quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Craqueiras e craqueiros

Por Drauzio Varella


A contragosto, sou daqueles a favor da internação compulsória dos dependentes de crack.

Peço a você, leitor apressado, que me deixe explicar, antes de me xingar de fascista, de me acusar de defensor dos hospícios medievais, ou de se referir à minha progenitora sem o devido respeito.

A epidemia de crack partiu dos grandes centros urbanos e chegou às cidades pequenas; difícil encontrar um lugarejo livre dessa praga. Embora todos concordem que é preciso combatê-la, até aqui fomos incapazes de elaborar uma estratégia nacional destinada a recuperar os usuários para reintegrá-los à sociedade.

De acordo com a legislação atual, o dependente só pode ser internado por iniciativa própria. Tudo bem, parece democrático respeitar a vontade do cidadão que prefere viver na rua do que ser levado para onde não deseja ir. No caso de quem fuma crack, no entanto, o que parece certo talvez não o seja.

No crack, como em outras drogas inaladas, a absorção no interior dos alvéolos pulmonares é muito rápida: do cachimbo ao cérebro, a cocaína tragada leva seis a dez segundos. Essa ação quase instantânea provoca uma onda de prazer avassalador, mas de curta duração, combinação de características que aprisiona o usuário nas garras do traficante.

Como a repetição do uso de qualquer droga psicoativa induz tolerância, o barato se torna cada vez menos intenso e mais fugaz. Paradoxalmente, entretanto, os circuitos cerebrais que nos incitam a buscar as sensações agradáveis que o corpo já experimentou permanecem ativados, instigando o usuário a fumar a pedra seguinte, mesmo que a recompensa seja ínfima. Mesmo que desperte a paranoia persecutória de imaginar que os inimigos entrarão por baixo da porta.

A simples visão da droga enlouquece o dependente: o coração dispara, as mãos congelam, os intestinos se contorcem em cólicas e a ansiedade toma o corpo inteiro; podem surgir náuseas, vômitos e diarreia.

Quebrar essa sequência perversa de eventos neuroquímicos não é tão difícil: basta manter o usuário longe da droga, dos locais em que ele a consumia e do contato com pessoas sob o efeito dela. A cocaína não tem o poder de adição que muitos supõem, não é como o cigarro cuja abstinência leva o fumante ao desespero, esteja onde estiver.

Vale a pena chegar perto de uma cracolândia para entender como é primária a ideia de que o craqueiro pode decidir, em sã consciência, o melhor caminho para a sua vida. Com o crack ao alcance da mão, ele é um farrapo automatizado sem outro desejo senão o de conseguir mais uma pedra.
Veja a hipocrisia: não podemos interná-lo contra a vontade, mas devemos mandá-lo para a cadeia assim que roubar o primeiro transeunte.

A facção que domina a maioria dos presídios de São Paulo proíbe o uso de crack: prejudica os negócios. O preso que for surpreendido fumando apanha de pau; aquele que traficar morre. Com leis tão persuasivas, o crack foi banido: craqueiras e craqueiros presos que se curem da dependência por conta própria.

Não seria mais sensato construirmos clínicas pelo País inteiro com pessoal treinado para lidar com dependentes? Não sairia mais em conta do que arcar com os custos materiais e sociais da epidemia?
É claro que não sou ingênuo a ponto de acreditar que ao sair desses centros de tratamento o ex-usuário se tornaria cidadão exemplar; a doença é recidivante. Mas, pelo menos, ele teria uma chance.

E se continuasse na cracolândia?

E se, ao receber alta, contasse com apoio psicológico e oferta de um trabalho decente, desde que se mantivesse de cara limpa documentada por exames periódicos rigorosos, não aumentaria a probabilidade de permanecer em abstinência?

Países como a Suíça, que permitiam o uso livre de drogas em espaços públicos, abandonaram a prática, ao perceber que a mortalidade aumenta. Nós convivemos com cracolândias a céu aberto sem poder internar seus habitantes para tratá-los, mas exigimos que a polícia os prenda quando nos incomodam. Existe estratégia mais estúpida?

