quinta-feira, 29 de agosto de 2013

MARIA DAS NEVES MADRUGA SARAIVA.



    O dia de hoje é muito especial para esta linda jovem Senhora, que hoje está virando mais uma página no livro de ouro de sua preciosa existência. São 65 anos de longevidade, saúde e muita sabedoria. Estou com 76 anos e somos casados há 47. Que beleza! Muitos se sentem reservados, deprimidos e humilhados pela idade longévica que ostentam e não os agrada quando têm necessidade de revelar a realidade de sua existência para alguém, como se isso fosse um pesadelo em suas vidas. Longevidade e saúde são dons de Deus, que a Ele se deve agradecer diuturnamente.


Não desperdiça a oportunidade que Deus lhe dá, porque Ele poderá não lhe conceder outra vez. Dou graças ao Senhor, por ter me dado Nevinha como consorte, numa união duradoura que está indo para quase meio século. Abraão tinha 100 anos e Sara 90, quando conceberam Isaque, pois era uma promessa de Deus e eles acreditaram. Muitas bênçãos vieram após a concepção dessa Dádiva Divina que lhes foi concedida. Por isso somos filhos amados de Deus e descendentes de Abraão.
  Maria das Neves Madruga Saraiva é uma Paraibana nascida a 05 de agosto de 1948, na cidade de Bananeiras, relativamente próxima a capital. A data de seu nascimento é um dia venerável em que se comemora festivamente o aniversário da padroeira da cidade de João Pessoa, a milagrosa santa Nossa Senhora das Neves. Daí ter recebido o nome de batismo de Maria das Neves e carinhosamente ser chamada de Nevinha.  Logo cedo a família foi residir em João Pessoa, por melhores conveniências que a cidade oferecia, sobretudo, no aprimoramento para a educação dos filhos. Na capital paraibana Nevinha recebeu uma boa formação escolar, com início no colégio Lins de Vasconcelos, na capital, que se complementou com o período vivido no Colégio Santa Rita, na cidade de Areia, em regime de internato, no qual as educadoras eram Freiras Italianas. Até hoje Nevinha guarda com imensa saudade a lembrança carinhosa da Madre Idelfonsa, de quem recebeu luminares orientações de vida e sábios ensinamentos. Que Deus a tenha em bom lugar na eternidade. O Curso Superior, em Estudos Sociais, fez na Universidade Federal de Santa Maria, RS, em 1976. E o Curso Superior, em História, realizou na Universidade Federal do Pará, em 1982. Foi Professora e Orientadora de Aprendizagem no Centro de Estudos Supletivos (CES) desde sua fundação até sua aposentadoria em 1998. Tem Diploma de Técnico de Segundo Grau em Patologia Clínica, curso realizado pela Secretaria de Saúde do Estado de Roraima.
  Casada com Francisco de Assis Campos Saraiva, Oficial do Exército, veio para Boa Vista, capital do então Território Federal de Roraima, em 12 de abril de 1971, acompanhada do marido e de três filhos menores: Alecsandra Verônica Madruga Saraiva, Ricardo César Madruga Saraiva e Adriana Kelly Madruga Saraiva. Nesta cidade nasceu Andréa Patrícia Madruga Saraiva e Ariádna da Conceição Madruga Saraiva. Em Boa Vista Nevinha se dedicou a Escola Pública no ensino médio, tendo lecionado na Escola Estadual Monteiro Lobato. Escola Estadual São José e na Escola Barão de Parima. Nos Estabelecimentos de Ensino onde passou, deixou evidenciados sua grande capacidade profissional, dedicação, esmero, zelo e o exemplo edificante a todos que com ela comungaram na árdua e relevante missão de ensinar e educar em nosso País. Hoje, é uma Professora aposentada e muito querida no seio desta comunidade, pois cada ex-aluno que a encontra, faz aquele gesto de cumprimento respeitoso, como se fosse de um súdito fiel ao seu senhor e beijando-lhe a mão, agradece ao Pai Eterno por ter colocado como mestra em sua vida escolar uma pessoa afável, prestimosa e especial como a distinta Professora Maria das Neves, uma criatura linda por natureza e de um coração magnânimo e jubiloso a toda prova. Hoje, o casal Maria das Neves Madruga Saraiva e Francisco de Assis Campos Saraiva sentem inusitado orgulho por serem filhos adotivos de Boa Vista - Roraima e portadores da MEDALHA DE HONRA AO MÉRITO RIO BRANCO, a mais distinta honraria do Município de Boa Vista, títulos que lhes foram outorgados pela Câmara Municipal de Boa Vista, pelos inestimáveis serviços prestados a esta comunidade, em cuja cidade residem por mais de quatro décadas, com acendrado amor  a todos que comungam de nossos préstimos e isto é muito salutar e gratificante para nossa existência, como pessoas, profissionais e servos obedientes a palavra do Senhor.
Nevinha é uma abnegada mestra temente a Deus e virtualmente solícita em ajudar carinhosamente aos que estão em sua volta carentes de seus préstimos. É meiga e generosa e demonstra uma jovialidade a toda prova numa atenção cordial ímpar aos entes queridos, esposo, filhos, netos, sem se descurar da afabilidade que dispensa aos afilhados, amigos, ex-alunos e mais pessoas que chegam para lhe dar os cumprimentos pela sublime data que transcorre e sentir mais próximo o calor humano, a vitalidade e a paz espiritual que ela transmite. Estamos na presença de Deus, orando e vigiando e fazendo a Sua Santa Vontade e transmitindo ao nosso irmão carente a luz e a força redentora que nos vem do Altíssimo, daí a paz espiritual que sentimos, vivemos e anunciamos a todos que estão em nossa volta. Parabéns, NEVINHA. Com beijos e abraços carinhosos é o que há de mais puro e precioso que podemos lhe oferecer em uma data tão significativa para você e a todos nós. O grupo coeso e dinâmico de trabalho do LABORATÓRIO DE ANÁLISES E PESQUISAS CLÍNICAS LOBO D’ALMADA LTDA, do qual você é líder, titular e colaboradora prestimosa no dia-a-dia, se confraternizam com o jubilar evento, desejando-lhe muita paz, bonança, prosperidade, grandes realizações e longevidade na data auspiciosa que hoje ver passar. São os nossos votos de paz, harmonia e muita felicidade a essa pessoa distinta, querida e humilde, que aprendemos a amá-la de coração! “Invoca-me, e te responderei, anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes.” (Jeremias 33.3).

