sábado, 30 de março de 2013

“Nosso petróleo na lama deles”

Do site do deputado estadual Valdir Rossoni (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa do Paraná:


O Feirão da Petrobras

O desmanche da Petrobras é uma das prioridades do plano de desinvestimentos do governo federal. Na mão dos petistas, a estatal dos brasileiros está sendo sucateada, colocada em banca de camelô sem autorização.

Negócios obscuros iniciados quando a presidente era ministra das Minas e Energia, transações que só os vendilhões conheciam, agora vêm à tona. Infelizmente é nosso petróleo na lama deles.

Isso pode ser comprovado no excelente trabalho de reportagem da revista Época.

Leia a matéria da revista aqui: http://revistaepoca.globo.com//tempo/noticia/2013/03/empresas-da-petrobras-vendidas-pela-metade-do-preco-um-amigo-de-cristina-kirchner.html

Sem fiéis, igreja alemã coloca templos à venda

Vende-se uma igreja por € 135 mil (R$ 350 mil). Quem está à procura de uma capela pode conseguir uma por € 20 mil (R$ 51 mil).

Essas ofertas são da arquidiocese de Berlim, que tenta há semanas se desfazer de templos que estão órfãos de fiéis.

Com a Igreja Evangélica alemã não é diferente. Os evangélicos criaram um site para divulgar a oferta de 170 templos e 140 terrenos.

De 1990 a 2010, 340 templos evangélicos foram fechados no país, segundo o diário espanhol "El País".

Embora a Igreja Católica tenha sido liderada recentemente por Bento 16, alemão, 400 templos foram fechados apenas em 2011, segundo a Conferência Episcopal daquele país.

O índice de alemães católicos e evangélicos caiu 10% e 17%, respectivamente, desde os anos 1990.

POLÊMICA
Uma igreja evangélica na cidade de Hamburgo, vendida no final do ano passado por falta do comparecimento de fiéis, agora está nas mãos do islã. O negócio acabou com a convivência pacífica entre cristãos e muçulmanos na cidade.

Na semana passada, cerca de 300 neonazistas iniciaram protestos contra seguidores do islã. A polícia teve de intervir para evitar uma briga religiosa.

Fonte: Folha de S.Paulo

quinta-feira, 28 de março de 2013

Senador Sodré Santoro protesta contra 'ditadura fiscalista' do Coaf

O senador Sodré Santoro (PTB-RR) manifestou nesta quarta-feira (27) sua indignação com as resoluções do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que impõem o fichamento de pessoas envolvidas em compra e venda de itens “de luxo” e “de alto valor” - no entendimento do Coaf, quaisquer bens de valor superior a R$ 10 mil. O parlamentar opinou que esse ato de "ditadura fiscalista" incrementa a burocracia, viola direitos básicos do cidadão e invade a competência do Legislativo:

- Atualmente, qualquer carro usado com mais de dez anos de uso pode ter este valor [de R$ 10 mil]. Será considerado possuidor de artigo de luxo e de alto valor o trabalhador que conseguir comprar uma Caravan 1980, por exemplo? - indagou.

Santoro ressaltou que o regulamento obriga o vendedor a "denunciar" ao Coaf, fornecendo dados de identificação civil e fiscal, qualquer pessoa física ou jurífica que faça transações comerciais que somem R$ 30 mil em seis meses, sob pena de cassação ou suspensão das atividades e multa que pode chegar a R$ 20 milhões. 

Para ele, o "amor desmedido pela burocracia" expresso nas resoluções do Coaf se baseia na premissa de que todo cidadão é mal-intencionado, ao mesmo tempo que ignora que cada controle tem um custo.

- Sempre é preciso invadir um pouco mais a vida privada do cidadão brasileiro. Sempre o Estado se sente no desejo de mutilar um pouco mais as liberdades individuais. A liberdade do indivíduo é algo sagrado no Estado democrático de direito. Violá-la é violar a democracia. As resoluções, portanto, violam a democracia - disse.

O senador citou as palavras de tributaristas para sublinhar o caráter inconstitucional das resoluções, argumentando que sanções e obrigações só podem ser criadas por lei, e pediu ao Coaf que "recupere o bom senso" com relação às normas.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Nem homofóbico nem racista

Por Francisco Espiridião (*)
Interessante a pendenga que se estabeleceu em torno do deputado Marco Feliciano (PSC-SP). Bastou ter sido catapultado à presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados, no último dia 5, para que a petralhada caísse em cima dele como um cardume de piranhas sobre um boi que adentra o rio.
A justificativa para a grita tem duas vertentes. A primeira, declarações de Feliciano em púlpito de igreja contra o casamento gay. Ele não inventou nada. Externou pensamento com base em citações bíblicas. Nada de homofobia, como querem gays, lésbicas, bissexuais e outros do gênero. Dois homens não formam casal. Formam, no máximo, uma dupla. Segundo o Aurélio, casal é um par composto de macho e fêmea, ou homem e mulher.
A segunda, uma denúncia de ter manifestado preconceito contra negros, baseada em uma declaração feita fora dos eixos. “Qualquer um pode deslizar nas palavras”, justificou o vice-presidente do PSC, Everaldo Pereira, nesta terça-feira, quando a legenda confirmou o Pastor no cargo de presidente da CDHM, da Câmara.
Aliás, denúncia digna de risos. Feliciano é negro, gente! Uma foto tirada com a mãe e o padrasto, que ele próprio exibiu nas redes sociais, mostra bem a sua “origem afro”, como diriam os esquerdopatas de plantão, militantes da famigerada corrente do politicamente correto.
Nem homofóbico nem racista. Por suas convicções estritamente cristãs, Feliciano caiu na candinha das minorias que pretendem, a ferro e fogo, dar ao errado a conotação de certo. Gente sem nenhum despudor a ponto de querer jogar no lixo tudo aquilo que se conhece por ético. Para essas minorias, há muito a decência perdeu a graça.
Gays, lésbicas, petistas inveterados, integrantes do retrógrado PSOL e do falimentar PCdoB exageram. Esquecendo-se de que o presidente da CDHM foi eleito dentro dos trâmites regimentais, agem como se pisassem uma terra sem lei. Em sua sanha persecutória, não permitem que as sessões da dita comissão ocorram dentro da normalidade.
Na ânsia de perseguir o pastor-presidente da CDHM, se esquecem de repudiar o que de mais escabroso mora naquela Casa Legislativa. Que, aliás, mais parece o Palácio dos Horrores. Cadê as manifestações contra o deputado José Genoíno (PT-SP), condenado (êta palavrinha forte, heim...) a prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF)? Ele assumiu a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Contra isso, nem um pio.
Cadê as manifestações contra o enrolado presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN)? Cadê as manifestações contra o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP)? Ele que, mesmo condenado pelo STF no rolo do mensalão, assumiu vaga como membro da CCJ da Câmara? E o deputado José Nobre Guimarães (PT-CE), dono dos dólares na cueca do assessor?  Nessa estrada vai-se longe.
Se for para moralizar o Côncavo e o Convexo que formam o Congresso Nacional, parece ser necessário, primeiro, fechá-los. Em seguida, fazer uma lavagem cerebral no eleitorado brasileiro. E, aí sim, novas eleições. Afinal, quem colocou o Pastor Marco Feliciano no Congresso? Não foram quase 212 mil eleitores paulistas? Será que todos estavam errados?  

terça-feira, 26 de março de 2013

Mais literatura à vista

O fotojornalista e escritor Bruno Garmatz lançará três livros na primeira quinzena deste mês de  abril próximo.

