segunda-feira, 30 de maio de 2011

O MEC pirou de vez

Por Edgar Flexa Ribeiro

Não há mais lugar para dúvidas: o Ministério da Educação não sabe o que é uma sala de aula, nem sabe o que é uma escola.

Não conhece os professores. Não sabe a que são obrigados para cumprir o mínimo que se espera deles.

E, sem mais aquela, os convoca para lidar com um tema importante, delicado, que repercute na intimidade e nas convicções das famílias. Tema para o qual o magistério não foi preparado para trabalhar em sala de aula ao longo de sua formação.

O MEC não conhece as famílias, e nem as respeita, nem às suas convicções – certas ou erradas.

Pais, mães, ambientes domésticos não importam para os educocratas. Eles sabem tudo, determinam tudo, aprovam e reprovam a seu talante idéias, medidas e providencias que flutuem a seu redor.

O MEC gosta mesmo é de pegar onda. Singrar os mares em cima de qualquer idéia simpática que lhe cruze o caminho.

Não pensa, não indaga, não examina. Não ouve ninguém e parte para a ação: imprime, edita, distribui, obriga, compele e atrapalha-se a cada momento.

O MEC malbarata a esmo recursos públicos sabidamente escassos. Joga dinheiro público pela janela, em iniciativas que se destroem em pouco tempo.

É uma estrutura pública que vaga sem limites, sem propósito, sem metas, sem controle.

Combater a homofobia é uma boa e bela causa. De modo geral, toda e qualquer “fobia” deve ser mantida sob controle. As fobias são o colapso da razão. Qualquer uma.

Mas elas são parte de nós, vicejam nos mesmos campos em que vivemos todos. Sentimentos arraigados, com raízes profundas naqueles que as compartilham.

Vencê-las não é tarefa de resultados imediatos. Leva tempo, exige esforço continuado.

Como se atreve o MEC a distribuir material de uso em sala de aula, se ele sabe que os profissionais a quem caberá empregá-lo não foram formados para isso?

Considera os riscos, os sofrimentos, as perplexidades de crianças, jovens, pais e mães?

Não, os educocratas não se preocupam com o mundo real. A causa é justa, a idéia é boa, o material está ali mesmo.

Por que não produzi-lo em massa? Por que não distribuí-lo às escolas como se distribui a merenda?

E periodicamente as trapalhadas do MEC param o país. É o ENEM que se embaralha todo, é o emprego da norma culta da língua que é colocado em dúvida, é a intromissão brusca no seio das famílias violando sua intimidade.

Esses despautérios todos, sobretudo este último, terminam por acirrar o que pretendia estar combatendo.

Só o MEC consegue isso: dizendo que vai combater a homofobia acaba por excitá-la.

Ah, esse MEC...

Edgar Flexa Ribeiro é educador, radialista e presidente da Associação Brasileira de Educação (Transcrito do blog de Ricardo Noblat) 

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Passividade letárgica

FRANCISCO ESPIRIDIÃO

A imprensa brasileira nunca esteve tão pobre de boas notícias como nos dias atuais. Para escamotear esse deserto, dá-lhe notícia recozida, futricas de última qualidade, picuinhas as mais vis. Para pôr um pouco mais de sal nessa insossa e indigesta salada, aí estão as redes sociais – com suas verdades, meias verdades, injúrias, difamações e todo tipo de dolo contra a última flor do Lácio.

O que impera nesses dias maus – Cristo disse: “basta a cada dia o seu mal” – são acusações de uns e outros sobre coisas da mais alta seriedade, mas que, sabe-se de antemão, o destino final é o buraco negro do esquecimento. Tudo muda com velocidade meteórica. O triste é que essa mutabilidade visa a que tudo continue acabando como tudo acaba na quarta-feira de carnaval: em cinzas.

Denúncias de dilapidação do erário nas três esferas de governo têm para todos os gostos. Diria mesmo que, nos campos político e administrativo, proliferam-se de A a Z. Não se pode dizer que as instituições incumbidas de cercear tais traquinagens estejam paradas - ou de olhos vendados. Mas que andam a passos lerdos, tal qual o bicho preguiça, lá isso andam.

A máxima do sujo falando do mal lavado não tem na história um momento em que sua verdade possa se tornar mais cristalina como agora. Estamos chegando ao ponto de conflagração. Aliás, por muito menos o País imergiu em 21 anos de regime de exceção.

