quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Para ‘conter’ Marina, comitê de Dilma reúne pastores

Operadores da campanha de Dilma Rousseff atribuem parte do crescimento de Marina Silva a um movimento nascido em templos evangélicos.

Pastores de diferentes Estados estariam desaconselhando o voto dos fiéis em Dilma. Recomendariam a opção por Marina, que é evangélica.

Numa tentativa de estancar o movimento, o petismo organiza para esta sexta (1º), antevéspera da eleição, um encontro líderes evangélicos.

Estão sendo convidados, entre outros, pastores da igreja Universal, da Batista e até da denominação a que pertence Marina, a Assembleia de Deus.

(Transcrito do blog do Josias de Souza - Folha Online)

Dilma ameaçada

A coluna Claudio Humberto deu nota hoje falando sobre o pânico a reinar nos quartéis-generais da candidatura Dillma.

O fantasma a assombrar os eleitores, jogando os índices para baixo, tem origem em uma "blasfêmia" que a candidata teria proferido em entrevista.

Algo parecido com aquela célebre frase de John Lenon: "Somos (os Beatles) mais populares que Jesus Cristo.

Dilma teria dito que nem Jesus Cristo faria ela perder estas eleições. A mulher nega peremptoriamente o disparate.

Foi o suficiente para assanhar - feito quem cutuca casa de marimbondo - púlpitos diversos. Quem ganhou com o boato foi Marina Silva, que vê sua candidatura de vento em popa.

Pena que faltam apenas três dias para as eleições. Se ainda tivesse maior horizonte, a troça seria desastrosa para Dilma.

Como não poderia ser diferente, imediatamente a petista recorreu a "São Lula da Silva". O milagreiro apareceu na propaganda gratuita de rádio e TV nesta quarta-feira, para desfazer o malfeito.

O pulso ainda pulsa!

Por: Francisco Espiridião

Estamos a cinco dias da hora da onça beber água. O que tem de candidato com o juízo pegando fogo não é brincadeira. A essa altura do campeonato, parece que vale tudo. Estouram por todos os lados notícias de candidatos carregando malas de dinheiro para comprar as consciências dos inconscientes.

Até mesmo aqueles que, sabidamente, nenhuma condição exibem para representar sequer a própria casa posam de paladinos da justiça e lídimos agentes da ética e dos bons costumes. Verdadeiros lobos em pele de cordeiro. Passam por cima de tudo e de todos em busca de uma vaga que possa, ainda que veladamente, dar-lhes status de estadista.

Muito bem. Parafraseando Lula, faço aqui uma metáfora futebolística: no domingo, sejamos bons zagueiros, impedindo que essa turma da pesada faça seus gols. Precisamos ser mais politizados no sentido de escolher homens e mulheres de bem, que tenham nome limpo e que quando levantarem a voz contra a bandalha não se vejam repreendidos pelo seu passado.

Nada contra o profissional do humor Francisco Everaldo Oliveira Silva, mas tudo contra o dublê de político Tiririca. O que ele está fazendo, com o seu slogan, é escárnio à verdadeira política. Dizer que se votar nele "pior não fica" é blefe da melhor qualidade. Fica, sim! Este país ainda tem muito a piorar. Voto não é brincadeira. É um direito a ser exercido com segurança e responsabilidade.

A campanha que recomenda dar uma volta na urna é equivocada. Quando se anula o voto, dá-se carta branca a descompromissados, para que tripudiem sobre todos. Democracia se faz também com o voto. Voto em gente que grite, que esperneie, que não aceite imposições, venham elas de onde vierem.

Candidato bom é aquele que cai atirando nas injustiças, na corrupção, feito Márcio Junqueira, Júlio Martins, Coronel Mamed e outros. Gente resiliente, que não se dobra ao sabor do vento. Que não tem medo de pôr a cara para bater. Votar por votar é um desserviço à nação.

Se agirmos como Diógenes, com certeza encontraremos gente de confiança. Pensar que todos são farinha do mesmo saco é o caminho mais curto para a perpetuação da mesmice. Vamos lá, o pulso ainda pulsa! Ao voto!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Dúvidas e certezas obsoletas

É interessante como são as coisas. Com relação à Lei da Ficha Limpa, depois de o Supremo haver empatado o jogo no zero a zero ou 5 a 5, tanto faz, fiquei com mais dúvidas do que certezas.

1. Se o ministro Cezar Peluso poderia ou não dar seu segundo voto, desta feita como presidente da Corte. Caso positivo, estaria morta a cobra. Roriz e meio mundo de fichas sujas teriam garantidas as candidaturas.

2. A Constituição é feita apenas para beneficiar os Petralhas? Ela não vale quando é para se fazer o correto? Será que se trata de mera letra (morta)?

3. Qual é o verdadeiro papel do Supremo Tribunal Federal? Agir segundo as conveniências do governante de plantão?

4. ... Bom, melhor deixar pra lá.

O país que temos e o que queremos

Por FRANCISCO ESPIRIDIÃO


“Morreu neste domingo a dona de casa Sebastiana Pinheiro da Silva, de 65 anos, que sofria de obesidade mórbida, e que chegou a esperar mais de 12 horas em ambulância por falta de atendimento adequado em unidade da rede hospitalar do Rio de Janeiro. Ela pesava mais de 300 quilos.”

“– O mais impressionante é que ela já tinha trabalhado como enfermeira da Cruz Vermelha, já prestou serviço salvando vidas e, quando chegou a sua hora de ser ajudada, foi largada dentro de uma ambulância - reclama Marcos Almeida, representante da família.”

A notícia acima está estampada no jornal O Globo, edição desta segunda-feira. O fato aconteceu no Rio de Janeiro, mas serve para mostrar de forma cabal a real situação da saúde no Brasil. É esse país que o novo (ou a nova) presidente vai receber no dia 1.º de janeiro de 2011.

Enquanto um presidente “fanfarrista juramentado” – parafraseando o prefeito Odorico Paraguassu, personagem de Dias Gomes – posa de “rei da cocada preta”, o “sabe-tudo”, “o cara!”, o país vive de pernas para o ar. A saúde de “primeiro mundo” é essa que mata pessoas nas filas de hospitais, consultórios e ambulatórios públicos.

O único setor a dar certo é o econômico. Mas, mesmo esse tem lastro um tanto duvidoso. O secretário de Planejamento e Desenvolvimento de Roraima, Haroldo Amóras, em entrevista concedida a este articulista, no mês passado, analisava o bom desempenho da economia no estado. Mostrou, com base em levantamentos do Ministério do Emprego e Trabalho, que nos últimos 5 anos houve melhoria considerável no setor.

Os empregos cresceram. A economia formal também experimentou progressos. Mas uma coisa lhe chama a atenção: o alto nível de endividamento a que a sociedade está submetida. O exemplo citado pelo secretário foi o número de carros nas ruas de Boa Vista. Tudo a custas de financiamentos que, um dia, terão de ser pagos.

No geral, a transferência de renda se dá via benefícios sociais concedidos – paternalismo – aos menos favorecidos. Daí a grande massa da classe E que ascende para as D e C. Eis o país “melhor” que temos.

No mais, são dificuldades extremas em setores diversos. As estradas brasileiras em frangalhos; a saúde, como se viu na abertura deste artigo; o déficit de moradia é enorme apesar de toda propaganda governista com PACs et all; nas grandes cidades é quase impossível sair de um ponto e chegar a tempo em outro, verdadeiro caos do transporte público.

Enfim, se a economia vai bem, o brasileiro vai mal. Daqui a seis dias todos iremos às urnas. Não seria esse o momento de profunda reflexão para sabermos se queremos a continuidade do que aí está? Ou uma mudança de rota não cairia bem? Com a palavra a autoridade da hora: o eleitor.

Casa de prostituição sorteava mulher por R$ 5 no ES

O Globo

Duas cartelas de bingo por R$ 5,00. O prêmio: uma mulher. O esquema funcionava em uma casa de prostituíção fechada pela polícia em Vila Velha, no Espírito Santo.

Os clientes compravam as cartelas e o vencedor ganhava um programa com uma das mulheres da casa, na Avenida Luziano das Nevez.

Um casal, responsável pela casa, foi preso, além de um homem, que foi detido por porte ilegal de arma.

- É uma inovação para uma casa de prostituição. É uma depravação. É fazer com que a pessoa se torne quase uma escrava - diz o delegado Alexandre de Toledo, responsável pelas prisões.

CHÁVEZ NÃO CONSEGUE MAIORIA CONSTITUCIONAL! QUE O BRASIL SIGA O EXEMPLO!

Com todas as mudanças feitas na legislação eleitoral, o presidente Hugo Chávez e seu partido, não conseguiram a maioria de 110 deputados que precisavam para continuar mudando a Constituição ao arbítrio do caudilho.

O partido de Chávez, que uniu toda a sua base aliada anterior, obteve 94 deputados, a oposição 60 e os independentes 2 deputados.

O sistema foi distritalizado ao sabor de Chávez. Mas a oposição, somando a votação nominal pelo país todo, obteve 52% dos votos. (Ex-blog do Cesar Maia).

sábado, 25 de setembro de 2010

Longo percurso para se chegar em Boa Vista (3)

(Melhor ler na sequência numérica)

A solução para o momento era mesmo procurar um “trampo”. Alguém aí sabe o que é isso? Claro. Trampo tem origem naquela palavrinha nada recomendável para muitos, chamada trabalho, que, etimologicamente, vem do latim vulgar, tripaliare, ou seja, nada mais que o ato de martirizar o freguês com o tripalium (instrumento de tortura). (Aurélio).  Daí a aversão de tanta gente à necessidade de ganhar a vida com o suor do próprio rosto.

Com coisa ruim é difícil a gente se acostumar. Com o que dá prazer, porém, apesar de pouco recomendável, a adaptação ocorre como o cair de um raio. Poucos dias, portanto, foram suficientes para eu me acomododar nos braços do ócio, ao nada fazer, ao lema “divertimento sim, responsabilidade nunca!”. Mas, agora, a banda começa a tocar um dobrado diferente. Hora de trabalhar, mané!

Correios e Telégrafos. Eis a primeira e única opção a martelar-me a mente. Afinal, a única coisa que até então sabia fazer na vida era ser radiotelegrafista. O piripipi (1), havia aprendido na escola do professor Espiridião Teixeira Tejas. Aliás, bom que se diga, na profissão, eu era um dos melhores da região Norte, modéstia à parte. Quarenta palavras por minuto eram moleza. Quem conhece do riscado sabe lá o que isso significa.

Puxando a cachorrinha, bati, logo nas primeiras horas da manhã, às portas do prédio dos Correios, localizado na rua Marcílio Dias, fundos para a avenida Eduardo Ribeiro, no centro da capital da Zona Franca. O difícil foi convencer o gerente de operações do fato de que eu era mesmo radiotelegrafista. 54 quilos distribuídos num esqulético corpo de moleque não podiam ser mesmo atributos a inspirar confiança.

Após muita luta, depois de realizar quase que um concílio com vários outros funcionários que por ali se encontravam, pôs-me o gerente operacional diante de um antigo receptor valvulado HQ-129-X Hammarlund, manipulador, fones de ouvido e... seja o que Deus quiser.

Passei no teste. Com louvor. Estava, finalmente, empregado. Adeus vidinha de playboy (vejam só quanta pretensão!).

Ah! O emprego... Tudo parecia certinho. Certinho até demais para o meu gosto. Faltava apenas o chefe tascar a assinatura na Carteira de Trabalho e pronto! Estaria formalizada minha colocação na única vaga existente na sede, em Manaus. Eis que aparece a primeira complicação. Como que do nada, surge alguém. Às mãos, uma indicação qualquer. Devia ser de algum figurão importante. Atravessou o meu caminho, de maneira implacável.

No dia seguinte, quando cheguei com os documentos recomendados para sacramentar a bendita assinatura do contrato de trabalho, descubro que o buraco é mais embaixo. O gerente de operações estava com umas sessenta pernas para me explicar o inexplicável.