Dois deles são romances: O homem de Barlovento e Escolhas Erradas. O terceiro, jogará luz sobre o monumental Monte Roraima.

Os três estão em fase de edição e impressão, pela Editora Artes e Textos, de Curitiba (PR).

Bom saber que a lavra roraimense de literatura está a mil. Em dinâmica ebulição.

Todo o sucesso para você, amigo. 

segunda-feira, 25 de março de 2013

Rato morde cobra que come rato

Um camundongo foi fotografado no dia 5 de março tentando "impedir" uma cobra de devorar outro camundongo no zoológico de Hangzhou, na província de Zhejiang, na China. O roedor não conseguiu salvar o "amigo" e acabou virando comida de outra cobra.

domingo, 24 de março de 2013

População mundial consome o dobro da quantidade recomendada de sal

Setenta e cinco por cento da população mundial consome o dobro da quantidade de sódio (sal) recomendada pela Associação Americana do Coração (AHA, na sigla em inglês), de acordo com o relatório apresentado no encontro da entidade. 

A ingestão global de sódio, de comidas prontas, sal de mesa e molho de soja chegou à média de 4g por dia em 2010 — a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda menos de 2g por dia, e a AHA, menos de 1,5g por dia.
- Pela primeira vez as informações sobre ingestão de sódio por país, idade e gênero está disponível - diz o autor do estudo Saman Fahimi, cientista visitante do departamento de epidemiologia da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard, em Boston. 

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo; o excesso de sal aumenta a pressão arterial, que é o maior fator para o desenvolvimento das doenças do coração. 

Entre homens e mulheres, a média de ingestão de sal superou os índices saudáveis em quase todos os países, segundo os pesquisadores. O Cazaquistão teve a maior média de consumo, de 6g por dia, seguido pelas ilhas Maurício e pelo Uzbequistão, com um pouco menos. 

O Quênia e o Malaui tiveram a média mais baixa de ingestão, de cerca de 2g por dia. Nos EUA a média de ingestão é de 3,6g por dia. De 187 países, 181, representando 99% da população mundial, consomem mais sal que o recomendado pela OMS; e 119 países, ou 88% da população mundial, superam a ingestão de 1g por dia. 

Todos os países, com exceção do Quênia, excedem a recomendação da AHA de 1,5g de sódio por dia. 

Os pesquisadores analisaram 247 pesquisas de ingestão de sódio por adultos para estimar o consumo estratificado por idade, gênero, região e nação entre 1990 e 2010 como parte do 2010 Global Burden of Diseases Study, um estudo internacional feito por 488 cientistas de 303 instituições em 50 países.

Vale a pena parar de fumar

Vi isso em algum lugar. Infelizmente não tinha a referência sobre a origem do estudo. Por isso, não dou como verdadeiro. Mas que é interessante, lá isso é. Vejamos:  

Depois que um fumante deixa de fumar: 

- Após 20 minutos, a pressão sangüínea e a pulsação voltam ao normal; 

- Após 2 horas, não há mais nicotina circulando no sangue do ex-fumante; 

- Após 8 horas, o nível de oxigênio no sangue se normaliza; 

- Após 12 a 24 horas, os pulmões já funcionam melhor; 

- Após 2 dias, o olfato já percebe melhor os cheiros e o paladar já degusta melhor a comida; 

- Após 3 semanas, a respiração se torna mais fácil e a circulação melhora; 

- Após 1 ano, o risco de morte por infarto do miocárdio já foi reduzido à metade; 

- Após 5 a 10 anos, o risco de sofrer infarto será igual ao das pessoas que nunca fumaram.

Faltou dizer em quanto tempo o ex-fumante deixa de exalar o cheiro horrível do cigarro. E pensar que eu fumei 17 anos... 

sábado, 23 de março de 2013

Quartiero absolvido

Herói da resistência contra a demarcação da Reserva Raposa Serra do Sol, em 2009, o deputado Paulo César Quartiero (DEM) teve denúncia rejeitada por unanimidade pelo Supremo Tribunal Federal (STF), onde respondia a processo por formação de quadrilha.

Ex-prefeito de Pacaraima, o deputado, que é plantador de arroz, manteve arrozeiros dentro da reserva, nadando contra as forças instituídas - PF e Exército. Não adiantou. A reserva foi limpa de não índios e entregue, de forma contínua, aos silvículas.

sexta-feira, 22 de março de 2013

‘Nova classe média’ tem trabalho precário, pouca instrução e moradia inadequada

Nice de Paula/G1

RIO – As estatísticas não deixam dúvidas. Com o ganho de renda dos trabalhadores nos últimos anos, o Brasil é um país de classe média. Economistas calculam que 55% da população podem ser considerados assim. Mas que classe média é essa?

A acompanhante de idosos Fernanda Nascimento, 25 anos, e seu marido, o pedreiro Carlos Rogério de Oliveira, de 31, não terminaram o ensino fundamental. O casal mora em Nova Iguaçu, com as filhas de 5 e 1 ano de idade. Fernanda e Carlos Rogério não têm casa própria, cartão de crédito nem plano de saúde. Suas filhas não estão em escola particular e o casal enfrenta uma jornada de trabalho de mais de dez horas por dia. Mas a renda mensal da família, de R$ 2.100, faz dela um retrato da nova classe média brasileira. Será mesmo?

— Não — diz o sociólogo Jessé Souza, para quem esse grupo forma uma “nova classe trabalhadora precarizada”. — É uma classe que foi inserida principalmente no comércio, em serviços e em pequenas indústrias. É mais explorada, aceita trabalhar 12, 14 horas por dia. A ascensão dessa classe ao consumo é real. E isso é extremamente positivo, porque antes nem essa possibilidade existia. A sociedade moderna têm dois capitais importantes, o econômico e cultural. Essa visão empobrecida (de classe média) considera apenas a renda.

As sociólogas Christiane Uchôa e Celia Kerstenetzky, da UFF, analisaram os indicadores sociais da nova classe média, com base na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE de 2009. E se surpreenderam ao perceber que 9% dos pais de família do grupo são analfabetos, 71% das famílias não têm planos de saúde e 1,2% das casas (cerca de 400 mil) sequer têm banheiros.