Boa Vista – Roraima, 05 de Agosto de 2013.

___________________________________________
FRANCISCO DE ASSIS CAMPOS SARAIVA
Esposo de MARIA DAS NEVES MADRUGA

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Os black blocs e o politicamente correto

Por Francisco Espiridião 
 
E os black blocs, hein? Vão continuar altaneiros, fazendo das suas? Quantos deles, de caras tapadas, estão atrás das grades por deixarem suas impressões digitais nos quebra-quebras que promovem? Agem como nuvem de gafanhotos, devastando tudo o que veem pela frente.
Vão mesmo continuar depredando repartições públicas e estabelecimentos privados, como concessionárias de automóveis e agências bancárias? Continuarão a disseminar o terror na população sem que nada lhes ocorra capaz de barrar a sanha destruidora?
Tapar a cara e sair por aí praticando vandalismo não parece uma boa prática. Parece mais um ato de extrema covardia em tempos de democracia. Afinal, tudo hoje é permitido – desde que se faça dentro da lei. Até porque fora dela não seria democracia. Ou não?
Até quando os desvairados de caras tapadas vão usar e abusar de manifestações legítimas para tomar de assalto o País, tornando-o terra de ninguém? Até quando as autoridades vão assistir de braços cruzados ao espetáculo de horror praticado por essa súcia?
Há quem lhes dê o suporte para que o tal espetáculo se perpetue. Os partidários do politicamente correto (aí, diga-se, boa parte da imprensa) permitem que a violência tome proporções alarmantes. Como? Ao enxergar no aparelho repressivo a encarnação da truculência.
Veja-se a que ponto este país chegou. O policial militar precisa distribuir beijinhos e flores ao enfrentar os tais black blocs, que vêm armados de coquetéis molotovs, pedras e paus. Qualquer ação mais incisiva por parte do PM é taxada de abuso de autoridade, de ato fora do contexto.
 Um policial militar, enfim, quando em serviço, pode ser espancado. Tudo bem. Pode até morrer no enfrentamento aos vândalos. Mas ai dele se fizer uso dos meios que o Estado lhe confia para bem desempenhar sua função, que é manter a ordem e a tranquilidade públicas.
Enquanto isso, o sentimento de que o País poderia mudar em consequência da voz rouca das ruas vira sorvete em asfalto quente. Ao invés de proveitosas, as manifestações têm o poder de pôr mais lenha na fogueira, fazendo com que tudo continue como sempre foi: uma lástima.

Após protesto violento, rastros de destruição vão da zona sul ao centro do Rio

Da Folha de S.Paulo

Um dia após mais um protesto violento deixar ao menos duas pessoas feridas no Rio, rastros de destruição se espalhavam pela rua das Laranjeiras, zona sul, até o centro da cidade, na manhã desta quarta-feira. Ônibus, agências bancárias, latas de lixo e uma concessionária foram depredadas.

Segundo a PM, depois de provocações, os manifestantes tentaram passar por um bloqueio, atirando pedras portuguesas e fogos de artifício contra policiais. Um PM ficou ferido na cabeça e precisou levar oito pontos no Hospital Central da Polícia Militar, no Estácio, zona norte.


Num tumulto no Largo do Machado, zona sul, uma estudante ficou ferida no rosto e foi encaminhada para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro. Ainda não há informações se ela foi atingida por uma pedra ou por uma bala de borracha. Até as 10h, a Secretaria de Saúde não havia informado o estado de saúde da jovem.

No total, 10 pessoas foram detidas, entre elas um adolescente. Eles foram conduzidos à 5ª DP (Mem de Sá), onde assinaram termo circunstanciado por desacato e resistência e foram liberados. Um dos suspeitos tinha passagem por roubo e furto no Estado de São Paulo. Os nomes deles não foram divulgados.


Felipe Dana/Associated Press
Homem reclama sobre ser atingido pela polícia após cair no chão em um protesto próximo à sede do governo do Estado do Rio
Homem reclama sobre ser atingido pela polícia após cair no chão em um protesto próximo à sede do governo do Estado do Rio

Os tumultos começaram, por volta das 20h30, depois que manifestantes seguiram para o Palácio Guanabara pela rua Pinheiro Machado e encontraram no caminho uma barreira policial. Na confusão, a PM disparou balas de borracha, bombas de efeito moral e gás de pimenta, além de usar armas de choque. De acordo com a polícia, os manifestantes revidaram atirando pedras portuguesas e jogando fogo em lixeiras e objetos depredados no meio das ruas. Os jovens também atiravam coquetéis molotovs contra os policiais.