Depois de formular mil pedidos de desculpas, faz a proposta, que me soou um tanto indigesta, confesso:

– Se você aceitar, nós temos uma vaga de radiotelegrafista em Boa Vista, capital do território federal de Roraima. Não é lá nada muito recomendável, por se tratar de um lugar longe, de difícil acesso, pouco movimento, mas é o que eu podemos oferecer no momento. É pegar ou largar!

O negócio não parecia bom sob qualquer aspecto. Partindo das ressalvas feitas pelo próprio gerente de operações, não devia mesmo ser nada fácil de deglutir. Lá vou eu subindo mais ainda. Para quem, partindo de Porto Velho pretendia chegar à Bahia, a tal viagem cada vez mais se complicava. A perspectiva de ter de pôr os pés em terras do extremo setentrião do país tinha mesmo o peso de um soco no estômago.

Mas, tem nada não. Do afogado, o chapéu! Conhecem essa expressão? Vamos lá! Embarcar nessa canoa e ver até onde ela poderá levar. Firmamos o contrato.

Daí, eis que surge a segunda complicação. Para se chegar ao novo local de trabalho, só por via aérea ou de barco, subindo o rio Negro e adentrando o irregular Branco, que só permite navegação plena nos períodos de chuva intensa.

– Não! De novo? Outra viagem de barco! Será que terei estômago para aguentar?

(1Piripipi, forma corriqueira de se denominar a comunicação à distância que tem nas correntes elétricas o veículo para o código morse, um sistema de representação de letras, números e sinais de pontuação. Foi desenvolvido por Samuel Morse em 1835, criador do telégrafo elétrico. Ex.: a .-  b -...  c -.-.  d -..  e .  f  ..-. e por aí vai.

(Segue no próximo capítulo.)

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Liberdade até para os estúpidos

Por Ronald de Carvalho

A liberdade de imprensa se aprimora pela liberdade de errar. Jornalista não é policial, alcagüete, meganha de quartel nem delator. Sua função na sociedade é a de vigilante dos princípios éticos que sustentam as instituições.

É possível que algumas vezes, do alto da gávea, se possa bradar um “terra à vista” sem que haja terra ou se a vista estiver embaçada. Entretanto, com certeza há gaivotas no céu.

Em 40 anos de profissão, já cometi muitos erros e vi muitas imprecisões serem cometidas por jornalistas da minha geração. Apesar disso, jamais se cometeu uma infâmia. A imprensa pode ser imprecisa, mas jamais, cega, surda ou idiota. Quando comete um erro, corra, porque atrás da meia verdade dorme a verdade inteira.

O jornalismo é um vigilante de seu tempo. Cabe a ele escarafunchar o ilícito para que a Polícia, o Ministério Público e a Justiça cheguem à verdade da transgressão. Não exijam que uma reportagem seja perfeita. Ela foi feita para cometer erros.

Aos poderes públicos, pertence a função de corretor de ortografia da verdade. Todos os grandes escândalos comprovados nos últimos tempos, quando denunciados, continham erros que quase desmereciam a denúncia.

Entretanto, a partir da imprecisão, a Justiça lavou a roupa e encontrou as nódoas que envergonhavam a sociedade. Assim foi com Collor: a cascata da Casa da Dinda era uma cascatinha de jardim e, portanto, a capa da revista era cascata. Desse erro chegou-se à quadrilha de extorsão.

Da mesma forma foram as denúncias de Carlos Lacerda contra o bando liderado por Getúlio. O fato inicial não era verdade, mas chegou-se a Gregório Fortunato e a história mudou de rumo.

Aparentemente, os aloprados de São Paulo que pretendiam comprar um dossiê que incriminava seus adversários, era uma malvada invenção da imprensa. Entretanto, uma foto retratando um morrote de dinheiro ilustrou a primeira página dos jornais e jogou uma eleição presidencial para o segundo turno.

Assim é a imprensa: se nutre do erro, para cevar a verdade. Aos tiranos ocorre o pavor à liberdade de errar para que, pelo silêncio, manipulem a verdade. Nesta penúltima semana de setembro, a revista Veja publica um artigo do sociólogo Demétrio Magnoli que é aula a quem pretende exercer, eleger, entender ou criticar o poder.

O título A Liberdade Enriquece mostra a conservadores, revolucionários, mentes lúcidas ou idiotas em particular que a liberdade de expressão transita por qualquer regime que realmente procure a justiça das sociedades.

Rosa de Luxemburgo, a Passionária polonesa que tanto inspirou as esquerdas do século vinte, é citada para reproduzir um mantra que define a liberdade. ” Liberdade somente para os partidários do governo não é liberdade. Liberdade é sempre a liberdade daquele que pensa de modo diferente”.

Como se não bastasse tamanho soco que nos faz acordar para a responsabilidade social, o artigo nos premia com a pérola de uma frase, que se bem pensada, nos leva à emoção: “Liberdade não é um artigo de luxo, um bem etéreo, desconectado da economia. Liberdade funciona, pois a criatividade é filha da crítica”.

Enquanto isso, nos porões da estupidez e na catacumba da inteligência há quem continue a afirmar que há excesso de liberdade de expressão no Brasil e que aqueles que estão no poder são a opinião pública.

Leiam, estudem, pois ainda há tempo.

A liberdade também foi feita para os estúpidos.

Ronald de Carvalho é jornalista; artigo publicado no Blog do Noblat, de hoje

Rumo ao imbróglio

A ministra Elen Grace, do Supremo Tribunal Federal (STF), acaba de dar seu voto a favor da Ficha Limpa. Ela era a incógnita entre os ministros.

Agora, 5 a 2 a favor a aplicabilidade da lei nestas eleições. A tendência, portanto, é que o resultado final desta noite seja pelo empate.

Os três ministros que faltam votar já acenaram para a inconstitucionalidade do instrumento legal. O pior, se isso ocorrer, é que não resta um voto de minerava para o desempate.

O Supremo, hoje conta com apenas 10 ministros, depois da aposentadoria de Eros Grau, em agosto, e ainda não nomeado outro em seu lugar.

O imbróglio citado no título deste post está em que, caindo a Lei da Ficha Limpa nestas eleições, estará configurada a descartabilidade da Justiça Eleitoral.

Mostra que ela é totalmente inútil.

Ficha Lima e a Constituição

O artigo abaixo foi escrito por mim na tarde de ontem, 22, quando havia a expectativa de que a Lei da Ficha Limpa fosse votada ontem mesmo, no início da noite.

Pois bem. Eu analisava que ela não passaria no Supremo, por ser inconstitucional. Mesmo assim, admitia que seria moral se os ministros decidissem por sua validade para este ano. Alijaria os candidatos amorais.

Se isso ocorresse, porém, estaria instalada no país a judicalização da incoerência. Quem tem o dever de punir pela Costituição, a rasga. Aliás, isso já ocorreu no caso Palocci/Caseiro. 

Mas, como diriam os PeTistas, a luta continua, companheiros! Estávamos perdendo de 4 a 0. Agora já melhorou: 4 a 2. E podemos chegar ao final ganhando.

Quando digo "nós" ganhando, estou torcendo pela Constituição e não por qualquer outro candidato. Acho que quando nossas leis não valerem mais nada, aí sim, todos estaremos perdidos.

Leia abaixo, o artigo que cito no início deste texto, que está publicado originalmente no Fontebrasil
Ficha Limpa e a Constituição

A Lei da Ficha Limpa é um tremendo exemplo de boa vontade. Mas dizem que de boa vontade o inferno está cheio. O aparecimento dela não deixa de ser elogiável. De iniciativa popular, prova que o povo brasileiro começa a trilhar o caminho certo com relação à visão política. Mas, ao mesmo tempo, creio que, à luz da Constituição Federal de 1988, ela não se sustenta.


Lei inconstitucional por legislar sobre cláusula pétrea. O inciso LVII do artigo 5º enfatiza que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. A valer a Ficha limpa, esse direito constitucional terá ido para o espaço. Ao invés de fatos incontestáveis, legisla sobre suposição.


Um candidato punido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) ainda pode recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ali encontrar guarida para sua retórica de defesa. O princípio é de presunção de inocência e não de culpa. Um gestor público ainda que inidôneo, tem todo o direito de reivindicar tal dispositivo legal, doa a quem doer.


Por outro lado, a Lei quebra também o princípio de direito que prega que ninguém pode ser punido por um crime que não tenha a devida cominação legal à época de sua execução. Assim, é injusto e ilegal que alguém seja punido agora, em 2010, por haver renunciado ao mandato eletivo em 2002, por exemplo. Havia algo naquela ocasião dizendo que renunciar era crime?


E, por último, como fazer vistas grossas para o artigo 16 da Carta Magna, que explicita: “A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. (Nova redação, dada pela Emenda Constitucional nº 4, de 1993)”.


Morder a Constituição nesses pontos significa quebrar a segurança que cada cidadão recebe – ou deveria receber – dela própria. Ou alguém aí pensa que político é burro? Se eles aprovaram a bendita é porque sabiam que seria derrubada com facilidade no STF. Ou não? O julgamento vai sair daqui a pouco. Espero queimar a minha língua.

Gilmar Mendes vota contra Ficha Limpa em 2010; 4 votos a favor, 2 contra

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acaba de dar seu voto contra a validade da Lei da Ficha Limpa para estas eleições. Veja a íntegra da matéria no Portal Terra. Um trecho, abaixo:  

"O artigo 16 (que dispõe sobre o princípio da anualidade) integra cláusula pétrea, que precisa ser respeitada. Resulta óbvio que Ficha Limpa interfere no processo eleitoral. A experiência demonstra que a identificação do casuísmo acaba por levar à distinção entre casuísmos bons e casuísmos ruins ou condenáveis. A escolha de candidatos para as eleições não é feita da noite para o dia. Não pode ser coerente o argumento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) segundo o qual a lei é aplicada este ano porque foi publicada antes das convenções partidárias. Esse não é sequer o conceito de processo eleitoral. Essa fase não pode ser determinada temporalmente entre os dias 10 e 30 de junho, porque o processo de escolha de candidatura é muito mais complexo. Tem estratégias eleitorais que são definidas bem antes das convenções", explicou o ministro.

Eleições - Gentili chama Palocci de "cara dura" e constrange Dilma

Claudio Leal/ Portal Terra 
Direto de Brasília

O repórter do programa humorístico 'CQC', da Band, Danilo Gentili, constrangeu o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci durante a coletiva da candidata Dilma Rousseff (PT), na manhã desta quinta-feira (23), em Brasília. Ao lado do parlatório da petista, numa posição destacada, Palocci ouviu Gentili fazer uma espinhosa pergunta para Dilma: "Erenice vai ter um cargo de bastidores, como o Zé Dirceu, ou na cara dura, igual ao Palocci, que tá aí?".

Contrariada, Dilma esquivou-se com um "eu passo; agradeço a pergunta, mas passo". Palocci desatou um riso nervoso, olhou para Gentili e disparou nova gargalhada. Os assessores da ex-ministra fizeram olhar de fuzilamento. Mas Palocci continuou a rir, para demonstrar que não se incomodou.

Coordenador da campanha de Dilma, ele foi afastado do governo Lula depois do espisódio da violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos, em 2006 (caso evocado por José Serra na TV e em declarações públicas).

Minutos depois, a repórter Delis Ortiz, da TV Globo, voltou a perguntar à petista se ao seu lado estava o futuro ministro da Fazenda. "Eu gosto muito do Palocci, assim como gosto do José Eduardo Dutra... e tem o José Eduardo Cardozo. Mas se eu discutir ministério antes de discutir eleição e subir no salto alto com esse pezinho imobilizado aqui...", brincou a candidata, antes de mandar um beijo para a repórter e encerrar a coletiva.

