segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

NADEZ EM ALTO ESTILO

Por Isaltino Gomes Coelho Filho
Não é nudez. É nadez mesmo. É um conceito da filósofa Gertrude Stein. Ela criou o neologismo referindo-se ao vazio interior das pessoas, que lhes dá uma vida incolor. Elas necessitam de motivações, mas não querem causas que exijam engajamento. Também não querem estudar, e receiam coisas profundas. São superficiais e vegetativas. Alimentam-se do vazio e do nada. Isto é a nadez.

Quer ver exemplos de nadez? Selecionei, em três sites, notícias publicadas no dia 7 de janeiro. FOLHA.COM: (1) Fernanda Paes Leme curtiu o mar neste sábado; (2) DiCaprio apresentou nova namorada à mãe; (3) Marco Rizza se aborrece e levanta dedo para paparazzo. IG: (1) Famosos levam seus bebês ao teatro no Rio; (2) Cláudia Jimenez e Miguel Falabella jantam juntos no Rio de Janeiro; (3) Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert curtem peça. UOL: (1) Paula Abdul termina relacionamento com Braston; (2) Top Ana Beatriz Barros vai à praia com namorado; (3) Filme fez Scarlett Johansson parar de comer carne. Tirando-se DiCaprio, que conheço pelo filme “Titanic”, se trombasse com os demais na rua não saberia quem são. Vez por outra encontro alguns desses famosos em vôos ou aeroportos. São-me tão conhecidos como eu para eles. Um cantor chamou-me de alienado porque eu não sabia quem ele era.
São notícias típicas da cultura nadez. Dão às pessoas a sensação de estarem informadas, de estarem por dentro dos bastidores. Sabem coisas. Banais e inúteis, mas sabem. Ajunte-se a isto o prazer que bisbilhotar a vida alheia dá e eis a realização da pessoa da cultura nadez. Ela se sente ocupada e tem uma sensação de cultura. Seu vazio intelectual, emocional e espiritual é preenchido com o nada.

Parece-me, sem querer ser maldoso, que estão surgindo uma cultura e uma geração medíocres. Fui pré-adolescente e adolescente nos anos sessentas. Aquela geração foi às ruas protestar. A geração de hoje vai aos shoppings consumir. Aquela queria transformar o mundo. A atual quer o melhor do mundo. O ideal cedeu espaço para o desfrute. Falta de grandeza. Mas meu grande receio é que a nadez esteja migrando para as igrejas. As pessoas querem agito, mas não reflexão. Querem sensações, mas não estudo. Nada de “pesado” deve ser pregado. Sermão expositivo? Nada disso! Que tal algumas historinhas? A mensagem e o culto devem ser “light”, como as notícias dos sites. O estudo bíblico cede lugar ao “compartilhamento”, um momento em que cada um conta uma história em que, geralmente, é o herói. Fui a uma reunião de estudo bíblico na qual as pessoas estavam sem Bíblia. Disseram-me, candidamente, que seu costume era o de compartilhar sua semana uns com os outros. É uma boa prática, mas não deveria receber o nome de “estudo bíblico”. O livro texto não era a Bíblia, mas as pessoas. Não se estudava a Bíblia. Papeava-se. Em muitos cultos nadez, as pessoas ouvem alguma coisa sobre Deus e cantam alguma coisa sobre ele. Mas nada “denso” (como alguém me recomendou para pregar), nada comprometedor. Tudo suave. Tudo nadez.

Alguns de nossos cânticos são nadez pura. O próprio enfoque da vida cristã não é mais o de ideal, mas o de desfrute: como ser abençoado, como conseguir o melhor na vida material, seguindo alguns bons conselhos espirituais. A vida cristã passou a significar uma vida tranqüila, cheia de coisas, e não o investimento da vida e dos bens no reino, num compromisso com o evangelho e com a igreja de Jesus. Nadez espiritual.

Nadez cultural já é lastimável. Mas nadez espiritual é pior. Ilude a pessoa. Leva-a a sentir-se realizada com migalhas que caem da mesa, e não com o pão farto. Leitor, você está na fase da nadez ou do tudez? Não tenho a envergadura de uma Gertrude Stein, mas deixe-me criar um neologismo. O tudez vem do esquecido hino “Tudo, ó Cristo, a ti entrego, tudo, sim, por ti darei”. Tudez dá realização. Nadez é engodo. Opte pelo tudez.

(Recebido por e-mail)

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Presidente do TSE mantém governador de Roraima no cargo

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Ricardo Lewandowski, aceitou pedido liminar do governador de Roraima, José de Anchieta Júnior (PSDB), para continuar no cargo. A decisão vale até o julgamento de recurso do governo no plenário do TSE.