Sobre as cápsulas de calibre 380 apresentadas por manifestantes na delegacia, a PM afirmou em nota que a pistola utilizada pelos policiais militares é de calibre.40. A corporação nega que algum policial tenha usado arma letal no protesto.

A Mídia Ninja (Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação) gravou imagens de ativistas sendo agredidos por PMs com cassetetes. As cenas são exibidas nas páginas dos manifestantes no Facebook. A polícia também distribuiu imagens de ataques de ativistas contra os policiais.

Vidraças de pontos de ônibus também foram destruídas. Ao menos dois carros de uma concessionária da Volkswagem foram depredados em Laranjeiras. Pedras arremessadas por manifestantes estilhaçaram as portas de vidro do estabelecimento.

"Fica o prejuízo muito mais moral porque a gente tem seguro. É a indignação de você trabalhar, gerar emprego, pagar imposto e está sujeito a esses vandalismos", disse o sócio gestor da concessionária, Francisco Veríssimo, à Folha.

"Que geração de jovens é esta?"

Por Ricardo Noblat

Médicos cubanos foram vaiados, humilhados e ouviram impropérios quando deixavam ontem à noite uma sessão de treinamento em Fortaleza.

A foto abaixo é emblemática de uma situação que deveria nos fazer corar e refletir.

Foto: Site 247

Médicos de diversos países aceitaram o convite do governo brasileiro para trabalhar nos 711 municípios mais pobres do país onde nossos médicos se recusaram a servir.

Não estão aqui tomando o lugar de ninguém. E, no caso dos cubanos, estão aqui para ganhar menos da metade do que ganhariam médicos brasileiros.

A outra metade vai para os cofres do governo da ilha.

Os jovens da foto têm idade para ser nossos filhos ou até netos.

Que geração egoísta, mesquinha, rude e desinformada é essa que estamos criando?

Onde ela guarda valores como solidariedade, respeito, ética e compaixão?

Incapaz de sacrificar temporariamente seu conforto, revolta-se contra quem é capaz de fazê-lo.
Vergonhoso! E imperdoável!

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Perplexidade



Por Francisco Espiridião

Não posso negar que fiquei perplexo com a repercussão espetaculosa do caso do brasileiro David Miranda. O rapaz ficou detido por quase 9 horas no aeroporto de Heathrow, em Londres, nesta semana.

Miranda voltava da Alemanha para o Rio de Janeiro, depois de entregar à documentarista Laura Poitras informações sobre espionagem cibernética na Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) praticada por Edward Snowden, ex-agente da CIA.

Tanto Miranda quanto o marido, o jornalista americano Glenn Greenwald, não são bobos. Sabiam do risco que o brasileiro corria em aeroportos internacionais. O que ele estava fazendo era, no mínimo, temeroso.

Não deu outra. Foi detido. Aos costumes. Ficou incomunicável com base em lei inglesa sobre terrorismo. Afinal, o ato que cometia envolve, como direi... terrorismo – praticado inicialmente por Snowden e continuado por Greenwald, que publica suas indiscrições.

Minha surpresa e perplexidade estão no fato do grande estardalhaço que o governo brasileiro dispensou ao caso. O Itamaraty divulgou nota de repúdio. E, a Rede Globo – como a maioria da grande imprensa nacional – dispensou longos e bons minutos para o assunto.

Quase o mundo caia com a detenção do brasileiro. Parecia até fato inédito. Tudo, no entanto, passaria em brancas nuvens caso o envolvido não fosse negro e, por cima, homossexual. Afinal, o mundo é gay.  

Exemplos são vários. A brasileira Dionísia Rosa da Silva, de 77 anos, por exemplo, viajou em março do ano passado para a Espanha. Foi visitar uma filha e o genro que ali moram. Não saiu do aeroporto de Barajas, em Madrid. Antes de ser deportada, ficou retida por três dias.

Esse é apenas um caso dos quais o governo brasileiro – o Itamaraty – tomou conhecimento e não fez nenhum alarde à la Miranda. Nem o Jornal Nacional abriu mega reportagem a respeito.

A reação do Itamaraty no caso Miranda não causaria nenhuma espécie, a mim pelo menos, caso fosse uma pratica usual. Infelizmente não é isso o que se vê.

A referência ao fato de o mundo ser gay é totalmente pertinente. Você pode chamar o pastor de ladrão o tempo todo. Nada acontece. Mas vai chamar um gay de veado... Logo ele te enquadra num crime de preconceito, que é inafiançável. Inacreditável!

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Se os bancos falassem

Por João Bosco Leal (*)

Ao fotografar um banco localizado em um Parque que visitava na cidade de Ribeirão Preto, no interior do estado de São Paulo, uma amiga extremamente querida que me guiava magistralmente no conhecimento cultural daquela cidade, sugeriu que eu escrevesse sobre o mesmo.

Comentamos brevemente sobre quantas histórias já haviam se passado sobre aquele banco, mas diante de tantos detalhes, curiosidades e questionamentos que eu fazia sobre aquele e outros locais que estava conhecendo, o assunto não teve continuidade.

Analisando as fotos da viagem, quando vi a foto do banco lembrei-me de sua proposta e de como, realmente, sobre cada um dos milhões de bancos de praças e parques já ocorreram, foram contadas, discutidas e até articuladas as mais diversas histórias.

