segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Pau na cabeça do PT

(Publicado no site alertatotal.blogspot.com/, edição desta segunda-feira, 29/12)

O Partido dos Trabalhadores sofreu ontem, durante uma missa, um duro ataque de seus maiores aliados na Igreja Católica. O cardeal arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, Dom Geraldo Majella, criticou o PT por abrir processo no Conselho de Ética do partido contra os deputados federais Luiz Bassuma (BA) e Henrique Afonso (AC), porque ambos são contra a descriminalização do aborto.

O ex-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) pegou pesado com os petistas abortistas: “Quando se procura até expulsar de um partido que está no poder (o PT) aqueles que não votaram pelo aborto, o que podemos esperar dessas pessoas? Não há dignidade humana. Daí vêm todas as corrupções, os mensalões, e só quem vai mesmo para a cadeia são os pobres”.

Na missa do Dia dos Santos Inocentes, Dom Geraldo criticou as mortes de crianças e adolescentes ocorridas este ano, e incluiu o aborto como mais uma forma de violência: “Tantas tentativas vemos para a legalização do aborto. Essa é a vitória do egoísmo. Morrem já no ventre materno, porque são bocas que aparecem para serem alimentadas e não há pão suficiente para ser repartido a todos”.

Além de insistir na aprovação do aborto no Brasil – que atende a interesses econômicos de ONGs internacionais e não ao suposto direito de liberdade de escolha da mulher, conforme os propagandistas abortistas apregoam -, o PT deu uma outra mancada em um setor essencial: a educação. A verba de comunicação e publicidade do Ministério da Educação (MEC) para 2009 é 55% maior do que a de 2008. Os R$ 28,72 milhões para as ações de comunicação social, que incluem publicidade e realização de eventos, equivalem a mais do triplo do valor gasto em 2007.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Pare de perder vida!

(Artigo publicado no Boletim A Colheita, da Junta de Missões Mundiais (Nov/Dez 2008)

Pela Graça de Deus chegamos ao término de mais um ano. Em momentos como este devemos nos perguntar: Como gastei minha vida em 2008?

E se você soubesse que iria morrer amanhã? O sentido da vida muda quando se recebe um diagóstico fatal. Até lá, milhões de pessoas vivem, comem, dormem, estudam, trabalham, assistem televisão, freqüentam a igreja, andam de bicicleta... sem se preocupar com o dia em que terão de prestar contas a Deus.

Não perdemos a vida quando morremos, mas sim enquanto vivemos. Perdemos a vida sempre que decidimos priorizar aquilo que não nos abastece de Deus. Logo, quem não se abastece de Deus também não pode abastecer outras pessoas com a VERDADEIRA VIDA. É por isso que observamos uma grande quantidade de pessoas dentro das igrejas sem a capacidade de gerar vida. Elas não podem evangelizar porque estão vazias do Evangelho. Nenhum carro pode se mover sem combustível. O mesmo acontece em relação à obra missionária mundial. Só tem compromisso com o mundo não-alcançado aquele que valoriza o que Cristo fez na cruz do calvário.

Deus nos colocou no mundo para realizarmos uma tarefa importante, específica. Ele não sacrificou seu próprio filho para nos ver gastando nossas vidas como se a morte nunca fosse chegar ou para viver exclusivamente para nós mesmos, como temos visto acontecer com o homem pós-moderno.

Nesta edição estamos desafiando todos os adotantes e intercessores a ajudarem o PEPE - Programa de Educação Pré-Escolar. Não tem sido fácil dar assistência a mais de 4.200 crianças em todo o mundo. Por outro lado, sabemos que este número é ínfimo em relação ao total de crianças carentes no Planeta.

Com uma oferta de amor, por mais um ano que passou, você estará se unindo a outros crentes que desejam ver esta nova geração servindo ao Senhor.

Pare de perder vida! Abasteça-se de Deus e abençoe outros. Pois segundo Mateus 18.5: "Quem recebe uma destas crianças em meu nome está me recebendo".