Faço uma pergunta a você, leitor, que discordou de tudo o que acabo de dizer: se fosse seu filho, você o deixaria de cobertorzinho nas costas dormindo na sarjeta?

(Transcrito do Blog do Zé Beto)

E nós pagamos a conta

Por Francisco Espiridião
Êta governinho bão, siô! Concedeu desconto na conta de energia elétrica, legal, não? Uma festa para o consumidor. Detalhe: a dita redução só vai beneficiar a população no mês de março.
O anúncio informal do tal desconto aconteceu em outubro do ano passado, antes das eleições. Imediatamente, as empresas fornecedoras, que de bestas não têm nada, trataram de aumentar a tarifa.
Agora, a presidente anuncia oficialmente o desconto, que, naturalmente, será sutilmente compensado pelos aumentos praticados pelas empresas, diga-se, sob as bênçãos da Aneel.
Antes que o brasileiro sinta no bolso o impacto da redução do preço da energia, eis que este mesmo governo decide aumentar a gasolina, o álcool e o diesel. Reajustes de aplicação imediata.
Em Boa Vista, já tem posto de combustível vendendo o litro da gasolina a R$ 3,04. Ou seja, a sorridente dona Dilma deu com uma mão e tomou com as duas.
Pior é o seu ministro da Fazenda, Guido Mantega. Para ele, o aumento dos combustíveis "é uma pequena correção que não vai atrapalhar ninguém".
É mesmo? Será que os transportes de produtos por este Brasilzão de Deus não vão ser onerados pelos 5,4% de reajuste no litro do óleo diesel?
E dona Dilma, onde está que não aparece? Será que ela terá coragem de ir à TV, em rede nacional, explicar o porquê do reajuste, imitando o que fez com o anúncio da redução da tarifa de energia elétrica?
Fica aqui a sugestão. O brasileiro quer ouvir de sua líder maior uma justificativa. Qualquer que seja, porque pagando essa indigesta conta ele já está.

A PALAVRA QUE DESARMA

Por Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho
 
Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 3.2.13
 
Fazíamos o culto doméstico no dia 30 de janeiro. Usamos o livrete “Presente diário”, e a meditação era sobre Ana. Sempre lemos o texto designado, os textos auxiliares, e a meditação, antes de orarmos. Depois que li a oração de Ana (1Sm 1.9-18), Meacir disse que sempre se sentiu atraída pela resposta de Ana a Eli, quando este a julgou embriagada e a repreendeu. Ao invés de reagir com dureza (“Tá pensando o quê?” ou “Me respeita!”), ela, com humildade, falou a Eli sobre sua aflição. Eli ficou tão desarmado que a abençoou. E Ana ainda saiu agradecendo.
 
Não é sem razão que ela deu ao mundo um filho como Samuel. Mesmo vendo-o anualmente, apenas, ela o marcou. O perfil de Ana é encantador. Que modelo de caráter e de atitudes! Hoje há poucos crentes como Ana e muitos como Nabal, o grosseiro marido de Abigail, que morreu de ataque cardíaco (1Sm 25.36-37), depois de uma crise de grosseria e de, coloquialmente, “encher a cara”. Gente como Nabal, quando não mata com suas palavras, morre por elas.
 
Há muito bateu-levou em nosso meio. Como pastor, por vezes, tenho que conversar com pessoas e corrigi-las. Algumas agem como Ana. Uma parte fica como Nabal. Furiosa. Infelizmente, há mais crentes como Nabal que como Ana. Ela agiu com uma brandura (tinha razões para estrilar com Eli) que desarmou o sacerdote. Não é preciso ser rude quando se está certo. O pior são os que agem erradamente (alguns até anunciam isso) e se zangam se corrigidos: “Ninguém tem nada com a minha vida!”. Então não alardeie seu mau testemunho nem o poste no Face. Jesus foi duro com os que causam escândalos: “Ai do homem pelo qual vem o escândalo” (Mt 18.7).
 
