sábado, 27 de outubro de 2012

REFLEXÕES SOBRE PROFECIAS HUMANAS

Por Isaltino Gomes Coelho Filho
Em um dos meus pastorados, assumi pregar uma série de sermões sobre Cristo no Apocalipse. Não analisaria o livro, mas veria os retratos de Cristo. Dispondo de cerca de 30 comentários sobre o Apocalipse e algumas versões bíblicas, julguei ter material suficiente. E tinha. O bastante para me confundir e me deixar perplexo com a facilidade com que as pessoas fazem “profecias”.

Preparei a primeira mensagem, “O cartão de visitas do Cristo glorificado” (1.4-6), e fui para a mensagem no texto de 1.7. O tema seria “Ele vem!”. Um dos livros que usei, embora superficialmente, foi o comentário de Champlin sobre o Novo Testamento. O comentarista remete os leitores a um artigo no volume 1 (o comentário do Apocalipse está no 6): “A tradição profética e a nossa era”. E afirma sobre o artigo: “Que a história julgue a veracidade do que é dito aqui. Que o leitor consulte, mas não condene antes do tempo!” (p. 374). 

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                       Meu exemplar da obra de Champlin está datado de 4.2.1980. Passados 32 anos, a história julgou seu artigo. Pinço trechos de sua obra, sem os comentar. Como ele pediu, que o leitor julgue. Nada tenho contra o autor, mas é para vermos o risco de declarações humanas feitas como se fossem oráculo do Senhor. As citações são do artigo “A tradição profética e a nossa era”, às páginas 180-184 do volume 1 de O Novo Testamento interpretado versículo por versículo.

(1) “Nossos filhos, se não nós, veremos Israel nacionalmente convertido a Cristo. Dentro dos próximos 35 anos Israel tornar-se-á a poderosa nação cristã ‘missionária’, a mais fanática de todas, substituindo certas nações que agora arcam com a responsabilidade missionária”

(2) “Ezequiel 38 e 39 descrevem a posição da Rússia nos últimos dias (…). Tudo começará com a invasão russa nas terras dos combatentes árabes e judeus (pois esse conflito prosseguirá interminavelmente) e isso provocará o início da Terceira Guerra Mundial (…). Isso terá lugar em algum ponto perto do fim do século XX”.

(3) Sobre o anticristo: “Cremos que esse homem já vive, a confiar nas declarações de certos místicos contemporâneos, que se sabe possuírem poderes preditivos (…). É perfeitamente possível, conforme já foi predito por alguns deles, que o anticristo tenha nascido a 5 de fevereiro de 1962. Notemos que esse ‘ano’ é igual a 666 numericamente considerado, pois se adicionarmos 1+9+6+2 = 18, ou seja, três vezes seis (…). No começo da década de 1990 esperamos vê-lo” .

(4) Sobre a Terceira Guerra Mundial: “Grande terremoto atingirá Israel dando a seus inimigos árabes uma vantagem momentânea do que resultará a invasão das terras de Israel. Perdas imensas terão lugar, em ambos os lados, e isso continuará até cerca de 1988 (…). Por volta do ano 2000, as forças comunistas terão sido isoladas no Oriente Médio”.

(5) “Em meio a esse pior de todos os holocaustos, subitamente se tornará visível no firmamento o sinal do Filho do homem, uma grande cruz luminosa. Jesus será visto corporalmente entre os soldados israelenses, que estarão lutando pela sobrevivência da própria nação, quando estiverem quase perdendo a esperança de que isso será possível. As notícias de que Jesus está conosco se propagarão como um incêndio por todo o Israel. Os homens serão convocados para a vitória. Israel proclamar-se-á uma nação cristã; e tendo sobrevivido tornar-se-á a mais poderosa nação cristã da época”.

(6) Sobre cataclismos: “A geologia revela-nos que por muitas vezes, na história do globo terrestre, seus pólos magnéticos subitamente mudaram de posição, provocando imensos dilúvios destruidores (…). Alguns cientistas predizem que isto pode estar próximo. Isso pode ter algo a ver com a derrubada do anticristo e pode estar associado ao segundo advento de Cristo” (o itálico é meu).

No volume 2, no comentário sobre Lucas 21.9 (p. 202): “A Terceira e a Quarta Guerras Mundiais, que esperamos para antes de 2025 – a terceira virá antes do fim do nosso século XX – serão guerras atômicas”.

Champlin não está só. Muitos devem se lembrar das precipitações sobre o alinhamento dos planetas, em 1982. Lawrence Olson lançou um livro intitulado O alinhamento dos planetas. Meu exemplar é da quinta edição, mas outras foram tiradas. Quanto argumento vazio, mal alinhavado, sem sentido algum! Tudo para provar que Jesus poderia voltar em 1982! E o que dizer de A agonia do grande planeta Terra, de Lindsey, que vendeu uma edição em três meses! Quanta impropriedade, quanta exegese a fórceps, com passagens sacadas do contexto, e fatos históricos mal interpretados! O Mercado Comum Europeu era dado como o Império Romano Redivivo assim que chegasse a dez nações, cumprindo profecias de Daniel e Apocalipse (p. 88) Já são 25 nações. Jean-Jacques Servan Schreiber é insinuado como o “fuehrer do futuro”. Na obra Evangélicos em crise, Paulo Romeiro transcreve pregação de Valnice Coelho marcando a volta de Cristo para 2007 (p. 182). Passaram-se cinco anos, Cristo não voltou e ela, convenientemente, se calou. Impressiona a empáfia com que pregadores fazem afirmações deste tipo. Errando, não se desculpam! E ainda são levados a sério!

Não quero ridicularizar Champlin, Olson, Lindsey e Valnice. Seus adeptos farão vistas grossas a seus erros e me criticarão por “tocar nos ungidos do Senhor”. Cegueira mental e espiritual é terrível! Mas o leitor que tem bom senso pode avaliar seus escritos. Não desprezo tais pregadores. Mantenho comigo a obra de Champlin, consulto-a em alguns textos e ele me elucida porque nem só de equívocos vive uma pessoa. Mas não me calo com a falta de seriedade no que se chama de “profecia” e na pompa egomaníaca com que seus autores as proferem. É incrível: há quem os justifique! Talvez por causa de uma citação de Demóstenes, registrada no livro de Lindsey: “Cremos em qualquer coisa que quisermos”. Deve ter sido por isto que ele escreveu Aagonia

O Antigo Testamento nos dá o fio de prumo para analisarmos os chamados “profetas” de hoje. Diz Deuteronômio 18.21-22: “E, se disseres no teu coração: Como conheceremos qual seja a palavra que o Senhor falou? Quando o profeta falar em nome do Senhor e tal palavra não se cumprir, nem suceder assim, esta é a palavra que o Senhor não falou; com presunção a falou o profeta; não o temerás.”. Se não se cumprir, a profecia não é de Deus. Simples, não é? Mas não é tudo.