O governador de Roraima, José de Anchieta Junior
Em dezembro, Anchieta Júnior e o vice-governador Francisco de Assis Rodrigues (sem partido) foram cassados pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Roraima.

O Ministério Público Estadual acusa os dois de terem efetuado gastos ilícitos e de terem adquirido 45 mil camisetas no valor de R$ 247.500 na campanha de 2010 para o governo do Estado.

Segundo a Procuradoria, eles também efetuaram movimentação financeira irregular com despesa de pessoal de mais de R$ 5 milhões, além de movimentação financeira paralela de R$ 800 mil.

"Impressiona, ainda, na espécie, que o governador de Roraima foi cassado por apertada maioria de três votos a dois e consta dos autos a circunstância de que o TRE-RR teria impedido que juiz federal regularmente indicado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região participasse da sessão de julgamento que cassou o chefe do Executivo estadual, optando, assim, por julgar o caso com quórum reduzido. Tal fato, mesmo neste exame preliminar, causa certa perplexidade", diz o ministro.

Em novembro, o TSE livrou o governador da cassação de mandato por utilização da rádio estatal em favor de sua candidatura nas eleições de 2010.

Os ministros entenderam, por 6 votos a 1, que houve um erro processual que inviabilizava a condenação do governador.

(Transcrito da Folha/Uol, postado às 19h23 Hora de Brasília)

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Cinismo deslavado ou... tapa na cara do povo

Continua repercutindo a morte súbita do secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva Ferreira, ocorrida na madrugada de quinta-feira (19).

Enquanto realizava registro no balcão de um hospital, em Brasília, Duvanier sofreu um infarto do miocárdio e não resistiu. Isso, depois de ter sido rejeitado como paciente em dois hospitais.

Nesta quarta-feira (25), aconteceu a missa de sétimo dia, na Catedral Metropolitana da capital federal. Nada mais natural que se realize missa de sétimo dia em favor de quem partiu desta vida, desde que o de cujus professasse a religião adotada pela maioria da população brasileira, a Católica Apostólica Romana, o caso do secretário. Portanto...

Portanto, tudo passaria em brancas nuvens, não fosse a falta de "decoro" da ministra da pasta, Miriam Belchior, que soou como um estalido tapa na cara do povo.

Para a ministra, parece que essa foi a primeira perda de vida humana por falta ou demora de atendimento em balcões de hospitais Brasil afora.

“Se for comprovada a omissão, os responsáveis devem ser punidos. Não só porque ele (Duvanier) era um secretário, mas porque essa situação pode acontecer com qualquer cidadão”, disse uma circunspecta ministra, antes da missa.

Pronto. Alguém precisa dizer a ela, e urgente, que tragédias análogas ocorrem todos os dias e em vários pontos do País. Afinal, ela, a ministra, chegou de Marte agora e merece um desconto. Ou não!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Vida Saudável

Acerte o passo, reduza a barriga, emagreça, ganhe mais qualidade de vida e saúde

Por Renata Menezes

Se você já experimentou caminhar, mas está longe do resultado deseJado, não desista, pois algo deve estar emperrando o seu sucesso com a atividade. Afinal, esse é sim um exercício capaz de provocar grandes mudanças no seu corpo.

Estudos não param de comprovar que essa atividade aeróbica é uma das mais eficientes para ganhar saúde e disposição. O último deles, feito pelos pesquisadores da Universidade de San Diego, garante que cem passos por minuto, durante 30 minutos, são suficientes para fortalecer o sistema cardiovascular (coração e pulmão) e espantar o mau colesterol.

Outro, da Louisiana State University, também nos Estados Unidos, revela que o exercício é tiro e queda para acabar com a chamada gordura visceral — aquela que fica depositada na barriga, próxima a órgãos vitais como fígado, intestino, rins e pâncreas, causando hipertensão arterial.

Nesse estudo, os pesquisadores afirmam que duas horas e meia de caminhada por semana com uma dieta pouco calórica pode diminuir até 2,5 centímetros de barriga, em quatro semanas. Não são boas notícias? Só que, antes de comemorar, saiba que para garantir todos os benefícios deste exercício poderoso você terá que levá-lo a sério.

“Andar de qualquer jeito, sem prestar atenção no movimento, não leva a lugar nenhum”, alerta o especialista em Informações Técnicas, Culturais e Desportivas da Prefeitura de São Paulo, fisiologista do exercício e personal trainer Fábio Bernardo. Veja tudo o que você deve fazer para andar direitinho e garantir muitos benefícios.

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Viva a modernidade!

Por Francisco Espiridião

Pode parecer absurdo, hoje, mas houve um tempo em que a Polícia Militar roraimense servia alimentação preparada à tropa. Eram cozinhas diferenciadas. Tempo da ignorância. A de oficiais e sargentos servia um tipo de comida, chamada “melhorada”. Regada a refrigerantes e coisas do gênero. Já a dos cabos e soldados...