“A chamada nova classe média não se parece com a classe média como a reconhecemos” concluem as pesquisadoras. Criador do conceito “nova classe média”, o economista Marcelo Neri, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), vê nas críticas uma reação de sociólogos que, para ele, “se sentem um pouco invadidos”:

— Desde o começo a gente não está falando de classe sociais, mas de classes econômicas.

Economistas são pragmáticos, talvez simplifiquem demais as coisas. Mas, entre 2003 e 2011, 40 milhões de pessoas se juntaram à classe C no Brasil, que passou para 105 milhões de pessoas.

No recorte feito por Neri em 2009, eram consideradas como classe média famílias com renda mensal entre R$ 1.200 R$ 5.174. Agora, as faixas foram atualizadas para entre R$ 1.750 e R$ 7.450.

— É claro que essa não é uma classe média europeia ou americana, é a classe média brasileira. Mas não olhamos só a renda, é uma métrica mais sofisticada. Há melhoras em indicadores de educação e, principalmente, de trabalho, que dá sustentabilidade às conquistas. O grande símbolo dessa classe média não é o celular nem o cartão de crédito, mas a carteira assinada. Eu até gostaria de ver mais empreendedorismo — diz Neri.

O empreendedorismo faz parte da rotina de Rosani Pifani, 50 anos, e seu marido Carlos Augusto Ferreira, 53 anos, donos de um bar no Morro do Pinto, onde conseguem uma renda de R$ 2 mil, vendendo de cerveja a detergente, das 7h às 20h. Nos fins de semana, a jornada se estende até 2h.

— Não tenho conforto nem fim de semana, e queria ter um carro. Mas quando olho a pobreza em volta, vejo que pelo menos tenho casa própria, comida e televisão — diz Rosani, que não completou o ensino fundamental.

Com tv a cabo, mas sem escola particular

No andar de cima da casa, vive a família da filha, Manuela Pifani Lago, de 25 anos, seu marido Jonatas Oliveira, de 30 anos, e o filho Miguel, de 4 anos. Com ensino médio completo, os dois trabalham com carteira assinada, ela como caixa numa grande rede de varejo e ele, como técnico de informática. Juntos ganham cerca de R$ 2 mil.

— Temos plano de saúde, graças à empresa, e alguns confortos, como TV a cabo. Mas escola particular para o Miguel ainda não dá — conta Manuela.

O publicitário Renato Meirelles, do Instituto Data Popular acha que o brasileiro tem uma visão errada de sua própria condição.

— Quem se considera de classe média está na ponta da pirâmide, é mais intelectualizado, mais erudito. Temos pesquisa mostrando que 35% das classes A e AB se consideram de classe média. No Brasil, o 1% mais rico têm renda per capita de R$ 6 mil por mês e há um monte de gente que faz parte deste 1%, mas jura que é classe média. Mas não se pode dizer que classe média é só quem concluiu o curso superior e gosta de música erudita.

Ex-babá e hoje sócia de uma loja de decoração em Copacabana, Evangelina Ribeiro, de 40 anos, diz que só passou a se sentir de classe média depois de concluir seu curso superior em pedagogia.

— Um mundo se abriu. Almoço em casa, compro o que quero e visto o que eu gosto. Infelizmente, a sociedade ainda tem muito preconceito, e a primeira impressão é o que você tem e o que você compra — diz ela, dona de renda mensal que varia de R$ 2.500 a R$ 3 mil, e que já pensa em cursar outra faculdade, de gastronomia.

Alto Risco

João Bosco Leal (*)
 
Há pouco tempo uma amiga me contou que, durante uma viagem de turismo que fez com um grupo de conhecidas, pensou haver encontrado seu príncipe encantado. Eram cinco mulheres e guiadas por outra da cidade onde estavam, foram a um bar onde havia pista de dança.

Ela, mulher já madura - de quem já se esperava menos inocência -, dança com um desconhecido que a encanta com suas conversas e galanteios, a ponto de imaginar haver ali encontrado seu príncipe encantado.
Como normalmente ocorre, naquela mesma noite, ou no dia seguinte, vivem o que para ela foi uma inesquecível noite de amor, onde além do amante encontrou aquele galanteador, que tudo dela ouvia, mostrava interesse, elogiava seus dotes físicos e intelectuais, mas no dia posterior ele volta para sua noiva, esposa ou cidade.

Ainda sonhando e sem saber da outra, durante meses ela liga, manda e-mails com mensagens apaixonadas, fotos, tenta um reencontro, mas tudo acabou ali. Ele é boa pinta, bom de papo, dança bem, fala que havia encontrado nela o que buscou durante toda a vida e, com isso, consegue a única coisa que realmente pretendia: uma boa noite de sexo.

Já havia ouvido centenas de histórias como essa, mas ainda acho incrível como uma pessoa, já com meio século de vida ainda acredita nesse tipo de conto de fadas.

No último carnaval, numa boate, a mesma conheceu um homem e, de madrugada, alegando estar com fome e por julgar que ele havia bebido muito, leva-o a uma lanchonete em seu próprio carro. De lá voltaram para que ele pegasse o próprio carro, e segundo ela, o encontro não passou disso.

Como uma pessoa que pelo menos teoricamente já deveria possuir um pouco de juízo pode ser tão irresponsável a ponto de sair só, de madrugada, de carro com um desconhecido, só porque ele era conhecido de outros conhecidos seus? Ouve-se muito falar sobre violência e até crimes ocorridos em aventuras como essas, mas parece que algumas gostam de correr esse risco.

Do mesmo grupo e na mesma viagem anteriormente citada, uma delas, fazendeira do pantanal - que normalmente é flagrada ligando para o namorado das outras da própria turma, cantando-os ou contando tudo o que as outras fazem ou fizeram -, saiu com o motorista de taxi que as conduzia de um local ao outro e, no dia seguinte, ao voltarem ao mesmo clube de dança, levou-o junto e lá custeou suas despesas, para depois passarem mais uma noite juntos.

Durante um almoço na casa de uma do grupo, presenciei a mesma ligar para um advogado conhecido delas e dizer a ele que estava perdendo de não estar ali, onde se encontravam várias mulheres loucas para “dar”. O que um homem que ouve isso deve pensar a respeito de todas as que ali se encontram? Mesmo as que nada disso disseram estão incluídas na proposta, pois afinal, ela disse que ali estavam “várias” mulheres com o mesmo desejo.

Enfim, é um grupo do que popularmente se conhece como “cobra comendo cobra” em que as mulheres saem com o primeiro que aparece, e - no caso da fazendeira do motorista de taxi e do telefonema -, mesmo que ele seja o caso de uma das outras “amigas”.