Se o profeta falar, o que ele disser se cumprir e ele se valer disto para desviar o povo da Palavra, deve ser rejeitado. Diz Deuteronômio 13.1-5: “Se levantar no meio de vós profeta, ou sonhador de sonhos, e vos anunciar um sinal ou prodígio, e suceder o sinal ou prodígio de que vos houver falado, e ele disser: Vamos após outros deuses que nunca conhecestes, e sirvamo-los, não ouvireis as palavras daquele profeta, ou daquele sonhador; porquanto o Senhor vosso Deus vos está provando, para saber se amais o Senhor vosso Deus de todo o vosso coração e de toda a vossa alma. Após o Senhor vosso Deus andareis, e a ele temereis; os seus mandamentos guardareis, e a sua voz ouvireis; a ele servireis, e a ele vos apegareis. E aquele profeta, ou aquele sonhador, morrerá, pois falou rebeldia contra o Senhor vosso Deus, que vos tirou da terra do Egito e vos resgatou da casa da servidão, para vos desviar do caminho em que o Senhor vosso Deus vos ordenou que andásseis; assim exterminareis o mal do meio vós.”. Não quero o apedrejamento desses profetas. Só mostro que em vez de ouvi-los devemos rejeitá-los. O padrão é a Palavra de Deus. Se a temos como autoritativa e revelação completa, fiquemos com ela. Ela basta.

Passou da hora de dar um basta em revelações, profecias, visões, sonhos e interpretações particulares que avultam em nosso meio. Rejeitemos a megalomania de pregadores que se dizem “canal especial de Deus para esta geração”. Diz Jeremias 23.28. “O profeta que tem um sonho conte o sonho; e aquele que tem a minha palavra, fale fielmente a minha palavra. Que tem a palha com o trigo? diz o Senhor.”. Por fim, guardemos Isaías 8.20: “A Lei e ao Testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca lhes raiará a alva.”. Firmemo-nos na suficiência das Escrituras e afirmemos um princípio hermenêutico: quando a Bíblia é explícita, somos explícitos e falamos. Quando ela se cala, nós não inventamos e nos calamos. Que cessem as comichões nos ouvidos e voltemos ao apego às Escrituras. Elas são a verdade. Sobriedade no ensino bíblico nunca fez mal a alguém. 

Comentário meu: 

Tenho comigo a obra de Champlin aqui citada pelo Pr. Isaltino. O que impressiona é que a coleção de seis volumes que, aliás, adquiri por recomendação do Pastor Josué Ferreira, em 1996, é a 9ª Reimpressão e data de Setembro de 1995, ou seja, quando a maioria das predições já haviam caído por terra, e, mesmo assim, a Editora Candeia sequer teve o cuidado de eliminá-las, por serem fajutas. Confesso que jamais tive o cuidado de examinar todo o conteúdo da obra e sim, me ative à consulta de trechos que me interessavam, especialmente no que se refere à verdade contida nos versículos que, para mim, um leigo (não estudei Teologia), parecem um tanto obscuras. Muito obrigado, Pr. Isaltino, por jogar luz sobre assuntos às vezes controversos e que, por falta de tempo ou mesmo preguiça, passam despercebidos sob nossos narizes.  

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Política - A condenação do PT

Política

Por Marco Antonio Villa, O Globo

O julgamento do mensalão atingiu duramente o Partido dos Trabalhadores. As revelações acabaram por enterrar definitivamente o figurino construído ao longo de décadas de um partido ético, republicano e defensor dos mais pobres.

Agora é possível entender as razões da sua liderança de tentar, por todos os meios, impedir a realização do julgamento. Não queriam a publicização das práticas criminosas, das reuniões clandestinas, algumas delas ocorridas no interior do próprio Palácio do Planalto, caso único na história brasileira.

Muito distante das pesquisas acadêmicas — instrumentalizadas por petistas — e, portanto, mais próximos da realidade, os ministros do STF acertaram na mosca ao definir a liderança petista, em 2005, como uma sofisticada organização criminosa e que, no entender do ministro Joaquim Barbosa, tinha como chefe José Dirceu, ex-presidente do PT e ministro da Casa Civil de Lula.

Segundo o ministro Celso de Mello: “Este processo criminal revela a face sombria daqueles que, no controle do aparelho de Estado, transformaram a cultura da transgressão em prática ordinária e desonesta de poder.” E concluiu: “É macrodelinquência governamental.” O presidente Ayres Brito foi direto: “É continuísmo governamental. É golpe.”

O julgamento do mensalão desnudou o PT, daí o ódio dos seus fanáticos militantes com a Suprema Corte e, principalmente, contra o que eles consideram os “ministros traidores”, isto é, aqueles que julgaram segundo os autos do processo e não de acordo com as determinações emanadas da direção partidária.
Como estão acostumados a lotear as funções públicas, até hoje não entenderam o significado da existência de três poderes independentes e, mais ainda, o que é ser ministro do STF.

Para eles, especialmente Lula, ministro da Suprema Corte é cargo de confiança, como os milhares criados pelo partido desde 2003. Daí que já começaram a fazer campanha para que os próximos nomeados, a começar do substituto de Ayres Brito, sejam somente aqueles de absoluta confiança do PT, uma espécie de ministro companheiro. E assim, sucessivamente, até conseguirem ter um STF absolutamente sob controle partidário.

A recepção da liderança às condenações demonstra como os petistas têm uma enorme dificuldade de conviver com a democracia.

Primeiramente, logo após a eclosão do escândalo, Lula pediu desculpas em pronunciamento por rede nacional. No final do governo mudou de opinião: iria investigar o que aconteceu, sem explicar como e com quais instrumentos, pois seria um ex-presidente.

Em 2011 apresentou uma terceira explicação: tudo era uma farsa, não tinha existido o mensalão. Agora apresentou uma quarta versão: disse que foi absolvido pelas urnas — um ato falho, registre-se, pois não eram um dos réus do processo. Ao associar uma simples eleição com um julgamento demonstrou mais uma vez o seu desconhecimento do funcionamento das instituições — registre-se que, em todas estas versões, Lula sempre contou com o beneplácito dos intelectuais chapas-brancas para ecoar sua fala.

As lideranças condenadas pelo STF insistem em dizer que o partido tem que manter seu projeto estratégico. Qual? O socialismo foi abandonado e faz muito tempo. A retórica anticapitalista é reservada para os bate-papos nostálgicos de suas velhas lideranças, assim como fazem parte do passado o uso das indefectíveis bolsas de couro, as sandálias, as roupas desalinhadas e a barba por fazer.

A única revolução petista foi na aparência das suas lideranças. O look guevarista foi abandonado. Ficou reservado somente à base partidária. A direção, como eles próprios diriam em 1980, “se aburguesou”. Vestem roupas caras, fizeram plásticas, aplicam botox a três por quatro. Só frequentam restaurantes caros e a cachaça foi substituída pelo uísque e o vinho, sempre importados, claro.