A discriminação era tamanha que até o local onde os militares faziam suas refeições tinha nome distinto nos três círculos – oficiais, subtenentes e sargentos e cabos e soldados. Sei lá... Naquele tempo era tudo estranho. Os dois primeiros círculos eram servidos em cassinos. Cassino de oficiais e cassino de subtenentes e sargentos.

Nada a ver, porém, com a definição clássica do Aurélio. Nada de jogo de carteado para quatro parceiros, nada de casa de diversões, com salões para jogos de azar e salões de festas com espaço para danças, representações teatrais etc.

Cassinos, nesse caso, eram apenas locais específicos – bem aprazíveis, por sinal. No almoço, servia-se sempre alimentação, como consta acima, refinada. Havia militares desviados da função precípua e empregados como garçons. Alguns extrapolavam em suas obrigações. Desse subexpediente surgiram muitas promoções. De soldado raso a cabo. De cabo a sargento...

Já para cabos e soldados... Para estes, a avacalhação começava pelo nome do local: ao invés de cassino, “rancho”. Rancho de cabos e soldados. Vinha daí o epíteto “boca de rancho”. Aquele que fugia do local de trabalho antes de a corneta tocar fim de expediente, e buscava um bom lugar na fila, à espera do toque de “avançar”. 

Em vez de cadeiras e mesas formais, como em qualquer restaurante – até naqueles da periferia –, existiam bancadas extensas com extensos bancos. Para dar o sentido de coletividade. Aquele momento era de uma camaradagem indizível. Familiar. Para se ter ideia, havia trocas naturais. “Toma esse pedaço de asa e me dá esse pescoço aí; toma esse pé e me dá essa asa...”

O cabo e o soldado só tinham direito de comer em prato com talheres em casa. No quartel, bandejão – daí o cognome “bandeco”. Para melhor situar o leitor, o direito do soldado lia-se num papel em branco. Soldado era um ser estranho. Superior ao tempo (chuva, borrasca...) e inferior a m... , diziam os superiores hierárquicos. 

Enquanto nos dois cassinos serviam-se bife acebolado, frango à milanesa e outros quitutes (perdoem-me o palavrão, quitute... mas era assim que se falava na década de 80 do século passado), no rancho, o que rolava era o famoso galeto – que a maioria da soldadesca conhecia por outro nome que não convém repetir aqui. “Eu estava comendo a minha ... quando...”. Quase sempre na água e no sal. Boi ralado sem colorau costumava também frequentar o insosso cardápio.

Ainda bem que tudo isso é passado. Hoje, os tempos são outros. A caserna se humanizou. O PM já pode até fazer greve... E, para mostrar que não se trata de história para inglês ver, todos os policiais militares – do coronel ao soldado mais moderno – recebem o mesmo valor em espécie para suprir a alimentação. Os cassinos e os ranchos sumiram no tempo e no espaço. Pelo menos, na PM roraimense. É um bom começo.

Viva a modernidade!

Cine Amazônia

O fundo Amazon Charitable Trust anunciou nos jornais britânicos que vai construir por 6,4 milhões de libras esterlinas uma passarela suspensa de 9km na floresta em Roraima, com mão de obra indígena, para atrair o ecoturismo. Será também “base de pesquisa da Amazônia”. Hum…
(Transcrito da coluna Claudio Humberto, de hoje)

domingo, 22 de janeiro de 2012

AMAZÔNIA: NOVA CAMPANHA PARA INTERNACIONALIZAÇÃO

Por Carlos Chagas

Nada melhor do que começar o ano arriscando um palpite: qual o mais lamentável episódio ecológico de 2011? Em nosso entender, foi a saída da ex-ministra Marina Silva do Partido Verde, coisa que reacenderá a disputa travada faz décadas ou até séculos em torno da soberania na Amazônia. Aproveitam-se os eternos abutres do Hemisfério Norte para voltar à velha cantilena de que afastada sua maior defensora, ficará mais fácil batizar-se a região em patrimônio da Humanidade, devendo ser administrada por um poder internacional, sobreposto aos governos dos países amazônicos. Editoriais do New York Times volta e meia funcionam como uma espécie de toque de corneta capaz de arregimentar as variadas tropas de assalto.

Vinte anos atrás incrementou-se a blitz institucionalizada por governos dos países ricos, de Al Gore, nos Estados Unidos, para quem o Brasil não detinha a soberania da floresta, a François Mitterand, da França, Felipe Gonzales, da Espanha, Mikail Gorbachev, da então União Soviética, Margareth Tatcher e John Major, da Inglaterra, entre outros. Quando de sua primeira campanha, George W. Bush chegou a sugerir que os países com grandes dívidas externas viessem a saldá-las com florestas, coisa equivalente a perdoar os países do Norte da África e do Oriente Médio, que só tem desertos.