Quantas alegrias e tristezas foram narradas e vividas por pessoas que neles se sentaram. Escritores e poetas já os utilizaram para ali escrever seus contos, livros e poesias. Amizades nasceram, foram estremecidas ou até mesmo rompidas por declarações sobre eles realizadas.

Namoros foram iniciados, vividos e terminados, sobre bancos de praças. É imensurável e inimaginável a quantidade de promessas de amor eterno que já foram realizadas por quem sobre eles um dia já esteve.

Quem neles nunca descansou depois de uma longa caminhada, de exercícios físicos ou de um passeio, foi porque certamente nunca visitou um parque ou praça onde normalmente estão localizados.

Trabalhadores das obras próximas deles se utilizam para, apoiando nas pernas sua marmita, se alimentar com a comida vinda de casa, preparada ainda durante a madrugada, enquanto mendigos e pessoas em condição de extrema pobreza os utilizam como cama, onde descansam ou dormem.

Senhores, normalmente já aposentados, neles se sentam quase que diariamente ao lado de seus amigos e conhecidos, para passar seu tempo contando sobre sua vida, suas experiências e seu espanto com a rapidez com que tudo evolui atualmente.

Os mais jovens e dedicados ao aprendizado deles se utilizam para, em companhia de colegas de escola, tirarem dúvidas e estudarem para a próxima prova, partilharem das novas tecnologias e, claro, como todo jovem, combinarem quando e onde será a próxima diversão.

Como eu, milhares neles já se sentaram simplesmente para, passivamente e em silêncio, admirar a natureza que os circundava. Nas praças e parques é comum vermos pessoas neles sentadas, esperando os filhos e netos que brincam na areia ou grama próxima.

Acordos dos mais diferentes tipos foram pactuados por quem neles estava. Ali já se soube sobre um novo emprego que se necessitava, se iniciaram negociações sobre os mais diversos temas e objetos móveis e imóveis foram comprados e vendidos.

Milhares de ações de corrupção foram realizadas por quem neles se assentou para discutir seus detalhes e gente inescrupulosa ou até mesmo criminosa, neles se apoiou para tratar de assuntos ilegais, proibidos e inconfessáveis, como se estivessem simplesmente conversando.

No decorrer dos séculos uma infinidade de articulações políticas, algumas que provocaram até guerras, milhões de mortes e mudaram a história da humanidade, foram realizadas por pessoas que neles estavam sentadas.

Se os bancos falassem, certamente a história seria outra.

*Jornalista e empresário; www.joaoboscoleal.com.br

domingo, 11 de agosto de 2013

O NOVO TEÓLOGO DA VEJA

Isaltino Gomes Coelho Filho

                Assino a “Veja” há anos. Gosto de lê-la e sua chegada em casa (em Macapá, três ou quatro dias após surgir nas bancas – se o entregador não erra o endereço) é bem saudada. Junto com outras publicações, ela defende um Estado soberano, democrático, de leis e ordem, que alguns que pensam em democracia como a imposição de suas idéias rejeitam (os que sabem o que é melhor para o povo – na melhor aristocracia platônica, mas de esquerda). São os que querem a democratização da imprensa (controlada pela máquina partidária) e que falam em monopólio da informação, esquecidos que monopólio alude a um, e que havendo muitos poderia, na pior das hipóteses, se chamar oligopólio. Nem a língua portuguesa o pessoal saber usar.  Bem, há quem goste de “muito pouco”, ao invés de “pouquíssimo (se algo é pouco não é muito).

                O problema são alguns colunistas que desejam teologar. Acho isso incrível. A turma não quer a Igreja Católica e as igrejas evangélicas opinando sobre a vida secular, mas quer o direito de ditar à Igreja e às igrejas uma agenda. Querem um estado leigo (o que quero também), mas querem uma igreja secularizada.
Primeiro foi Maílson da Nóbrega, que saindo de sua área de conhecimento, Economia, onde é muito bom, postou o artigo “Falácias e verdades”, na “Veja” de 26.9.11. Afirmou que a Bíblia dizia que o Sol girava ao redor da terra e assumiu a versão burlesca e falsa do julgamento de Galileu, que teria murmurado entre os dentes “Mas ela se move”. Mentira e burla que detratores da Igreja espalharam. O Dr. Maílson alcandorou à esta patacoada o senso de fato. Respondi-lhe no artigo “Falácias e verdades ou: Maílson da Nóbrega, pergunte antes de afirmar” (ver no site www.isaltino.com.br).

Impressiona como as pessoas falam bobagens sobre a Bíblia, sobre o cristianismo e sobre a Igreja e as igrejas sem conhecer nada. Meu desencanto total com a maçonaria se deu com a leviandade habitual de um “maçonólogo” (cada uma que aparece!) que escreveu um artigo ridículo sobre o Livro de Enoc, como eles grafam, com um monte de tolices, ignorâncias e mentiras tão grotescas que só fanatizados aceitam. Ignorante de que há vários livros atribuídos a Enoque, o autor fala de um só, que a Igreja tirou do cânon porque ia contra sua posição teológica. Poucas vezes, em tão poucas linhas, vi tanta bobagem junta. Enviei uma carta à redação da revista e entreguei cópias a vários maçons de destaques. Como uma instituição que diz prezar a verdade publica tanta bobagem, com ar de pesquisa? O maçonólogo, que não é “verdadólogo”, continua ditando escrevinhação! Isso me aborrece! O mundo é medíocre, inculto, desconhece fatos e insiste em afirmar abobrinhas em alto e bom som!