O único projeto da aristocracia petista — conservadora, oportunista e reacionária — é de se perpetuar no poder. Para isso precisa contar com uma sociedade civil amorfa, invertebrada. Não é acidental que passaram a falar em controle social da imprensa e... do Judiciário. Sabem que a imprensa e o Judiciário acabaram se tornando, mesmo sem o querer, nos maiores obstáculos à ditadura de novo tipo que almejam criar, dada ausência de uma oposição político-partidária.

A estratégia petista conta com o apoio do que há de pior no Brasil. É uma associação entre políticos corruptos, empresários inescrupulosos e oportunistas de todos os tipos. O que os une é o desejo de saquear o Estado.

O PT acabou virando o instrumento de uma burguesia predatória, que sobrevive graças às benesses do Estado. De uma burguesia corrupta que, no fundo, odeia o capitalismo e a concorrência. E que encontrou no partido — depois de um século de desencontros, namorando os militares e setores políticos ultraconservadores — o melhor instrumento para a manutenção e expansão dos seus interesses. Não deram nenhum passo atrás na defesa dos seus interesses de classe. Ficaram onde sempre estiveram. Quem se movimentou em direção a eles foi o PT.

Vivemos uma quadra muito difícil. Remar contra a corrente não é tarefa das mais fáceis. As hordas governistas estão sempre prontas para calar seus adversários.
Mas as decisões do STF dão um alento, uma esperança, de que é possível imaginar uma república em que os valores predominantes não sejam o da malandragem e da corrupção, onde o desrespeito à coisa pública é uma espécie de lema governamental e a mala recheada de dinheiro roubado do Erário tenha se transformado em símbolo nacional.

Marco Antonio Villa é historiador e professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Carlos(Transcrito do Blog do Noblat)

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Para Reitor da UFF, Lei de Cotas é retrocesso

Universidade tem cotas para a rede pública desde 2007

Agência BrasilIsabela Vieira
Rio de Janeiro - O reitor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Roberto Salles, disse hoje (19)  que a Lei de Cotas é um retrocesso por beneficiar alunos de escolas públicas em condições de competir com estudantes de colégios privados. Em entrevista à imprensa, ele divulgou nota criticando a complexidade da seleção imposta pela  nova lei e anunciando ações afirmativas paralelas.

Além de destinar 12,5% das 9,6 mil vagas anuais à estudantes que cursaram ensino médio em qualquer escola pública conforme consta na lei, a UFF separará 10% de vagas para alunos de colégios municipais e estaduais. Desde 2007, a universidade tem cotas para estes alunos por considerá-los menos favorecidos. Em 2013, as vagas chegariam a 25%.

“Todo mundo sabe que colégio federais como o Pedro 2ª, militares, escolas técnicas e colégios de aplicação  preparam tão bem quanto as escolas privadas. Que chance vão ter de entrar na universidade os alunos formados pelos estados e municípios com esse ensino básico que temos?”, questionou Salles. “Essa lei provoca uma dificuldade para esses alunos”.

O reitor Roberto Salles também criticou a complexidade da Lei de Cotas, que exigirá um cruzamento de dados para selecionar alunos com base na renda e na raça (pretos, pardos e indígenas).  A meta é chegar a  50% de vagas para cotistas até agosto de 2016. “É uma coisa sofisticada. Até eu, lendo a lei, tenho dúvidas. Estamos preocupados”, disse o reitor.

Para oferecer programas assistenciais que estimulem a permanência do aluno cotista na universidade, como bolsa de estudo, alimentação, transporte e aulas de reforço, Salles quer que seja triplicado o orçamento do  Programa Nacional de Assistência Estudantil. Para 2013, ele pede mais R$10 milhões, que se somarão ao orçamento de R$ 25 milhões da instituição.

Para os próximos anos, a UFF antecipou que criará uma segunda fase do vestibular. Hoje a seleção é feita pelo Sistema Único de Seleção (Sisu), com base nas notas do Exame Nacional do Ensino Médio. “Pensamos em uma prova dissertativa específica para cada área, até para ver o nivelamento dos estudante na nossa concepção. Mais para frente vamos detalhar”, explicou Salles.

Procurado, o Ministério da Educação não respondeu à Agência Brasil.


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Deus Cuida de Mim

Eu preciso aprender um pouco aqui
Eu preciso aprender um pouco ali
Eu preciso aprender mais de Deus
Porque ele é quem cuida de mim

Se uma porta se fecha aqui
Outras portas se abrem ali
Eu preciso aprender mais de Deus
Porque ele é quem cuida de mim
Deus cuida de mim.

Deus cuida de mim na sombra das suas asas,
Deus cuida de mim, eu amo a sua casa,
E não ando sozinho, não estou sozinho,
Pois sei: Deus cuida de mim.

Deus cuida de mim na sombra das suas asas,
Deus cuida de mim, eu amo a sua casa,
E não ando sozinho, não estou sozinho,
Pois sei: Deus cuida de mim.

Se na vida não tem direção É preciso tomar decisão
Eu sei que existe alguém que me ama
Ele quer me dar a mão.

Se uma porta se fecha aqui
Outras portas se abrem ali

Eu preciso aprender mais de Deus
Porque ele é quem cuida de mim
Deus cuida de mim.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Ah, se...

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Terminei um comentário sobre o evangelho de Marcos, para a Abba Press, após meses de trabalho. Revisei-o, para corrigir o texto e melhorar a argumentação. Coincidiu que fiz a segunda revisão exatamente após o primeiro turno das eleições municipais. E topei com o texto de 12.13-17, onde há a expressão “A César o que é de César”. Comentei que me surpreende que as pessoas se centrem mais nesta frase que no seu complemento, “a Deus o que é de Deus”.

A segunda frase da sentença de Jesus é um corolário, uma proposição que se deduz de outra. É uma consequência natural do que foi dito, uma dedução óbvia da frase anterior. Se a moeda trazia a imagem de César, era de César. Que se pagasse tributo a ele. Eis o corolário: diante das autoridades religiosas de Israel estava Jesus, que é a imagem de Deus. E elas não o estavam honrando.

O foco da palavra de Jesus não é César, mas Deus. Pagassem o tributo a César, reconhecendo sua imagem. Mas Jesus era a imagem de Deus, e Deus não estava sendo honrado. A atitude dos líderes judeus não tributava respeito a Deus, cuja imagem estava diante deles. É verdade que Colossenses 1.15 ainda não fora escrito, mas Jesus já deixara pistas significativas de quem era.

Os crentes gostam muito da primeira parte, a honra às autoridades, aqui simbolizadas por César. Mesmo que sejam corruptas. Principalmente quando visitam nossas reuniões, para fazer média conosco. Ou quando prometem benesses à igreja. Jesus não honrou Herodes, mas chamou-o de “raposa” (Lc 13.32) e nem lhe deu atenção (Lc 23.2).

