quinta-feira, 31 de maio de 2012

Ele é poderoso para fazer

Por Francisco Espiridião

Hoje, 31 de maio, é o Dia Mundial Sem Tabaco. A quantidade de adeptos ao cigarro no Brasil caiu bastante nos últimos anos em razão das leis federal e estaduais, que patrulham de perto o fumante, proibindo-lhe de tirar suas boas baforadas em quase todos os lugares fechados. Só na rua – e dentro de casa – ainda é permitido.

Dados do Ministério da Saúde, por meio de pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), mostram que no Brasil ainda existe um expressivo batalhão de fumantes: 18,8% da população. A maioria pretende parar. O difícil é encontrar o caminho. Nem sempre os tratamentos existentes na praça são eficazes.

Fui um fumante inveterado dos 23 aos 39 anos de idade. Cheguei a fumar 80 cigarros por dia. Louvo o meu Senhor porque no dia 30 de agosto deste ano (2012) eu completo 18 anos sem cigarro. Pouco antes de eu parar, havia uma campanha cerrada contra o fumo na TV. Eram oferecidos adesivos de nicotina, produtos químicos – líquidos – os mais diversos etc.

Tentei de tudo e, nada! Só consegui parar quando fiz a decisão de aceitar Jesus como Salvador e Senhor da minha vida. A luta foi grande, mas o Senhor esteve ao meu lado. Até dois ou três anos depois que parei, ainda sonhava fumando.  

Quando decidi tornar-me um abstêmio do cigarro, a fissura aumentou. E toda vez que vinha a vontade avassaladora, eu me retirava para um canto – normalmente, um banheiro – e começava a orar e ler a Palavra, até me acalmar.

Para isso, eu não deixava de ter comigo, no bolso da camisa, um exemplar do Novo Testamento, aquele da capa azul, dos Gideões. O formato é um pouco maior que um maço de cigarros Carlton, o meu preferido, na época. Com pouco tempo, a vontade foi passando.

Interessante é que, quando você fuma, o ato de pegar um cigarro para acender é automático, feito trocar a marcha do carro. Você não pensa para executar. E, toda vez que a mão ia certeira no bolso para pegar o cancerígeno, deparava-se com a porção das Escrituras Sagradas.

O ato de fumar, para mim, era mais que natural. Muitas vezes fiz reflexão de como seria a minha vida sem o cigarro. O resultado era nada animador. Louvo a Deus por Ele ter-me alcançado antes de me vir contaminado pela doença que corrói tecidos sem dó nem piedade.

"Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera, a esse seja glória na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém.” (Efésios 3.20-21).

terça-feira, 29 de maio de 2012

Para turista ver


Núcleo Agrícola do Yata – No ano em que o Brasil sagrou-se tricampeão mundial, com Carlos Alberto, Félix, Piazza, Brito, Clodoaldo, Everaldo, Jairzinho, Gérson, Tostão, Pelé e Rivelino, eu tinha 15 anos de idade. Meu pai, guarda territorial, foi destacado de Porto Velho para servir no Yata.

Na época, eu fazia a segunda série do extinto ginásio, nível de ensino que não existia no núcleo. Para não perder o ano, a solução encontrada por meu pai foi me despachar para Guajará Mirim, distante 30 quilômetros, onde eu era obrigado a passar os cinco dias úteis da semana.

A exemplo de José Dias, o "Agregado", de Machado de Assis, em Dom Casmurro, eu dava despesa na casa do enfermeiro Xapuri, um velho amigo de papai, que tinha uma perna de borracha. Quando ficava zangado, Xapuri tirava a perna e, feito saci-pererê, dava com ela nos desafetos, geralmente colegas de noitadas nos lupanares da época. 

Nesta viagem que acabo de fazer, descubro, com pesar, que tanto Xapuri, como dona Maria e o filho mais velho, Pascoal, passaram desta para a outra. Lamentável. Ficaram os três filhos mais novos: Babá, hoje com 54 anos, funcionário da prefeitura de Guajará, Estela, 48, e a mais jovem, que não era nascida na época, a Maria, hoje com 40 anos. (A foto mostra uma pequena parte da antiga linha férrea no Yata, às margens do rio Mamoré, restaurada para inglês ver, ops, para turista ver.)

REMINISCÊNCIAS




Estive semana passada em visita à minha terra natal, Rondônia, a "Terra da Pecuária". Fazia quase 30 anos que não punha os pés por aquelas bandas.