Naqueles idos a campanha beirava os limites entre o ridículo e o hilariante, porque para fazer a cabeça da infância e da juventude, preparando-as para integrar as forças invasoras, até o Batman, o Super-Homem, a Mulher Maravilha e outros cretinos fantasiados levavam suas aventuras à Amazônia, onde se tornavam defensores de índios vermelhos e de cientistas lourinhos, combatendo fazendeiros e policiais brasileiras desenhados como se fossem bandidos mexicanos, de vastos bigodes e barrigas avantajadas.

Depois, nos anos noventa, a estratégia mudou. Deixou-se de falar, ainda que não de preparar, corpos de exército americanos especializados em guerra na selva. Preferiram mandar batalhões precursores formados por milhares de ONGS com cientistas, religiosos e universitários empenhados em transformar tribos indígenas brasileiras em nações independentes, iniciativa que vem de vento em popa até hoje e que logo redundará num reconhecimento fajuto de reservas indígenas como países “libertados”.

Devemos preparar-nos para uma nova etapa, estimulada pela falta que está fazendo Marina Silva, ferrenha adversária da internacionalização da floresta. Aliados à quinta-coluna brasileira composta por ingênuos e por malandros, dão a impressão de recrudescerem na tentativa de afastar o governo brasileiro da questão. Terá sido por mera coincidência que os Estados Unidos já puseram no mar a Quarta Esquadra de sua Marinha de Guerra, destinada a patrulhar o Atlântico Sul, reunindo até porta-aviões e submarinos nucleares?

Do nosso lado, bem que fazemos o possível, aparentemente pouco. Não faz muito que uma comissão de coronéis do Exército Nacional, chefiados por dois generais, passaram meses no Viet-Nam, buscando receber lições de como um país pobre pode vencer a superpotência mais bem armada do planeta, quando a guerra se trava na floresta. Do general Andrada Serpa, no passado, ao ex-ministro Zenildo Lucena, aos generais Lessa, Santa Rosa e Cláudio Figueiredo, até o general Augusto Heleno e o coronel Gélio Fregapani, agora, a filosofia tem sido coerente. Nossos guerreiros transformam-se em guerrilheiros. Poderão não sustentar por quinze minutos um conflito convencional, com toda a parafernália eletrônica do adversário concentrada nas cidades, mas estarão em condições de repetir a máxima do hoje venerando general Giap: “entrar, eles entram, mas sair, só derrotados”.

Em suma, pode vir coisa por aí em 2012, para a qual deveremos estar preparados. Claro que não através da pueril sugestão de um antigo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, de transformar soldados em guarda-caças ou guardas florestais. Os povos da Amazônia rejeitaram, na década de setenta, colaborar com a guerrilha estabelecida em Xambioá, mas, desta vez, numa só voz, formarão o coro capaz de fornecer base para uma ação militar nacional.

Para aqueles que julgam estes comentários meros devaneios paranóicos, é bom alertar: por muito menos transformaram o Afeganistão e o Iraque em campo de batalha, de onde, aliás, estão saindo derrotados, apesar de enfrentarem o deserto e não a selva, mil vezes mais complicada...

(Transcrito da coluna Claudio Humberto online, de hoje (22).

A morte no balcão

Por Francisco Espiridião

O jornal O Globo divulgou na sexta-feira (20) que a presidente Dilma Rousseff havia solicitado ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, uma investigação sobre possível omissão de socorro que teria levado à morte o secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva Ferreira.

Conta ainda o jornal carioca que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) teria iniciado diligências nos hospitais envolvidos. O secretário teve o atendimento recusado em dois hospitais particulares de Brasília, que não aceitaram o seu plano de saúde. Duvanier teve parada cardíaca na madrugada de quinta-feira (19), enquanto preenchia a ficha cadastral em outro hospital.

Caso as suspeitas da presidente da República sejam comprovadas, os hospitais poderão ser submetidos a ações cíveis, enquanto as pessoas envolvidas no atendimento poderão responder por omissão de socorro qualificada. 

Até aí tudo bem. O complicado vem agora: casos parecidos ao do secretário Duvanier Paiva são raros? Claro que não! Se o descaso com a vida humana é tamanho a ponto de atingir o alto coturno da esfera federal, o que acontecerá no andar de baixo, habitado por simples mortais?

Casos idênticos se repetem às miríades, todos os dias, por este Brasilzão de Deus. Não se sabe quantas pessoas choram diariamente a perda de parentes que sucumbem em consequência única e exclusiva da falta de recursos nos hospitais públicos.