Vi o fervor de alguns crentes com seus candidatos. Carros com adesivos, bandeiras desfraldadas, “santinhos” distribuídos, participação em comícios. Ah, se eles pusessem adesivos em seus carros, testemunhando sua fé. Ah, se eles distribuíssem folhetos evangelísticos como distribuíram “santinhos”. Ah, se participassem dos cultos com o zelo, a pontualidade e o fervor com que participaram dos comícios! Conheci um, anos atrás, que “investiu” vinte mil reais na campanha de um político, mas não era dizimista em sua igreja!

Ah, se apresentássemos o evangelho com o fervor e com a assiduidade com que discutimos nossos candidatos e seus times de futebol! Ah, se o evangelho recebesse tanto entusiasmo como o que temos por nossos clubes! Ah, se vestíssemos a camisa do evangelho (simbolicamente falando) com o mesmo orgulho com que vestimos, literalmente, a camisa de nossos clubes!

Ah, se! Ah, se! Ah, se! Precisamos, eu inclusive, melhorar muito. Por vezes fazemos a mesma exegese que muita gente faz desta fala de Jesus. César recebe mais paixão deles que o evangelho. É, tá explicado.

Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 14.10.12 (Recebido por e-mail).

Festa no campo


Por Francisco Espiridião

É impressionante como são as coisas. Aliás, elas são como são. E pronto! Querem ver? O Brasil é um país laico. Não existe religião oficial. Mesmo assim, há fatos e fatos quando o assunto é religiosidade. A laicidade parece “dar um tempo” quando entra em jogo o dia da santa Padroeira, a festejada Nossa (de quem mesmo?) Senhora Aparecida.

A Lei 6.802, que autoriza gazear o dia de trabalho, é anterior à Constituição redentora. É de 30 de junho de 1980. Porém, aqui não vai qualquer crítica de minha parte quanto à sua execução. Isso, porque aprovo o fato de a Constituição prezar pela garantia da liberdade de culto. Quem quiser cultuar a Padroeira, que o faça. Eu aproveito para me esbaldar com a família.

E foi isso o que fizemos na sexta-feira-12. Logo pela manhã, pegamos a estrada: eu, a Eliana, a Karen, o Francisco, a Ethiane e o Rafael. Rumo a Caracaraí. A viagem foi mesmo uma festa. Passamos direto por Mucajaí, com cuidado, em razão da dezena e meia de quebra-molas ao longo do percurso de menos de um quilômetro no leito da BR-174, no perímetro urbano.

Em Iracema, fizemos uma parada estratégica, para abastecer o estômago numa lanchonete de beira de estrada. Comemos uma paçoca que em nada deixa a dever à do quilômetro 100 rumo a Pacaraima. O Rafael se lambuzou com uma fatia de bolo de trigo e rebateu a dose com a mamadeira de leite 1+ com vitamilho, preparada de modo improvisado pela mãe.

Em Caracaraí, a Fátima nos esperava com um peixe cozido que era uma delícia. Quem não quis, pôde mastigar o mesmo pescado assado e, ainda, frito a ponto de as espinhas não representarem qualquer ameaça, desde que bem mastigadas. Havia também frango grelhado. Mas quem liga para regime diante de tais circunstâncias?

Na volta, lá pelas cinco da tarde, resolvemos visitar o compadre Leal e a comadre Eronilda, donos de uma fazenda de gado na região de Apuruí. Para chegar lá não é necessário sair muito da rota. Entra-se na BR-210 dez quilômetros voltando de Caracaraí e 100 metros adiante, quebra-se para a direita. E vai embora. Não tem erro.

Como não avisamos que iríamos, ao chegar à propriedade encontramos apenas o Tiago, a mulher e o filhinho, de quatro anos. Leal e Eronilda arejavam na capital. A ida, no entanto, não foi de todo perdida. Nosso afilhado e a mulher nos receberam como príncipes. Fizemos um lanche regado a um fumegante café e queijo de manteiga da melhor qualidade.

Enquanto conversávamos, a Karen corria atrás do Rafael, que insistia em pegar pela cauda um cavalo que por ali pastava. Dissuadido da empreitada, ele não se conformava. Estava extasiado com o ambiente pastoril, totalmente novo.

Depois de nos deliciarmos com a exótica visão dos coelhinhos, uma ninhada de vira-latas que acabara de nascer, e os porquinhos da índia (preás mesmo!), Rafael continuava a jornada, perseguindo galos, galinhas e pintinhos que ciscavam alegremente. 

A título de incentivo, gritei-lhe:

– Pega o pinto, Rafael! Pega o pinto, rapaz!

Parou de imediato, e não contou conversa: levou a mão à fralda, intrigado por não poder pegá-lo de fato.

O julgamento do mensalão e o PT

Por Mário Machado

A cúpula do PT durante o primeiro governo Lula foi condenada por corrupção pelo STF. Que conclusões políticas podemos tirar disso?

Primeira: se a condenação tivesse sido decidida por apertada maioria de votos, seria inevitável que afirmassem tratar-se de julgamento de exceção, como se isso pudesse ocorrer impunemente em um estado democrático de direito e, ainda por cima, de maneira tão transparente. Mas a condenação resultou de ampla maioria e até unanimidade.

Segunda: o STF deixou claro que a corrupção pública encontrou um sério adversário no tribunal. Não mais poderão os partidos políticos usar e abusar do caixa dois. Doadores e receptores deverão agora pensar antes de se envolver nesse tipo de negociata porque os riscos de punição aumentaram muito.
E se outros casos similares existem, como o mensalão mineiro, que sejam igualmente julgados e punidos. Agora e sempre.

Terceira: o ex-presidente Lula não mais poderá alegar que o mensalão nunca existiu, que tudo não passou de uma tentativa de golpe das elites contra seu governo. O STF reconheceu que partidos foram comprados e inchados com recursos financeiros do valerioduto, tudo decidido pela direção do PT, para construir a base parlamentar do governo.

Pode o ex-presidente continuar a dizer que só admite que sua biografia seja julgada pelo povo, como se pairasse acima das leis? Perigosa, mas inútil arrogância.

Quarta: o PT passou a ter uma ficha suja em seu patrimônio político, e vários de seus dirigentes já começaram a se afastar, mas só agora, dos companheiros condenados. Pois se o julgamento do Supremo é complexo, a ideia de ficha suja é fácil de entender. Todo mundo sabe o que é.

 

Assim, embora esse julgamento não tenha tido maior impacto no primeiro turno da eleição municipal, diferente será daqui para a frente, à medida que um número crescente de cidadãos tome consciência do que se passou. Bem distintas poderão ser as eleições presidenciais de 2014.

Mário Machado é professor da FGV Direito Rio (Transcrito do Blog do Noblat)

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Ironia da história

  Por Carlos Alberto Sardenberg

Carlos Alberto Sardenberg, O Globo

Vamos falar francamente: os jovens da esquerda revolucionária dos anos 60 e 70 nunca lutaram pela democracia. Não, pelo menos, por esta que temos hoje e que vem sendo aperfeiçoada desde 1985.

Todos que participaram dos partidos, movimentos, vanguardas e alas daquela época sabem perfeitamente que se lutava pela derrubada do capitalismo e pela implantação aqui de um regime tipo cubano.