Minha surpresa é maior quando lembro estar me referindo a um grupo de mulheres que, ao menos teoricamente - por serem todas profissionais liberais, empresárias, financeiramente autossuficientes, donas de casas próprias, fazendas, escritórios e consultórios -, não teriam posturas como estas.

Frequentar grupos de pessoas onde a moral e a ética não são sequer consideradas, é sempre uma atitude de alto risco.

*Jornalista e empresário; www.joaoboscoleal.com.br

terça-feira, 19 de março de 2013

O mito da presidente workaholic

Por Marco Antonio Villa

Ao longo dos últimos dois anos, os propagandistas de Dilma Rousseff construíram vários figurinos, todos fracassados pela dura realidade dos fatos.

O último foi o da presidente workaholic. Trabalharia diuturnamente, seria superexigente, realizaria constantes reuniões com os ministros, analisaria detidamente os projetos e cobraria impiedosamente resultados.

Porém, os dados oficias da sua agenda, disponibilizados na internet, provam justamente o contrário.
Em agosto despachou com 17 ministros. Um terço deles, apenas uma vez (como Aldo Rebelo e Celso Amorim). Deu preferência a Paulo Sérgio Passos, Gleisi Hoffman e especialmente para Guido Mantega, recebido 9 vezes.


Se a a maioria deles não teve um minuto de atenção da presidente, o mesmo não se aplica a Rui Falcão, presidente do PT, e até ao presidente da UNE, Daniel Iliescu, que foram ouvidos a 9 e 22 de agosto, respectivamente.

Dilma pouco se deslocou de Brasília. Numa delas foi a São Paulo, no dia 6. Saiu às 11h30m direto para o escritório da Presidência da República na capital paulista, à época ainda sob a responsabilidade de Rosemary Noronha.

Dilma foi se encontrar com Lula. Passaram horas discutindo política. Às 18h40m, retornou a Brasília. Foi a única atividade do dia.

Em setembro recebeu 14 ministros. Os mais assíduos foram os que despacham no Palácio do Planalto (Miriam Belchior, Gleisi Hoffman e Ideli Salvatti; as duas últimas, quatro vezes, e a primeira, três) e Aldo Rebelo (Esportes), três vezes.

Uma sequência de 12 dias com pouquíssima atividade chama a atenção. No dia 5 recebeu um ministro (Edison Lobão) às 9h e não há mais qualquer registro. No dia seguinte trabalhou das 10h às 12h. E só. No feriado compareceu ao tradicional desfile. Na segunda-feira, dia 10, só registrou duas audiências, uma às 10h e outra às 15h.

Dois dias depois, foi uma espécie de “quarta maluca”. A presidente teve apenas dois compromissos e nenhum administrativo: às 15h, recebeu o presidente do PCdoB, “o partido do socialismo”, Renato Rabelo, e uma hora depois, mostrando o amplo arco de apoio do governo — e haja arco! —, o megaempresário Jorge Gerdau. E mais nada.

No dia seguinte compareceu à posse de um ministro e ao lançamento de um programa de incentivo do esporte de alto rendimento. Na sexta-feira (14), anotou na agenda às 10h um despacho interno e rumou, no início da tarde, para Porto Alegre, onde permaneceu o fim de semana e a segunda-feira — neste dia visitando dois estaleiros.

Nada mudou em outubro. Despachou com 19 ministros. Fez uma breve viagem ao Peru, visitou São Luís e São Paulo (duas vezes: uma delas novamente ao escritório da Presidência da República e para mais um encontro com Lula).

Se muitos ministros, em três meses, não foram recebidos pela presidente, o mesmo não ocorreu com Renato Rabelo. O presidente do PCdoB teve mais uma audiência, a segunda em dois meses. Dilma teve tempo para ouvir Fernando Haddad, prefeito eleito de São Paulo, no dia 29, e, dois dias depois, o de Goiânia. Ambos do PT. Curiosamente a agenda não registrou — caso único — onde a presidente esteve nos dias 27 e 28, fim de semana.

Dilma manteve em novembro sua estranha rotina de trabalho. Recebeu 15 ministros. Dois pela primeira vez, nos últimos 4 meses: Paulo Bernardo e Antonio Patriota.

Concedeu duas audiências a prefeitos eleitos: de Niterói, Rodrigo Neves, do PT; e Curitiba, Gustavo Fruet, do PDT e apoiado pelo PT. Fez uma longa viagem à Espanha e uma breve à Argentina. Mas três dias se destacam pelas curiosas prioridades: 21, 22 e 23. Na quarta-feira (21), a presidente não recebeu nenhum ministro e não efetuou qualquer despacho administrativo. Dedicou o dia a José Sarney, Gim Argello, Eduardo Braga e ao seu vice-presidente, Michel Temer.

Como ninguém é de ferro, à noite assistiu o filme “O palhaço”. No dia seguinte, a agenda registrou três compromissos, um só com ministro (o dos Portos), a posse do presidente e vice-presidente do STF e um encontro com a apresentadora Regina Casé. E na sexta-feira? Somente duas audiências e no período da tarde.

Dilma incorporou o péssimo hábito de que o mês de dezembro é “de festas”. Fez duas viagens ao exterior (França e Rússia) e despachou com apenas 9 ministros. Antecipou o réveillon para o dia 28, suspendendo as atividades por 13 dias, até 9 de janeiro.

Iniciou o novo ano com a mesma disposição do anterior: pouquíssimos despachos, audiências ou reuniões de trabalho. Em janeiro, despachou com 11 ministros. Lobão foi o recordista: quatro vezes. E, por incrível que pareça, e sempre de acordo com a agenda oficial, concedeu pela primeira vez em um semestre uma audiência para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Melhor sorte teve o ex-jornalista Franklin Martins: esteve duas vezes, em apenas quatro meses, com Dilma.

Nesse semestre (agosto de 2012/janeiro de 2013), nove ministros — cerca de um quarto do ministério — nunca foram recebidos pela presidente: Marcelo Crivella, Aguinaldo Ribeiro, Garibaldi Alves Filho, Brizola Neto, Gastão Vieira, Maria do Rosário, Eleonora Menicucci, José Elito e Alexandre Tombini (presidente do Banco Central, mas com status de ministro).

Outros não mais que uma vez. Uma reunião entre a presidente e alguns ministros de áreas correlatas nunca foi realizada. Em alguns dias (como a 16 de janeiro), não concedeu nenhuma audiência e nem efetuou despachos internos. Pior ocorreu duas semanas depois, a 30 de janeiro, uma quarta-feira: está sem nenhum compromisso.

É uma agenda de uma workahloic?