Vivemos numa época em que as pessoas fogem de correção. Querem promessas. Afago no ego. Abisma-me ver o esforço de tantos por aplausos e sua busca de espaço nas comunidades cristãs. Querem ser admirados. Em uma igreja, uma solista se zangou porque o atual pastor não elogiava sua maviosa voz como o pastor anterior fazia, quando ela cantava.
 
O texto que lemos tratava da confiança em Deus, sem amargura. Mas vi outro ângulo: a classe de Ana em sua resposta. Uma mulher espiritual. Educada. Fina. Sabia como responder.
 
Passei o dia pensando na observação que Meacir fez. Sei que não foi indireta dela. Ela é tão Ana que nunca seria indelicada mesmo que obliquamente. Mas pedi a Deus que me torne uma pessoa como Ana, e não como Nabal.
Um cristão deve pedir sempre a Deus que dome seu temperamento e suas palavras. O mundo em geral e a igreja em particular precisam mais de pessoas com o jeito de Ana que de pessoas como Nabal e os filhos de Zebedeu que queriam fogo do céu para destruir os oponentes.
 
Que nossa palavra desarme e não aumente o fogo.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013


A dor da gente

Francisco Espiridião
O que era 231 mortos, hoje, terça-feira, já subiu para 236. A tragédia, ocorrida na madrugada de domingo (27), na cidade de Santa Maria (RS), é algo para se lamentar ainda por muito e muito tempo. Talvez, até o acontecimento da próxima, caso providências não sejam tomadas.
Agora parece ser o momento de se adotar a máxima do Marquês de Pombal, com relação à tragédia de Lisboa, em 1755: hora de enterrar os mortos, socorrer os vivos e reconstruir a cidade (neste caso, a vida).
Falar em punição só teria sentido se fosse feita de forma vertical, de cima para baixo, feito chuva, cujos pingos não mudam de trajetória diante de qualquer circunstância.
Não adianta, portanto, prender os donos da boate e os líderes da banda que, irresponsavelmente, lançaram o tal sinalizador que provocou o incêndio. Há ainda maiores tubarões neste mar, os quais, pelo que parece, não serão alcançados.
Falo aqui das autoridades. De todas elas que têm a ver com o caso. Especialmente daquelas que não fizeram o dever de casa para que o logradouro fosse levado a obter a devida autorização de funcionamento. Funcionamento com segurança para quem paga uma entrada em busca de diversão.
Onde estava o Corpo de Bombeiros para definir que um estabelecimento como a boate Kiss necessitava de mais saídas de emergência, já que fora projetada para receber até mil pessoas? Consta que no momento da tragédia havia entre seiscentas e setecentas pessoas no interior do estabelecimento.
Quando a Eliana foi regularizar o Salão Karen, que funciona num ambiente de 4m x 5m, onde cabem, no máximo, de 8 a 10 pessoas, o Corpo de Bombeiros exigiu a instalação de extintor de incêndio e duas portas de evasão. E mais: em cada uma delas a indicação expressa de "Saída de Emergência".
Onde estavam os fiscais da prefeitura de Santa Maria que liberaram o alvará de funcionamento sem que os donos do estabelecimento tivessem cumprido as exigências mínimas de segurança?
Enfim, tudo o que se disser agora, no furor dos acontecimentos, não passará de mera especulação. De concreto mesmo, só a dor que cada família está sentindo pela perda de seus entes queridos (com o devido desconto pelo clichê). Dor esta que só o tempo poderá amenizar. Jamais extinguir.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

A CRUZ, NOSSA GLÓRIA!



Já declarei minha frustração com o fato de que a cruz foi posta de lado no louvor e na pregação atuais. No visual, alguns a trocaram pela estrela de Davi. Nos cânticos, foi substituída por expressões vazias, como “voar nas asas do Espírito”. Há um cântico que fala do rio que salva. É a salvação aquática, não pela cruz. Muitos púlpitos pregam o trono do cristão na terra (riquezas, saúde plena, vida sem problemas), não o chamado de Jesus para tomar a cruz: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me” (Lc 9.23).