E, se não quiserem ou não acreditarem em depoimentos pessoais, basta consultar os documentos produzidos por aqueles grupos.

Poderão, então, verificar, que a única grande divergência entre eles estava no processo. Para alguns, a revolução comunista viria pela guerrilha a partir do campo, no modelo cubano. Para outros, o capitalismo seria derrubado pela classe operária urbana que se formava no Brasil em consequência do próprio desenvolvimento capitalista.

Derrubar o regime dos militares brasileiros não era uma finalidade em si. Aliás, alguns grupos achavam que a instauração de uma “democracia burguesa” seria contraproducente, pois criaria uma ilusão nas classes oprimidas. Estas poderiam se conformar com a busca “apenas” de salários, benefícios, casa própria, carro etc., em vez de lutarem pelo socialismo.

Pois foi exatamente o que aconteceu. E, por uma dessas ironias da história, sob a condução e a liderança de Lula!

Uma vez perguntaram a Lula, preso no Dops de São Paulo: você é comunista? E ele: sou torneiro-mecânico.

Uma frase que diz muito. De fato, o ex-presidente jamais pertenceu à esquerda revolucionária. Juntou-se com parte dela, deixou correr o discurso, mas seu comportamento dominante sempre foi o de líder sindical em busca de melhores condições para os trabalhadores da indústria.

Leia a íntegra em Ironia da história (Transcrito do Blog do Ricardo Noblat)


quarta-feira, 10 de outubro de 2012

1 Timóteo 2

1. Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens; 

2. Pelos reis, e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade;

3. Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador,

4. Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade.

5. Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.

6. O qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo.

7. Para o que (digo a verdade em Cristo, não minto) fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios na fé e na verdade.

8. Quero, pois, que os homens orem em todo o lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contenda.

9, Que do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e modéstia, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos preciosos,

10, Mas (como convém a mulheres que fazem profissão de servir a Deus) com boas obras.

11. A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição.

12. Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio.

13. Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva.

14. E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão. 

15. Salvar-se-á, porém, dando à luz filhos, se permanecer com modéstia na fé, no amor e na santificação.

Anotações sobre o Sete de Outubro (1): O Rei de Pernambuco caiu fora do barco depois de planejar o naufrágio perfeito

Por Augusto Nunes

Portador da Síndrome de Deus, Luiz Inácio Lula da Silva resolveu ensinar ao governador Eduardo Campos como se faz um prefeito de capital. Decidido a instalar o senador Humberto Costa no comando do Recife, proibiu o companheiro João da Costa de disputar a reeleição, ordenou ao deputado Maurício Rands que desistisse da candidatura e, convencido de que Eduardo Campos e o PSB não ousariam desafiar a vontade do Rei de Pernambuco, correu para o abraço.

Tropeçou espetacularmente num certo Geraldo Júlio, escolhido pelo governador para mostrar quem manda por lá. Há um mês, Geraldo Júlio era mais um no secretariado estadual. É agora o prefeito eleito com mais de 450 mil votos, 300 mil à frente do terceiro colocado Humberto Costa. O senador afundou abraçado ao ex-prefeito João Paulo, candidato a vice. Quem não perdeu inteiramente o juízo preferiu contemplar de longe o abraço dos afogados.

João da Costa e Maurício Rands abandonaram o barco ainda no ancoradouro. Como sempre faz ao pressentir a consumação de algum naufrágio que planejou, Lula escapou pelo porão. O palanque ambulante nem deu as caras na capital pernambucana, que deveria emoldurar o grande momento da sequência de comícios de dimensões amazônicas.

A surra sofrida pelo PT na cidade que controlou por 12 anos foi a mais espantosa proeza do intuitivo incomparável. Nunca se viu tão perfeito tiro no pé.

Menina chinesa morre depois de ser obrigada a correr por 6 horas

Corrida longa foi um castigo imposto pelo pai.
Pai, de 30 anos, está sob custódia policial.


Da EFE

Uma menina chinesa de 6 anos morreu no leste do país depois de ter sido obrigada por seu pai a correr durante seis horas como forma de castigo, informou nesta quarta-feira (10) o diário governista "Global Times".


O pai, de 30 anos, identificado como Zhang e atualmente sob custódia policial, castigava a filha por ter bagunçado a casa da família na cidade de Yueqing, na província oriental de Zhejiang.
Após as horas de exercício físico, a menina acordou durante a madrugada queixando-se de dores no estômago, e pouco depois caiu inconsciente antes de morrer.


O caso ocorreu no último fim de semana, mas as autoridades só o divulgaram agora.

Zhang também havia agredido a filha com um sapato, pelo que o corpo da menina apresentava vários hematomas, embora o médico legista tenha descartado que os golpes possam ter causado sua morte.

 Para piorar, o pai demonstrou incredulidade quando soube da morte de sua filha e insistiu em levá-la a outro hospital para uma "segunda opinião", mas acabou deixando o corpo da menina junto a uma árvore antes de entregar-se à polícia.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

O trágico Lewandowski ajuda a condenar os réus do mensalão

Por Altamir Tojal

Obrigado, ministro! Vossa excelência pode não querer, mas está ajudando o Supremo Tribunal Federal a fazer justiça e o Brasil a deixar de ser campeão da impunidade.

“Cadê as provas???”

O ministro Ricardo Lewandowski parece viver uma tragédia pessoal no julgamento do mensalão. Todos no Brasil, independentemente de preferência política, reconhecem nele um defensor dos réus pertencentes à cúpula do PT muito mais aplicado que os opulentos advogados de fato e de direito. Como revisor do processo, ele atropela o papel de juiz com uma subserviência patética ao partido.

Pode ser que Lewandowski esteja simplesmente pagando a conta de sua nomeação para a Suprema Corte. Pode ser comprometimento com os camaradas de sempre. Pode ser até convicção jurídica mesmo, embora ele não consiga convencer disso os seus pares e ninguém mais que presta atenção ao julgamento.

Pode ser também – e aí é que seria trágico – que Lewandowski não tenha conseguido resistir a algum tipo de chantagem, ao contrário do que fez o ministro Gilmar Mendes ao dar um não redondo ao presidente Lula, quando foi pressionado para atrasar o julgamento.

Há ainda um segundo sentido trágico na atuação de Lewandowski. É que, a cada voto, a cada exercício para salvar os réus da cúpula do PT, notadamente José Dirceu e José Genoíno, ele corrobora mais a acusação e reforça os argumentos dos ministros convencidos da culpa desses réus. As teses de Lewandowski obrigam os demais ministros a fazerem o dever de casa, a se esmerarem nos argumentos e nos votos.

Assim, o ministro revisor ajuda a condenar esses réus, fortalece as sentenças pela culpabilidade e enterra a acusação de que o STF está fazendo um “julgamento de exceção”. Além do mais, Lewandowski torna mais difícil a vida dos advogados de verdade que tentarão interpor embargos às sentenças condenatórias. Ele parece esgotar todas as possíveis teses da defesa e leva os demais ministros a desde já se municiarem com os argumentos contrários.