Na “Veja” de 7.8.13, J. R. Guzzo escreveu “Pensamento simples”. Assume o papel de “teólogo” que dita à Igreja uma agenda que ele acha correta. Uma questão deve ser estabelecida desde o início: a Igreja é a única instituição sobre a face da terra que reivindica autoridade divina. Se o pessoal concorda ou não, se gosta ou não, não vem ao caso. Mas se a Igreja e as igrejas perderem essa noção de substância, nada podem fazer. Nivelam-se a qualquer outra instituição. Sequer merecem o espaço que lhe dão. Não compete aos de fora ditarem a agenda da Igreja e das igrejas. Parece-me com a postura do “cristianismo alemão” e das igrejas controladas em países comunistas: “Vocês pregam o que nós dizemos”. Não querem os palpites da Igreja? Recusem-nos. Mas não deem seus palpites à Igreja.

Guzzo afirma que a Igreja deve cumprir o Sermão da Montanha, que ela nunca cumpriu, e que é “o texto mais importante do Evangelho”. Ele deve possuir um “importantômetro”, que mede o grau de importância das passagens bíblicas. E não deve ter lido todo o Novo Testamento para uma visão global de seu ensino, e assim não entendeu o Sermão do Monte quando o leu. Sua função, no evangelho de Mateus, é mostrar aos cristãos de pano de fundo judaico, que a antiga ordem já passou. “Moisés disse” é trocado por “Eu, porém, vos digo”. “Ouvistes” é substituído por “Mas eu vos digo”. Jesus estabelece que é o seu ensino e não a bagagem passada que deve ser carregada. Tanto que o ponto de julgamento (Mt 7.24-27), não é mais a Torah,  a lei dos judeus, mas “estas minhas palavras”. Findo o sermão, a multidão se admira da qualidade do seu ensino, em oposição aos dos fariseus, cerne teológico do judaísmo. Estes transformaram a religião em matéria de ritos, gestos, roupas pomposas, celebrações teatrais. Jesus a traz para o interior. “Tu, porém, entra em teu quarto”.  Até o “Pai nosso” deveria ser recitado na vida privada, e não na praça. Jesus internalizou a religião, tirando-a da gestualidade teatral que inclusive sucede nas viagens papais e em algumas seitas neopentecostais, em que a entrada do pastor é saudada com o toque do shophar, cena para lá de grotesca!

Lendo todo Mateus, Guzzo terá uma noção melhor do papel do sermão do monte, por que está ali, enquanto que, em Lucas, se localiza em outro momento histórico. Os dois evangelistas usaram-no em seus contextos literários, inserindo-os como parte (e não a totalidade) da mensagem cristã, mostrando que sua ética permeia o evangelho, mas não é a essência do evangelho.

Ao dizer que ela nunca cumpriu o Sermão da Montanha, ele ignora fatos. A Igreja teve falhas enormes, mas humanizou o mundo. Quantos hospitais, trabalhos com hansenianos, ajuda a mendigos, e apoio a necessitados a Igreja e as igrejas têm cumprido! Guzzo ignora a luta social de Wilberforce. Ignora Madre Teresa da Calcutá. Ignora Martin Luther King Kr, com sua resistência pacífica, tirada do Sermão. Quando a polícia veio agredir os negros, King mandou que se sentassem e apanhassem. Ali eles venceram! Guzzo ignora Visão Mundial, Compassion, o trabalho de Charles Colson pela humanização dos presídios. Ignora Schweitzer, ambulatórios e escolas para carentes feitos pela Igreja e pelas igrejas. Até mesmo a Ordem Franciscana. Ignora que o trabalho dos batistas tirou mais gente do crack que a política de tolerância governamental. Que nossos orfanatos mudaram o destino de mais crianças que a Fundação Casa. Vamos fazer um levantamento?

Lendo o Novo Testamento, Guzzo verá que o mais importante da Bíblia não é sua ética, mas a obra de Jesus Cristo efetuada na cruz. Pode não gostar disso, mas não faz diferença porque é isso. Não gosto de Marx, mas não posso dizer que Marx ensinou o que eu acho que ensinou, e que destoa do que ele escreveu. Os quatro evangelhos terminam com a morte e a ressurreição de Jesus. As cartas do Novo Testamento, bem como o livro de Atos tratam deste assunto, como sendo a culminância do judaísmo e o tema central do cristianismo. O judaísmo é o vinho velho. Em Jesus chega o vinho novo. Paulo disse que o evangelho é isto: “Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras e ressuscitou dos mortos segundo as Escrituras”. O mais importante na Bíblia, Sr. Guzzo, é a pessoa de Jesus, e não uma parte de seus ensinos. A igreja de Cristo foi fundada com base nesta pergunta: “E vós, quem dizeis que eu sou?”. Não foi “Que achais do Sermão do Monte?”.

O autor encerra o artigo falando sobre o Sermão da Montanha: “’… é nele que Cristo ensina que o homem tem que ser honesto, tolerante e generoso, tem de dizer a verdade, saber perdoar e buscar a justiça, viver em paz e amar o próximo”. Jesus não precisaria vir o mundo para dizer isto. Foi dito no Antigo Testamento, e com muito mais ardor pelos profetas que por ele. Dizem as pessoas sem muita noção: “Ele foi morto porque pregou o amor e a paz”. Engano. Para que morrer por dizer isto se isto fora dito milhares de vezes, antes? Ele ensinou a si mesmo, não uma verdade atrás da qual se escondeu. Lendo os evangelhos, se verifica que o tema de Jesus foi Jesus. Praticar sua ética é consequência de crer em sua pessoa e comprometer-se com ela.