A cruz é ofensiva ao pecador. Ela declara que nossos esforços nada valem para a salvação e que nossa virtude não nos justifica diante de Deus. A cruz diz o que somos sem meias palavras. Ela declara que somos pecadores e que precisamos do perdão que vem dela. Há hoje muito falatório com o nome do Espírito Santo, mas será que o Espírito leva a afastar-se da cruz e a perder o fascínio por ela? O Espírito apaga a cruz na vida da igreja? Sem a cruz a igreja não existe. Nossa redenção efetuou-se nela: “E eles cantavam um cântico novo: Tu és digno de receber o livro e de abrir os seus selos, pois foste morto, e com teu sangue compraste para Deus gente de toda tribo, língua, povo e nação” (Ap 5.9). Somos o povo formado pelo sangue vertido na cruz.

A cruz declara a falência dos homens, mas também o poder de Deus: “Pois a mensagem da cruz é loucura para os que estão perecendo, mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus” (1Co 1.18). Para um mundo em trevas, a cruz não faz sentido, mas foi ela que Deus escolheu e que o Filho aceitou. É nela que o Salvador oferece perdão aos pecadores. Pregação que não exalta a cruz, culto não faz a cruz brilhar e cânticos que não avultam a cruz em nosso coração, falharam.

No salão de cultos da PIB de Nova Odessa está o texto de 1Coríntios 1.23: Bet mes sludinam Kristu krusta sisto (Mas nós pregamos a Cristo crucificado). Isto deveria estar impregnado na vida de cada igreja. Os judeus queriam sinais. Há cristãos com alma judia. Querem sinais de todo jeito. Os gregos queriam sabedoria. Há cristãos com alma grega. Querem filosofar. Deus propõe a cruz. Não há outro plano. É a cruz. Ela simboliza a religião verdadeira: a linha vertical, na direção de Deus. A horizontal, na direção dos homens. Graças à cruz podemos nos relacionar bem com Deus e com os homens.

Não se apague a cruz da nossa mente e do nosso coração. Somos o povo da cruz. Ela é a nossa glória. “Quanto a mim, que eu jamais me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo…” (Gl 6.14).

De um fascinado pela cruz,

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

(Recebido por e-mail)

sábado, 19 de janeiro de 2013

Seria preconceito com o macuxi?



Por Francisco Espiridião

É de lascar! A Gol, empresa de transportes aéreos, lançou, em parceria com a Rapi10 – Viagens Online, para este fim de semana uma promoção em suas passagens. As mais caras de todas, partindo das capitais, são... adivinha quais? As que têm partida em Boa Vista.

E isso não é tudo. A discrepância nos preços praticados é coisa para deixar qualquer um doido ou, na melhor das hipóteses, para mandar prender os donos das duas empresas, tal o disparate em que estão envolvidos.

Na promoção, uma passagem de ida e volta de Boa Vista a Teresina (PI) custa a bagatela de R$ 3.173,00, enquanto que no site da Gol uma de ida e volta de Boa Vista a Buenos Aires (Argentina), custa menos da metade, só R$ 1.327,00.

Vale lembrar que a distância em linha reta de Boa Vista a Teresina é de 2.174 Km. Já de Boa Vista a Buenos Aires, também em linha reta, quase 6 mil Km (5.915 Km).  

Isso me fez lembrar uma conversa que a Eliana teve, dia desses, com o dono de uma loja de cosméticos em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela.

A sede da loja é naquele município, mas mantém uma filial na Avenida Ataíde Teive, na frente do Banco do Brasil, em Boa Vista.

Um produto para alisar as madeixas na loja de Pacaraima custa cerca de 30% mais barato que na loja de Boa Vista.  

A Eliana caiu na besteira de perguntar o porquê de tão grande diferença de preço, e ouviu do dono das lojas, como resposta, o que ela considerou um tapa na cara:

– É que aqui a gente só vende para venezuelanos, e eles não gostam de pagar caro!

Taí, talvez, a justificativa para o preço mais baixo da passagem Buenos Aires – Boa Vista – Buenos Aires: vai ver que os argentinos também não gostam de pagar caro.