Longo percurso para se chegar a Boa Vista (2)

(Melhor ler na sequência numérica)

O NM atraca no porto de Manaus por volta das 5h do dia 20 de março. Formigueiro humano. Um tal de gente desembarcando peixe; gente comprando peixe em fardos para revender em quitandas de bairros periféricos; gente – homens e mulheres – curtindo a cachaça ingerida ao longo da noite que terminava; gente de toda espécie embalada pela chegada da aurora às margens do Negro.

Para um provinciano menino ainda (tá bom, quase!), evangélico (que na época era conhecido como crente), acostumado a viver debaixo da saia da madrasta, os dias a seguir eram de deslumbramento total. Solto na buraqueira. Ninguém para pôr-lhe freios nos beiços. A palavra de ordem: "Viver tudo hoje. Quem sabe, não haverá amanhã!"

Vivendo um dia, aliás, uma noite, por vez. O “cafofo” foi contratado a uma senhoria despojada, uns 45 anos. Viúva sem filhos, cuja única herança do falecida era o tal cortiço. E o bairro, gente! Educandos. Um inferninho em cada esquina. Hoje, está tudo diferente. É local onde só abastado pode montar a "barraca".

Quem tem ouvidos para ouvir... Fora os diversos gêneros advindos de aparelhagem potente montada nos bares da noite Educanda, excessivos decibéis fluíam também de não menos potentes caixas de sons instaladas nos Sinkas Chambords et caterva, que, entre outras coisas, profetizavam o que viria a ser o líder dos Jaksons 5; além de Led Zepellin, "and others".

Sim, a rapaziada da época não “curtia”, como hoje, forró-pé-de-serra, não. (Calma! Nada contra tal gênero de música, certo?) Havia na época um quê de elitismo desbragado. Aliás, já havia o conceito de "brega", que eclodiu com a ascensão do Rei dos Garçons, Reginaldo Rossi. Mas gêneros que tais ficavam mesmo restritos aos "inferninhos", que mais tarde passaram a se chamar "bregas".

– Para onde tu vais hoje?

– Acho que vou dar uma passadinha no brega...

Gente tida hoje como refinada naquela época não ouvia brega, não. Afinal, seus ouvidos não eram pinico!, diziam.

Quinze dias. Esse foi o tempo suficiente para dar cabo de todas as economias amealhadas com a venda da Yamaha 125 CC, dois tempos, negra, toda incrementada, guidão alto lembrando Easy Rider (Jack Nicholson, Peter Fonda e Dennis Hopper), e de um terreno localizado no, hoje, centrão de Porto Velho, esquina das avenidas 7 de Setembro com Américas, adquirido dois anos antes.

Pronto! Sem dinheiro... sem eira nem beira. O susto maior foi o ultimato:

– Amanhã o senhor deixa o “apartamento” ou eu chamo a polícia!
Era desse jeito mesmo. A senhoria não estava para brincadeira. Tempos de ditadura, sabe como é...

Fazer o quê? Procurar trabalho, ó mané!

(Segue no próximo capítulo)

Longo percurso para se chegar a Boa Vista (1)

15 de março de 1974. Cinco da tarde de um dia meio chuvoso. Meto a mão nos bolsos e confiro. Os documentos e o bilhete da passagem. Tudo em ordem. A reboque, a mala, mais conhecida como “cachorrinha”, daquelas que já não se fazem mais. De papelão. Quase cheia, pesava quase nada.

Com a vista, meu pai examina cuidadosamente a embarcação em busca de um lugarzinho discreto. Chamávamos de batelão. No Amazonas, navio-motor (NM). Imponente. A cabine elevada do comandante dava o tom. Encontra. Nele, ata a minha rede. A largada, marcada para as 18h, não queima.

Nenhum irmão para fazer o bota-fora. Meu pai, sozinho, abençoa-me. Faz um gesto de quem, mesmo antes de cortar o cordão umbilical, já está morto de saudades. Perpassa-me a cabeça um turbilhão. Lembranças de momentos gostosos. Farras como só ele sabia fazer com os onze filhos. Nove legítimos, dois, melhor, duas, adotadas.

Aos dezenove de idade, cortar laços, antes, uma única vez. Em 1973. Coisa rápida. Um curso de três meses nos Correios da Praça Saenz Penha, Rio. E agora... Rede armada, cachorrinha ao lado. O coração que era a personificação do “banzo”. Ida sem volta. Quatro dias rio abaixo. Sozinho nesse mundão de Deus.

Destino, Bahia. Era lá o burburinho. Por lá, tudo acontecia. Tropicália, Novos Baianos... Despontavam Caetano, Gil, Betânia... Por aí se vê quanto eu fui mau aluno de Geografia. Queria ir para a Bahia. Em vez de descer em transversal, rumo a nordeste, subi, na rota do norte. De Porto Velho para Manaus.

Banzo. Em uma viagem daquelas dá para experimentar o que os negros africanos sentiram ao ser degredados para o Brasil. Raras exceções, o transcurso todo se fazia por região desabitada. Dias vendo só água, mato e beiradão de rio desbarrancado. À noite, o piscar de vaga-lumes. Ler não dava tanto prazer assim. Nostalgia mortal!

Eis que, por volta das 2h da madrugada da quinta jornada, avista-se ao longe algo como luzes da ribalta. Não era miragem. Era a capital amazonense dando o ar da graça. Daí, mais três horas de tu-tu-tu-tu-tu no pé do ouvido. Mas o que são três horas para quem está iniciando o quinto dia de desventura?

(Segue no próximo capítulo)

Resposta de trem

Intrometido nas coisas como sou, não podia deixar de dar uma resposta à crônica Mesa Branca, do amigo Haroldo Pinheiro, publicada hoje, no FonteBrasil:

Ei, cara,


Devagar com o andor. Quero defender aqui a parte que me toca nesse latifúndio: fui criado queimando camisa – muito choro – com as faíscas das marias-fumaças da Madeira-Mamoré. Ela não ligava o nada a lugar nenhum, não. Ligava Porto Velho a Guajará-Mirim, minha terra natal, apesar de ter sido criado em Porto Velho.


Daquelas viagens, guardo até hoje doces lembranças. Muitas saudades. Viajar de trem, quando a gente era menino, era o maior barato. Mais divertido que dez sessões do Circo Thiany. Eram os 365 quilômetros mais distantes que já vi. Levavam dois dias para ser cobertos, isso quando o trem não caía (sair dos trilhos).


A gente dormia no meio da viagem, em Fortaleza do Abunã. Muitas vezes, em casas abandonadas. Abunã é onde hoje a estrada de terra, a BR-319, segue para o Acre, deixando o estado de Rondônia. Depois de uma noite de sono para nos recompor, a retomada da viagem se dava por volta das 5 da manhã do segundo dia, com chegada às 17h . Bons tempos!

Abs.


Espiridião

PAPO QUILOMÉTRICO - Mas vale a pena investir tempo lendo

A propósito dos 80% que aprovam o Lula, vale ler, apesar de longa, essa troca de e-mails entre duas eleitoras.


Uma mãe mandou para a filha um e-mail sobre o passado negro da Dilma.

A filha repassou o email para seus amigos que, por sua vez, o repassaram para amigos.

Aí uma petista se achou no direito de dar uma lição de moral na mãe.

Vale a pena ver as mensagens trocadas.
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Da Lígia (a petista) para a mãe, Sra. Maria Luisa Faro:

"Mamãe que feio!!!!...ensinando a sua filhinha a acreditar nos absurdos que escrevem na internet? Acho melhor incentivá-la a estudar a história do Brasil e deixar que ela mesma tire as suas próprias conclusões, afinal quem estudar a história do Brasil, entenderá que nunca o nosso país esteve tão bem como hoje, tão forte na economia mundial, tão evidente, tão em crescimento e desenvolvimento quanto esteve nesses 8 anos de governo Lula!!!! E agora o que acontece? Acontece que a oposição está desesperada, porque está vendo o quanto o POVO está satisfeito ( governo Lula tem 88% de aprovação da população, aprovação que nenhum governo nunca tinha tido antes na história e aí vem me dizer que é porque o povo é ignorante? Não não meus queridos, o povo está satisfeito porque nunca teve tanta oportunidade, nunca teve tanta comida na mesa , nunca teve tanto emprego, isso sim) o quanto o Brasil cresceu e aí a única alternativa que resta é APELAR…. Apelar para a ignorância, para a mentira e para a ingenuidade de pessoas inocentes e que acreditam em todos os absurdos que circulam por aí…….então fica a minha dica: pesquisem!!!! Vejam o que realmente é verdade!!! Ligia Rodrigues"

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Ao que a mãe respondeu:

"Cara Lígia:

Da educação da minha filha cuido eu e decididamente não preciso da sua ajuda, embora agradeça seu interesse. Se você imagina que eu seja alguma semi -alfabetizada , desconhecedora da história e que me socorra apenas da Internet, para compor a minha (in) formação, como lamentável e invariavelmente procede a maciça maioria dos jovens da sua geração, saiba que sou do tempo em que se liam livros e se redigia em bom português. Tenho 58 anos, sou mestre e doutora em Direito Ambiental pela PUC –São Paulo, professora universitária e brasileira que lê. Porque leio, tenho a nítida compreensão do embuste que representam os tais 80% de popularidade disto que você chama de presidente e que eu prefiro chamar de populista barato, parte de uma corja que tomou de assalto este país, no maior estelionato eleitoral já visto na história brasileira. Estelionato, porque esta malta petista se elegeu sob as vestes imaculadas da correção, da ética e da transparência na política. Vendeu produto podre, cara Lígia. e você, consumidora desavisada, está comprando. Todos que fomos formados na hostes da esquerda brasileira, da década de 60 e 70, os que lutaram contra a ditadura (você seguramente não viveu o período sinistro da ditadura) , dando a cara para a polícia militar bater, não raro comprometendo vidas profissionais em razão de envolvimentos políticos, em nome da restauração da democracia neste país, sentem-se ludibriados, enganados e feitos de palhaços pelo PT de hoje. Eu, que já fui eleitora de José Dirceu, sou obrigada a assistir cenas explícitas de sua “competente” coordenação na montagem do mensalão, um deslavado programa de compra de apoio de parlamentares, cuja tarefa, em contrapartida ao dinheiro (seu e meu) que receberam mensalmente do PT, era invariavelmente votar a favor DE TUDO que se lhes fosse requisitado. Saiba que aí começam os 80% da “popularidade” do seu presidente. E Lula, que sempre dormiu dentro do pijama de José Dirceu, nunca soube de nada... Eleitora de José Genoíno que também já fui, igualmente, sou também obrigada a assistir cenas explícitas de suas atividades como gerente do mensalão, como chefe dessa organização criminosa que se instalou no poder, sob a batuta beneplácito e complacência de Lula,PARA QUEM TUDO SE PASSA, COMO SE NADA SE PASSASSE(até porque ele já resolveu a situação econômica até da quinta geração de seus descendentes, através da fortuna amealhada por seu filho, um ex- vigia de um zoológico no interior São Paulo e hoje trilhardário,- dificilmente em razão de seu trabalho e sua competência....). Dólares na cueca , Waldomiros... a lista é infindável. Mas, o mais monumental e ousado estelionato perpetrado contra a população deste país pela malta petista, está no “golpe de mestre” engendrado para viabilizar a reeleição de Lula: tomar dinheiro público, do erário, portanto, seu e meu, e distribuí-lo aos borbotões para a sofrida população carente do norte e nordeste, literalmente comprando o voto desses coitados (cada bolsa-alguma-coisa rende, por baixo, 6 votos, que é o tamanho de uma família média do norte e nordeste). Então, faça as contas e veja de onde vem a popularidade de seu presidente: maciçamente oriunda da adesão incondicional desses coitados, que não têm a menor idéia e nem sabem do que há embutido no dinheiro que recebem. Se eu fosse eles, tampouco quereria saber. Como não sou, sei: o PT copiou o projeto original de redistribuição de renda, concebido e operacionalizado inicialmente em Brasília, mudou o nome do programa como se cria sua fosse e, em mais um de seus estelionatos, assumiu a paternidade do programa, sem nunca ter tido a decência de dar CRÉDITO AO GOVERNO ANTERIOR QUE O CONCEBEU E IMPLANTOU. Com a abissal diferença, porém. O projeto original era vinculado a contrapartidas, como pré-requisito para a concessão da bolsa. Isto se chama investimento público e não aleluia com dinheiro público, distribuído obedecendo ao único e exclusivo critério de que cada bolsa-alguma-coisa, rende, como rendeu na reeleição de Lula, no mínimo, 6 votos. Então, Lígia, saiba que a popularidade desse presidente que lhe representa (a você, porque a mim não representa) tem o MESMÍSSIMO LASTRO, ORIGEM , NATUREZA, PERFIL E FORMATAÇÃO DO APOIO INCONDICIONAL que Lula recebeu dos parlamentares da Câmara Federal, durante o mensalão. E o dinheiro usado nessa mera transação comercial, aferível através de matemática simples, é seu, viu ? Lula passou sua vida fazendo bravatas, como ele próprio admitiu. Como parlamentar, teve atuação pífia. Nunca se ouviu falar de um projeto de lei de sua autoria. Claro, pouco afeito à leitura, como ele próprio afirma, dele não se esperaria nada diferente. Como presidente, sem a menor afinidade com a rotina e a disciplina inerentes ao expediente , gastou seu tempo - à guisa de entabular “negócios” com outros países- literalmente rodando mundo, fazendo propaganda de si próprio, como o "coitado" (!) que deu duro e venceu. Saiba que Europeu e americano amam o “exotismo” dos países periféricos (candomblé, mulher pelada no carnaval, favela etc.). Digo isto porque morei um ano nos E.U. em intercâmbio quando jovem, estudei Direito Internacional Público na Universidade de Edimburgo na Escócia, durante minha época de graduação em Direito e lecionei, por 7 verões consecutivos Direito Ambiental Brasileiro na graduação e no Mestrado da Universidade de Louvain, na Bélgica. Portanto, manjo bem o espírito com que europeus e americanos vêm o Brasil e a figura "exótica" de seu presidente. Pergunte se eles elegem populistas e políticos que mal sabem ler e escrever... Seu presidente, semi-alfabetizado que é (e isto é uma vergonha sim senhora! , para uma criatura que se dispôs a representar os brasileiros. Não obstante, ele carrega sua falta de estudo como um troféu) . Nós merecíamos, no mínimo, que ele tivesse se dado ao trabalho de dominar as regras básicas da língua portuguesa, porque teve sim chance, teve sim, tempo e teve sim, condições de estudar, se tivesse aptidão que não tem , para a disciplina inerente a qualquer atividade de aprendizado. Marina, por exemplo, alfabetizou-se aos 16 anos. Teve vida incomensuravelmente mais sofrida do que a de Lula e não envergonhou a ninguém como parlamentar e ministra que foi, e jamais vociferou discursos na base do “menas gente” e “entendo de que....” .Palanqueiro, demagogo, populista admirador das pataquadas de Chaves, de Ahmadinejad et caterva, seu presidente semi-alfabetizado confunde “prisioneiro político” com “prisioneiro comum”, como o fez, para a imprensa internacional, no episódio de Cuba (você se lembra, do prisioneiro político cubano que morreu em greve de fome exatamente no dia em que Lula chegou a Cuba, episódio sobre o qual seu presidente, no melhor estilo Odorico Paraguaçu, declarou: “se a moda pega, as cadeias brasileiras ficariam vazias!!!!?). Sem comentários. Enquanto o mundo se empenha para banir a ameaça nuclear, seu presidente cruza o planeta com sua troupe , às custas de dinheiro público, para passar a mão na cabeça de um ditador sanguinário (vide dados recentes acerca das eleições e repressão à oposição no Irã) e negociar, sem ter mandato da comunidade internacional para isto, exatamente no papel de "bobo da corte" (foi assim que a comunidade internacional interpretou sua atuação no episódio) em torno do enriquecimento do urânio no Irã. No dia seguinte ao tal “acordo” , que Lula festejou para a imprensa internacional como um feito monumental, o ditador do Irã confirma para essa mesma imprensa, que “vai continuar enriquecendo urânio sim!!! como se Lula sequer lá tivesse estado. Bem feito! É isto que acontece quando se tem para conselheiro em política internacional “especialista” do calibre de um Marco Aurélio “top top” Garcia (lembra-se da comemoração furtivamente filmada no interior do Palácio do Planalto, assim que o jornal da Globo noticiou que o acidente da TAM se dera em razão de falha humana e não em razão das condições da pista de Congonhas?). Melhor teria sido até que as famílias das vítimas não tivessem testemunhado essa cena no Palácio, por parte de um assessor tão próximo do presidente). Escárnio, em nome de ganho político a qualquer preço. Esta é a política do PT atual, eleito com as vestais imaculadas da correção e da ética que vendeu e você comprou. Não satisfeito, obtuso por desconhecimento da história, seu presidente se arvora de “vírus da paz”, no conflito do Oriente Médio que é BIBLICO (sabe o que significa isto?). O mundo e a ONU se empenham HÁ DÉCADAS tentando compor este conflito de interesses que já produziu um número incalculável de mortes. Lula achou que ele era o cara!! É ter-se em alta conta demais, para quem seguramente sequer se debruçou sobre um manual de história geral do segundo grau. Diz o ditado : dá-se mala para andante, já pensa que é viajante... Alguém precisa dizer-lhe, “se manca Lula!!! . Seu presidente tem muitas qualidades, Lígia, mas levar a sério a expressão do Obama "that´s the guy" (que, SEM A MENOR DÚVIDA, foi proferida em razão das graças e piadas que são a forma através da qual Lula se afirma, nesses reuniões políticas, nas quais depende inteiramente de alguém para traduzir o que se passa....), é muita pretensão. Não acho que presidente brasileiro tenha por obrigação falar inglês, não. Mas, convenhamos, é uma vergonha um sujeito que sempre quiz ser presidente, não ter se dado ao trabalho de estudar uma língua estrangeira, em deferência aos brasileiros, para bem representar seu país. Mas não, dá-lhe pinga, piada e futebol. É assim a metáfora que faz, de nós brasileiros no exterior. A mim, me ofende como cidadã e me envergonha como brasileira. Ah, mas ele é super popular no exterior! É a admiração de que não precisamos. Americanos e europeus gostariam , tenha certeza, ainda muito mais, se nosso presidente fosse o Raoni ( com todo o respeito e reverência que devemos aos sobreviventes das nossas comunidades indígenas, estes sim, vítimas de uma política indigenista de extermínio perpetrada por nós brancos, ao longo de todos os governos anteriores, inclusive por este, do PT). Eleito pela primeira vez porque significava a mudança e a ética, fez um primeiro mandato durante o qual NÃO TEVE CULHÕES para implementar nada do que apregoou durante a campanha. Literalmente DEU CONTINUIDADE às iniciativas do governo Fernando Henrique, pelando-se de medo da inflação voltar e não ter a envergadura que teve Fernando Henrique, como estadista que foi, de aniquilar uma inflação que já estava no DNA dos brasileiros, de tão endêmica e embutida na psiquê do brasileiro. Descobriu, depois da posse, que os rumos do governo não poderiam nem deveriam ser diferentes daqueles adotados no governo anterior. Mas achou forma de “faturar” em cima do mérito alheiro Até os índices positivos de safras de grãos recordes, oviamente fruto de políticas agrícolas do período anterior, foram colhidos e computados pela máquina publicitária do governo petista como se fossem fruto do governo que mal iniciara.... Saiba que o que a máquina de propaganda deste governo apelidou de "herança maldita", foram os acertos dos governos anteriores que caíram no colo de Lula, ou alguém tem a ilusão de que implantação de políticas , de infra-estrutura etc... rendem respostas no dia seguinte em que são implantadas.. A crise internacional, que se festeja não ter chegado no Brasil, realmente não faz grandes marolas em um país que tem uma monumental parte da sua economia no plano informal, longe dos números oficiais. Este país anda, Lígia, com Lula, sem Lula ou com cover de Lula. Não é ele o artífice de nenhuma proeza política. É, sim, o artífice de uma monumental máquina de propaganda governamental, isto sim, "sem precedentes na história deste país" . Aliás, nem acredito que o mérito seja dele, porque ele é apenas a marionete à frente da cortina nesse teatro, por ser palanqueiro e empolgar a massa como Goebels fez no Alemanha nazista e menos votados como Jânio Quadros e Collor fizeram no Brasil. Deu no que deu., se você conhece história. Na era da televisão, usando dinheiro público na manutenção do circo, vende o produto Lula deslavadamente na embalagem que quer (vide esse programa virtual , que é mera versão e não fato, chamada PAC) para uma população infelizmente consumidora de novelas na telinha. A maciça maioria da nossa população não lê jornais. Ou você acha que é mera coincidência que ele não se elegeu nos estados de sul e sudeste, onde os índices de analfabetismo não muito menos drásticos. Lula é produto da desinformação e do analfabetismode um lado e, de outro, do oportunismo de segmentos que viram no governo Lula a chance de se candidatar a uma das tetas dentre as inumeráveis (vide o número de ministérios que criou, para manter com o seu dinheiro) para, na base do clientelismo, perpetuar-se nas benesses do poder e usufruir das mamatas que sobejamente conhecemos. A próxima mamata para os petistas é a nova estatal criada para cuidar do pré-sal. Aguarde para ver o número de cabides de emprego para acomodar petistas que serão criados. Ah, sempre foi assim? Ah bom, pensei que o PT durante 20 anos pregando o contrário, fosse o partido da ética e de políticos honestos, porque foi isto que venderam a mim e à população brasileira... ? Era bravata? Ah bom. Então tá.Em tempo: assine um jornal. Se há alguém mal informado aqui, talvez não seja exatamente a minha pessoa.

Maria Luisa Faro."

Comento:
 
Bem feito!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Lula é um fenômeno religioso

Artigo publicado no Alerta Total - www.alertatotal.net

Por Arnaldo Jabor

Lula não é um político - é um fenômeno religioso. De fé. Como as igrejas que caem, matam os fiéis e os que sobram continuam acreditando. Com um povo de analfabetos manipuláveis, Lula está criando uma igreja para o PT dirigir, emparedando instituições democráticas e poderes moderadores.

Os fatos são desmontados, os escândalos desidratados para caber nos interesses políticos da igreja lulista e seus coroinhas. Lula nos roubou o assunto. Vejam os jornais; todos os assuntos são dele, tudo converge para a verdade oficial do poder. Lula muda os fatos em ficção. Só nos resta a humilhante esperança de que a democracia prevaleça.

Depois do derretimento do PSDB, o destino do País vai ser a maçaroca informe do PMDB agarrada aos soviéticos do PT, nossa direita contemporânea. Os comentaristas ficam desorientados diante do nada que os petistas criaram com o apoio do povo analfabeto. Os conceitos críticos, como "razão, democracia, respeito à lei, ética", ficaram ridículos, insuficientes raciocínios diante do cinismo impune.

Como analisar com a Razão essa insânia oficial? Como analisar o caso Erenice, por exemplo, com todas as provas na cara, com o Lula e seus áulicos dizendo que são mentiras inventadas pela mídia? Temos de criar novos instrumentos críticos para entender esta farsa. Novos termos. Estamos vendo o início de um "chavismo light", cordial, para que a "massa atrasada" seja comandada pela "massa adiantada" (Dilma et PT). Os termos têm de ser mudados. Não há mais "propina"; agora o nome é "taxa de sucesso".

A roubalheira se autonomeia "revolucionária" - assalto à coisa pública em nome do povo. O que se chamava "vítima" agora se chama "réu". Os escândalos agora são de governos inteiros roubando em cascata, como em Brasília, Rondônia e Amapá - são "girândolas de crimes". Os criminosos são culpados, mas sabem tramar a inocência. O "não" agora quer dizer "sim".