Portanto, obrigado, ministro Lewandowski! Vossa excelência pode não querer, mas está ajudando o STF a fazer justiça e o Brasil a deixar de ser campeão da impunidade.

(Publicado no blog De Olho no Mensalão, editado pelo Movimento
31 de Julho Contra a Corrupção e a Impunidade)

Voto secreto

Por Sebastião Nery

O coronel Chico Heráclio foi um Padre Cícero sem batina. E deixou histórias que Pernambuco e o Nordeste inteiro sabem e repetem. Em Limoeiro, quem mandava era ele. Era o senhor da terra, do fogo e do ar. Ou obedecia ou sumia. Fazia eleição como um pastor. Punha o rebanho na frente de casa, e ia tangendo, um a um, para o curral eleitoral.



Na mão, o envelope cheinho de chapas. Que ninguém abria, ninguém via, ninguém sabia. Intocado e sagrado como uma hóstia. Depois, o rebanho voltava, um a um, para comer. Mesa grande e fartura fartísssima. Era o primeiro preço do voto. E a festa da vitória. Um dia, um eleitor foi mais afoito:

- Coronel, já cumpri meu dever, já fiz o que o senhor mandou. Levei as chapas, pus os votos lá dentro, direitinho. Só queria perguntar uma coisa ao senhor : – Em quem foi que eu votei?

- Você está louco, meu filho? Nunca mais me pergunte uma asneira dessas. O voto é secreto.

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MURICI

José Murici, cearense boa praça, era fiscal federal do Instituto do Sal em Alagoas e adorava Maceió. Fez a campanha do candidato a governador que perdeu. O governador que ganhou pediu sua remoção para o Ceará.

José Murici ficou desesperado. No dia da viagem, os olhos cheios de lágrimas, encontrou no aeroporto o secretário do governador que tinha pedido, conseguido e providenciado sua saída. Avançou em cima dele como uma fera.

De serviço no aeroporto estava Bezerrão, investigador, dois metros de altura, 150 quilos de peso, analfabeto e sábio. Agarrou José Murici pelas costas, levou-o para um canto do aeroporto e lhe disse bem baixinho:

– Murici, Murici. Eu sou mais velho do que tu. Não sei ler mas conheço a vida. Volta para o teu Ceará que um dia o mandato do governador acaba, ele vai embora e tu vem de novo para Maceió. Murici, se tudo que subisse não caísse, o céu estava cheinho de talisca de foguete.

A NOITE DO MEU BEM

Dolores Duran

Hoje, eu quero a rosa mais linda que houver
E a primeira estrela que vier
Para enfeitar a noite do meu bem

Hoje eu quero paz de criança dormindo
E o abandono de flores se abrindo
Para enfeitar a noite do meu bem

Quero, o alegria de um barco voltando
Quero a ternura de mãos se encontrando
Para enfeitar a noite do meu bem

Ai eu quero o amor, o amor mais profundo
Eu quero toda a beleza do mundo
Para enfeitar a noite do meu bem

Quero, a alegria de um barco voltando
Quero ternura de mãos se encontrando
Para enfeitar a noite do meu bem

Ai! como esse bem demorou a chegar
Eu já nem sei se terei no olhar
Toda a pureza que eu quero lhe dar

sábado, 6 de outubro de 2012

Nunca na História Destepaiz

"Quem tem o poder e a força do Estado em suas mãos não tem o direito de exercer em seu próprio benefício a autoridade que lhe é conferida pelas leis da República."


Ministro Celso de Mello, sobre o governo do PT, durante voto que condenou réus da Ação Penal 470 (mensaleiros) em sessão plenária do Supremo Tribunal Federal (STF).

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Roraima comemora 24 anos de emancipação com avanços importantes

Francisco Espiridião/Secom
041012 24 anosAo comemorar 24 anos de emancipação política, nessa sexta-feira (5), o estado de Roraima tem muito a festejar, apesar de continuar ostentando o título de menor densidade demográfica do País. Em 2010, foi o estado que apresentou maior crescimento econômico na região Norte, com taxa de 7,65%, além de manter a marca de maior salário pago a professores, deixando para trás estados como São Paulo e Rio de Janeiro.

O repasse das terras da União para o estado é considerado uma das maiores conquistas do roraimense. O fato aconteceu em janeiro de 2009, quando o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o decreto que possibilita a regularização de 6,1 milhões de hectares, dando ao produtor rural a segurança da propriedade da terra. O fato implica diretamente no aumento da produtividade no setor primário.

Roraima é uma das unidades federativas que experimenta maior crescimento demográfico no país. Em 1991, quando da instalação do estado, fato que se deu com a posse do primeiro governador eleito, Roraima ostentava uma população de 217.583 habitantes. Esse número mais que dobrou ao longo de 19 anos. O Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010 mostra o estado com 451.227 habitantes.

Infraestrutura – A capital roraimense, Boa Vista, é hoje uma cidade que tem 100% de suas unidades habitacionais servidas por água tratada. O sistema de abastecimento está apto a atender às necessidades do boa-vistense até o ano de 2022. No quesito coleta e tratamento de esgoto sanitário, a capital só perde para a cidade de Campo Grande (MS). Quase 65% das residências de Boa Vista são servidas pela rede de esgotamento instalada.

Um dos gargalos para o desenvolvimento de Roraima está sendo eliminado, com a reconstrução da BR-174, que liga a capital amazonense à fronteira com a Venezuela. O trecho entre Boa Vista e Caracaraí já está concluído. Os trabalhos prosseguem no trecho sul, de Caracaraí até a divisa com o Amazonas, no rio Alalaú.

Os serviços executados ao longo da BR-174 permitem a redução da ordem de seis a sete horas no tempo de viagem entre Boa Vista e Manaus. Antes, o percurso era coberto ao longo de 16, 17 horas. Hoje, é possível percorrê-lo em menos de 10.

No interior do estado, estradas vicinais também estão sendo recuperadas. Os primeiros 200 quilômetros estão em vias de conclusão de pavimentação, enquanto que outro projeto prevê o asfaltamento de mais 200 quilômetros, tão logo sejam concluídos os primeiros.

A interiorização da energia elétrica é realidade. Vários municípios já recebem a energia 24 horas, oriunda do Linhão de Guri, entre eles, Mucajaí, Caracaraí e Rorainópolis. Os outros três municípios do sul, São Luiz do Anauá, São João da Baliza e Caroebe, são atendidos com energia elétrica gerada pela Pequena Central Hidrelétrica (PCH) de Jatapu.

Essa unidade geradora passa por processo de revitalização. A conclusão dos trabalhos está prevista para o fim do próximo ano, quando a região poderá contar com uma geração total de 10 megawatts.

Social – Nesse setor, o roraimense pode contar com a injeção mensal de recursos da ordem de R$ 6 milhões pelo governo do estado no Programa Crédito Social, que assiste 51 mil famílias de baixa renda. Pessoas portadoras de necessidades especiais são atendidas pelo Programa Viva Comunidade, que abriga 600 crianças.