Ou não?

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Petrópolis cancela o desfile de carnaval para investir em saúde

Douglas Corrêa, Agência Brasil

O prefeito de Petrópolis, na região serrana do Rio, Rubens Bomtempo, anunciou que não haverá carnaval na cidade e que os repasses, no valor de R$ 1 milhão, que iriam para o desfile das escolas de samba do município, serão investidos na saúde.

A decisão foi tomada durante reunião com o presidente da Fundação de Cultura e Turismo, Juvenil dos Santos, e representantes de escolas e blocos da cidade, que entenderam a situação e concordaram com a providência do governo municipal.

De acordo com o presidente da Fundação de Cultura e Turismo, estruturas como as arquibancadas, por exemplo, não serão montadas, o que não impede que os blocos que queiram sair às ruas desfilem pela Rua do Imperador.

O COLARINHO CERTO

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

(Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 13.1.13)

Briscoe, num de seus livros, contou a história de um homem que foi ao médico porque tinha uma forte dor de cabeça. O médico perguntou se ele fumava e ele disse que sim. “Pare de fumar”, disse o médico. A dor continuou e o homem voltou. “Você bebe?”, perguntou-lhe o médico. “Bebo!”, respondeu. “Pare de beber”, volveu o médico. A dor continuou. De volta ao consultório, o homem ouviu esta pergunta: “Você exerce alguma atividade que produz pressão sobre suas costas?”. “Sim!”, disse. Ouviu isto: “Deixe esta atividade”. A dor não cessou, as consultas continuaram e nada de resolver o problema. Tudo foi solucionado quando se descobriu que o homem usava colarinho 38 e seu número era 39. A solução era simples! Usando o colarinho certo, a dor cessou!


Por vezes, a solução é tão simples, e não vemos. Um pouco mais de bom senso no trato, cautela nos negócios, moderação nas palavras, equilíbrio nas atitudes, e muitas dificuldades seriam evitadas. Não agimos corretamente e dá uma dor de cabeça!

Em outras ocasiões, o problema não dependeu de nós. Mas está lá, e é uma dor de cabeça incessante. Não temos segurança na vida, ou falta tranquilidade em certos momentos. Bate um desconforto, a sensação de que falta alguma coisa que não sabemos explicar. Talvez o que o poeta Cruz e Souza chamou de “saudade do infinito”. Algo que desconhecemos faz uma falta danada!

(Recebido por e-mail)

A vida de Jesus foi vivida sob tensão. A oposição da liderança judaica crescia diariamente. Os discípulos lutavam por poder e não entendiam seus ensinos. Os familiares pensaram que ele era louco. A multidão não o entendia plenamente e quis fazê-lo rei. Sua vida não foi indolor, sem problema algum. Foi agitada, mesmo sendo ele Filho de Deus. Mas em meio a toda tensão vemos um homem seguro, confiante no cuidado do Pai. Eis sua oração junto ao túmulo de Lázaro: “Pai, graças te dou, porque me ouviste. Eu sabia que sempre me ouves…” (Jo 11.41-42)! Jesus entregava tudo ao Pai e confiava no seu poder de tudo resolver.

Dirá alguém que isto é banal. É sim. É tão simples como usar o número correto do colarinho para evitar desconforto. Mas é a essência da fé cristã. Deus ouve, Deus responde, Deus age. O que me espanta não é que seja simples. É a distância entre nosso discurso sobre fé e a incapacidade que muitos têm em descansar na fé. Espanta-me a pouca capacidade de entregar-nos a ela, crendo que “tu sempre me ouves”.

Você está com alguma dor de cabeça? Não a cefaleia, mas um problema que não consegue deslindar nem ver saída? O que tenho a dizer é banal, tão banal quanto usar o número de colarinho correto. Mas vá lá: já entregou a Deus?

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

ONGs internacionais freiam Brasil, diz antropólogo

Após trabalhar na demarcação de oito terras indígenas na Amazônia, o antropólogo Edward Luz denuncia que as ONGs internacionais, que se dizem defensoras de questões indígenas e ambientais, freiam por mais de três décadas crescimento do Brasil.