Em Cristo Jesus,
André Luiz Teixeira Amaral
Coordenador de Projetos e Desenvolvimento de Recursos da
Junta de Missões Mundiais da Convenção Batista Brasileira (JMM-CBB)

N.E.:
Para participar, basta entrar em contato com a Coordenação, Tel.: (21)2122-1922/Fax: (21)2122-1944 ou e-mail: pam@jmm.org.br

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Justiça, que justiça?

Mais um ano está chegando ao fim, com todas as mazelas dos demais. Como sempre, justiça, na verdade, é um conceito muito particular neste mundão de Deus.

Um exemplo, entre tantos, poderia ser o da menina Caroline Pivetta da Mota, presa enquanto pichava o andar vazio da 28ª Bienal de São Paulo. Por este "crime bárbaro" ela passou nada menos que 50 dias na cadeia. Foi solta nesta sexta-feira, com liberdade provisória. Responde pelos crimes ambiental e de formação de quadrilha.

Enquanto isso, o megaestelionatário Daniel Dantas bateu os costados nas masmorras da Polícia Federal por duas vezes, mas não conseguiu ficar lá. As prisões foram sempre do tipo bate-e-volta. Não passou mais de 18 horas preso a cada vez.

A diferença entre Caroline e Dantas é simples: números. Dantas tem, ela não. Fazer o que...

A PM é mágica

Glenisson Moura de Araújo *

Apesar da imagem da Polícia Militar está sendo abalada nesses últimos meses, não são fatos isolados que irão pôr em xeque a nossa credibilidade perante a sociedade, pois as pessoas passam e a Instituição Polícia Militar fica.

A grande verdade é que a PM, como Instituição que proporciona à população o serviço essencial de Segurança Pública, não pode parar, uma vez que se a PM parar, o Estado pára. Como isso acontece? Quem vai socorrer o cidadão na hora do perigo? Quem vai proporcionar a atuação do Poder Discricionário dos outros Órgãos Oficiais do Estado?

Como, por exemplo, o isolamento do local de crime para que o perito possa realizar seu levantamento, a segurança dos agentes de trânsito em uma blitz, a execução de um mandado judicial para desapropriação de terras. Eu duvido que o oficial de justiça vá sozinho nessa missão e tem muito mais. Por isso, qualquer que seja a crise, a população e os órgãos só sabem ligar 190, e nós estamos sempre alerta.

A PM é tão essencial que tomou conta da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo tanto na parte externa como na interna, proporciona a segurança de Delegacias para proteger policiais civis presos, os seus quartéis estão virando verdadeiras Cadeias Públicas porque o judiciário considera que lá os presos estão mais seguros.

A PM é a “única” Instituição de Segurança do Estado que o Governo pode contar a qualquer hora do dia ou da noite, em qualquer lugar do Estado, seja qual for o terreno. A PM é MÁGICA, temos materiais e equipamentos adequados, mas não temos o suficiente e, mesmo assim, com o efetivo reduzido realizamos o nosso trabalho com satisfação.

Portanto, o que nós queremos é o reconhecimento ideal e necessário. Não temos salário de fome, tampouco necessitamos de “bico”, o que queremos é justiça e valorização.

PARABÉNS, POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE RORAIMA!

* Aluno Sargento PM e policial militar há 7 anos

PROCESSO DE DEPURAÇÃO INTERNA NOS QUADROS DA PMRR

Jurandir Pereira Rebouças *

Este artigo tem por desiderato externar a opinião desse cidadão policial militar a respeito dos infelizes acontecimentos que ao longo dos últimos meses têm repercutido na mídia, inclusive em âmbito Nacional e que envolveram integrantes da nossa Corporação. Tais acontecimentos certamente macularam o bom nome da Polícia Militar junto à sociedade e ao próprio Poder Público.

Não obstante, lembramos que toda experiência, por mais dolorosa e traumática que seja, sempre nos permite tirar algo de positivo dela, pois assim como “todo tiro tem o seu respectivo atirador, todo monstro tem o seu respectivo criador”. Assim, é hora de estabelecermos um verdadeiro “Processo de Depuração Interna” em nossos quadros. Por “Processo de Depuração Interna” podemos entender como sendo todas as medidas de ordem administrativa e criminal, legalmente respaldadas, tendentes a expurgar das fileiras da Corporação os maus profissionais, independente do posto ou da graduação que ocupem na estrutura hierárquica.