Há hospitais onde médicos e paramédicos são elevados à categoria de deuses, incumbidos de escolher quem deve viver e quem irremediavelmente vai morrer. Faltam leitos, remédios, gente para atendimento, ou seja, verdadeiro inferno de Dante. Tudo sob os olhares contemplativos de um governo mais preocupado com a economia que com gente que geme suas desventuras.

Afinal, já somos a 6ª economia do Mundo. Precisamos jogar para a torcida. Lá de fora. A bola da vez é a Fifa. Precisamos mostrar aos Josephs Blats que somos capazes de realizar grandes competições como a Copa das Confederações (2013), a Copa do Mundo (2014) e as Olimpíadas (2016).

Para isso, pouco importa se faltam recursos para a saúde do brasileiro. O importante é que não faltem verbas públicas para a construção de estádios – a construção do Itaquerão, do Corinthians, em São Paulo, é um bom exemplo: a prefeitura entra com R$ 420 milhões, o governo estadual com R$ 70 milhões e o restante, o BNDES banca.

Os aeroportos ficarão um brinco. Tudo em função das futuras competições esportivas em nível internacional a se realizar no país. Não fosse isso, o transporte aéreo continuaria na mesma situação. Os brasileiros, rezando pela cartilha da ex-ministra do Turismo Marta Suplicy: “relaxando e gozando”.

Enquanto isso, o país segue seu rumo. Em termos de popularidade, a presidente surfa nas nuvens. Sua aceitação acaba de ultrapassar a de seu criador, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O resto é o resto.

Ter encontro marcado com dona Morte em balcões de atendimento de hospitais antes de ver o médico, ou jogado em corredores fétidos, sem maca nem nada, são apenas um detalhe. Diminuto detalhe.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

SINALIZAÇAO DEFEITUOSA, QUE PERIGO!

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 22.1.12 (Recebida por e-mail) 

Do Cabralzinho, onde moro, para o centro, onde fica a igreja, a rota é a Av. Padre Júlio. Vinha eu por ela, domingo passado, com Meacir. Passamos a Lagoa dos Índios (agora seca, pois o Amazonas está baixo), pela Toca da Onça, e estávamos entrando no Chapéu de Palha. A próxima travessa era a Rua Paraná. Semáforo aberto para mim. Olhei o medidor de tempo (Que chique! Macapá tem semáforo com medição de tempo!). Dispunha de catorze segundos para percorrer cinqüenta metros. Tranqüilo. O semáforo decrescia: 13, 12,11, e, de repente, 0! De 11 para 0! Estava com defeito.


Passei assustado. Um acidente poderia ter acontecido por causa de sinalização defeituosa. Aliás, é a terceira vez que aquele semáforo faz isso. Por isso passo por ali meio precavido.

Sinalização defeituosa na vida espiritual é pior ainda. Não são apenas conseqüências físicas, mas morais e espirituais. Falsos profetas arruinaram Judá, que ouvia as mensagens de Jeremias e o odiou porque não profetizava coisas boas como eles. Falsos apóstolos foram uma pedra de tropeço no ministério de Paulo, distorcendo sua obra, difamando sua pessoa, e pior: pregando um falso evangelho. O semáforo defeituoso da Pe. Júlio sucede por causa das chuvas, me disseram. Os semáforos defeituosos dos falsos profetas sucedem porque há pessoas que ignoram ou distorcem a verdade, e porque há pessoas com comichão nos ouvidos.

As pessoas seguem um semáforo espiritual errado. Querem viver em seus pecados e serem abençoadas mesmo assim. Querem um Deus paizão que faça vistas grossas ao seu estilo de vida. Um Deus papai Noel, bonachão, entregador de bênçãos. A verdadeira sinalização espiritual foi feita pelo Batista:

“Arrependei-vos…” (Mt 3.2). Foi repetida por Jesus: “Arrependei-vos…” (Mt 4.17). Foi assumida pela igreja nascente: “Arrependei-vos…” (At 2.38). Ela pede acerto de vida com Deus. A sinalização espiritual vem da Palavra de Deus. Sinalização espiritual que ignore isto é como o semáforo da Pe. Júlio: leva a risco muito sério.

O Novo Testamento, revelação surgida do advento de Jesus, nos dá uma orientação bem clara sobre como viver nesta vida e como nos prepararmos para a vida futura. Mas há gente que está com a sinalização incompleta, guiando-se pelo Antigo Testamento, em passagens escolhidas (geralmente sobre pessoas que foram abençoadas). A nova revelação trazida por Jesus é a bússola segura, que a revelação antiga apenas esboçou e para a qual apontou.

Ao dirigir pela Pe. Júlio, tome cuidado ao se aproximar da Rua Paraná. O semáforo não merece confiança. E andando por esta vida, tome mais cuidado: a sinalização fora de Jesus Cristo é mais que incerta. É uma tremenda roubada…

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

ME INCLUA FORA DESSA, CARA PÁLIDA!