Quanto à tolerância com gays, a opção pelo celibato e a negação do concubinato (viver com outra pessoa sem ser casada com ela – políticos casados não têm mais amantes, mas namoradas), desculpe. Sr. Guzzo, não lhe compete dizer à Igreja o que fazer. A questão não é “não pode isso não pode aquilo”. A questão é de valores que a Igreja adotou, e em que sua cosmovisão fazem sentido (as questões de varejo) porque mexem na questão do atacado. Não é tão simples assim. Não entender isso é ser simplório. A Igreja teria que mudar em cada geração, perderia sua autenticidade, voaria ao sabor dos ventos, nada teria a dizer ao mundo. O simples é isto: ela é voz de Deus ou eco da voz dos homens?

Sobre seu argumento que parece ser o desencadeador da argumentação, quando o Papa diz que “Se uma pessoa é gay, procura o Senhor e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la?”. É uma pergunta retórica. Qualquer um pode buscar ao Senhor. É óbvio. Mas há comportamentos que a Bíblia diz que o Senhor não aceita. E a Igreja e as igrejas não têm autorização para uma nova Bíblia. Soa confuso? É simples: a Igreja não se vê como uma ONG criada para satisfazer as pessoas e massagear seu ego. Ela tem valores muito ricos, que vêm de milhares de anos, não pode se pautar pelas novidades que surgem. Ela já foi usada, indevidamente, para defender a escravidão e a violência. Como a frase de José de Anchieta: “espada e vara de ferro, que é a melhor pregação”. O contexto cultural de Anchieta adaptou a mensagem do evangelho. A Igreja de verdade, muitas vezes, terá que ir contra a cultura vigente. O verdadeiro evangelho refuta essas práticas. Como o infanticídio, a poligamia e o canibalismo eram práticas sociais aceitas e saudáveis, até que o evangelho as condenou. Sempre haverá choque entre os valores da Igreja e os do mundo. Por causa da maciça propaganda gay, o homossexualismo está em alta. Quem discorda (mesmo sem combater) é homófobo. Parece que a única virtude válida hoje é a tolerância, vista como uma caminhada na direção da ditadura do pensamento único, que abole a concepção de democracia. Só que a tolerância é sempre com os do mesmo lado. Podemos ser chamados de ”fundamentalistas” por gente que sequer sabe a origem do termo. Mas se chamarmos alguém do outro lado de “devasso”, estamos em maus lençóis. Se discordo de alguém, sou preconceituoso. Se alguém discorda de mim, usa de seu direito de expressão. É a pasteurização conceitual.

O que querem não é a humanização da Igreja, mas seu amordaçamento. Ela é vista como quem deve apoiar tudo o que os homens fazem, pois sua função é tornar pessoas felizes. Isso é ser simplório. Adaptar a mensagem do evangelho às épocas e aos quereres humanos simplesmente a aniquilaria. Se é para dizer que tudo é certo e que podem fazer o que quiserem que a Mamãe Igreja perdoa os filhinhos, ela não é necessária. Em tempo, sou protestante. A igreja não me é mãe, mas irmã.

A Igreja e as igrejas não devem buscar popularidade e aplauso do mundo. A multidão que gritava “Hosana ao Filho de Davi”, menos de uma semana depois gritava “Crucifica-o!”. Como ministro religioso não busco aplausos. Nem do rebanho que Deus me confiou. Busco ensinar o que a Bíblia diz. As pessoas devem obedecê-la e não tenho autoridade para ajustá-la ao querer humano. Quem não concordar não concorde. Da mesma forma com a Igreja. Quem não concorda com ela, paciência. O que não se pode é ter uma Igreja para cada tipo de pessoa. A concepção dominante, aqui, é o conceito de Igreja. Ela tem origem espiritual, com valores eternos, ou é uma instituição humana? Ela tem uma mensagem da parte de Deus aos homens ou é um organismo que toma decisões pela opinião pública e assim revê seus valores pelo viés da vontade humana? É a Bíblia ou o Ibope?

Críticos da Igreja e das igrejas: vocês já tentaram ouvir? Já lhes passou pela cabeça que podem estar errados e que devem acatar a primeira mensagem da igreja cristã? Em tempo: a primeira mensagem da igreja cristã não foi o amor, mas o chamado ao arrependimento, à mudança de atitudes e uma nova vida com Deus. Já pararam para pensar que devem mudar de vida? Há uma possibilidade mínima de que estejam errados, em seu culto a si e aos seus desejos?

Releia o Sermão da Montanha, Dr. Guzzo. Leia as cartas do Novo Testamento. Veja o todo para entender a árvores. Absolutizar o ensino do Sermão da Montanha é ver uma folha e pensar que viu a floresta.
Meus respeitos. Já li muito do senhor, e admiro sua competência. É a primeira coluna que leio na Veja.  Continuarei lendo e respeitando como intelectual que me instrui. Continuo lendo Maílson da Nóbrega. Que é competente. Só não leio mais o Xico Trolha por causa do seu Enoc. Deste pulei fora. Leviandade me agasta.