Não que estivesse renegando o berço que me viu nascer, mas por pura conveniência e acomodação. Convenci-me de que não valia a pena fazer tanto esforço. Mas estava enganado.

Foi muito gratificante rever pessoas, saber notícias de outras, apesar de também encher o coração de tristeza ao saber de algumas que já não mais estão conosco.

Reconfortante em todos os sentidos foi rever lugares e coisas que reavivaram minhas lembranças de infância. Uma delas, a locomotiva da extinta Estrada de Ferro Madeira-Mamoré de tantas saudades. Na foto, a estação de Guajará-Mirim, fim de linha, transformada hoje em museu histórico.

Viagem de expectativas – Cheiros, gentes e locais


Viagem de matar qualquer um essa de Boa Vista até Porto Velho. O tempo de espera no aeroporto de Manaus é de lascar. O pior é que tiraram dos saguões aquelas antigas e confortáveis poltronas – lembram-se? – que permitiam a gente tirar um cochilo. Foram substituídas por frias cadeiras metálicas de pouco ou nenhum conforto.

Saí de Boa Vista por volta das 2h30 do domingo (20) e cheguei ao destino às 11h. Sem pregar o olho. Depois de quase 12 horas de sono reparador, já na segunda-feira (21), aluguei um carro e segui para Guajará Mirim. A BR-364 está em ótimas condições de Porto Velho até a entrada para o Acre (antes de chegar a Abunã). De lá, segue-se pela BR-425. Essa, ao contrário, é mais buracos que asfalto. Mas isso era o de menos.

A expectativa superava as crateras e obstáculos do caminho. Voltar a sentir cheiros há muito esquecidos, rever gentes e locais perdidos no tempo, marcas indeléveis de minha infância, compensava qualquer transtorno.

Tudo começou pela constatação concreta, cerca de 100 quilômetros mais tarde, de fragmentos de um todo que ensejavam pensamentos oníricos: pouquíssimas intercessões dos trilhos da antiga EFMM, a velha e extinta Estrada de Ferro Madeira Mamoré, a conhecida “Ferrovia da Morte”, com o tapete escuro do asfalto que conduz o desenvolvimento de um estado pujante. (A foto mostra os galpões mais importantes da EFMM, em Porto Velho, totalmente conservados, juntamente com alguns vagões. Pura manutenção da memória.)  

Cerca de 50 quilômetros antes do distrito de Jaci Paraná acha-se plantado, à margem da BR-364, o complexo prisional de segurança máxima, sob a responsabilidade do governo federal.

Para desconsolo e tristeza dos rondonienses, nele está hospedado nada menos que o megatraficante Luiz Fernando da Costa, o temido Fernandinho Beira-Mar, cuja transferência do Rio de Janeiro para Rondônia sangrou pouco mais de 1 milhão de reais dos cofres públicos.

Jaci Paraná marca o meio da viagem entre Porto Velho e Abunã, divisa com o estado do Acre. Antes, quando ainda menino, a gente levava longas sete horas para chegar. O trajeto era feito nas marias-fumaça de tantas saudades. Agora, estrada asfaltada, gasta-se menos de duas horas.

A novidade não se restringe apenas à rapidez com que hoje se cobre o percurso. Jaci Paraná, naquela época, final dos anos 60 do século passado, era um lugarejo inexpressivo, que tinha como único atrativo a ponte de ferro bruto da antiga estrada – pouco mais de 150 metros de extensão –, armada sobre o rio Jaci pelos ingleses, no início do século passado.

A velha ponte encontra-se totalmente abandonada, corroída pelo tempo e pela ferrugem e tomada pelo mato em suas cabeceiras. Sequer fora aproveitada pela tecnologia como leito da BR, a exemplo de outros pontos de intercessão. Mesmo assim, segue de pé, bem juntinho da estrada, olhando os caminhões, carretões bitrens ou pequenos automóveis que passam sem lhe dar a menor bola. Verdadeira testemunha de um tempo que não volta mais.

Hoje, o distrito de Jaci Paraná bem que poderia ser uma das mais importantes cidades do estado de Rondônia. Tem potencial para isso. Falta-lhe unicamente o aval político. Abriga uma população estimada em 30 mil habitantes.