Antigamente, se mentia com bons álibis; hoje, as tramoias e as patranhas são deslavadas; não há mais respeito nem pela mentira. Está em andamento uma "revolução dentro da corrupção", invadindo o Estado em nossa cara, com o fito de nos acostumar ao horror. Gramsci foi transformado em chefe de quadrilha.

Nunca antes nossos vícios ficaram tão explícitos, nunca aprendemos tanto de cabeça para baixo. Já sabemos que a corrupção no País não é um "desvio" da norma, não é um pecado ou crime; é a norma mesmo, entranhada nos códigos e nas almas. Nosso único consolo: estamos aprendemos muito sobre a dura verdade nacional neste rio sem foz, onde as fezes se acumulam sem escoamento.

Por exemplo: ganhamos mais cultura política com a visão da figura da Erenice, a burocrata felliniana, a "mãe coragem" com seus filhos lobistas, com o corpinho barbudo do Tuminha (lembram?), com o "make-over" da clone Dilma (que ama a ex-Erenice, seu braço direito há 15 anos), com o silêncio eufórico dos Sarneys, do Renan, do Jucá... Que delícia, que doutorado sobre nós mesmos!

Ao menos, estamos mais alertas sobre a técnica do desgoverno corrupto que faz pontes para o nada, viadutos banguelas, estradas leprosas, hospitais cancerosos, esgotos à flor da pele, tudo proclamado como plano de aceleração do crescimento popular.

Nossa crise endêmica está em cima da mesa de dissecação, aberta ao meio como uma galinha. Meu Deus, que prodigiosa fartura de novidades imundas, mas fecundas como um adubo sagrado, belas como nossas matas, cachoeiras e flores.

Os canalhas são mais didáticos que os honestos. Temos assistido a um show de verdades mentirosas no chorrilho de negaças, de cínicos sorrisos e lágrimas de crocodilo. Como é educativo vermos as falsas ostentações de pureza para encobrir a impudicícia, as mãos grandes nas cumbucas e os sombrios desejos das almas de rapina. Que emocionante este sarapatel entre o público e o privado: os súbitos aumentos de patrimônio, filhinhos ladrões, ditadura dos suplentes, cheques podres, piscinas em forma de vaginas, despachos de galinhas mortas na encruzilhada, o uísque caindo mal no Piantela, as flatulências fétidas no Senado, as negaças diante da evidência de crime, os gemidos proclamando "honradez" e "patriotismo".

Talvez esta vergonha seja boa para nos despertar da letargia de 400 anos. Através deste escracho, pode ser que entendamos a beleza do que poderíamos ser!

Já se nos entranhou na cabeça, confusamente ainda, que enquanto houver 20 mil cargos de confiança no País, haverá canalhas, enquanto houver estatais com caixa-preta, haverá canalhas, enquanto houver subsídios a fundo perdido, haverá canalhas. Com esse código penal, nunca haverá progresso.

Já sabemos que mais de R$ 5 bilhões por ano são pilhados das escolas, hospitais, estradas, sem saneamento, com o Lula brilhando na TV, xingando a mídia e com todos os mensaleiros, sanguessugas e aloprados felizes em seus empregos e dentro do ex-partido dos trabalhadores. E é espantoso que este óbvio fenômeno político, caudilhista, subperonista, patrimonialista, aí, na cara da gente, seja ignorado por quase toda a intelligentsia do País, que antes vivia escrevendo manifestos abstratos e agora se cala diante deste perigo concreto que nos ronda. No Brasil, a palavra "esquerda" ainda é o ópio dos intelectuais.

A única oposição que teremos é o da imprensa livre, que será o inimigo principal dos soviéticos ascendentes. O Brasil está evoluindo em marcha à ré! Só nos resta a praga: malditos sejais, ó mentirosos e embusteiros! Que a peste negra vos cubra de feridas, que vossas línguas mentirosas se transformem em cobras peçonhentas que se enrosquem em vossos pescoços, e vos devorem a alma.

Os soviéticos que sobem já avisaram que revistas e jornais são o inimigo deles.

Por isso, "si vis pacem, para bellum", colegas jornalistas. Se quisermos a paz, preparemo-nos para a guerra.

Arnaldo Jabor é Cineasta e Ensaísta.

Preconceito

A Justiça quer pegar o palhaço Tiririca (Francisco Everardo Oliveira Silva, candidato a deputado federal por São Paulo, pelo PR).

A acusação é de falsidade ideológica em razão de haver declarado não possuir patrimônio. O que tem está em nome de terceiros.

A pergunta que fica é: por que só o palhaço? Será alguma forma de preconceito contra aquele que faz rir de maneira sadia e não sádica, feito os políticos?

Por que não pegar também, entre outros, o deputado Raul Jungmann (PPS/PE), que declarou ser de apenas 11 mil reais todo o seu patrimônio, acumulado ao longo de decadas no Parlamento? 

Mancada

Isso não se faz. Tanto Chico como George são homens honrados. Né não, Shakespeare?

Dormir na cadeia... Onde já se viu isso?

Títulos sugestivos

Para quem adota o sistema da "Tolerância Zero", a Folha Online hoje está como nunca. Traz duas pérolas dignas de profunda análise:

1. STJ manda soltar governador preso no Amapá  - Quando será que o Supremo vai mandar soltar o governador solto do Amapá?  

2. A Eletrobras Distribuidora Roraima começou hoje a trocar o poste que foi destruído em acidente na rua Reinaldo Neves - Será que termina até o fim deste ano?

sábado, 18 de setembro de 2010

Sinal fechado

Paulinho da Viola

Olá, como vai ?

Eu vou indo e você,

tudo bem ?

Tudo bem eu vou indo correndo

Pegar meu lugar no

futuro, e você ?

Tudo bem, eu vou indo em busca

De um sono tranquilo,

quem sabe ...

Quanto tempo... pois é...

Quanto tempo...

Me perdoe a

pressa

É a alma dos nossos negócios

Oh! Não tem de quê

Eu também só

ando a cem

Quando é que você telefona ?

Precisamos nos ver por aí

Pra semana, prometo talvez nos vejamos

Quem sabe ?

Quanto tempo...

pois é... (pois é... quanto tempo...)

Tanta coisa que eu tinha a dizer

Mas eu sumi na poeira das ruas

Eu também tenho algo a dizer

Mas me

foge a lembrança

Por favor, telefone, eu preciso

Beber alguma coisa,

rapidamente

Pra semana

O sinal ...

Eu espero você

Vai abrir...

Por favor, não esqueça,

Adeus...

Deu na Veja: "Caraca! Que dinheiro é esse? Isso aqui é meu mesmo?"

Diego Escosteguy e Otávio Cabral

Numa manhã de julho do ano passado, o jovem advogado Vinícius de Oliveira Castro chegou à Presidência da República para mais um dia de trabalho. Entrou em sua sala, onde despachava a poucos metros do gabinete da então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e de sua principal assessora, Erenice Guerra Vinícius se sentou, acomodou sua pasta preta em cima da mesa e abriu a gaveta.

O advogado tomou um susto: havia ali um envelope pardo. Dentro, 200 mil reais em dinheiro vivo – um “presentinho” da turma responsável pela usina de corrupção que operava no coração do governo Lula.

Vinícius, que flanava na Agência Nacional de Aviação Civil, a Anac, começara a dar expediente na Casa Civil semanas antes, apadrinhado por Erenice Guerra e o filho-lobista dela, Israel Guerra, de quem logo virou compadre.

Apavorado com o pacotaço de propina, o assessor neófito, coitado, resolveu interpelar um colega: “Caraca! Que dinheiro é esse? Isso aqui é meu mesmo?”. O colega tratou de tranquilizá-lo: “É a ‘PP’ do Tamiflu, é a sua cota. Chegou para todo mundo”.

PP, no caso, era um recado – falado em português, mas dito em cifrão. Trata-se da sigla para os pagamentos oficiais do governo. Consta de qualquer despacho público envolvendo contratos ou ordens bancárias. Adaptada ao linguajar da cleptocracia, significa propina. Tamiflu, por sua vez, é o nome do remédio usado para tratar pacientes com a gripe H1N1, conhecida popularmente como gripe suína.

Dias antes, em 23 de junho, o governo, diante da ameaça de uma pandemia, acabara de fechar uma compra emergencial desse medicamento – um contrato de 34,7 milhões de reais. A “PP” entregue ao assessor referia-se à comissão obtida pela turma da Casa Civil ao azeitar o negócio Segundo o assessor, o governo comprara mais Tamiflu do que o necessário, de modo a obter uma generosa comissão pelo negócio.

Até a semana passada, Vinícius era assessor da Casa Civil e sócio de Israel Guerra, filho de Erenice Guerra, ex-ministra da pasta, numa empresa que intermediava contratos com o governo usando a influência da petista. Naturalmente, cobravam comissão pelos serviços.

Depois que VEJA revelou a existência do esquema em sua última edição, Vinícius e outro funcionário do Planalto, Stevan Knezevic, pediram demissão, a ministra Erenice caiu – e o governo adernou na mais grave crise política desde o escândalo do mensalão, e que ronda perigosamente a campanha presidencial da petista Dilma Rousseff.

Lançado ao centro do turbilhão de denúncias que varre a Casa Civil, Vinícius Castro confidenciou o episódio da propina a pelo menos duas pessoas: seu tio e à época diretor de Operações dos Correios, Marco Antonio de Oliveira, e a um amigo que trabalhava no governo. Ambos, em depoimentos gravados, confirmaram a VEJA o teor da confissão.

Antes de cair em desgraça, o assessor palaciano procurou o tio e admitiu estar intrigado com a incrível despreocupação demonstrada pela família Guerra no trato do balcão de negócios instalado na Casa Civil. Disse o assessor: “Foi um dinheiro para o Palácio. Lá tem muito negócio, é uma coisa. Me ofereceram 200 000 por causa do Tamiflu”.

Vinícius explicou ao tio que não precisou fazer nada para receber a PP. “Era o ‘cala-boca". O assessor disse ainda ao tio que outros três funcionários da Casa Civil receberam os tais pacotes com 200 000 reais; porém não declinou os nomes nem a identidade de quem distribuiu a propina. Diz o ex-diretor dos Correios: “Ele ficou espantado com aquela coisa. Eu avisei que, se continuasse desse jeito, ele iria sair algemado do Palácio”.

O cândido ex-assessor tem razão: dinheiro sujo dentro de um gabinete da Presidência da República é um fato espantoso. Nos últimos anos, sobretudo desde que o presidente Lula relativizou os crimes cometidos durante o mensalão, sempre que se apresenta um caso de corrupção à opinião pública surgem três certezas no imaginário popular.
* Primeiro, nunca se viu um escândalo tão escabroso
* Ninguém será punido

* O escândalo que vier a sucedê-lo reforçará as duas certezas anteriores.

A anestesiada sociedade brasileira já soube de dinheiro na cueca, dinheiro na meia, dinheiro na bolsa, dinheiro em caixa de uísque, dinheiro prometido por padre ligado a guerrilheiros colombianos. Mas nada se compara em ousadia ao que se passava na Casa Civil. Ficará consolidado no inverno moral da era Lula se, mais uma vez, esses eventos forem varridos para debaixo do tapete.

Já se soube de malfeitorias produzidas na Presidência, mas talvez nunca de um modo tão organizado e sistemático como agora – e, ao mesmo tempo, tão bisonhamente rudimentar, com contratos, taxas de sucesso e depósitos de propina em conta bancária.

Por fim, o que pode ser mais escabroso do que um grupo de funcionários públicos, ao que tudo indica com a participação de um ministro da Casa Civil, cobrar pedágio em negócios do governo? O mais assustador, convenha-se, é repartir o butim ali mesmo, nas nobres dependências da cúpula do Poder Executivo, perto do presidente da República e ao lado da então ministra e hoje candidata petista Dilma Rousseff.