Enquanto isso, a sociedade civil organizada (coletividade dissociada do Estado – Wikipédia) assiste a tudo como se nada fosse com ela. Refestela-se em berço esplêndido, com uma passividade letargicamente espantosa. Resta saber até quando.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Dilma suspende “kit gay” após protesto da bancada evangélica

Por Ana Flor, na Folha Online:

A presidente Dilma Rousseff determinou nesta terça-feira a suspensão da produção e distribuição do kit anti-homofobia em planejamento no Ministério da Educação, e definiu que todo material do governo que se refira a “costumes” passe por uma consulta aos setores interessados da sociedade antes de serem publicados ou divulgados. Segundo o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral), Dilma considerou o material do MEC “inadequado” e o vídeo “impróprio para seu objetivo”.

A manifestação ocorreu na esteira de uma reunião de Carvalho com a bancada evangélica da Câmara. O grupo de parlamentares chegou a ameaçar o governo com obstrução da pauta no Congresso, colaborar com assinaturas para convocar o ministro Antonio Palocci (Casa Civil) a se explicar sobre sua evolução patrimonial e propor uma CPI para investigar o MEC.

Ontem, no plenário, o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) chegou a pedir a demissão do ministro da Educação, Fernando Haddad. Na semana passada, o mesmo Garotinho, que é vice-presidente da Frente Parlamentar Evangélica, afirmou que a bancada evangélica, composta por 74 deputados, não votaria “nada”, nenhum projeto na Câmara, até que o governo recolhesse os vídeos anti-homofobia.

Mesmo depois das declarações do Planalto, Gilberto Carvalho afirmou que não há “toma lá, dá cá” entre o governo e a bancada evangélica na questão do kit e da convocação de Palocci.

O MEC nega que o kit e os vídeos que vazaram na internet tenham sido aprovados pelo ministério. Eles teriam sido produzidos por ONGs que prestam serviços à pasta e estariam em avaliação.Os deputados da bancada evangélica afirmam que os vídeos e a cartilha anti-homofobia “são um estímulo ao homossexualismo”. “Mostramos ao ministro Gilberto Carvalho que é virulenta a maneira como o material está sendo aplicado”, disse o ex-governador do Rio.

(Transcrito do blog de Reinaldo Azevedo)

segunda-feira, 23 de maio de 2011

A DITADURA COR-DE-ROSA

GUILHERME FIUZA

O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), uma espécie de gorila assumido, foi ao Senado protestar contra uma cartilha de prevenção à homofobia que o governo pretende distribuir. Acabou agredido pela senadora Marinor Brito (PSOL-PA), defensora dos homossexuais.

Esses gorilas não sabem com quem estão se metendo. A tal cartilha, que está sendo preparada pelo MEC, será distribuída em escolas públicas, no ensino fundamental. A ideia é ensinar à criançada que namorar pessoas do mesmo sexo é saudável, ou seja, que ser gay é normal.

Nada como um governo progressista, disposto a formar a cidadania sexual de seu povo. Pelos cálculos do MEC, uma criança de sete anos de idade que chegar à escola e receber em mãos uma historinha de amor homossexual terá menor probabilidade de chamar o coleguinha de bicha, ou a coleguinha de sapatão.

É difícil imaginar o que se passará na cabeça de cada uma dessas crianças diante do kit de orgulho gay do governo.

Mas não é tão difícil imaginar o que se passa na cabeça do MEC, ou melhor, do ministro da Educação. Assim como a quase totalidade da administração petista, o ministro da Educação, Fernando Haddad, só pensa naquilo — fazer política.

Em 2010, no bicampeonato do vexame do Enem, ele estava trabalhando duro na campanha eleitoral de Dilma Rousseff.

Sem tempo, portanto, para detalhes secundários, como a impressão trocada de gabaritos, que corrompeu a prova e infernizou a vida de mais de três milhões de estudantes.

No ano anterior o Enem tinha naufragado após o vazamento da prova, e no ano seguinte Haddad foi premiado com a permanência no cargo pelo novo governo. Honra ao mérito. Nesse meio tempo, o país caiu 20 posições no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU para educação (ficando em 93º, atrás de Botswana).