Quem é pago para servir e proteger não pode em nenhuma hipótese violar as regras legais, morais e éticas estabelecidas pelo senso comum. Dessa forma, entendemos que quanto maior o nível de autoridade, tanto mais reprovável é a sua conduta, quando tal conduta se torna indesejável aos olhos da sociedade e da lei.

D’outra banda, não podemos esquecer que a Polícia Militar do Estado de Roraima, (instituição da qual nos orgulhamos de pertencer) que no último dia 26 de novembro completou 33 anos de existência, não pode enquanto instituição ser condenada por conta da conduta criminosa de alguns poucos dos seus integrantes, haja vista que as instituições são puras, porém algumas pessoas nem sempre são bem intencionadas.

Ressaltamos ainda que a Polícia Militar enquanto instituição pública é muito maior que os lamentáveis acontecimentos que envolveram alguns de seus integrantes, que compõem a chamada “banda podre”. Para tais integrantes deve haver severas punições, evidentemente com supedâneo no devido processo legal, consubstanciado, sobretudo, na ampla defesa e no contraditório, no sentido de que se possa alcançar a verdade real acerca dos gravíssimos fatos que ora lhes são imputados.

Por derradeiro gostaríamos de salientar que, não obstante as últimas mazelas, é público e notório e nem poderia ser diferente que cerca de 99% dos valorosos homens e mulheres, cidadãos roraimenses, que compõem os quadros da nossa briosa Polícia Militar sem dúvida têm honrado a farda azul petróleo e o juramento de bem servir à nossa sociedade, mesmo com o risco da própria vida. São exatamente esses bons policiais militares que envidam seus melhores esforços, mesmo diante das adversidades, para diuturnamente proteger os cidadãos e a cidadania em nosso Estado.

* Major PM, pedagogo e concludente do curso de bacharelado em Direito

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Verdadeira utopia

Por Francisco Espiridião

A produção em escala ininterrupta de arroz no interior da terra indígena Raposa Serra do Sol, território em vias de se tornar inacessível aos produtores, não é suficiente para oferecer ao boa-vistense um produto com preço mais acessível.

O preço alto deve ter como razão principal o fato de a produção local suprir também o vizinho Estado do Amazonas, diminuindo, assim, a oferta no mercado interno. Se em economia, porém, não existe mágica e o que impera é a matemática pura, o preço praticado internamente deveria ser menor que o de além divisa.

Mas, infelizmente, não é isso o que acontece. Nos supermercados de Manaus pode-se encontrar o quilo do arroz roraimense a um preço levemente inferior ao praticado em Boa Vista, o que sugere ginástica sobrenatural para explicar. Esse é um ponto. O outro, bem...

Aqui, o buraco é mais embaixo: se hoje consumimos um arroz tão caro, a questão que não quer calar é: como será, então, quando a produção se estancar de vez, em obediência à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) prestes a ser selada?

Aí alguém dirá: o Estado de Roraima não se resume à reserva Raposa Serra do Sol. Concordo. Haverá outras áreas disponíveis onde os produtores poderão dar seqüência à produção. Mas, convenhamos, a questão não é tão simples assim. Há muito mais em jogo.

Qualquer um sabe que o descompasso na produção será inevitável. A infra-estrutura montada hoje na extensão de 0,7% da reserva (região do Surumu) precisará ser retirada e instalada em outro local. Isso demandará tempo e recursos que, desconfio, a indenização da Funai não será suficiente para cobrir.

Por certo não haverá estoque de arroz suficiente para fazer face a todo o hiato na produção. Nesse particular, o fastio demandará açõ enérgica do Poder Público Estadual. Seria, quem sabe, o momento de se pensar em subsídios aos importadores.

Por fim, a palavra segregação não é uma das mais saudáveis. A decisão de excluir pessoas, em qualquer nível ou contexto, não é das mais elogiáveis num mundo já tão conturbado. Quando o sentimento de eugenia se acirrou, o mundo conheceu o holocausto judeu pelas mãos do nazista Hitler.