Na semana passada, quando o caso veio a público, a candidata do PT ao Planalto, Dilma Rousseff, tentou se afastar o quanto pôde do escândalo. Apesar de o esquema ter começado quando Dilma era ministra e Erenice sua escudeira, a candidata disse que não poderia ser responsabilizada por “algo que o filho de uma ex-assessora fez”. Dilma candidata não tinha mesmo outra alternativa. As eleições estão aí e o assunto em questão é por demais explosivo.

Erenice Guerra ganhou vida em razão do oxigênio que Dilma lhe forneceu durante sete anos de governo. Erenice trabalhou com a candidata quando esta comandava a pasta de Minas e Energia e na Casa Civil transformou-se na assessora-mor da petista, assumindo o cargo de secretária-executiva. É possível que em todos esses anos de intenso trabalho conjunto Dilma não tenha percebido o que se passava ao seu redor. É possível que Dilma seja uma péssima leitora de caráter. Mas, em algum momento, ela vai ter que enfrentar publicamente esse enorme contencioso passado.

Obedecendo à consagrada estratégia política estabelecida pelo PT, Dilma não só tentou se distanciar do caso como buscou desqualificar os fatos apresentados por VEJA. “É um factoide”, afirmou a candidata, dois dias antes de Erenice ser demitida pelo presidente Lula. (O governo divulgou que a ministra pediu demissão, o que é parolagem.)

A chefe da numerosa família Guerra caiu na manhã da última quinta-feira, vítima dos vícios da sua turma. Além dos fatos apontados por VEJA, veio a público o atávico hábito da ex-ministra em empregar parentes no governo, que, desde já, dá um novo significado ao programa Bolsa Família. Também se descobriram contratos feitos sem licitação favorecendo parentes da ministra.

Em um dos episódios, o filhote de Erenice cobrou propina até de um corredor de Motocross, que descolara um patrocínio de 200 000 reais com a Eletrobrás, estatal sob a influência de Erenice. Taxa de sucesso paga: 40 000 reais. “Israel chamava a Dilma de tia”, contou o motoqueiro Luís Corsini, o desportista que pagou a taxa de sucesso.

Antes de capitular aos irretorquíveis fatos apresentados por VEJA, o governo fez de tudo para desqualificar o empresário Fábio Baracat, uma das fontes dos jornalistas na revelação do esquema de arrecadação de propina na Casa Civil. Baracat, um empresário do setor aéreo, narrara, em conversas gravadas, as minúcias de suas tratativas com a família Guerra, que tinham por objetivo facilitar a obtenção de contratos da empresa MTA nos Correios.

No sábado, depois de, como disse, sofrer “fortes pressões”, Baracat divulgou uma nota confusa, na qual “rechaçava oficialmente informações" da reportagem, mas, em seguida, confirmava os fatos relatados. Com medo de retaliações por parte do governo, o empresário refugiou-se no interior de São Paulo. Ele aceitou voltar à capital paulista na última quinta-feira, para mais uma entrevista. Disse ele na semana passada: “Temo pela minha vida. Vou passar um tempo fora do país”. O empresário aceitou ser fotografado e corroborou, diante de um gravador, as informações antes prestadas à revista.

Baracat não quis explicar de onde partiram as pressões que sofreu, mas, em uma hora e meia de entrevista gravada, ratificou integralmente o conteúdo da reportagem. O empresário confirmou que, levado por Israel e Vinícius, encontrou-se várias vezes com Erenice Guerra, quando ela era secretária-executiva e, por fim, quando a petista virou ministra.

As primeiras conversas, narra Baracat, serviram para consolidar a convicção de que Israel não vendia falsamente a influência da mãe. Na última conversa que eles tiveram, em abril deste ano, o tom mudou. Israel cobrava dinheiro do empresário por um problema resolvido para ele na Infraero.

Diz Baracat: “Ele dizia que havia pagado na Infraero para resolver”. Na reunião, disse Erenice, de acordo com o relato do empresário: “’Olha, você sabe que a gente está aqui na política, e a gente tem que cumprir compromissos’. (...) Ficou subentendido (que se tratava da propina). (Ela) foi sempre genérica (nesse sentido). (...) Ela disse: ‘A gente é político, não pode deixar de ter alguns parceiros’”. Baracat diz que não sabe o que a família Guerra fez com o dinheiro.

O misterioso caso da comissão do Tamiflu também merece atenção das investigações iniciadas pela Polícia Federal e pela Procuradoria-Geral da República. O Ministério da Saúde, que já gastou 400 milhões de reais com a aquisição do remédio desde o ano passado, afirma que não houve qualquer ingerência da Casa Civil – e que a quantidade de Tamiflu comprada foi definida somente por critérios técnicos.

A seguir, mais uma história edificante

Em outros episódios, a participação da Casa Civil aparece de forma mais clara. VEJA apurou mais um caso no qual o poder da Casa Civil dentro do governo misturou-se aos interesses comerciais da ex-ministra, resultando numa negociata de 100 milhões de reais. Desta vez, o lobista central da traficância não é o filho, mas o atual marido de Erenice Guerra, o engenheiro elétrico José Roberto Camargo Campos.

Com a ministra Dilma Rousseff na Casa Civil e a esposa Erenice Guerra como seu braço direito, Camargo convenceu dois amigos donos de uma minúscula empresa de comunicações a disputar o milionário mercado da telefonia móvel. Negócio arriscado, que exige muito capital e experiência num ramo cobiçado e disputado por multinacionais. Isso não era problema para Camargo e seus sócios. Eles não tinham dinheiro nem experiência, mas sim o que efetivamente importa em negócios com o governo: os contatos certos – e poderosos.

Em 2005, a empresa Unicel, tendo Camargo como diretor comercial, conseguiu uma concessão da Anatel para operar telefonia celular em São Paulo. Por decisão pessoal do então presidente da agência, Elifas Gurgel, a empresa do marido ganhou o direto de entrar no mercado. De tão exótica, a decisão foi contestada pelos setores técnicos da Anatel, que alegaram que a empresa sequer havia apresentado garantias sobre sua capacidade técnica e financeira para tocar o negócio.

O recurso levou dois anos para ser julgado pela Anatel. Nesse período, Erenice e seu marido conversaram pessoalmente com o presidente da agência, conselheiros e técnicos, defendendo a legalidade da operação. “A Erenice fazia pressão para que os técnicos revissem seus parecereres e os conselheiros mudassem seu voto”, conta um dos membros do conselho, também alvo da pressão da ex-ministra.
A pressão deu certo. O técnico que questionou a legalidade da concessão, Jarbas Valente, voltou atrás e mudou seu parecer, admitindo os “argumentos” da Casa Civil. Logo depois, Valente foi promovido a conselheiro da Anatel. Um segundo conselheiro, Pedro Jaime Ziller, também referendou a concessão a Unicel. Não se entende bem a relação entre uma coisa e a outra, mas dois assessores de Ziller, logo depois, trocaram a Anatel por cargos bem remunerados na Unicel.

Talvez tenham sido seduzidos pelos altos salários pagos pela empresa, algo em torno de 30 000 reais – muito, mas muito mais do que se paga no serviço público. O presidente Elifas foi pressionado diretamente pelo Ministro das Comunicações, mas nem precisava: ele foi colega de Exéricito de um dos sócios da Unicel. Tudo certo? Não. Havia ainda um problema a ser sanado.
A legislação obriga as concessionárias a pagar 10% do valor do contrato como entrada para sacramentar o negócio. A concessão foi fixada em 93 milhões de reais. A empresa, portanto, deveria pagar 9,3 milhões de reais. A Unicel não tinha dinheiro.
Novamente com Erenice à frente, a Unicel conseguiu uma façanha. O conselho da Anatel acatou o pedido para que o sinal fosse reduzido para 1% do valor do negócio, ou seja, pouco mais de 900 000 reais. A insólita decisão foi contestada pelo Ministério Público e, há duas semanas, considerada ilegal pela Justiça.

Com a ajuda estatal, a empresa anunciou o início da operação em outubro de 2008, com o nome fantasia de AEIOU, prometendo tarifas mais baixas para atrair o público jovem, com o compromisso de chegar a um milhão de clientes em dois anos. Como foi previsto pelos técnicos, nada disso aconteceu.

Hoje, a empresa tem 20 000 assinantes, sua única loja foi fechada por falta de pagamento de aluguel e responde a mais de 30 processos por dívidas, que ultrapassam 20 milhões de reais. Mau negócio? Apesar da aparência, não. A grande tacada ainda está por vir.
O alvo do marido de Erenice é o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) – uma invenção que vai consumir 14 bilhões de reais para universalizar o acesso a internet no Brasil. O grupo trabalha para “convencer” o governo a considerar que a concessão da Unicel é de utilidade pública para o projeto. Com isso, espera receber uma indenização. Valor calculado por técnicos do setor: se tudo der certo, a empresa sairá com 100 milhões de reais no bolso, limpinhos.
Dinheiro dos brasileiros honestos que trabalham e pagam impostos.
A participação da Casa Civil no episódio ultrapassa a intolerável fronteira das facilidades e da pressão política. Aqui, aparecem diretamente as promíscuas relações entre os negócios da família Guerra e os funcionários que, dentro da Presidência da República, deveriam zelar pelo bem público.
A Unicel contou, em especial, com os favores de Gabriel Boavista Lainder, assessor da Presidência da República e dirigente do Comitê Gestor dos Programas de Inclusão Digital, que comanda o PNBL. Antes de ocupar o cargo, Gabriel trabalhou por oito anos com os donos da Unicel. Mas isso é, como de costume, apenas uma coincidência – como também é coincidência o fato de ele ter sido indicado ao cargo pelo marido de Erenice.

“O marido da Erenice é um cara que admirava meu trabalho. Ela me disse que precisava de alguém para coordenar o PNBL”, diz Laender. E completa: “O PNBL não contempla o uso da faixa da Unicel, mas ela pode operar a banda larga do governo se fizer adaptações técnicas” É um escárnio.

Camargo indicou o homem que pode resolver os problemas de sua empresa. Procurado, o marido de Erenice não quis se pronunciar. Na Junta Comercial, o nome de Camargo aparece como sócio de uma empresa de mineração, que funciona em modesto escritório em Brasília. Um probleminha que pode chamar a atenção dos investigadores: a Unicel está registrada no mesmo endereço, que também era usado para receber empresários interessados em negócios com o governo. Certamente mais uma coincidência.

Com reportagem de Rodrigo Rangel, Daniel Pereira, Gustavo Ribeiro e Fernando Mello

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O que rola na rede

Autoria anônima (gentilmente enviado pelo Gonzaga de Andrade)

Albert Einstein foi a uma festa e, como não conhecia ninguém, foi logo tentando se misturar aos convidados:

- Oi, como vai? - perguntou ele.

- Vou bem!

- Qual é o seu Q.I.?

- 250.

Então logo começou a conversar sobre física quântica, teoria da relatividade, bombas de hidrogênio, Deus, o Universo, etc.

Andou mais um pouco e encontrou outra pessoa:

- Qual seu Q.I.?

- 150.

Então, novamente começou a conversar, só que desta vez sobre desigualdade social, justiça, questões internacionais.

Andou mais um pouco e encontrou uma terceira pessoa:

- Oi, como vai? - perguntou ele.

- Tudo bem!

- Qual o seu Q.I.?

- 100.

Então começou a conversar sobre desemprego, reforma agrária, aumento dos combustíveis, Mensalão, Bin Laden, etc.

Andou mais um pouco e encontrou outra pessoa:

- Como está, tudo bem?

- Tudo ótimo.

- Qual é o seu Q.I.?

- 50.

Então começou a falar sobre a Casa dos Artistas, Big Brother, novelas e minisséries, música baiana, pagode, religião, Adriane Galisteu , Luciana Gimenez, Hebe, Sandy e Júnior, Roseana Sarney, FHC, Jader Barbalho, etc.

Deu mais uma volta e encontrou outra pessoa e perguntou:

- Qual o seu Q.I.?

- 10.