Em entrevista à revista Infovias, Luz alerta que esses grupos manipulam as minorias para impedir o desenvolvimento do país, visto como “ameaça às superpotências”.
 
Segundo Edward Luz, esse batalhão de ONGs é orquestrado por países como EUA, Inglaterra, Dinamarca, Canadá, Noruega, Alemanha.
Mestre e doutorando pela UnB, Luz explica que hoje a maioria dos grupos indígenas e ambientalistas são financiados por ONGs picaretas.

O pesquisador denuncia ainda a existência de falsos índios. Em 2008, havia 250 demandas de delimitação de terra. Hoje, já ultrapassam 500.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

‘Cotão’: Senado gasta R$ 21 milhões com verba para mandato

Por Adriana Mendes e Flávia Pierry, O Globo
Os senadores gastaram no ano passado R$ 21,5 milhões com o chamado “cotão”, como é conhecida a verba para divulgação das atividades parlamentares, passagens aéreas, hospedagem, alimentação e consultorias — um aumento de 13,45%, comparando-se com o ano anterior, quando esses gastos somaram R$ 18,9 milhões. Em ano de eleição municipal, o aumento foi praticamente o dobro da inflação prevista pelo Banco Central para 2012, de 5,71%.

A cota de exercício para atividade parlamentar, então chamada de verba indenizatória, no valor de R$ 15 mil, compõe essa dotação, além da verba mensal de cinco passagens aéreas de ida e volta, cujo valor varia de acordo com o estado de representação do senador. A mudança foi feita em junho de 2011, após denúncias de irregularidades com a emissão de passagens.

Quem mais gastou em 2012 foi o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR, foto abaixo): R$ 457,3 mil, um aumento de 2% em comparação a 2011, quando ele também liderou a lista de gastos. Mozarildo se licenciou em dezembro para cuidar, por quatro meses, da campanha para o posto de grão-mestre da Maçonaria em Roraima. Procurado, não foi localizado para comentar o assunto.

Contra, mas a favor

Do Blog do Zé Beto (adaptado)

A informação: sete meses após votar por unanimidade pelo fim dos dois salários extras pagos ao ano pelo Congresso e criticar em discursos inflamados o benefício, a maior parte dos senadores aceitou embolsar o dinheiro. O benefício, que soma R$ 53,4 mil ao ano, ainda é pago porque a Câmara até hoje não votou sua extinção.

A constatação: Nenhum senador de Roraima devolveu a grana.

A lista dos que se recusaram a receber o salário extra:

Ana Amélia (PP-RS)
Ana Rita (PT-ES)
Antonio Russo (PR-MS)
Cristovam Buarque (PDT-DF)
João Capiberibe (PSB-AP)
João Costa (PPL-TO)
João Vicente Claudino (PTB-PI)
Lindbergh Farias (PT-RJ)
Pedro Taques (PDT-MT)
Randolfe Rodrigues (PSOL-AP)
Rodrigo Rollemberg (PSB-DF)
Waldemir Moka (PMDB-MS)
Walter Pinheiro (PT-BA)

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Retrospectiva

O blogueiro recebeu, juntamente com vários jornalistas e radialistas, o título de Cidadão Boa-Vistense, em janeiro de 2012. O título foi concedido pela Câmara Municipal de Boa Vista. (Foto France Telles)

Uma luz nas trevas do crack

Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, anunciou ontem que dentro de dez dias o governo vai agir para internar compulsoriamente os usuários de crack, ou seja, mesmo contra a vontade dos dependentes. É um bom começo, apesar de tardio e em meio à devastação que a droga está fazendo numa multidão em todo o Brasil. Resta saber se haverá tratamento adequado e, mais que isso, como será o acompanhamento depois do internamento pois, como se sabe, não há cura para essa doença, mas controle – e é fundamental que o dependente tenha algum vínculo para não esquecer o problema, como frequentar grupos de mútua ajuda (Narcóticos Anônimos) e ter suporte terapêutico. 

(Transcrito do blog do Zé Beto)