Mas o ministro tem sempre uma “pesquisa interna” para oferecer aos jornalistas — dos quais nunca se descuida —, mostrando ótimas avaliações do ensino público.

No governo da “presidenta”, que vive dessa mitologia do oprimido, a cartilha sexual do companheiro Haddad é mais um afago no mercado político GLS. Um mercado que não para de crescer. Ao lado do avanço nos direitos dos gays, legítimo e importante, a indústria do politicamente correto vai criando um monstro. Foi esse monstro que distribuiu tapas na turma do deputado Bolsonaro.

É o monstro que transforma uma boa causa em revanche, histeria e intolerância. Que quer ensinar orgulho gay em escola primária. É a estupidez travestida de virtude. O barraco entre o gorila e a serpente aconteceu na Comissão de Direitos Humanos do Senado. Ali se discutia o projeto que transforma homofobia em crime. É um pacote de regras restritivas, como a que proíbe um pregador evangélico, por exemplo, de criticar o homossexualismo fora dos limites de sua igreja.

Os generais de 64 (heróis de Bolsonaro) não fariam melhor.

O totalitarismo, quem diria, também está saindo do armário. A relatora do projeto é a senadora Marta Suplicy (PT-SP), que se retirou da sessão quando a confusão estourou. Ela teve sorte. Não de se livrar dos tapas, mas de escapar da sua própria lei.

Menos de três anos atrás, ela fez insinuações de homossexualismo contra o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, seu adversário eleitoral na época.

Talvez seja o caso de incluir uma ressalva no projeto, anistiando os companheiros progressistas que ferirem o orgulho gay por relevante conveniência política. Mais do que nunca, a propaganda é a alma do negócio. Depois que Dilma Rousseff virou símbolo meteórico de afirmação feminina, ninguém mais segura os gigolôs da ideologia.

Basta um slogan na cabeça e uma caneta na mão, e tem-se uma revolução de butique.

Está prestes a ser aprovada a lei que obriga a fabricação de calcinhas e cuecas com etiquetas de advertência contra o câncer de próstata e de colo do útero, além de sutiãs com propaganda de mamografia.

É incrível que ainda continuem vendendo chocolate sem uma tarja de advertência contra a gordura e as espinhas.

É preciso ensinar a sociedade a ser saudável.

O Estado politicamente correto sabe o que é bom para você. Em nome da modernização dos costumes, assiste-se a uma escalada medieval de proibição da propaganda de produtos que fazem mal, e de obrigatoriedade de mensagens que fazem bem.

Até a obra de Monteiro Lobato quase entrou na dança: ia ser crivada de notas explicativas a cada aparição de Tia

Nastácia, em defesa da honra dos afrodescendentes. Os justiceiros do Conselho Nacional de Educação ainda não desistiram de corrigir o escritor.

É interessante ter um ex-BBB no Congresso defendendo os direitos dos homossexuais.

Mas é estranho ter no reacionário Jair Bolsonaro a voz solitária contra os excessos da patrulha GLS.

Talvez a consciência brasileira mereça, de fato, ser governada pelas cartilhas demagógicas do MEC.

GUILHERME FIUZA é jornalista.

Fonte: Jornal O Globo

sábado, 21 de maio de 2011

Se aqui fosse os Estados Unidos...

Fica clara como água límpida para qualquer um que ler o post abaixo, de autoria do jornalista Augusto Nunes, sobre o caseiro Francenildo e a camareira Nafissatou, a verdadeira razão de os Estados Unidos serem a maior potência do Mundo e nós, brasileiros, jogando milho aos pombos.

Enquanto os Estados Unidos fazem valer o que está escrito, por aqui, nós vamos - para usar uma palavra da presidente Dilma - tergiversando (vige...). Nossa justiça usa de subterfúgios para justificar o injustificável. Prega que o que está escrito não é bem assim...

Fosse nos Estados Unidos, os quarenta ladrões enrolados no Supremo Tribunal Federal pelo esquema do mensalão já estariam todos na cadeia. Inlcusive o Ali Babá, o chefe deles, o ex-presidente Lula da Silva.

Definitivamente, aqui não é os Estados Unidos. Estamos mais para o Haiti.

Infelizmente.