Do meu leito, na Unimed de Macapá,

Isaltino Gomes Coelho Filho

(Recebido por e-mail)

sábado, 10 de agosto de 2013

CONVOCANDO HOMENS VISÍVEIS

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 11.8.13

Começo por um livro que li,   de Jeanne Ray. Eis o enredo: Algumas mulheres tomam três remédios: Premacore, Ostafoss e Singsall, além de aplicarem Botox. São medicamentos para as mulheres em certa faixa etária, passando pelas complicações do envelhecimento. Com isso, tornam-se invisíveis. Isto se chama realismo fantástico. A autora mostra que elas já eram invisíveis para a família. Os filhos de uma só notaram a invisibilidade da mãe meses depois. Alguns maridos nem notaram. Jeanne mostra a depreciação da mulher como pessoa. Ela é útil para satisfazer o marido e ser doméstica de filhos adolescentes grosseiros que mal a notam. O livro é genial. Quem sabe ler (não apenas ver palavras, mas decodificar textos) sente o impacto do que é ser mulher numa cultura que glorifica o homem, a estética feminina e dá todo poder aos jovens. Provocativo!

 Tais mulheres eram apenas objetos que homens usavam. E filhos adolescentes mal educados exauriam. Eram pessoas emocionalmente invisíveis. Quando, na ficção, ficaram invisíveis fisicamente, sequer se notou isso.

Agora, a palavra aos pais. Receio o culto a pessoas nas igrejas. Já há semideuses demais no cenário evangélico e não precisamos de mais. No Dia do Pastor, agradeça-se por sua vida. Ore-se por ele. Igualmente no Dia da Esposa do Pastor (que a Central lembra!). Também no Dia dos Pais e no Dia das Mães. Já vi muito culto às mães. Eu tive mãe. Não nasci de chocadeira, mas entendo que há limites para o sentimentalismo que grassa e medra sobre a lucidez em nosso meio.

Mas o que tem o livro citado, a diatribe acima e o Dia dos Pais? Com o fato de que a grandeza de um pai (marido, líder da família) é ser provedor do lar. Não somente em nível material, pois muitas mulheres sustentam seu lar, mas o provedor de liderança, de segurança e equilíbrio para a família. O pai verdadeiro e marido autêntico não é o que manda, mas o que sinaliza liderança confiável e presta segurança emocional à sua casa. O homem em que a mulher e os filhos confiam e em que se amparam.

Digo, de brincadeira, que no céu pegarei senha para conversar com Paulo uns vinte anos. Levantarei uma questão com ele, pois disse que foi Eva quem caiu e induziu Adão, mas nunca disse que naquela hora Adão deveria estar junto da esposa. O momento mais difícil da vida dela, decisivo para ela e para a humanidade, ela enfrentou sozinha. Onde estava seu marido?

Homens de verdade são pessoas presentes. Há uma crise de masculinidade no mundo. Nada a ver com o crescimento do homossexualismo, mas com a ausência de homens marcantes, que deixam rastros que a esposa e filhos vejam e se por eles se norteiem.

No Dia dos Pais, seja Homem. Não Machão. Nem Brucutu. Seja um homem cristão, líder seguro e firme para seu lar. Deus lhe dê essa bênção, homem cristão! A de ser um homem visível!

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

ENVELHECER EM MEU PAÍS É UM PESADELO CRUCIAL DE DANOS INCONCEBÍVEIS



Por Francisco de Assis Campos Saraiva (*)

O Fantástico, programa de grande audiência da Rede Globo de Televisão, exibido em cada domingo do mês, mostrou no dia 28 de julho pretérito, um simulacro de um ator sentado numa cadeira de rodas, como se fosse um cidadão envelhecido, esclerosado, de cabeça baixa e o braço direito tremendo sem parar; uma pessoa da terceira idade, alquebrada e portadora de doenças severas que lhe havia sido acometidas. O sofrido cidadão era conduzido na cadeira de rodas por uma atriz simulando uma governanta perversa que, aos gritos, mandava que o infausto Senhor parasse de tremer o braço e se aquietasse melhor em sua cadeira. Uma imagem deprimente, que chocava os transeuntes que passavam na praça pública a todo o momento; olhavam espantados para o trato humilhante que era dado ao indefeso cidadão, e passavam indiferentes, sem esboçar nenhuma ação que pudesse socorrê-lo da atroz governanta. Alguns davam aquela paradinha para fotografar no celular o estranho gesto, como se isso fosse o bastante para acudi-lo. Finalmente, surgiu uma serva de Deus que, sofrendo com o quadro doloroso mostrado em via pública, partiu enfurecida contra a impiedosa mulher, que se vendo numa corda bamba diante da moça furiosa, juntou-se aos demais atores que encenavam o quadro, acalmando-a, dizendo-lhe que se tratava de uma simulação montada pela rede Globo de Televisão, ocasião em que foi abraçada por todos, inclusive pelo suposto ancião, que se levantou da cadeira de rodas, abraçando-a e se congratulando com o gesto humanitário mostrado para todo o País. Tinha semblante de uma pessoa humilde, de cor morena forte, porém rica em virtudes, destemida, corajosa e portadora de uma sensibilidade humana invejável. Foi uma oportuna projeção da rede globo mostrada para o Brasil e para o mundo. Será que ainda estamos vivendo na era da pedra lascada? Os trogloditas estão por toda parte e nada entendem de solidariedade humana. Será que o mundo esqueceu as palavras do Mestre? Que resumiu os seus Mandamentos em dois: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.”

