar no BLW para sempre. Uma hora vai ter que usar talher.”
Para Ary Lopes Cardoso, chefe de Nutrologia do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da USP,BLW é um nome complicado que deram para uma forma de alimentar que as avós já adotavam antigamente.
Segundo ele, as famílias já deixavam a criança comer sozinhas, com as próprias mãos, antes da massificação das papinhas.
CRÍTICAS
Juliana diz que está acostumada a receber críticas à sua opção de usar o BLW na alimentação de Helena.
“Nossa família não aceita muito. Não é por maldade, mas por não ter conhecimento. Não acredita nisso. Minha mãe fala: ‘criei vocês assim. Por que não vai dar certo com os netos?’”, conta a veterinária.

Já Luciana afirma que sua família apoia a opção pelo BLW, mas teme engasgos com a comida. “Estou gostando. Tento não ficar ansiosa, pois ela ainda não está comendo nada, mas sei que é uma questão de tempo. Ainda é cedo.”