O distrito tem como fonte de renda, a pujante indústria leiteira – confirmando o atual slogan do estado, a “Terra da Pecuária”. Antes, Rondônia era conhecido como a terra do minério de estanho. Além da pecuária, a agricultura e, principalmente, os empregos oferecidos pela construção da Usina Hidrelétrica de Jirau, sob a responsabilidade da construtora Camargo Correia, dão o tom do “desarrollo”.

NOVOS TEMPOS

Valdeci Antônio dos Santos, casado, 42, seis filhos, todos rondonienses, é o dono do restaurante e panificadora localizados na entrada da cidade. Como muita gente que faz o dia a dia do estado de Rondônia de ponta a ponta, Valdeci também não é filho da terra. Capixaba de nascimento, inicialmente ele decidiu se estabelecer em Guajará-Mirim, minha terra natal.

Deixou tudo o que tinha naquela que é a “Pérola do Mamoré”, fronteira molhada com a Bolívia, onde morava havia mais de 25 anos, e veio para Jaci Paraná em busca de ganhar dinheiro. “Está dando certo”, diz. Um quilo de pão francês custa a bagatela de 13 reais.  

O comerciante se lembra que Jaci Paraná, em 1985, tinha no máximo 100 habitantes. Esse marasmo tomou conta da região até cerca de cinco, seis anos atrás, quando ali se instalaram os canteiros da obra da hidrelétrica.

“A partir de 2006 começaram a chegar os moradores que hoje tornam o local uma cidade aprazível de se morar”, declara Valdeci, ressaltando o desenvolvimento econômico e social que a localidade tem experimentado nos últimos anos.

domingo, 27 de maio de 2012

Reportagem de VEJA revela a obscena ofensiva de Lula para subjugar o Supremo e livrar do castigo a quadrilha do mensalão