Marco Antonio Villa é historiador e professor da Universidade Federal de São Carlos (SP)

PS.: E pensar que, na pesquisa divulgada hoje, 79% dos brasileiros aprovam o jeito de Dilma governar... 

segunda-feira, 18 de março de 2013

Marina não é inocente

Por Gélio Fregapani
É difícil acreditar que a Marina Silva seja uma pessoa ingênua e de boas intenções, que não tenha optado, conscientemente, por defender os interesses das grandes potências que exercem o domínio econômico do mundo e pretendem o império político sob o comando anglo-americano. Só resta perguntar o porquê desse internacionalismo dela, revestido da mensagem de salvar a natureza.  Talvez seja por ambição de poder, mesmo sem aptidão para exercê-lo. Talvez por desejo de enriquecer, mesmo com corrupção, conforme já aventou o Deputado Aldo Rebelo em público. Talvez ainda chantageada por malfeitos anteriores que não devem vir a público.
Ela se tornou uma figura homenageada pelos grandes do mundo, mas sobretudo, do eixo Washington-Londres. Seus admiradores lembram sua  origem modesta, mas não se pode dizer que ela tenha mantido a “consciência de classe” pois suas alianças são próprias dos aproveitadores. Entretanto, isto pode ter influído no deslumbramento pelos afagos e homenagens que recebe do exterior. Se ela mantivesse a consciência de classe, desconfiaria desses mimos. Para dizer a verdade, bastaria a consciência de Pátria.


Desnacionalização - Transnacionais adquirem, num processo crescente, ativos no Brasil e se estabelecem aqui sem nos permitir a absorção de tecnologia e do know-how vitais para o desenvolvimento e ainda contam com financiamentos do BNDES, a juros baixos, ou negativos, e isenção de impostos por vários anos, e ainda tem os ‘entendidos’ que ousam dizer que somos a 6ª. ou a 7ª. economia do mundo... parecem não ver que o nosso parque industrial e parte considerável de nossas fazendas de soja, milho, cana e laranja já se encontram na posse, mansa e pacífica, desses 'investidores' alienígenas.

Ou aprendemos com o pragmatismo chinês ou continuaremos a ver aquele país crescer vertiginosamente enquanto, mambembes, engatinhamos, nos reduzindo a uma expressão geográfica.
Injustiça - Adolfo Esbel, hoje com 86 anos, foi o último a ser expulso da Raposa / Serra do Sol, em 2009. Já passados quase 4 anos, com a garantia de que todos seriam reassentados em áreas de reforma agrária ou de regularização fundiária. Até hoje, claro, não foi. Adolfo nasceu lá e lá passou toda a sua vida.  O chamam de invasor. Já que lhe restava pouco tempo de vida, devia ter resistido até a vitória ou a morte. O mesmo acontecerá com os produtores rurais do Mato Grosso, se não resistirem.
 
A mania de falar mal de nós mesmos - políticos e analfabetos políticos , inclusive professores não se cansam de repetir que "a nossa desgraça “foi termos sido colonizados pelos portugueses". Ao comparar, não sabem analisar as circunstâncias especiais da colonização norte-americana. Não lhes ocorre olhar a República da Guiana nem o Suriname.
Renan - A quase totalidade da nossa população deseja o Renan fora da Presidência do Senado. Motivos não faltam, mas naquele ninho de ratos seria substituído por outro melhor?

Ele começou por cortar salários dos senadores. Se era para agradar, conseguiu. (Ao povo, não aos senadores, claro). Esta atitude fez brotar uma tênue esperança: que na ânsia de neutralizar a aversão popular ele passe a fazer coisas certas. 
Assim, reza a tradição oral que na Revolução Francesa teria sido escolhido o maior ladrão de Paris para chefe da polícia, e ele, para refazer a sua imagem, acabou com todos os roubos da cidade, tornando-se um herói.

Poderá acontecer com o Renan?  É difícil, mas quem sabe...
Gelio Fregapani é escritor e Coronel da Reserva do EB, atuou na área do serviço de inteligência na região Amazônica, elaborou relatórios como o do GTAM, Grupo de Trabalho da Amazônia. (Transcrito do site www.alertatotal.net).

sábado, 16 de março de 2013

ÁFRICA, CONTINENTE AMALDIÇOADO?

Por Isaltino Gomes Coelho Filho
A primeira vez que ouvi alguém dizer que a África era um continente amaldiçoado foi pela boca de um irmão, que já está na glória. Como era uma pessoa dada ao exotismo bíblico, que sempre via o que nunca alguém vira, e muito problemática, logo rejeitei a ideia. Além de estapafúrdia, a declaração vinha de uma pessoa que eu, embora tivesse apenas 15 anos, sabia não merecer crédito.

A “base bíblica” foi a maldição sobre Caim (Gn 4.11ss). Vez por outra, pessoas ignorantes da Bíblia e que a usam de maneira atomizada, sacando passagens do contexto, e ignorantes da obra de Cristo, presas e apaixonadas às maldições veterotestamentárias, ressuscitam a ideia esdrúxula. É impressionante o que a ignorância, aliada à empáfia, faz! Para alguns intérpretes (foi o caso deste irmão que me deu sua interpretação) o sinal posto sobre Caim foi a cor negra. Por isso, a África e os negros eram amaldiçoados, e foram deportados como escravos. Já ouvi gente dizer que a terra de Node, onde Caim foi habitar, era a África. Tolice da grossa, pois a região nunca foi identificada. E o termo hebraico, nod, tem a ideia de andar sem rumo, e não de deportação. A maldição sobre Caim foi que ele, um agricultor, homem de vínculos com a terra, seria nômade. E também a associação dos cainitas (descendentes de Caim) com os quenitas, amaldiçoados com deportação escrava (Nm 24.21-24) é tremendamente incerta. É uma violência exegética, o que se chama de eisegese (pôr ideia no texto).

Além de não se poder afirmar que Caim foi para a África, tal ideia ignora que o sinal (‘oth, algo externo), foi para proteção e não para maldição. Quem o encontrasse não deveria matá-lo (Gn 4.15). O termo reaparece em Gênesis 9.12: ‘oth berith (“sinal da aliança”). E em Gênesis 17.11: lê ‘oth berith (“para sinal da aliança”) Nestes dois casos, a palavra traduzida como “sinal” se associa com bênção. Obviamente que é o mesmo sentido com o episódio de Caim. Foi um sinal benigno, não maligno. O sinal posto foi lê Qain, literalmente “para Caim”, e não “contra Caim”. Foi algo para lhe favorecer. A maldição sobre Caim foi a de ser errante, e o trato posterior de Yahweh com ele foi de misericórdia, e não de ódio eterno. A tradição judaica diz que o sinal posto sobre Caim foi o nome sagrado de YHWH, para que todos soubessem que não deviam tocá-lo. Yahweh foi fiador de Caim. Isso se chama Graça e não maldição!

E há mais: as raças não surgiram após o Éden, mas após o dilúvio (Gn 10). E a dispersão da humanidade pela face da terra se deu em Gênesis 11 (especialmente v. 9). Caim nada teria a ver com a África nem com a Europa nem mesmo com a Oceania.