Anos atrás a rede globo exibiu através de seu programa, O Globo Repórter, um quadro que chocou o País. Filhos abastados e bem sucedidos na vida colocaram os pais envelhecidos em abrigos de pessoas idosas e ali deixaram à mercê da sorte e do tempo que, embora tendo o atendimento custeado, faltava-lhes a visita e o carinho da família, que nunca mais ali compareceu. Alguns, com os olhos marejando, expuseram o seu lamento, num sofrimento terrível que fazia dó. Imagine pais, que se sacrificaram durante toda a vida pelo bem estar dos filhos, envidando esforços para dá-los um bom tratamento, uma educação condigna e um futuro próspero e saudável. Envelheceram precocemente, porém felizes pelos filhos vitoriosos que se tornaram. E quando chegou o momento da recompensa, lhes foi dado como prêmio o desprezo fatal, como se fossem objetos que não mais serviam para nada. Filhos ricos que se esqueceram da palavra de Deus: “Honra teu pai e a tua mãe, mesmo que eles estejam bem velhinhos, para que tu vivas feliz e os teus dias se prolonguem na face da terra”.  Deus fala para os filhos através dos pais e isso independe de cultura. Jovens, não considerem seus pais anacrônicos, caretas, envelhecidos, porque eles representam o amor de Deus em suas vidas. Ouçam suas palavras, seus sábios conselhos, porque são aureolados de sabedoria. Quando desobedecem aos pais, vão de encontro com a morte, porque a palavra reporta: “Que o preço do pecado é a morte.” Daí porque muitos jovens morrem em plena mocidade, porque não consideram vitais os conselhos dos pais. Longevidade e saúde são dons de Deus, que são dados como prêmio aos que andam retamente em obediência a Sua Santa Palavra. Acorda irmão, enquanto é tempo. Após a morte, nada mais poderá ser feito.

Seja generoso com o seu semelhante; aquele que está carente de seus préstimos. Não humilhe uma criança quando lhe estende a mão pedindo-lhe um pequeno auxílio. Você não gostaria de estar em seu lugar, sem lar, sem família, faminta e desprezada à mercê da própria sorte. Não machuque uma pessoa idosa quando lhe roga por uma pequena ajuda, retrucando-o com ilações danosas, desumanas, que aumentam ainda mais o seu sofrer. Lembre-se de que sem fé é impossível agradar a Deus e sem a caridade você O desagrada igualmente. Trate bem a viúva que lhe pede uma colaboração, e ao estrangeiro que busca refúgio em seu amor. São gestos grandiloquentes que agradam ao Mestre e dará a você a recompensa merecida.  Visite o doente hospitalizado, dando-lhe o lenitivo da paz, mitigando-lhe o sofrimento que o faz sofrer. Dê ao faminto o alimento que carece para saciar-lhe a fome que tanto o faz sofrer. Visite a encarcerada vítima de desatino que o levou a loucura e cometeu crimes terríveis, sentenciando-lhe à condenação da liberdade por muitos anos de sua vida. Ore por esses irmãos incautos, que estão necessitando de ajuda e de seu fraternal amor. Você, certamente, é uma pessoa de fé, mas lembre-se que “fé sem obra e fé morta.” Esteja em comunhão com o Espírito Santo, rogando-Lhe a clarividência do Seu Amor, para que não cometa atos insanos de difícil reparação. E ao Senhor Jesus, o Redentor e o Salvador de todo o Universo, peça a sua ajuda imprescindível, lembrando que ninguém vai ao Pai senão por Ele. Jesus é bom e misericordioso, “porque a sua misericórdia dura para sempre e de geração em geração a sua fidelidade.” Que maravilha!

Lembre-se de que todos nós envelhecemos e um dia vamos passar pelo crivo da terceira idade, quando isso é dado como recompensa pelo Divino Mestre. Entre em comunhão com Deus, agradecendo-Lhe por cada dia de sua existência e pelas maravilhas que ele opera diuturnamente em seu viver. Lembre-se que a oração é o elo entre o ser humano e o Criador. A oração agrada a Deus e Ele gosta muito dos verdadeiros adoradores. A oração deve ser constante e não apenas no momento da tribulação. E depois que a tempestade passa você já esquece quem o acudiu no momento de dor e sofrimento. Aprenda a perdoar as ofensas e as injúrias que lhe forem penalizadas, lembrando que você é um pecador e se não perdoar, Deus também não o perdoará e assim ficará aturdido no Plano do Criador e tudo poderá dar errado em seu viver. O perdão agrada a Deus e mais ainda, quando você orar pelos que o ofenderam. Seja prudente quando tratar de assuntos e negócios com o seu semelhante. Ouça suas ideias e nunca queira que predomine a sua vontade. Seja razoável nas transações que realizar, cedendo sempre no que for possível, para que ambos saiam satisfeitos na negociação feita. São ensinamentos que se aprende na Escola e no Mestrado da Universidade da vida. Boa sorte, irmão e muita paz para você.”Assim que se alguém está em Cristo, nova criatura é, as coisas velhas já passaram eis que tudo se fez de novo”. (II Coríntios 5-17).

Boa Vista-Roraima, 30 de Julho de 2013. 

O autor é Oficial R1 do Exército e Empresário; Titular e Dir. Téc do Lab. Lobo D’Almada e Membro da ALB e da ALLCHE;     E-mail: ldalmada@hotmail.com