O Programa Melhor Idade assiste pessoas com mais de 60 anos, com atendimentos diversos que vão desde o lazer até o tratamento médico-odontológico e psicológico. A instituição vai ganhar ainda neste mês de outubro uma nova sede, no Bairro Caranã, com amplo espaço físico para melhorar o atendimento da clientela. Os Programas Sociais do estado serão ampliados e já são referência nacional.

Segurança – Neste quesito, o estado mantém a Academia de Polícia Integrada Coronel Santiago, a API, que serve de sustentáculo para a formação técnica do corpo de polícia, seja civil como militar.
Ali estão em formação alunos da primeira turma de oficiais da Polícia Militar. Antes, estes cadetes eram formados fora de Roraima, o que, além de onerar os cofres públicos roraimenses, ainda deixava a desejar quanto aos conhecimentos obtidos, com prejuízo da realidade roraimense.

Além dos cadetes da PM, a API trabalha na formação de 352 agentes penitenciários, que substituirão os atuais agentes carcerários. Até o fim deste ano, deve ser realizado concurso público para inclusão de novos policiais militares, ampliando, assim, o efetivo daquela corporação.
Está prevista a construção de três novas unidades para a Polícia Civil, sendo uma Delegacia da Mulher, uma
da Infância e Juventude e mais um Distrito Policial (DP). As novas unidades seguirão o modelo estrutural e padrão da delegacia construída no Distrito Industrial, nos moldes da Polícia Cidadã.

Saúde – Está prevista para os próximos meses a entrega do Hospital das Clínicas, localizado no bairro Pintolândia, zona Oeste da capital, e do Hospital de Rorainópolis. Além disso, haverá uma readequação do Hospital Geral de Roraima (HGR), que vai receber investimentos da ordem de R$ 55 milhões, sendo R$ 40 milhões em obras de infraestrutura e R$ 15 milhões em equipamentos.

O hospital ganhará mais um bloco com três pavimentos, o que permitirá aumentar em 120 o número de leitos oferecidos à comunidade. A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) vai ganhar mais 10 leitos. 

Agricultura – A matriz econômica do estado de Roraima tem forte tendência para a agricultura e o agronegócio. Os extensos lavrados são bioma típico para o plantio de grãos, sem degradação do meio ambiente.

Um exemplo é a Fazenda Água Boa, localizada a 40 quilômetros de Boa Vista, na RR-205, estrada que dá acesso ao município de Alto Alegre. Neste ano foram plantados ali 1.400 hectares de soja, 520 hectares de milho, entre outras cultivares.

A produção é promissora no estado em razão do polo consumidor venezuelano e a proximidade com o Caribe, via porto de Georgetown. Além disso, As condições preexistentes, como a forte iluminação e alta humidade do ar, favorecem a produtividade agrícola.

Outro fator a favorecer a produção é o fato de Roraima estar localizado em sua maior parte no Hemisfério Norte, onde, durante o ano inteiro, os dias oferecem pelo menos uma hora a mais de luz que os demais estados da federação.

A produção na entressafra brasileira também é outro fator de incentivo que tem trazido produtores de outros pontos do País para se instalar em Roraima. Tudo isso aponta o estado como a nova fronteira agrícola, a exemplo do que ocorreu com a região Centro-Oeste, na segunda metade do século passado.

COERÊNCIA AO VOTAR

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

(Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 7.10.12; recebido por em-mail)

Terça à noite, Meacir e eu voltávamos para casa. Moramos no Cabralzinho, e nosso caminho é a Av. Padre Júlio. É a mais amapaense de todas as ruas. Sai da orla do rio Amazonas e dá pra ir até o Oiapoque.

Paramos na Rua Minas Gerais para resolver algo. Ao sairmos, passou por nós um veículo da Secretaria do Trânsito. Os dizeres na lateral davam-no da Fiscalização.

O carro parou sobre a faixa de pedestres, e, lentamente (como é costume aqui) foi se movendo, até que ultrapassou o semáforo vermelho. Comentei: “Por isso o trânsito aqui é assim. Ninguém respeita nada”. Quando quem tem que dar o exemplo transgride as leis a coisa está feia.

Já estou velho e ainda não me conformei com este jeito brasileiro de desrespeitar leis, de ser incoerente, de fazer as coisas erradas. E depois reclamar. Hoje, dia de eleições, o povo vai às urnas para eleger as mesmas pessoas de sempre, e depois se queixará delas. Não tem senso nem valores, e torce por políticos ou partidos como se fosse futebol. É passional e lúdico, mas sem visão crítica e séria do processo eleitoral.

Agasta-me ver igrejas evangélicas em que os crentes são tratados como curral eleitoral por pastores que agem como déspotas esclarecidos. Há igrejas que apoiam políticos suspeitos de corrupção. Políticos que defendem o homossexualismo a ponto de quererem calar os discordantes, impondo-lhes a ditadura da visão única. Defendem o aborto indiscriminado (seu herói deve ser Herodes!) e a descriminalização de drogas.

Seus valores morais são elásticos, e mesmo assim são adulados. Porque dão benesses à igreja. Dizia-me um pastor, candidamente, sobre seu apoio a um candidato cristofóbico: “Ele vai defender nossos interesses!”. Interesses? Que interesses tem a igreja que Deus não possa defender? Desde quando pastores, principalmente os que falam tanto sobre o poder do Espírito Santo, precisam se vender a homens corruptos para garantir direitos à igreja?

Não imponho candidato às minhas ovelhas. Tenho percepção política, e minhas convicções são claras. Mas são minhas. Não as imponho. Meu rebanho não é minha propriedade. Mas não votem em gente que vocês desconfiam (ou sabem) que é corrupta. Não votem em gente que sustenta valores antagônicos aos do evangelho. Não votem por facilidades que o candidato prometeu lhes dar. Quem vota em troco de dentadura, terreno, emprego ou benesses pessoais é corrupto. Vendeu-se.

Os partidos políticos no Brasil não têm ideologia. É ocioso discuti-los. Mas não votem em gente desonesta nem contrária aos seus valores morais e espirituais. Em quem votar, é questão sua. Mas seja coerente e dê bom testemunho. Pense bem.

Impunidade não é garantia democrática, Lewandowski! Aliás, é apanágio de ditaduras!