Há gente fissurada em maldições e no Antigo Testamento e suas pragas. Respeitosamente recordo-lhes o conteúdo do Sermão do Monte: “foi dito” e “eu, porém, vos digo” e sua admirável conclusão: “Estas minhas palavras”. O padrão é o ensino de Jesus, o Novo Testamento. Lembrem-se da palavra do Pai, na Transfiguração: “Este é o meu Filho amado, em quem me agrado; a ele ouvi” (Mt 17.5). Nós não ouvimos a Moisés e Elias (o Antigo Testamento), mas ao Filho amado (Hb 1.1-2).

Uma regra elementar de Hermenêutica ensina que o Novo Testamento interpreta o Antigo Testamento. Inclusive, segundo Paulo, o judeu só entende completamente o Antigo Testamento quando aceita o Novo (2Co 3.14-16). Seria bom parar de colocar o mundo e a igreja de Jesus sob o jugo do Antigo Testamento.
Fujamos de gente exótica que vê na Bíblia o que intérpretes bem mais capacitados e de mais autoridade espiritual nunca viram. Os reinventores do evangelho e da Teologia geralmente nos envergonham e escandalizam.

E no que interessa: não há nenhuma maldição especial sobre a África e sobre os negros. Racistas de plantão: não deturpem a Bíblia nem envergonhem os evangélicos!

quarta-feira, 13 de março de 2013

Artigo\ Algo de podre no reino do petróleo

Repito a sentença do Padre Vieira, "a omissão é um pecado que se faz não fazendo"

PAULO BROSSARD*

No início de 2005 a refinaria Pasadena Refining System, de Pasadena, no Texas, foi adquirida pela empresa belga Astra Oil Company, pela quantia de US$ 42,5 milhões; em setembro de 2006 a Astra alienou à Petrobras 50% da refinaria mediante o pagamento de  US$ 360 milhões, ou seja, vendeu metade da refinaria por mais de oito vezes o que pagara pela refinaria inteira, um ano e meio antes.

Não seria de estranhar, por conseguinte, que a Astra Oil Co. pretendesse vender os 50% que permaneciam no seu patrimônio. Ocorre que, por desentendimentos cuja natureza ignoro, a Astra ajuizou ação contra a Petrobras e nela a Petrobras teria sido condenada e, mercê de acordo extrajudicial, pagou à Astra US$ 820 milhões, pondo fim ao litígio.


Somadas as duas parcelas, US$ 360 milhões em setembro de 2006 e  US$ 820 milhões em junho de 2009, a Astra Oil Co. embolsou da Petrobras  US$ 1,180 bilhão por uma refinaria que em 2005 lhe custara US$ 42,5 milhões.

Este o resumo do caso, do começo ao fim, havido entre a Astra Oil Co. e a Petrobras. Inépcia? Leviandade? Gestão temerária? Prevaricação? Outras causas? Não sei, o que sei é que o insólito fenômeno rompe todos os critérios atinentes a qualquer negócio e particularmente em relação a uma empresa que, embora de natureza privada pertence à nação, sua maior acionista.

Ora, não é de supor-se que o representante de uma das maiores empresas do país, afeita a lidar com milhões e bilhões, pudesse ser um parvo, um bonifrate, um pateta. No entanto, os números são constrangedores. De uma refinaria adquirida por  US$ 42,5 milhões, em 2005, 50% dela no ano seguinte foi alienada por US$ 360 milhões e os outros 50% também transferida à Petrobras mediante o pagamento de US$ 820 milhões; somados os dois pagamentos, vale a repetição, atingem a US$ 1,180 bilhão.

Dir-se-á que para zerar todos os litígios, teria entrado o "valor estratégico"... capaz de assegurar a duplicação da capacidade da refinaria, e revelar os segredos do fundo do mar no Golfo do México, mas sabe a chacota. Não surpreende que quando se conheceram os números do negócio, estes como o valor "estratégico" passavam a ser contestados.

Este o caso até onde sei e o que sei é o que tem sido divulgado. Com efeito, ele vem sendo abordado pelos meios de comunicação e até agora não se sabe de nenhuma providência que tivesse sido tomada. O assunto não é agradável, mas nem por isso pode ser mantido sob o comodismo do silêncio.

Repito a sentença do Padre Vieira, "a omissão é um pecado que se faz não fazendo". É evidente que a senhora presidente da República tem todas as condições para o cabal esclarecimento da singular operação. Entre nós quando se fala em comissão esta terá de ser de "alto nível" e quando se trata de inquérito ele há de ser "rigoroso".

Ora, quando o substantivo precisa da bengala do adjetivo o remédio é outro. Sempre entendi que os inquéritos não podem nem devem ser "rigorosos", nem flácidos; respeitadas as garantias de defesa, a diligência, a isenção, a tempestividade e a obediência aos prazos legais, substituem com vantagem o rigor. Nada de rigorismo ou lassidão, bastam legalidade e pontualidade; em uma palavra: a exação.

PS.:  Estava a escrever este artigo, quando fui lembrado da passagem dos 60 anos da morte de Stalin, fato que mereceria uma reflexão.
 
* Jurista, ministro aposentado do STF

terça-feira, 12 de março de 2013

Água Boa - Roraima

Foto de Taylor Nunes - Panorâmica do Igarapé Água Boa - Município de Boa Vista - Roraima

domingo, 10 de março de 2013

Comissão de Direitos Humanos, racismo, homofobia e muita conversa mole. Ou: a marcha dos intolerantes

Por Reinaldo Azevedo

Já deveria ter escrito a respeito — um leitor, com agressividade ímpar, indagou se eu estava fugindo do assunto… —, mas temas mais urgentes se impuseram. Vamos lá. Centenas de pessoas de manifestaram neste sábado em algumas cidades contra a posse do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) como presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. Acham que ele não está habilitado para o cargo. Acusam-no de homofóbico e racista. Ai, ai… que preguiça! A polêmica reúne vários aspectos:

- há muita gente tentando usar a virtude do combate ao preconceito para reforçar o vício do autoritarismo;
- as esquerdas, de olho na caixa e no poder político, deixaram pra lá a Comissão de Direitos Humanos e agora chiam;
- há outros deputados enroladas com a Justiça que assumiram o comando de comissões;  cadê os protestos?;
- deve-se tomar cuidado quando se tenta submeter a decisão do Parlamento ao critério da praça; vou explicar por quê;
- não se combate eventual preconceito contra gay ou negro com preconceito antirreligioso.