A indignação dos brasileiros sensatos detém a ofensiva dos professores de ignorância

Augusto Nunes/Veja

“Por que, em educação, todo mundo acha que conhece os assuntos e pode falar com propriedade? “, irritou-se a professora Heloísa Ramos. “Esse assunto é complexo, é para especialistas”. Segundo a autora de “Por uma vida melhor”, um linguista tem o direito de ensinar que falar errado está certo sem que ninguém tente defender o idioma e os estudantes. Feito o preâmbulo, Heloísa baixou o decreto: “Eu não admito mais que alguém escreva que nosso livro ensina a falar errado ou que não se dedica a ensinar a norma culta”.

Tão infeliz quanto a já famosa ”Os livro ilustrado mais interessante estão emprestado”, abre-alas do desfile de absurdos patrocinado pelo Ministério da Educação, a frase foi pulverizada por quem trata o português com o carinho que lhe negam os demagogos da linguística. Três exemplos:

Merval Pereira, colunista de O Globo: “A pretexto de defender a fala popular como alternativa válida à norma culta do português, o Ministério da Educação está estimulando os alunos brasileiros a cultivarem seus erros, que terão efeito direto na sua vida na sociedade e nos resultados de exames, nacionais e internacionais, que avaliam a situação de aprendizado dos alunos, debilitando mais ainda a competitividade do país”.

Marcos Vilaça, presidente da Academia Brasileira de Letras: “Discordo completamente do entendimento que os professores que fizeram esse trabalho têm. Uma coisa é compreender a evolução da língua, que é um organismo vivo, a outra é validar erros grosseiros. É uma atitude de concessão demagógica. É como ensinar tabuada errada. Quatro vezes três é sempre 12, na periferia ou no palácio”.

Clóvis Rossi, colunista da Folha de S. Paulo: “Os autores do crime linguístico aprovado pelo MEC usam um argumento delinquencial para dar licença para o assassinato da língua: dizem que quem usa ‘os livro’ precisa ficar atento porque ‘corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico’. Absurdo total. Não se trata de preconceito linguístico. Trata-se, pura e simplesmente, de respeitar normas que custaram anos de evolução para que as pessoas pudessem se comunicar de uma maneira que umas entendam perfeitamente as outras (…) Que os professores prefiram a preguiça ao ensino, já é péssimo. Que o MEC os premie, é crime”.

Suponha-se que um ex-aluno de Heloísa Ramos resolva dispensar a norma culta na defesa oral de uma tese de doutorado. Suponha-se que faça parte da banca examinadora algum sacerdote da seita que acredita que na linguagem popular, como nos piores bordéis, tudo é permitido ─ as regras só valem para a linguagem escrita. Suponha-se que o expositor decida começar a apresentação saudando os integrante da mesa e os professor presente. Como reagiria o linguista do povo? Com aplausos e gritos de “bravo!”? Ou com um pedido antecipado de desculpas ao candidato a doutor condenado à reprovação?

Indiferente a exemplos do gênero, surdo ao coro dos sensatos, o MEC comunicou que não pretende recolher os exemplares distribuídos a 485 mil estudantes, jovens e adultos, pelo Programa Nacional do Livro Didático. A escolha das obras é feita por professores universitários, esclareceu um dos porta-vozes do subitamente silencioso Fernando Haddad. “Por uma vida melhor”, por exemplo, teve o aval de um grupo de docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. É preciso respeitar o endosso da junta de acadêmicos.

O MEC vai acabar mudando de ideia por força de ações judiciais, previne a procuradora Janice Ascari, do Ministério Público Federal. Aturdida com o que leu, Janice mandou um recado em bom português aos editores e autores: “Vocês estão cometendo um crime contra os jovens, prestando um desserviço à educação e desperdiçando dinheiro público com material que emburrece em vez de instruir”. Os livro pode ser emprestado a quem os autor quiser. Mas os brasileiros que mantêm o juízo e cada plural em seu lugar não vão admitir o triunfo dos professores de ignorância.

O caseiro do Piauí e a camareira da Guiné

Augusto Nunes/Veja
Nafissatou Diallo e Francenildo: exemplos de justiça e justiça             
Nascido no Piauí, Francenildo Costa era caseiro em Brasília. Em 2006, depois de confirmar que Antonio Palocci frequentava regularmente a mansão que fingia nem conhecer, teve o sigilo bancário estuprado a mando do ministro da Fazenda.