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

(Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 8 de janeiro de 2012)

Um colunista escreveu um artigo intitulado “A cracolândia somos nós” (Folha, 6.1.12), focando os viciados em crack, em S. Paulo. Não declarou que somos culpados pela existência deles, e sim que eles são responsabilidade de todos. Mas o título é pouco lúcido. Um chamariz, mas infeliz. Eu não sou a cracolândia.

Por ser pastor, chamar-me-ão de reacionário, direitista (até porque não recito chavões esquerdistas que eu adorava quando adolescente). Mas alguns comentários de leitores, mesmo atribuindo ao jornalista o que ele não disse, são úteis. Um deles, Calango Doido (pitoresco!), disse: “Cracolândia somos nós uma pinóia. Inclua-me fora desta. Nunca colaborei com o tráfico e meus filhos foram muito bem criados para que eu também leve esta alcunha. Se você se sente culpado em algo, então diga que a Cracolândia é você, eu não tenho nada a ver com aquela tranqueira”. Outro escreveu: “Eu pago 40% do PIB em impostos para ter saúde, educação, segurança e NÃO TENHO NADA DISSO. Agora segundo o pensamento do Sr. ******, sempre temos responsabilidade em todas as mazelas espalhadas por ai . Outro dia veio dizer que motoboy psicopata é CULPA de todos”. Um terceiro disse: “Esse papo de novo que todo cidadão é culpado pelas mazelas da sociedade já é demais. Drogados não foram obrigados a entrar nessa vida. Se existem culpados nessa história, é certamente o poder público que deixou a situação chegar nessa proporção, e os próprios viciados que alimentam o tráfico”. Não sou o único reacionário deste país. Ou o único a não ceder ao sociologismo bocó…

A Bíblia diz que somos responsáveis por nossas opções. “Escolhei hoje…” (Js 24.15). Somos chamados a tomar decisões e administrar nossa vida. Você é responsável pelo que faz. Hoje ninguém assume culpa de nada. Culpam os pais, a sociedade, os políticos (e quem os elege, não tem culpa?). Ninguém diz: “Errei!”.

A graça de Deus nos capacita a acertar na vida. Paulo não se via digno de ser apóstolo, “mas pela graça de Deus sou o que sou” (1Co 15.9-10). Se você acertar, tem mérito, mas deve reconhecer que a bondade e a graça de Deus lhe ajudaram. Se der errado, o culpado não são seus pais nem a sociedade, ente fictício que é todo mundo e não é ninguém. É você. Você faz a sua vida. Pare com o “tadinho de mim!”. O coitadismo é uma desgraça!

Inclua-me fora dessa, cara pálida! Estou a 4.000 km da cracolândia paulista. Basta-me a daqui. Viciados merecem compaixão e ajuda. No entanto, não cedo ao politicamente correto: são pessoas que fizeram opões erradas em sua vida, cuidaram-na mal, e cederam ao pecado. Merecem compaixão. E são uma advertência: quem faz escolhas erradas deve arcar com as conseqüências. Por isso, cuide bem de sua vida.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Que seja eterno enquanto dure

O dia três de janeiro de 2012 já era. Todas as homenagens em torno da data fazem parte agora do passado. Como diz o “velho deitado”, agora é “bola pra frente”. Em 2005, escrevi um texto para ressaltar a passagem dos 30 anos de casado. Agora, ao completar 37, não me dei ao trabalho de fazê-lo, ainda que por pura preguiça.


Então, para não deixar passar de todo em branco, repito, sete anos depois, as mesmas palavras escritas naquela ocasião. Se pelo menos um leitor se der ao trabalho de ler já me darei por satisfeito. Algumas correções, no entanto são necessárias. Uma delas é que já não é mais um netinho, e sim dois. Trinta, não: 37. Vamos ao texto. 

Nesta segunda-feira (3 de janeiro de 2005) completam-se 30 anos que eu e a Eliana dissemos o tradicional sim, da forma mais solene possível, diante da juíza da paz. União que nos rendera três filhas – a caçula, com 20 anos de idade – e um netinho de quase três meses. Mesmo não querendo ser nostálgico, três décadas são, pode-se dizer, uma vida. Noel Rosa (1910-1937), um dos ícones da música popular brasileira, até hoje lembrado na discografia nacional, teve passagem bem menos longeva. Cantou para subir aos 27 anos de idade.
Vinte e sete anos, aliás, é a idade-problema para compositores, especialmente de rock internacional. Ultrapassá-la é como ganhar na loteria – para eles.
 
Trinta anos a dois seriam sessenta. Muito tempo mesmo. E isso, invariavelmente, remete-nos a uma reflexão sobre o que tudo isso encerra. O que representa para nós como família e, principalmente, quais as lições de vida que podemos tirar e, quem sabe, não sendo tão imodestos assim, passar a outras pessoas como exemplo. 