Dia desses, num tuíte, Feliciano escreveu a seguinte besteira: “Africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé. Isso é fato. O motivo da maldição é a polêmica. Não sejam irresponsáveis twitters rsss”. Racismo? Isso é só uma besteira. Até porque a palavra “africanos” designa a população de um continente, das mais variadas origens e etnias — fora do ambiente bíblico. Uma das medidas na minha discordância está no fato de que “meu candidato” a papa é o “africano” Peter Turkson…

Basta ler com atenção o que ele escreveu para perceber que o objetivo de Feliciano é recomendar que os frequentadores do Twitter evitem a “polêmica”. E, para encarecer a sua recomendação, diz que justamente a polêmica estaria na raiz da maldição que colheu um “ancestral de Noé”, do qual derivariam os africanos. Refere-se a uma passagem do Gênesis (9,25). Noé embebedara-se e adormecera nu. Cam, um de seus filhos, o vê assim e, em vez de cobrir o pai em decoroso silêncio, vai contar o acontecido aos irmãos (essa é a “polêmica”). O patriarca, então, amaldiçoa Canaã, filho de Cam: sua descendência seria composta de “servos de servos”. Os descendentes de Canaã são os cananeus (com suas muitas derivações). A origem bíblica — a bíblica, reitero!!! — dos povos negros da África, a partir da Etiópia, seriam dois outros filhos de Cam que não foram amaldiçoados: Cuxe e Pute.

Racismo? Não! É só uma leitura toscamente literalista da Bíblia, com a conjunção de ignorâncias: de Feliciano e de quem o acusa de racismo. Mas há também má consciência, quando menos, e, no limite, má-fé. A questão racial está sendo usada para reforçar a acusação que realmente gerou a mobilização: a de homofobia. Aí as coisas se complicam ainda mais.

Feliciano é contra o casamento gay e já andou dizendo por aí que “o reto não foi feito pra isso”, como se lhe coubesse agora legislar sobre o que cada um faz com a parte terminal do aparelho digestivo. Saia dessa, deputado! Isso não é de sua conta — não como deputado ao menos. Ocorre, meus caros, E AGORA COMEÇAMOS A CUIDAR DA COISA RELEVANTE, que ele tem o direito de dizer o que pensa sobre o Gênesis e também sobre os gays, ainda que diga tolices.

Eu, por exemplo, acho que gays são matéria de fato e não me oponho a que se casem. Mas já escrevi aqui e reitero: o Supremo Tribunal Federal ignorou o que está escrito na Constituição — QUE NÃO FALA POR SIMBOLISMOS — quando conferiu à união homossexual o mesmo estatuto legal da união heterossexual. Está lá, no parágrafo 3º do Artigo 226 da Carta: “Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento”. Fim de papo. Homens e mulheres podem ser homo ou heterossexuais, mas seguem sendo homens e mulheres, pois não?

O casamento não é um dom da natureza, mas uma construção social. Há “direitos” que  a sociedade houve por bem restringir a determinados grupos. Ninguém pode se candidatar à Presidência da República ou ao Senado antes dos 35 anos, por exemplo. Não se pode continuar ministro do Supremo depois dos 70. E a maioria entendeu, por meio de seus representantes, que “casamento” e “família” são constituídos por “homem” e “mulher”. ATENÇÃO! EU ESTOU ENTRE AQUELES QUE ACHAM QUE ISSO PODE MUDAR. Mas aceito que existam pessoas contrárias à mudança. A Igreja Católica, por exemplo, que vê a POSSIBILIDADE da procriação como desdobramento natural da união carnal, reconhece, é evidente, a existência de homossexuais (como não o faria?), mas não admite o que se chama “casamento”. E duvido que possa fazê-lo algum dia porque isso ensejaria a mudança de outros fundamentos.

Feliciano é “homofóbico” só porque se opõe ao casamento gay ou à famigerada Lei Anti-Homofobia, eivada, sim, de absurdos? Isso é uma piada! NÃO GOSTO DE SUAS IDEIAS, NÃO GOSTO DE SUA ABORDAGEM DO MUNDO, FIQUEI COM A FAMOSA VERGONHA ALHEIA AO VER A SUA PERFORMANCE NUM CULTO (aquela do cartão do crédito, que publiquei aqui), mas isso também, a exemplo de suas declarações, não faz dele nem racista nem homofóbico.

Mas como?
 
A comissão que Feliciano agora preside é a de “Direitos Humanos E Minorias” — ocupa-se, portanto, de temas outros, não exclusivamente das “minorias sociológicas”.  Desde a redemocratização, este tem sido o território das esquerdas, muito particularmente do PT. Pois é… Como Feliciano foi parar lá? Ora, os “partidos progressistas” da base, desta feita, optaram por áreas mais poderosas ou que interferem em setores que mobilizam recursos bilionários. A tarefa acabou caindo no colo do PSC. Ora, só faltava agora exigir de Feliciano que chegasse lá com a pauta do Jean Willys… Não há nenhuma lei da natureza que estabeleça que só esquerdistas, progressistas ou sei lá como queiram chamar podem presidir uma comissão como essa.

Quem está na rua?
 
Nas ruas, protestando contra Feliciano, estão, além de grupos gays, militantes do PT, do PCdoB, do PSOL… Santo Deus! O mensalão cobriu de vergonha o país, e os petistas foram à praça defender seus condenados. O PCdoB protagonizou um escândalo gigantesco no Ministério dos Esportes e ainda hoje canta as glórias de Stálin, o facinoroso. O PSOL tem entre seus fundadores um terrorista italiano que, em 1973, despejou gasolina sob a porta de um apartamento, na Itália, onde estavam um gari, sua mulher e seis filhos. Ateou fogo. Morreram uma criança de 8 anos, Stefano, e seu irmão mais velho, de 22, Virgilio (mais detalhes aqui). Essa gente vem falar em “direitos humanos”? Ora…
“Ah, então, por isso, vale tudo?” Não! Não vale, não! Mas não é possível reduzir todas as questões do mundo, de uma comissão da Câmara Federal no Brasil à sucessão do papa, segundo o filtro da militância gay. O mundo é um pouco mais amplo do que isso.  O novo presidente da Comissão de Finanças e Tributação, João Magalhães (PMDB-MG) responde a três inquéritos no STF: peculato, tráfico de influência e crime contra o sistema financeiro. Não há protestos contra ele. Há 11 inquéritos civis no MP de São Paulo para apurar as ações do deputado Gabriel Chalita (PMDB-SP) quando secretário da Educação. Ele é o presidente da Comissão de Educação. Os deputados condenados José Genoino (SP) e João Paulo Cunha (SP) são membros da comissão mais importante: a de Constituição e Justiça. Cadê os protestos?

Na praça
 
Centenas de pessoas saíram às ruas neste sábado contra Feliciano. É bom não esquecer que, se os evangélicos assim o decidirem, podem reunir uma multidão muitas vezes maior para apoiá-lo. O barulho que certos grupos fazem costuma ser inversamente proporcional a seu real tamanho e importância na sociedade. Os esquerdistas agora decidiram se preocupar com a comissão? Que graça!  Poderiam tê-lo feito antes, não é?