Nascida na Guiné, Nafissatou Diallo mudou-se para Nova York em 1998 e é camareira do Sofitel há três anos. Domingo passado, enquanto arrumava o apartamento em que se hospedava Dominique Strauss-Kahn, foi estuprada pelo diretor do FMI e candidato à presidência da França.

Consumado o crime em Brasília, a direção da Caixa Econômica Federal absolveu liminarmente o culpado e acusou a vítima de ter-se beneficiado de um estranho depósito no valor de R$ 30 mil. Francenildo explicou que o dinheiro fora enviado pelo pai. Por duvidar da palavra do caseiro, a Polícia Federal resolveu interrogá-lo até admitir, horas mais tarde, que o que disse desde sempre era verdade.

Consumado o crime em Nova York, a direção do hotel chamou a polícia, que ouviu o relato de Nafissatou. Confiantes na palavra da camareira, os agentes da lei descobriram o paradeiro do hóspede suspeito e conseguiram prendê-lo dois minutos antes da decolagem do avião que o levaria para Paris ─ e para a impunidade perpétua.

Até depor na CPI dos Bingos, Francenildo, hoje com 28 anos, não sabia quem era o homem que vira várias vezes chegando de carro à “República de Ribeirão Preto”. Informado de que se tratava do ministro da Fazenda, esperou sem medo a hora de confirmar na Justiça o que dissera no Congresso. Nunca foi chamado para detalhar o que testemunhou. Na sessão do Supremo Tribunal Federal que julgou o caso, ele se ofereceu para falar. Os juízes se dispensaram de ouvi-lo. Decidiram que Palocci não mentiu e engavetaram a história.

Depois da captura de Strauss, a camareira foi levada à polícia para fazer o reconhecimento formal do agressor. Só então descobriu que o estuprador é uma celebridade internacional. A irmã que a acompanhava assustou-se. Nafissatou, muçulmana de 32 anos, disse que acreditava na Justiça americana. Embora jurasse que tudo não passara de sexo consensual, o acusado foi recolhido a uma cela.

Nesta quinta-feira, Francenildo completou cinco anos sem emprego fixo. Palocci completou cinco dias de silêncio: perdeu a voz no domingo, quando o país soube do milagre da multiplicação do patrimônio. Pela terceira vez em oito anos, está de volta ao noticiário político-policial.

Enquanto se recupera do trauma, a camareira foi confortada por um comunicado da direção do hotel: “Estamos completamente satisfeitos com seu trabalho e seu comportamento”, diz um trecho. Nesta sexta-feira, depois de cinco noites num catre, Strauss pagou a fiança de 1 milhão de dólares para responder ao processo em prisão domiciliar. Até o julgamento, terá de usar uma tornozeleira eletrônica.

Livre de complicações judiciais, Palocci elegeu-se deputado, caiu nas graças de Dilma Rousseff e há quatro meses, na chefia da Casa Civil, faz e desfaz como primeiro-ministro. Atropelado pela descoberta de que andou ganhando pilhas de dinheiro como traficante de influência, tenta manter o emprego. Talvez consiga: desde 2003, não existe pecado do lado de baixo do Equador. O Brasil dos delinquentes cinco estrelas é um convite à reincidência.

Enlaçado pelo braço da Justiça, Strauss renunciou à direção do FMI, sepultou o projeto presidencial e é forte candidato a uma longa temporada na gaiola. Descobriu tardiamente que, nos Estados Unidos, todos são iguais perante a lei. Não há diferenças entre o hóspede do apartamento de 3 mil dólares por dia e a imigrante africana incumbida de arrumá-lo.

Altos Companheiros do PT, esse viveiro de gigolôs da miséria, recitam de meia em meia hora que o Grande Satã ianque é o retrato do triunfo dos poderosos sobre os oprimidos. Lugar de pobre que sonha com o paraíso é o Brasil que Lula inventou. Colocados lado a lado, o caseiro do Piauí e a camareira da Guiné gritam o contrário.