Um menino de 20 anos, magérrimo (1,70m, 54 quilos), cheio de sonhos, embalado pelo movimento Tropicália, decide sair de sua terra, Porto Velho, rumo à Bahia de Todos os Santos. Era lá que as coisas aconteciam àquela altura. O ano, 1974. Só que escolhera o caminho errado. Ao invés de descer, via Cuiabá, pela então sofrível BR-364, decidiu armar sua rede num “batelão”, barco que cruza o espaço fluvial entre Porto Velho e Manaus. Viagem sofrida. Quem decide embarcar nessa aventura, descobre o que significou o banzo para os escravos embarcados nos navios negreiros. Algo, aliás, familiar para este autor, que, diga-se de passagem, é negro.

Em Manaus, de imediato encontrou emprego. Foi “fichado” nos Correios. Como radiotelegrafista. Piripipi de profissão. Designado para servir em Boa Vista, desembarcava no Aeroporto Internacional um mês depois. Sem tostão no bolso, depois de passar fome em Manaus – mais pela ingenuidade que pela falta de recursos. Chegava para assumir o emprego na agência local dos Correios. Era o dia 30 de abril daquele longínquo 1974. O general Ernesto Geisel – linha dura – assumira a presidência da República havia 15 dias.

O trajeto do Aeroporto à agência dos Correios foi verdadeira odisseia. Esperava chegar e encontrar um carro amarelo com detalhes em azul, da ECT, no qual pegaria gloriosa carona. Assim, aportaria triunfalmente em seu novo posto de trabalho. Qual nada! Espera, espera... tudo em vão. O carro dos Correios nada de aparecer. Como todo o então território federal abrigava um pouco mais de 70 mil habitantes, o número de carros, então, contava-se nos dedos. Até que saiu o último, deixando o aeroporto deserto. Decidi, então, perguntar a um remanescente funcionário a que horas o carro dos Correios viria pegar os malotes e demais encomendas. A resposta, mais decepcionante ainda:

– Os Correios não têm carro, não. Toda a bagagem já foi, ali, naquela caminhonete.

Não preciso falar que desabei com a resposta.

Sem conhecer a cidade, a única solução encontrada foi ficar jururu, segurando a mala, à espera de um milagre. Que realmente aconteceu. Uma pessoa influente da sociedade local decidiu chegar atrasado para pegar parente que chegava de Belém. Vendo-me na situação de completo abandono, sentado num canto da calçada do “majestoso” prédio do Aeroporto, perguntou-me se não queria uma carona. Era como se perguntasse a macaco se queria banana. Enfim, cheguei ao prédio dos Correios. Era outro, menos imponente que o atual. Mas dispunha de acomodações suficientes para todo o serviço que prestava à comunidade e ainda sobravam cômodos apelidados de apartamento de funcionários. Todos de outros estados.

A falta que a família paterna deixada em Porto Velho lhe fazia foi fatal. Provoca-lhe o banzo – doença de negro cativo. Eliana foi a primeira namorada encontrada na terra de Makunaima. O primeiro encontro aconteceu em julho daquele ano. No dia 3 de janeiro seguinte, seis meses depois, lá estávamos os dois, nervosos, diante da juíza de paz, dizendo o “sim”, lançando-se nessa aventura desconhecida que era a vida a dois.

Natural. Tudo que começa precisa passar por ajustes. Muitas vezes doloridos. E conosco não foi diferente. Andamos nos arranhando um bocado. Mas as vicissitudes não foram capazes de quebrar o elo que nos unia. Hoje, entendemos que esses dissabores foram providenciais. Tiveram como objetivo ajudar na coesão que nos uniu e ainda nos une, a qual nem mesmo o passar dos anos, das décadas, conseguiu arrefecer.

Não estou dizendo aqui que entre nós hoje “tudo saia como um som de Tim Maia”. Ainda temos nossos arranca-rabos. De menor intensidade, é claro. Não chegam a provocar nenhum tsunami. Isso, porque o tempo nos levou a descobrir nossos códigos próprios para superar as adversidades.  

Colocando na ponta do lápis, nossa convivência já atravessa nada menos que 259 mil e 200 horas, considerados, é claro, os pequenos lapsos involuntários. Nada superior a mais que dois meses de separação. Sempre causados por motivo de trabalho. Apesar de insignificantes, esses períodos de distanciamento físico (não espiritual) serviram para fortalecer a certeza de que, como diz a Bíblia, éramos – e somos – os dois uma só carne.

Esses 15 milhões e 552 mil segundos que desfrutamos da convivência um do outro foram suficientes para nos fazer experimentar os mais variados sentimentos. Uns bons, outros nem tanto. Mas todos imprescindíveis para sedimentar, dia após dia, essa construção de vida a dois, a ponto de um não suportar a ausência do outro por muito tempo.