Feliciano disse uma porção de tolices. Acusá-lo, no entanto, de racista e homofóbico por causa das declarações constitui um evidente exagero e serve para mascarar outro preconceito: o antirreligioso. E isso também é manifestação de intolerância. Numa democracia, as pessoas têm o direito de dizer coisas idiotas. Numa democracia, nem todo mundo tem de estar afinado com a pauta de minorias influentes. Numa democracia, não se usa apenas o alarido das ruas como critério do que é certo e do que é errado.

Por mim, Feliciano não estaria lá. Mas está, segundo as regras do jogo. Os que não concordam com suas ideias podem e devem combatê-lo.  Só não podem é confundir as coisas. Quem não sabe a diferença entre liberdade de expressão e crime acaba tomando o crime como exercício da liberdade e o exercício da liberdade como um crime.

sábado, 9 de março de 2013

EXPECTATIVAS

Isaltino Gomes Coelho Filho

Fui batizado no dia em que completei 15 anos. Poucos dias depois entrei numa livraria evangélica, na Rua da Constituição, no centro do Rio (não o Amazonas em cujas margens moro, mas o de Janeiro) e comprei meu primeiro livro evangélico: “O que Deus espera de você”. Infelizmente não o tenho mais, porque o emprestei e não me devolveram (início da triste sina!) nem o encontrei mais para compra. Gostaria de relê-lo um dia, para ver como eu pensava quando tinha 15 anos. Porque o livro me marcou muito, na época.


Desde cedo entendi que a vida cristã era engajamento na obra de Cristo, senso de utilidade, servir a Deus. Eu era um adolescente com muitos problemas, mas quis ser útil a Deus. Entendi que este era o conceito de ser servo. O cristianismo evangélico de hoje me deixa, em muitos momentos, frustrado. O conceito de servo se esvai cada vez mais e as pessoas querem ser adoradoras. É mais fácil e mais agradável ser adorador que ser servo. A pessoa externaliza suas emoções e procura se sentir bem. Inclusive, para muita gente, o bom culto é aquele em que a pessoa se sentiu bem, e não aquele em que o evangelho foi fielmente exposto. O foco é a pessoa. Quando se é servo, a preocupação não é agradar-se, mas agradar a Deus. O foco é ele.

Não quero por sobre mim o foco, mas quando o Pr. Benildo Veloso da Costa, de Belém, pregando no 42º. aniversário da igreja que sirvo me perguntou como Meacir e eu nos adaptamos à cidade de Macapá, disse-lhe que isto era um ato de culto a Deus. Nossa presença aqui é para nós um modo de cultuá-lo. Culto é serviço e obediência, desejo de ser um instrumento, e não apenas catarse, a liberação de emoções, em um período de atividades religiosas comandadas por alguém.

Por isso fiquei indignado com uma pessoa que me perguntou se, vindo para a igreja a que sirvo ela seria mais abençoada que na sua. Simplesmente lhe disso: “Por favor, não venha para esta igreja. Você não é o tipo de ovelha que desejo ter”. Alguns poderão me achar grosseiro, mas as ovelhas “têm direito” de escolher pastor e “têm direito” de escolher igreja. Por um momento, concedam a um pastor o direito de “escolher” ovelha. Porque a visão desta pessoa destoa de todo o ensino neotestamentário, que é amar e servir a Cristo. Não é como o Espírito Santo tem me orientado a formatar as igrejas que pastoreio.

As pessoas têm suas expectativas de como Deus deve abençoá-las. De como sua igreja deve servi-las. De como as demais pessoas da igreja devem se encaixar em sua perspectiva de vida. Elas fazem seu “mundinho” e se abespinham quando algo perturba seu universo pessoal, a sua zona de conforto. Mas nem sempre se preocupam com a expectativa de Deus com respeito a elas, nem com a expectativa da sua igreja para com elas. Quando alcançou Saulo de Tarso no caminho de Damasco, Jesus manifestou-lhe suas expectativas para com a vida de Paulo. Este o serviria e sofreria por ele, mas levaria seu nome perante os gentios e as grandes autoridades. Saulo foi Paulo, o apóstolo que fincou o evangelho no mundo não judeu, porque atendeu às expectativas de Deus para sua vida. Foi útil.

Uma vez ouvi uma música evangélica em que o cantor gritou para o baterista: “Glorifica, Fulano!”, pedindo-lhe para bater mais forte na bateria. Glorificar a Deus é mais que cantar num culto e espancar um instrumento. É, com humildade, servi-lo, buscar ser-lhe útil, lutar para fazer o nome de Jesus ser conhecido. Isto não exclui o culto, que deve levar a mensagem da cruz com testemunho, com pregação, com cânticos. Mas é, acima de tudo, levantar bem alto a cruz de Jesus para que o mundo veja. É mais que emoções, mais que gestos litúrgicos e que repetir palavras de ordem. É dedicação e serviço.

Você atende às expectativas de Deus para sua vida? É útil? Qual é sua expectativa como cristão: ver o triunfo do evangelho ou ser abençoado? Desejar ser abençoado é normal, e não é pecado. Mas quando ser abençoado vem antes de honrar a Jesus, alguma coisa está errada. A expectativa é o bem estar da pessoa e não a glória de Cristo.

Que nossas expectativas sejam ver a mensagem da cruz triunfar em todos os lugares do mundo! Quando isto vier em primeiro lugar, as demais coisas se ajeitarão (Mt 6.33).

segunda-feira, 4 de março de 2013

Jornal espanhol diz que Chávez deixou hospital para passar momentos finais com a família


O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, teria sido levado à residência presidencial na ilha La Orchila, com o objetivo passar a fase final de sua doença em um ambiente familiar, segundo informações do jornal espanhol “ABC”. 

A transferência teria sido feita na última sexta-feira, depois de os médicos terem avaliado negativamente o resultado de uma tomografia. De acordo com o exame, tumores no pulmão estariam se desenvolvendo rapidamente, afetando 35% do órgão esquerdo, informou o diário citando fontes próximas à equipe médica. 

O vice-presidente da Venezuela Nicolás Maduro, no entanto, não comentou os rumores e se limitou a dizer que o Chávez está lutando pela “sua saúde e sua vida” durante um congresso em Caracas nesta sexta-feira. Seguindo a mesma linha, o irmão do presidente, Adan Chávez, afirmou que ele “continua na luta, na batalha, temos certeza da vitória”.
 
De acordo com o “ABC”, a permanência no Hospital Militar, onde Chávez estaria sendo submetido a cuidados paliativos, foi considerada desnecessária. Optou-se por um lugar fora de Caracas, onde a família pudesse ficar ao lado do paciente e reagir em caso de qualquer eventualidade. 

Na Orchila, ilha a 160 quilômetros da capital da Venezuela, Chávez teria instalado em 2011 equipamentos de cuidados especiais e reformado a enfermaria da residência presidencial.