Se tentasse fazer lá o que faz aqui, Palocci teria estacionado no primeiro item do prontuário. Se escolhesse o País do Carnaval para fazer o que fez nos Estados Unidos, Strauss só se arriscaria a ser convidado para comandar o Banco Central. O azar de Francenildo foi não ter tentado a vida em Nova York. A sorte de Nassifatou foi ter escapado de um Brasil que absolve o criminoso reincidente e castiga quem comete o pecado da honestidade.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Senado pode aprovar substitutivo de Marta ao PLC 122 que tolera homofobia só em templos

Por Jorge Serrão - Alertatotal

A temperatura deve atingir sua máxima, logo mais, no inferno do Senado. A Comissão de Direitos Humanos deve votar o polêmico e oportunista substitutivo que a senadora Marta Suplicy (PT-SP) fez no PLC 122. A estratégia petralha, obedecendo à engenharia social globalitária de gerar conflitos permanentes na sociedade brasileira, pretende criminalizar toda opinião filosófica, médica e moral contrária à relação sexual entre homens ou mulheres que pratiquem o homossexualismo, o bissexualismo, o lesbianismo e o transsexsualismo.

O Senado tem tudo para aprovar a aberração jurídica concebida pela sexóloga Marta – que fatura com os votos do segmento GBLT. O criativo substitutivo da petista peca pela contradição e desigualdade. Poupa da questionável “criminalização” os discursos feitos dentro de templos e igrejas contra os homossexuais. Até os defensores da causa GBLT reconhecem que a exceção concebida por Marta – para tentar ficar bem com os evangélicos – mutila o PLC 122 (que já cria um privilégio inconstitucional para uma minoria politicamente ativa, principalmente no jornalismo e no campo artístico).

Inventado em 2006 pela ex-deputada federal Iara Bernardi, do PT de São Paulo, o Projeto de Lei Complementar 122 estava arquivado desde o começo deste ano. A senadora Marta Suplicy conseguiu desarquivá-lo e agora tenta empurrar goela abaixo da nação a lei que criminaliza a "homofobia" nas vias públicas, nos programas de televisão e rádio, nas revistas, jornais, etc.

E a vergonha que era pouca se acabou

Por Gilberto Barbosa de Figueiredo

Poucas vezes na história da república brasileira houve um desapontamento tão grave como o acontecido em relação ao PT, pouco tempo após ter assumido o poder, em 2003. Nos anos anteriores, praticando uma oposição vigorosa, não poupou os adversários então no governo e se apresentava como o partido da ética e da moralidade na política. Tal discurso provocou uma onda de esperança, até mesmo em quem desconfiava da capacidade do PT, em face da pobreza técnica de seus quadros, em sair-se bem no governo da república. Chegou-se a pensar que pelo menos iríamos melhorar as práticas políticas. Triste ilusão! Não foram necessários mais do que alguns meses para se apresentar uma outra realidade.

O primeiro impacto foi, em 2005, o do mensalão, maneira como ficou conhecido um dos maiores esquemas de corrupção que o Brasil conheceu. Um sistema de transferência de propinas para parlamentares da base aliada em troca de garantia de apoio nas votações em plenário. O ex-presidente Lula inicialmente alegou ter sido traído e afirmou que desconhecia o esquema, mesmo tendo sua urdidura acontecido na antessala de seu gabinete. Hoje, tenta minimizar o escândalo, alegando que tudo não passou de caixa 2 de campanha política, o que já é uma confissão de crime.

A verdade, no entanto, é que a denúncia abalou o governo e fez com que José Dirceu, então ministro da Casa Civil, fosse exonerado do cargo. O petista, àquela época homem forte de Lula, foi apontado como o chefe do esquema da mesada. Em 2006, a Procuradoria Geral da República apresentou ao STF (Supremo Tribunal Federal) denúncia contra quarenta pessoas, entre deputados, ex-ministros, executivos e empresários. No ano seguinte, o STF aceitou a denúncia e converteu o processo em ação penal. Dos quarenta denunciados, o STF deve julgar trinta e oito, pois o deputado José Jannene (PR-PR) faleceu e o ex-secretário-geral do PT, Silvio Pereira, fez acordo e foi excluído da ação em troca de pena alternativa.