A separação de índios e não índios no interior da reserva Raposa Serra do Sol levará a uma situação insustentável, principalmente para os índios, que carecem de auxílio do governo estadual para continuar sua jornada de desenvolvimento.

Em locais onde os índios têm suas reservas blindadas para o convívio com os não-índios, o que se tem visto é que o Poder Público não tem capilaridade para dar a atenção necessária, seja na área da saúde, alimentação, educação etc. Índios mato-grossenses são exemplos disso.

A demarcação na forma como está é eivada de boas intenções, mas se mostrará desastrosa em futuro não muito remoto. Na prática, não vai dar certo, posto que firmada na máxima morusiana, ou seja, transformar o território de 1,7 mil hectares em uma ilha onde todos vivem em harmonia e trabalham em favor do bem comum. Pura utopia.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Esplendidamente derrotados

Por Francisco Espiridião

O julgamento das ações sobre tamanho e formato da Reserva Indígena Raposa Serra do Sol, na prática, está sacramentado. A área de 1,7 milhão de hectares será mesmo contínua e não se fala mais nisso. Insistir no contrário é chutar cachorro morto.
Há um consenso de que em território tão imenso habitarão apenas 19 mil índios. Se vivessem do extrativismo e da pesca, tamanha extensão de terras seria plenamente justificável. Afinal, o índio desaculturado precisa perambular. É nômade por natureza. Será, porém, esse o caso dos nossos macuxi, taurepang, mayongong etc.?
Tal discrepância é impossível passar despercebida. O que perpassa às mentes é a inevitável comparação: os nada menos de 11 milhões de habitantes da cidade de São Paulo se comprimem em igual extensão territorial. E, como diz a musiquinha, é cada qual no seu quadrado. Fazer o quê...
“Invasores” devidamente defenestrados (os brancos serão banidos ex-officio do interior da reserva), pode-se imaginar o tamanho do vazio que se transformará a região Nordeste do Estado. Vazio, não! Vazios. Vazios que se revelam não de agora. Remontam o início das “desintrusões”. Desde lá o que se vê é vazio de toda sorte. Vazio de idéias, vazio de desenvolvimento, vazio de sentido, vazio...
Em fevereiro de 2003, escrevi um artigo no extinto jornal BrasilNorte, cujo título era “Viveiro de Fantasmas”. Faz parte do meu livro “Até Quando – Estripulias de um governo equivocado” (2004, p.57-58 – com exemplares ainda disponíveis nas livrarias Nobel, Vozes e Megafarma).
Nele, há em evidência, entre outros exemplos de vazios inconcebíveis nessa grande novela chamada demarcação de terras indígenas em Roraima, o caso da antes opulenta fazenda São Jorge, ao largo da rodovia estadual que leva à sede do Município de Uiramutã.
Em tempos áureos, São Jorge chegou a abrigar rebanho de mais de 10 mil cabeças de gado. Só bovino, para não falar de outras espécies. Veio a desapropriação. Os donos receberam simbólica indenização da Funai e retiraram-se. O local passou às mãos dos indígenas. Resultado: depredação total do patrimônio.
Em uma de minhas incursões terrestres ao coração do Município de Uiramutã, em 2001, por força da função de repórter do extinto jornal A Tribuna do Estado de Roraima, tive a oportunidade de constatar quem eram os novos ocupantes da casa-grande (principal da fazenda): cabras, ovelhas e carneiros – sem pastor.
A comunidade do Flexal, com apoio da Prefeitura de Uiramutã, incentivada pela prefeita Florany Mota, chegou a ser importante produtora de feijão jaulão, além de milho e arroz. Outras comunidades, com igual apoio, já conseguem comercializar seus produtos agrícolas nas feiras livres de Boa Vista.
A pergunta que fica, a partir da secessão, é como esses projetos terão continuidade sem o amparo técnico que recebiam até agora. A União terá capacidade de prover tais reclamos? A se considerar o que ora ocorre com as etnias indígenas reclusas do Estado de Mato Grosso, as respostas são tenebrosas.
Voltando à disputa pela terra indígena cá perto de nós, parece tudo resumir-se a uma guerra inglória. Sem sentido. Saímos todos – brancos e índios – esplendidamente derrotados.