- E aí mano, firmeza? Como tá o timão? E este ano, vamo votar na candidata do LULA?

* * * * * * * * * * *

Joãozinho, aluno de uma professora extremamente "Petista", chega cedo ao colégio e diz:

- Tia lá em casa nasceu oito cachorrinhos e todos vão votar na Dilma.

- É mesmo? Diz a professora, toda feliz...

- Quatro ou cinco dias após, o Joãozinho vai novamente à professora e diz:

- Tia lá em casa nasceu oito cachorrinhos e cinco vão votar na Dilma.

Então a professora intrigada pergunta:

- Ué? Não eram oito cãezinhos???

- Eram, mas três já abriram os olhinhos!!!

* * * * * * * * * *

Essa tem de chegar a Brasília. É ótima!

A Morte do Senador:

Um senador está andando tranqüilamente quando é atropelado e morre.

A alma dele chega ao Paraíso e dá de cara com São Pedro na entrada.

-'Bem-vindo ao Paraíso!'; diz São Pedro

-'Antes que você entre, há um probleminha.

Raramente vemos parlamentares por aqui, sabe, então não sabemos bem o que fazer com você.

-'Não vejo problema, é só me deixar entrar', diz o antigo senador.

-'Eu bem que gostaria, mas tenho ordens superiores... Vamos fazer o seguinte:

Você passa um dia no Inferno e um dia no Paraíso. Aí, pode escolher onde quer passar a eternidade.

-'Não precisa, já resolvi. Quero ficar no Paraíso diz o senador. '

-'Desculpe, mas temos as nossas regras.'

Assim, São Pedro o acompanha até o elevador e ele desce, desce, desce até o Inferno.

A porta se abre e ele se vê no meio de um lindo campo de golfe.

Ao fundo, o clube onde estão todos os seus amigos e outros políticos com os quais havia trabalhado.

Todos muito felizes em traje social.

Ele é cumprimentado, abraçado e eles começam a falar sobre os bons tempos em que ficaram ricos às custas do povo.

Jogam uma partida descontraída e depois comem lagosta e caviar.

Quem também está presente é o diabo, um cara muito amigável que passa o tempo todo dançando e contando piadas.

Eles se divertem tanto que, antes que ele perceba, já é hora de ir embora.

Todos se despedem dele com abraços e acenam enquanto o elevador sobe.

Ele sobe, sobe, sobe e porta se abre outra vez. São Pedro está esperando por ele.

Agora é a vez de visitar o Paraíso.

Ele passa 24 horas junto a um grupo de almas contentes que andam de nuvem em nuvem, tocando harpas e cantando.

Tudo vai muito bem e, antes que ele perceba, o dia se acaba e São Pedro retorna.

-'E aí ? Você passou um dia no Inferno e um dia no Paraíso.

Agora escolha a sua casa eterna.' Ele pensa um minuto e responde:

-'Olha, eu nunca pensei ... O Paraíso é muito bom, mas eu acho que vou ficar melhor no Inferno.'

Então São Pedro o leva de volta ao elevador e ele desce, desce, desce até o Inferno.

A porta abre e ele se vê no meio de um enorme terreno baldio cheio de lixo.

Ele vê todos os amigos com as roupas rasgadas e sujas catando o entulho e colocando em sacos pretos.

O diabo vai ao seu encontro e passa o braço pelo ombro do senador.

-'Não estou entendendo', - gagueja o senador - 'Ontem mesmo eu estive aqui e havia um campo de golfe, um clube, lagosta, caviar, e nós dançamos e nos divertimos o tempo todo. Agora só vejo esse fim de mundo cheio de lixo e meus amigos arrasados !!!'

Diabo olha pra ele, sorri ironicamente e diz:

"Ontem estávamos em campanha. Agora, já conseguimos o seu voto..."

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Alegria em dobro

A médica acha que o Rafael vai desembarcar neste mundão até o fim de outubro. Mas, pelo tamanho do invólucro... sei não. Que barrigão, hein?

Tem nada, não. O importante é que ele é esperado com muito carinho. A hora que chegar, será bem vindo. Quem ficou meio desconfiado com essa notícia foi o Francisco.

A Tia Marcela estava com a tia Karen (mamãe de primeira viagem) e o tio Eduardo, no médico, quando foi dada a notícia de que era mesmo um menino.

Quando Marcela chegou, antes do casal de papais, dando a notícia que se tratava de um pretenso concorrente, o Francisco saiu-se com essa:

– Fiquei no canto!

Com alguma insistência, conseguimos conformá-lo de que, mesmo sendo um menino, em nada alterava a nossa relação com ele.

Aí o Francisco entendeu que o Rafael não vem para competir com ninguém, mas para nos dar alegria em dobro. Serão, agora, dois presentes de Jesus para as nossas vidas.

Deus seja louvado!

Novo caso de lobby tira Erenice da Casa Civil; secretário-executivo assume interinamente

Simone Iglesias e Valdo Cruz 
DE BRASÍLIA (Folha.com)

Depois da publicação pela Folha de um novo caso de lobby na Casa Civil, a ministra Erenice Guerra deixou o cargo nesta quinta-feira. O atual secretário-executivo da Casa Civil, Carlos Eduardo Esteves Lima, assume interinamente, mas a coordenadora-geral do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), Miriam Belchior, deve ficar com a vaga.

Erenice acertou sua demissão do governo em reunião com o presidente Lula. A Presidência soltará um comunicado sobre a decisão. Mais cedo, ela havia recebido, fora do Palácio do Planalto, o ministro Franklin Martins (Comunicação), emissário de um recado do presidente --de que a situação da ministra havia ficado insustentável e que ela deveria pedir demissão.

Uma empresa de Campinas confirma, segundo reportagem da Folha, que um lobby opera dentro da Casa Civil e acusa o filho de Erenice Guerra, Saulo, de cobrar dinheiro para obter liberação de empréstimo no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Erenice também teria atuado, segundo reportagem publicada na revista "Veja", para viabilizar negócios nos Correios intermediados por uma empresa de consultoria de propriedade de seu outro filho, Israel.

Belchior é vista como uma "solução caseira", de alguém que já trabalha dentro da Casa Civil e tem perfil discreto, além de contar com a confiança do presidente Lula. Antes da saída de Dilma Rousseff do comando da pasta, Lula chegou a analisar a sua indicação, mas cedeu aos pedidos da hoje candidata do PT à Presidência por Erenice.

O presidente continua mantendo sua confiança na ministra e lhe dá o benefício da dúvida diante das acusações publicadas nos últimos dias, mas avalia que há muitos familiares dela envolvidos em caso de lobby passando pela Casa Civil, o que torna sua situação "insustentável".

Pesa ainda contra Erenice a publicação da nota atacando o candidato tucano José Serra, sem consultar nem mesmo o presidente sobre o conteúdo do documento.

O presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, divulgou hoje nota pedindo o afastamento de Erenice sob o argumento de que as investigações sobre lobby não podem ocorrer com a chefe da Casa Civil no cargo.

"As investigações sobre as crescentes denúncias envolvendo a ministra Erenice Guerra, seus familiares, ex-familiares, assessores e ex-assessores, não podem ser feitas com a atual ministra no cargo, seu afastamento é essencial e deve ser imediato. Diante de tamanho escândalo, não mais se trata de ganhar ou perder votos, de assunto eleitoral, para onde o governo, a candidata e o PT tentaram desviar. O caso é de polícia", Guerra.

Segundo ele, somente o afastamento da atual ministra-chefe da Casa Civil vai permitir a investigação "séria, profunda, transparente e sem farsas, que o Brasil exige e o governo tem a obrigação de permitir". "Caso contrário, será mais um crime envolvendo o PT e suas principais lideranças a ser empurrado para debaixo do tapete."

Olha eu aí!


Lembram de mim? Sim, sou eu mesmo, o Francisco Espiridião Neto. Daqui a menos de um mês estarei completando 6 anos de boas estripulias. Aposto corrida com o vovô e ele não dá nem pra saída. Agora, ele inventou que vai deixar de ser sedentário e treinar corrida, para nós disputarmos de igual para igual. Só quero é ver isso.  

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Voto nulo neles!

Por Gilberto Hissa

A eleição de 2010 já está batendo na nossa porta. Como somos obrigados a votar, uma aberração legal, precisamos começar, com urgência, o processo de escolha dos nossos candidatos.

Eta trabalho difícil. A lista de candidatos não poderia ser pior, de baixíssima qualidade. Tanto no nível federal como no estadual. Os favoritos, segundo as pesquisas e o saber popular, são os políticos pra lá de manjados, aqueles que sempre lutaram para o engradecimento (enriquecimento) pessoal, social apenas nos discursos na época das eleições. Sendo que só permanecem em evidência porque o judiciário não julga, em tempo hábil, os diversos processos que cada um responde. Se fosse o contrário, a maioria já estaria na cadeia e com patrimônio declarado ou não confiscado, e não teríamos uma lista de candidatos tão poluída. Não precisaríamos nem da Lei da Ficha Limpa.

A piada do ano foi a declaração de bens dos principais candidatos, milionários se passando por classe média baixa. Realmente uma piada. Logicamente, o patrimônio não declarado deles é infinitamente maior do que o declarado. O laranjal está carregado de frutos.

Como resolver este grave problema? Penso que só existe uma maneira, a escolha criteriosa dos nossos candidatos, devemos votar apenas nas pessoas de bem, que realmente pensam e atuam pelo bem do nosso país e do nosso estado. Como esta garimpagem, com certeza, não encontrará nenhuma grande pepita, defendo o voto nulo.

O Partido do Voto Nulo – PVN poderia (deveria) ser a grande novidade desta eleição, o grande vitorioso. Seria a resposta silenciosa da população ao atual cenário de extrema ineficiência e roubalheira da maioria dos permanentemente eleitos.

A Sônia Braga é quem está certa quando diz: “Eu voto nos Estados Unidos e aqui. Faço questão. Mas gostaria de acabar com todos os políticos brasileiros” (Veja, edição 2174, ano 43, nº 29).

A maneira mais rápida e eficiente de acabar com um político é simplesmente não elegê-lo, portanto, devemos usar com maestria a nossa única arma, o voto. Se estamos em dúvida entre o boquinha e o bocão, devemos simplesmente anular o voto, nunca escolher o menos ruim. PVN neles!

Não podemos esquecer que voto nulo e diferente do voto em branco, para anularmos o nosso voto devemos proceder da seguinte maneira: basta digitar um número inexistente que aparecerá a mensagem “número errado voto nulo”, a seguir devemos apertar o botão confirma. Feito, o voto foi anulado.

Se você gostou da ideia passe adiante e divulgue o PVN por todos os meios de comunicação disponíveis.

PVN neles!

Gilberto Hissa é Professor do Departamento de Economia da UFRR. ghissa@bol.com.br

O PT de Dirceu que Dilma esconde

Eliane Cantanhêde

A declaração de que o PT terá mais poder com Dilma do que com Lula, feita pelo ex-ministro José Dirceu, eterno presidente de fato do partido, é motivo para reflexões, avaliações e projeções muito sérias. Até porque - ou principalmente porque - o PT tem sido um ausente do discurso de Dilma na campanha.

A equação não fecha: Dilma disfarça o partido, mas o partido vai ter ainda mais poder no governo dela?

No debate Rede TV!/Folha, no domingo à noite, Dilma relegou mais uma vez o PT ao segundo plano, referindo-se ao 'presidente Lula' e ao 'nosso governo' como os seus verdadeiros partidos. Mas Dirceu entregou o jogo: o PT é que vai dar as cartas no governo Dilma - que, não custa lembrar, era do PDT até outro dia.

A julgar pelas pesquisas, o PT vem numericamente forte por aí. Vai fazer uma bancada grande e experiente no Senado (calcanhar-de-Aquiles de Lula) e tende a ultrapassar o PMDB como maior bancada na Câmara. (Aliás, desbancando a candidatura do peemedebista Henrique Eduardo Alves para a presidência da Casa.)