A partir do mensalão, foi uma sucessão interminável de escândalos e, fato curioso, parecia que a vergonha pelos mal feitos diminuía passo a passo até desaparecer completamente nos dias de hoje. Sem querer citar a todos – que seria cansativo – e sem preocupação com a ordem cronológica, vale relembrar alguns dos escândalos da era Lula: o caso de Furnas; os dólares na cueca; o negócio da Gamecorp-Telemar; a quebra do sigilo bancário do caseiro de Antônio Palocci; os aloprados, compradores de dossiês; as alianças com políticos de passado duvidoso - Renan Calheiros, Collor, etc; o dossiê da Casa Civil; os superfaturamentos em obras do PAC, denunciados pelo TCU; a expropriação de ativos da Petrobras na Bolívia; os gastos fora de controle com cartões corporativos.

Este último aconteceu no ano de 2008 e foi competentemente abafado por elementos da equipe de governo. Mas serviu para mostrar a maneira tortuosa de raciocinar e de agir do antigo presidente, além de sua extrema dificuldade em separar o público do privado. Os cartões corporativos foram criados com o objetivo de dar transparência aos gastos públicos e evitar abusos. Em tese, deveriam ser usados apenas para pagar gastos decorrentes do exercício funcional.

Lamentavelmente, não foi o que ocorreu. Ministros gastaram, sem nenhum controle, com aluguéis de carros, resorts, bares, até em free shops. Isso sem falar nos gastos, também abafados, do próprio palácio presidencial, sob a alegação de tratar-se de problema de segurança nacional. A farra tamanha pode ser compreendida em números: em 2003, ano em que Lula assumiu o governo, os dispêndios com cartões corporativos foi de 8,7 milhões de reais; em 2007, ano anterior à revelação do escândalo, subiram para 78 milhões de reais.

Sabe-se que mentir é próprio de pessoas que encontram obstáculo ao lidar com questões éticas. É comportamento condenável, principalmente quando o mentiroso busca tirar proveito próprio da mentira. É característico naqueles que não têm pejo em serem apontados como faltos de vergonha. Pois bem, a mentira foi uma constante nos oito anos da era Lula. Mentiu quando alegou desconhecer completamente o esquema do mensalão; mentiu quando apresentou como coisa sua diversos empreendimentos do governo anterior a que somente deu continuidade; mentiu ao maquiar números visando a apresentar-se como o melhor presidente da história do país; mentiu, particularmente, quando se dispôs a eleger sua sucessora a qualquer custo. São exemplos as promessas, em palanques, de entrega de obras do PAC que nunca se concretizaram nos prazos prometidos, como a ferrovia transnordestina e o trecho da BR 101 em Santa Catarina.

Outra mentira repetida à exaustão diz respeito à herança maldita que teria recebido de seu antecessor. Tudo que não conseguia fazer ou por incompetência própria ou de seus “companheiros” ou, ainda, por falta de vontade mesmo, era atribuído a problemas recebidos da gestão anterior. Na verdade, herança maldita foi a que legou para Dilma. No afã de vencer a eleição custe o que custar, elevou irresponsavelmente os gastos públicos, gerando pesadas dificuldades para o início do atual governo. Aqui, constata-se um curioso paradoxo. Lula, que alega ter recebido uma herança maldita, seguiu, em linhas gerais, a política econômica do antecessor. Dilma, que afirma ter recebido uma herança bendita, viu-se na contingência de tudo mudar.

Causa espanto, da mesma forma, a absoluta ausência de desconforto, da parte dos integrantes do governo, em face das constantes acusações de corrupção praticadas nas mais diversas esferas. Estranha, também, é o completa falta de constrangimento pelas regalias concedidas a amigos, apaniguados e sindicalistas, sem nenhum critério de mérito envolvido.

Nos últimos dias, a vergonha de nossos homens públicos parece que foi embora de vez. São fatos emblemáticos o perdão concedido a Delúbio Soares – sabe-se lá o que poderia revelar – réu no processo do mensalão ainda não julgado pelo STF e a negativa de filhos e netos de Lula de devolver os passaportes diplomáticos a que, legalmente, não têm direito. Tais foram evidências que levaram-me a apelar a uma paráfrase de antiga cantiga de roda: e a vergonha que era pouca se acabou!

Gilberto Barbosa de Figueiredo é General de Exército da Reserva - Artigo publicado originalmente no site Alerta Total – www.alertatotal.net

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Homofobia, um esclarecimento necessário

Por Hernandes Dias Lopes

A palavra homofobia está na moda. No mundo inteiro discute-se a questão do homossexualismo.