Agora, entendemos o que Vinícius de Morais, o saudoso “Poetinha”, quis dizer com o seu decantado “Soneto da Fidelidade”. Sabemos que o amor mútuo que experimentamos outrora e continuamos a experimentar, cultivando-o dia após dia como uma débil e sequiosa plantinha, não será eterno, “posto que é chama”. Mas, quando a noite chegar para um dos dois, o que ficar, ainda que experimentando a insuportável dor da solidão, poderá dizer, sem sombra de dúvida: 

- Foi infinito enquanto durou.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Nova reserva de 300 mil m2 abrigará 54 índios

A Funai investe em nova reserva em Roraima, depois dos conflitos envolvendo a Raposa do Sol: é a reserva Anaro, na fronteira Norte do Brasil, unindo-a à Raposa e a São Marcos.

São 300 mil m2 destinados a 54 índios, numa área de grande riqueza mineral.

Temem-se conflitos com fazendeiros que habitam a região desde 1943 e contestam a propriedade indígena, oficializada com a Constituição de 1988.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Versículo do dia

"Não sejam envergonhados por minha causa aqueles que esperam em ti, ó Senhor Deus dos exércitos; não sejam confundidos por minha causa aqueles que te buscam, ó Deus de Israel."

(Salmos 69.6)

domingo, 1 de janeiro de 2012

Desejos para o ano novo

Por Norbert Lieth, no site http://www.chamada.com.br/

Um jornal perguntou aos leitores o que eles desejavam para o novo ano. As respostas mostram o que se passa no coração das pessoas e o que é importante para elas:

– Desejo principalmente que eu tenha saúde e que possa viver sem preocupações e surpresas desagradáveis no novo ano.

– Por ter muito trabalho, eu gostaria que houvesse mais tempo para fazer tudo aquilo que acaba sendo deixado de lado.

– Desejo que, apesar de estar completando 50 anos, eu ainda tenha forças para começar coisas novas. Eu gostaria de iniciar uma empresa própria, para não ser mais empregado. Também desejo muitos dias bonitos para ir à praia e ter bons momentos de lazer.

– As pessoas deveriam ser mais abertas e preocupadas com o próximo. Há muitas situações em que, pelo excesso de atividades, não tomamos tempo para uma conversa ou para ouvir alguém. Desejo mais compreensão e que possa continuar a gozar a vida.

– Para mim importa somente o bem-estar da minha família.

– Espero que não haja guerras e conflitos. Quero também tirar umas férias realmente gostosas.

– Desejo sucesso financeiro, sorte no amor e êxito nos estudos. Eu também gostaria que houvesse mais alegria neste mundo.

– Saúde, paz e harmonia na família são as coisas mais importantes para mim. Estou preocupada com o meio ambiente e gostaria que ele fosse mais preservado. Colaboro na igreja e tento ser uma boa influência. Meu sonho? Uma casinha de campo.

– Desejo que o novo ano seja melhor que o velho, principalmente para os jovens que não encontram emprego, e que acabe a criminalidade.

Nenhuma das pessoas fez referência ao sentido da vida ou a Deus, o Criador. Parece que ninguém se importa realmente com a salvação e com aquilo que a Bíblia ensina. Os desejos são todos terrenos e não levam em consideração a vida futura e a eternidade. As pessoas parecem não perceber como é importante estar reconciliado com Deus. Todos querem viver bem e esperam que o mundo melhore, mas não levam em consideração o maior mandamento: "Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mt 22.37-39).

Assim compreendemos as palavras do pregador Salomão: "Considerei todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também o trabalho que eu, com fadigas, havia feito; e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento, e nenhum proveito havia debaixo do sol" (Ec 2.11). No final deste novo ano, muitos reconhecerão que nada melhorou, pelo contrário, que as coisas pioraram. E então as pessoas estabelecem novos propósitos, que normalmente também não são cumpridos. Como estava certo o salmista ao dizer: "Os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos" (Sl 90.10). Isso só muda se buscarmos a Deus e ao Seu amor. O Salmo 22 é o "salmo da crucificação", que nos fala da redenção do mundo através de Jesus Cristo. Ele começa com as conhecidas palavras que nosso Senhor pronunciou na cruz: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (v. 1). Adiante, em virtude da obra consumada por Jesus na cruz do Calvário, lemos no versículo 26: "Os sofredores hão de comer e fartar-se; louvarão o Senhor os que o buscam. Viva para sempre o vosso coração." A busca do Senhor é o mais importante na vida. Procure-O agora mesmo, e comece o novo ano com novas perspectivas!

* Fonte: http://www.chamada.com.br/mensagens/novo_ano.html