O PT, então, será o líder no Congresso de uma imensa tropa formada desde o PCdo B ao PP de Maluf, depois de já ter transformado a CUT, o MST e a UNE em agências do governo, financiadas com recursos públicos; já ter aparelhado o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, a Petrobras, o BNDES; e estar em vias de 'extirpar' a oposição, como disse Lula sobre o DEM, enquanto ataca pessoalmente os tucanos Tasso Jereissatti no Ceará e Arthur Virgílio no Amazonas.

E aí entra a fala de Dirceu: 'A eleição de Dilma é mais importante do que a do Lula, porque é a eleição do projeto político'. Leia-se: Lula foi um meio para se chegar a um fim, ao tal 'projeto político'. Agora, falta explicar exatamente do que se trata, antes que o governo e o projeto se instalem. Dilma entregou um programa 'hard' de manhã ao TSE e, de tarde, retirou e entregou outro 'light'. Até agora, não se sabe ao certo qual é para valer.

Um dos laboratórios do 'projeto político' de Dirceu foi a liderança do PT na Câmara antes da eleição de Lula, que atuava e respirava conforme Dirceu mandava. Era ali o foco dos dossiês, das CPIs, das denúncias de todo tipo contra Collor, contra Itamar, contra Fernando Henrique, contra tudo e contra todos os demais.

E não é que foi dali que saíram Erenice Guerra, José Dias Toffoli, Márcio Silva? Saíram direto da central de dossiês contra adversários para o comando do país.

Erenice surgiu meio do nada e virou ministra da Casa Civil, principal cargo do governo. Toffoli é um ótimo sujeito, mas tinha todas as desvantagens e nenhum dos atributos para ser ministro, nada mais nada menos, do Supremo Tribunal Federal. E o tal do Márcio Silva é advogado da campanha de Dilma e dono de um escritório meteórico que, como diz o Painel da Folha de hoje (15/09/10), 'é assunto de advogados há muito estabelecidos em Brasília'.

Dilma teve a consideração de indicar a amiga e braço-direito Erenice Guerra como sua sucessora na Casa Civil. Mas, agora que a Casa Civil caiu (de novo) sob o peso da parentada toda dele, teve a desconsideração de rebaixá-la à condição de 'mera assessora'.

Deve estar aí a chave da questão: tem hora de esconder e tem hora de mostrar. É o PT das Erenices dos dossiês, do aparelhamento e do patrimonialismo que vai tocar o 'projeto político' em curso no país?

E com o inestimável apoio do PMDB, evidentemente.


Eliane Cantanhêde é colunista da Folha, desde 1997, e comenta governos, política interna e externa, defesa, área social e comportamento. Foi colunista do Jornal do Brasil e do Estado de S. Paulo, além de diretora de redação das sucursais de O Globo, Gazeta Mercantil e da própria Folha em Brasília.

Rio Negro atinge nível mais baixo desde 1963

Anderson Hartmann, O Globo, Globo Rural

Em Manaus, no Amazonas, o nível do Rio Negro alcançou nesta terça-feira nível mais baixo que o medido em 14 de setembro de 1963, ano em que foi registrado a maior vazante de sua história.

No interior, sete municípios às margens do Solimões decretaram estado de emergência.

De acordo com o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), o Rio Negro está com 19,34 metros, 5 centímetros abaixo do nível medido na mesma data em 1963. Segundo o engenheiro hidrólogo Daniel Oliveira, se não chover nas próximas semanas, a situação pode ficar crítica.

A expectativa é de que chova até o final do mês. Mas, caso isso não aconteça, deveremos bater o recorde histórico de 13,64 metros, registrado em 30 de de outubro de 1963 - afirma.

Só vale para a próxima

Mônica Bergamo (Folha de S.Paulo)

O racha no STF (Supremo Tribunal Federal) em relação à Lei da Ficha Limpa indica que ela não será válida para as eleições deste ano. E que não alcançará políticos que "sujaram a ficha" antes da existência da lei.

Caso o placar fique empatado em 5 a 5, como previsto, prevalece o lado em que estará alinhado o presidente do órgão.

Cezar Peluso é tido como voto certo entre os que acham que a lei não pode valer para este ano nem pode retroagir.

Entre os que querem a aplicação imediata da lei, segundo ministros e interlocutores do STF, estão Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Carlos Ayres Britto e Joaquim Barbosa.

Do outro, além de Peluso, figuram Marco Aurélio Mello, Celso de Mello, Gilmar Mendes e José Antonio Dias Toffoli.

MEIO A MEIO

Entre os que querem a aplicação imediata da lei, segundo ministros e interlocutores do STF, estão Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Carlos Ayres Britto e Joaquim Barbosa.

Do outro, além de Peluso, figuram Marco Aurélio Mello, Celso de Mello, Gilmar Mendes e José Antonio Dias Toffoli. O voto de Ellen Gracie é considerado imprevisível.

Dilma é responsável pelo aumento da conta de luz

TSE nega direito de resposta à candidata de Lula contra Serra

A coligação da candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, teve negado o pedido de direito de resposta por conta de inserções da coligação do candidato tucano ao Palácio do Planalto, José Serra, que responsabilizam Dilma pelo aumento da conta de luz. Para a maioria dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não há inverdades na propaganda, portanto não há motivo para direito de resposta. Na propaganda em questão, com base em uma matéria do jornal Folha de S.Paulo, a campanha de Serra acusa Dilma de ser a responsável pelo aumento da conta de luz.

O relator da representação, ministro Joelson Dias, concordou com a alegação da coligação da petista de que compete à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) regulamentar o setor. Porém, para o ministro, a Aneel age em conformidade com as políticas do governo federal e, nesse sentido, o papel do Ministério de Minas e Energia merece destaque, especialmente com a adoção do novo modelo do setor elétrico, ocorrida justamente na gestão da candidata no ministério.

No julgamento, a ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha e os ministros Aldir Passarinho Junior, Hamilton Carvalhido, Marcelo Ribeiro e Ricardo Lewandowski seguiram o voto do relator. Já o ministro Marco Aurélio divergiu, afirmando que 'sabidamente, ministro de Estado não majora tarifas'.

(Fonte: Estadão.com)

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Governo cubano capitula e promete estimular a iniciativa privada e criação de cooperativas

(Veja.abril.com)

Nos próximos meses, assim que ocorrer o corte de 500.000 funcionários públicos anunciado na última segunda-feira, os cubanos demitidos serão incentivados a criar cooperativas para trabalhar com atividades que vão da criação de coelhos à prestação de serviços, como operação de taxis.

Eles também podem ser absorvidos por companhias estrangeiras ou abrir negócios, no que especialistas classificam como a "maior mudança do setor privado no país". As informações estão em um documento obtido pela agência de notícia Associated Press e divulgado nesta terça-feira.


O texto de 26 páginas circulava desde o fim de agosto entre altos dirigentes do Partido Comunista de Cuba e dá detalhes sobre os cortes de empregos públicos, a abertura de cooperativas e a concessão de licenças para abertura de negócios próprios.

O governo cubano justificou a demissão em massa dizendo que o setor estatal está "inflado" e que o país não consegue mais arcar com o peso da ineficiência. Em um trecho sobre "ideias de cooperativas" no documento, fica especificado que serão aceitas na ilha comunista, por exemplo, cooperativas de curtidores de peles ou fabricantes de ração, de carpinteiros e oficinas de serralheria e de automóveis.

Analistas avaliam a mudança como a maior do setor privado no país desde a revolução cubana em 1959. O anúncio dos cortes foi feito dias após o ditador Fidel Castro dizer que o modelo econômico cubano não funcionava mais. Contudo, após a repercussão de suas declarações, ele voltou atrás e disse que "foi mal interpretado".

Há um mês, o presidente cubano, Raúl Castro, já havia afirmado que gostaria de reduzir o papel do Estado para lidar com a grave crise que atingia a economia socialista do país. Na ocasião, disse também que as demissões teriam o objetivo de "suprimir os enfoques paternalistas que desestimulam a necessidade de trabalhar para viver.”

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Crônica - Governo panelinha de teflon

Por FRANCISCO ESPIRIDIÃO


Panela de teflon. Assim são o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua candidata à sucessão, Dilma Rousseff. Nada pega nesse pessoal. Tal blindagem começa pelo presidente. O seu jeitão e linguajar de ex-jogador de futebol de várzea contribuem para isso. Aumentam-lhe o carisma.

Senão, veja: livro assinado por seu principal porta-voz, à época, o jornalista Ricardo Kotscho, alardeou a informação de que ele, o presidente, tinha conhecimento da “compra” de partido (o PL) para facilitar a eleição, em 2002. Nenhum respingo em sua aura.

Em seguida, vem o episódio do “Mensalão”, que derrubou o principal homem do governo, José Dirceu, então superpoderoso ministro-chefe da Casa Civil. De roldão, nocauteou personalidades outras não menos importantes. Nem de longe a informação abalou a popularidade do presidente.

Depois, vem o escândalo da ainda não candidata, ministra-chefe da mesma Casa Civil, Dilma Rousseff, no episódio mal-explicado da advocacia espúria em favor da mafiosa família do “honorável bandido” José Sarney, na Receita Federal. Mais uma vez, não pegou nada nem na “mulher” nem n“O Cara!”.

E o que dizer, então, do imbróglio da tonelada de dinheiro apreendida com petistas, em 2006? Dizem que era para comprar um tal dossiê contra a candidatura do PSDB. Lula chamou os envolvidos pelo carinhoso epíteto de “aloprados”, mas repetiu feito papagaio que não sabia de nada. Isso tudo, também, não lhe sujou a aura.

Tem ainda o episódio da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa, aquele piauiense sem eira nem beira que acusou o então ministro da Fazenda, Antônio Palocci, de pagar com grana surrupiada dos cofres públicos festas de orgia sexual na “República de Ribeirão Preto”.

Ao invés do episódio manchar a reputação de Lula, por ser ele o legítimo responsável pelo que acontece nos intestinos do governo, o que ocorreu, mais uma vez foi a disparada de suas taxas de popularidade.

O caso Palocci, aliás, foi emblemático. Conseguiu fazer com que a Corte maior de Justiça do País jogasse na vala das incertezas o que há de mais legítimo no ato de bem julgar. Para livrar o ministro, o Supremo Tribunal Federal (STF) rasgou escandalosamente a Constituição.

Para os ministros de toga, o Caso Francenildo parece que não existiu. Onde já se viu caseiro com sigilo! Não houve crime e pronto. Quem esse Francenildo pensa que é no jogo do bicho? Não passa de um “qualquer” que teve o topete de se meter com a plutocracia. Podia-se esperar algo diferente?

E, falando em quebra de sigilo – fiscal dessa vez –, parece que nada mesmo pega (teflon) na alta cúpula do governo. Sigilo fiscal de meio mundo foi quebrado no atual escândalo “Receitagate”. E me vem à TV o ministro Guido Mantega dizer que isso (quebra de sigilo) é assim mesmo, que sempre se praticou isso por aquelas bandas.

Tudo muito bom, tudo muito bem. Nada disso pegou nem em Lula nem em sua protegida. Mas... Será que ainda é possível, honestamente, falar-se em Carta Magna, a chamada Constituição Cidadã, depois de o governo do PT haver aparelhado todas as instituições do Estado e rasgado de vez a “falecida”?

Por fim, esta semana a revista Veja joga no ventilador mais uma das boas. A sucessora de Dilma na Casa Civil, Erenice Guerra, tripudiou da função. Protagonizou um escândalo talvez ainda maior que os de seus dois antecessores. A mulher estaria envolvida, imaginem vocês, com cobrança de propina...

Por certo, de novo, nada vai pegar. Afinal, trata-se de um governo panelinha de teflon. Com a palavra quem não fizer parte da panelinha. Ah, ia esquecendo: o candidato-meia-boca José Serra, disse que a Casa Civil da Presidência da República é um antro de corrupção. Será?

(*) Jornalista