Em alguns países já se aprovou a lei do casamento gay. Aqui no Brasil, tramita no congresso um projeto de lei (PL 122/2006), que visa à criminalização daqueles que se posicionarem contra a prática homossexual.

O assunto que estava adormecido, em virtude de firme posição evangélica contra o referido projeto de lei, mormente na efervescência da campanha política de 2010, ganhou novo fôlego com a nova proposta da senadora Marta Suplicy (PT-SP), que pleiteia a reclusão de cinco anos, em regime fechado, para quem se posicionar publicamente contra o homossexualismo.

Diante desse fato, quero propor algumas reflexões:

Em primeiro lugar, esse projeto de lei fere o mais sagrado dos direitos, que é a liberdade de consciência.

Que os homossexuais têm direito garantido por lei de adotarem para si o estilo de vida que quiserem e fazer suas escolhas sexuais, ninguém questiona.

O que não é cabível é nos obrigar, por força de lei, concordar com essa prática.

Se os homossexuais têm liberdade de fazer suas escolhas, os heterossexuais têm o sagrado direito de pensar diferente, de serem diferentes e de expressarem livremente o seu posicionamento.

Em segundo lugar, esse projeto de lei cria uma classe privilegiada distinta das demais.

O respeito ao foro íntimo e à liberdade de consciência é a base de uma sociedade justa enquanto a liberdade de expressão é a base da democracia.

Não podemos amordaçar um povo sem produzir um regime totalitário, truculento e opressor.

Não podemos impor um comportamento goela abaixo de uma nação nem ameaçar com os rigores da lei aqueles que pensam diferente.

Nesse país se fala mal dos políticos, dos empresários, dos trabalhadores, dos religiosos, dos homens e das mulheres e só se criminaliza aqueles que discordam da prática homossexual?

Onde está a igualdade de direitos? Onde está o sagrado direito da liberdade de consciência? Onde o preceito da justiça?

Em terceiro lugar, esse projeto de lei degrada os valores morais que devem reger a sociedade.

O que estamos assistindo é uma inversão de valores.

A questão vigente não é a tolerância ao homossexualismo, mas uma promoção dessa prática.

Querem nos convencer de que a prática homossexual deve ser ensinada e adotada como uma opção sexual legítima e moralmente aceitável.

Os meios de comunicação, influenciados pelos formadores de opinião dessa vertente, induzem as crianças e adolescentes a se renderem a esse estilo de vida, que diga de passagem, está na contramão dos castiços valores morais, que sempre regeram a família e a sociedade.

O homossexualismo não é apenas uma prática condenada pelos preceitos de Deus, mas, também, é o fundo do poço da degradação moral de um povo (Rm 1.18-32).

Em quarto lugar, esse projeto de lei avilta os valores morais que devem reger a família.

Deus criou o homem e a mulher (Gn 1.27).

Ninguém nasce homossexual.

Essa é uma prática aprendida que decorre de uma educação distorcida, de um abuso sofrido ou de uma escolha errada.

Assim como ninguém nasce adúltero, de igual forma, ninguém nasce homossexual.

Essa é uma escolha deliberada, que se transforma num hábito arraigado e num vício avassalador.

Deus instituiu o casamento como uma união legal, legítima e santa entre um homem e uma mulher (Gn 2.24).

A relação homossexual é vista na Palavra de Deus como abominação para o Senhor (Lv 18.22).

A união homossexual é vista como um erro, uma torpeza, uma paixão infame, algo contrário à natureza (Rm 1.24-28).

A Palavra de Deus diz que os homossexuais não herdarão o reino de Deus, a não ser que se arrependam dessa prática (1Co 6.9,10).

Porém, aqueles que se convertem a Cristo e são santificados pelo Espírito Santo recebem uma nova mente, uma nova vida e o completo perdão divino (1Co 6.11).

domingo, 1 de maio de 2011

Flamengo, campeão da Taça Rio e Camponato Carioca

Ser campeão carioca é bom, mas ser campeão carioca derrotando o Vasco é muito melhor! Como venceu o primeiro turno, o Flamengo, de forma invicta, obteve o caneco sem necessidade da final. O clube da Gávea, agora, tem 32 títulos cariocas, aumentando ainda mais a vantagem sobre o Fluminense, que tem 30.