Por Reinaldo Azevedo 

O voto desta quinta-feira do ministro Ricardo Lewandowski é a evidência escancarada de um Supremo Tribunal Federal infiltrado pelos interesses partidários mais mesquinhos – e pouco me importa se ele tem ou não a carteirinha do partido. Lewandowski é a prova de que, por meio do regime democrático, é perfeitamente possível promover a depredação das instituições, o seu rebaixamento, a sua desqualificação. Afinal, o presidente da República tem o poder de indicar o candidato ao Supremo. Ao Senado cabe sabatiná-lo e aprová-lo ou rejeitá-lo. Se o chefe do Executivo decide escolher um mero esbirro de um projeto político e se os senadores se comportam como despachantes do Palácio, toma assento na corte suprema do país o serviçal de um partido ou de um grupo. Como impedir que isso aconteça? Entregar a indicação a corporações de ofício também não é uma boa saída. Não há outro caminho: também nesse caso, só a vigilância democrática é eficaz – dos cidadãos, da imprensa, dos advogados, das pessoas de bem. “Ah, lá está o Reinaldo desqualificado o Lewandowski só porque não votou como ele queria…”

Quem acredita nisso não deixará de acreditar se eu disser que é mentira, certo? Logo, não quero papo com essa gente. Se há coisa que eu não faço é tentar convencer do contrário quem me detesta. Eu acho que o mundo fica bem com a diversidade… Adiante! O problema não está no voto “sim” ou “não” de Lewandowski, mas na qualidade de seus argumentos, na sem-cerimônia com que despreza os fatos, na arrogância – vênia máxima – meio ignorantona com que tem se conduzido no tribunal.

É bem verdade que ele já tentou enveredar pela Antiguidade Clássica e levou uma sandaliada do sapateiro quando atribuiu a Fídias uma frase dita por Apeles. É bem verdade que ele já havia maltratado Ortega y Gasset de maneira miserável, transformando o filósofo espanhol numa espécie de naturalista de meia-tigela. É bem verdade que ele não se saiu melhor quando apelou a Kafka… Não tendo evoluído nem com brilho nem com graça no mundo da alta cultura, Lewandowski houve por bem ser tosco, como se seus pares e nós mesmos, que acompanhamos o julgamento,  não estivéssemos à altura do que ele guarda de melhor.  Ocorre que ele não guarda nada de melhor. Como sabe Apeles. Como sabe Ortega y Gasset. Como sabe Kafka. Desqualificar uma convicção alheia como “coisa de Papai Noel” ou sugerir que seus colegas de tribunal são cegos a tatear partes de um elefante são posturas grosseiras, sim, mas próprias de quem não tem mais nada a oferecer.

Então Delúbio era o chefe do PT?

Entende-se agora por que Lewandowski, secundando Márcio Thomaz Bastos, opôs-se com tanta energia ao fatiamento do julgamento. Do modo como Joaquim Barbosa conduziu o seu voto, as escolhas têm de ser feitas à luz do dia, segundo a exposição escancarada dos fatos. O que o ministro fez nesta quinta-feira, ao inocentar com tanta energia e dedicação José Genoino e José Dirceu, foi transformar o ex-tesoureiro Delúbio Soares em chefe máximo do partido. Quem? Este senhor é incapaz de administrar a própria reputação – já que sempre se oferece para ser o cobre de plantão de colegas mais graúdos… Imaginem se poderia ser ele o Dom Corleone do petismo… Trata-se de uma piada grotesca.

Como esquecer aquela histórica participação de Delúbio Soares na CPI do Correios, em que parecia estar pra lá de Bagdá, incapaz de dizer coisa com coisa? Ou não achei, ou os vídeos desapareceram do YouTube. Era ele o chefe??? Não!  Lewandowski sabe que o tesoureiro cumpria as ordens que lhe dava a cúpula do partido: Lula, Dirceu e José Genoino. Mas aí o coração supostamente garantista de Lewandowski é tomado por um enxurrada de emoções, e ele pergunta, afetando candidez: “Onde estão as provas contra José Dirceu e José Genoino?”.

Bem, no caso de Genoino, há até recibo assinado –  um contrato. Não serve para Lewandowski porque, diz ele, assinar os tais empréstimos era próprio da função do então presidente do PT. Certo! Mas também estava entre as suas atribuições endossar empréstimos fajutos, que jamais existiram? Ou o ministro acredita que foram legais? Se acredita, por que, então, condenou o núcleo banqueiro? “Ah, mas Genoino não sabia…” Digamos que não… Então alguém sabia! Dirceu, ora vejam, também ignorava tudo. Quando o ministro acha por bem, ele pergunta: “Cadê o papel com assinatura?”; quando lhe dá na veneta (uma veneta com método!), no entanto, ele proclama: “Esse papel era parte das atribuições do meu cliente…” – ooops! “Do réu”, eu quis dizer.  A depender de quem seja, Lewandowski ou absolve por haver papel ou absolve por não haver papel.

Não que fosse um despropósito um partido como o PT ter como seu chefe máximo um tesoureiro. Faria um sentido danado. Mas os fatos demonstram ser essa uma mentira escandalosa. O próprio Delúbio já andou dizendo por aí que a sua eventual prisão é uma espécie de missão partidária. Ora, devagar com o andor, senhor Lewandowski! A teoria do “domínio do fato” não se confunde com a responsabilidade objetiva – até porque, no que concerne a Dirceu, nem mesmo chefe do partido ele era! Trata-se de juntar as peças do quebra-cabeça, a partir do conjunto de indícios, para concluir, afinal, quem tinha o comando da máquina partidária – além de seu presidente, que era José Genoino.

Mas não seremos tão cruéis a ponto de forçar Lewandowski a chegar ao óbvio com base na pura lógica. Não! Contra Dirceu há depoimentos – os líderes partidários dizem que qualquer acordo tinha de ser referendado por ele – e há os fatos: as reuniões com a cúpula do Banco Rural, em companhia, calculem, de Marcos Valério (por quê???) e Delúbio Soares.

É patético que o ministro se esconda atrás de um suposto apego ao garantismo para ignorar a realidade. O garantismo que permite a impunidade é falácia. Os que se dizem adeptos dessa corrente estão é em busca de Justiça, não o contrário. Então Lewandowski condena por corrupção passiva um Roberto Jefferson, que admite ter recebido uma mala de dinheiro para distribuir aos petebistas, mas absolve Dirceu, que foi quem costurou aquele acordo, fundado sobre aquelas bases, a saber: dinheiro? Ou o ministro tentará nos convencer de que a “autoridade” petista com quem Jefferson negociava era… Delúbio? Por quem nos toma Lewandowski?

“O depoimento de Jefferson não vale; ele também é réu!” Sim, é, mas é um réu que se autoincriminou e que tinha ciência do que estava fazendo – é advogado. Mas não! Não é preciso recorrer ao que Jefferson diz de Dirceu para chegar à culpa do comissário. Kátia Rabello, narrando seus encontros com o então chefe da Casa Civil, consegue ser muito mais eloquente.

Concluindo
 
Um ministro está prestes a assumir a vaga aberta com a saída de Cezar Peluso. No mês que vem, outro assento se torna vago, com a aposentadoria de Ayres Britto. Por enquanto, pela maioria folgada de seus integrantes, temos e vemos um Supremo Tribunal Federal que honra a sua independência. Lewandowski, no entanto, é a evidência que aquela não é uma Casa imune a interesses que podem orbitar fora da Constituição e dos códigos legais.

Ou a gente diz isso a tempo, com todas as letras, ou, como diria Camões, um dia o dano pode ser maior do que o perigo.