O ex-presidente Lula vem erguendo desde o começo de abril o mais obsceno dos numerosos monumentos à cafajestagem forjados desde 2005 para impedir que os quadrilheiros do mensalão sejam castigados pela Justiça. Inquieto com a aproximação do julgamento, perturbado pela suspeita de que os bandidos de estimação correm perigo, o Padroeiro dos Pecadores jogou o que restava de vergonha numa lixeira do Sírio Libanês e resolveu pressionar pessoalmente os ministros do Supremo Tribunal Federal. De novo, como informou VEJA neste sábado, o colecionador de atrevimentos derrapou na autoconfiança delirante e bateu de frente com um interlocutor que não se intimida com bravatas.
A reportagem de Rodrigo Rangel e Otávio Cabral reproduz os momentos mais espantosos do encontro entre Lula e o ministro Gilmar Mendes ocorrido, há um mês, no escritório mantido em Brasília pelo amigo comum Nelson Jobim, ex-ministro do Supremo e ex-ministro da Defesa. A conversa fez escala em assuntos diversos até que o palanque ambulante interrompeu o minueto para dar início ao forró do mensalão. “Fiquei perplexo com o comportamento e as insinuações despropositadas do presidente Lula”, disse Gilmar a VEJA. Não é para menos.
“É inconveniente julgar o processo agora”, começou Lula, lembrando que, como 2012 é um ano eleitoral, o PT seria injustamente afetado pelo barulho em torno do escândalo. Depois de registrar que controla a CPI do Cachoeira, insinuou que o ministro, se fosse compreensivo, seria poupado de possíveis desconfortos. “E a viagem a Berlim?”, perguntou em seguida, encampando os boatos segundo os quais Gilmar Mendes e Demóstenes Torres teriam viajado para a cidade alemã num avião cedido por Carlinhos Cachoeira, e com todas as despesas pagas pelo meliante da moda.
Gilmar confirmou que se encontrou com o senador em Berlim. Mas esclareceu que foi e voltou em avião de carreira, bancou todas as despesas e tem como provar o que diz. “Vou a Berlim como você vai a São Bernardo. Minha filha mora lá”, informou, antes da recomendação final: “Vá fundo na CPI”. Lula preferiu ir fundo no palavrório arrogante. Com o desembaraço dos autoritários inimputáveis, o ex-presidente que não desencarnou do Planalto e dá ordens ao Congresso disse o suficiente para concluir-se que, enquanto escolhe candidatos a prefeito e dá conselhos ao mundo, pretende usar o caso do mensalão para deixar claro quem manda no STF.
Alguns dos piores momentos da conversa envolveram quatro dos seis ministros que Lula nomeou:
CARMEM LÚCIA
“Vou falar com o Pertence para cuidar dela”. (Sepúlveda Pertence, ex-ministro do STF e hoje presidente da Comissão de Ética Pública, é tratado por Carmen Lúcia como “guru”).
DIAS TOFFOLI
“Ele tem que participar do julgamento”. (O ministro foi advogado do PT e chefe da Advocacia Geral da União. Sua mulher defendeu três mensaleiros. Mas ainda não descobriu que tem o dever de declarar-se sob suspeição).
RICARDO LEWANDOWSKI
“Ele só iria apresentar o relatório no semestre que vem, mas está sofrendo muita pressão”. (Só falta o parecer do revisor do processo para que o julgamento comece. Lewandowski ainda não fixou um prazo para terminar o serviço que está pronto desde que ganhou uma toga).
Os outros dois ministros nomeados por Lula são Joaquim Barbosa (considerado “um traidor”) e Ayres Britto, a quem Gilmar relatou na quarta-feira o encontro em Brasília. O atual presidente do STF soube pelo colega que Lula pretende seduzi-lo com a ajuda do jurista Celso Antonio Bandeira de Mello, amigo de ambos e um dos patrocinadores da sua indicação. Imediatamente, Ayres Britto associou o que acabara de escutar ao que ouviu de Lula num recente almoço no Palácio da Alvorada. “O ex-presidente me perguntou se eu tinha notícias do Bandeirinha e disse: ‘Qualquer dia a gente toma um vinho’”, contou o ministro a VEJA.
Na mesma quarta-feira, a chegada ao STF de um documento assinado por dez advogados de mensaleiros comprovou que Lula age em parceria com a tropa comandada pelo inevitável Márcio Thomaz Bastos. “Embora nós saibamos disso, é preciso dar mostras a todos de que o Supremo Tribunal Federal não se curva a pressões e não decide ‘com a faca no pescoço’”, diz um trecho desse inverossímil hino à insolência. A expressão foi pinçada da frase dita em 2007 pelo ministro Ricardo Lewandowski, num restaurante em Brasília, depois da sessão que aprovou a abertura do processo do mensalão. Faltou completar a frase do revisor sem pressa: “Todo mundo votou com a faca no pescoço. A tendência era amaciar pro Dirceu”.
O escândalo descoberto há sete anos se arrasta no STF há cinco, mas os dez doutores criticaram “a correria para o julgamento, atiçada pela grita”. Eles resolveram dar lições ao tribunal por estarem “preocupados com a inaudita onda de pressões deflagradas contra a mais alta corte brasileira”. O Brasil decente faz o que pode para manifestar seu inconformismo com o tratamento gentil dispensado pela Justiça a pecadores que dispõem de padrinhos poderosos e advogados que cobram por minuto. São pressões legítimas. Preocupante é o cerco movido a um Poder independente por um ex-chefe do Executivo. Isso não é uma operação política, muito menos uma ação jurídica. É um genuíno caso de polícia.
Se os bacharéis do mensalão efetivamente se preocupam com pressões ilegais, devem redigir outro documento exigindo que Lula aprenda a comportar-se como ex-presidente e pare de agir como comparsa de um bando fora-da-lei.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Cena Brasileira: Madeira-Mamoré


O Museu da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré guarda parte de uma das mais emocionantes páginas da história do Brasil: a construção da lendária Ferrovia do Diabo, nos idos de 1907 a 1912. Propicia aos visitantes uma viagem de volta ao Ciclo da Borracha. Os idealizadores do projeto pretendiam escoar por trens a produção de látex da região de Guajará-mirim, na fronteira com a Bolívia, até Porto Velho. De lá, passando por Manaus, o produto seguiria em grandes navios para os Estados Unidos e Europa. Empresários brasileiros, americanos e ingleses investiram tantos recursos que o empreendimento chegou a ser chamado à época de Estrada dos Trilhos de Ouro. Mesmo com a injeção de verbas governamentais, as empresas privadas foram à falência e o resultado foi um sem fim de tragédias e fracasso no coração da Floresta Amazônica. Uma autêntica história de lutas e intrigas, amores e ódio, poder e submissão. Mas, sobretudo de doença e morte. Morreu-se de tudo. De tiro, de flecha, malária, fome e acidente. Definitivamente desativada em 1930, a Madeira-Mamoré ficou com a fama de ter um morto sob cada dormente ao longo dos seus 366 quilômetros. Hoje, qualquer turista pode ter uma idéia do que foi aquele “inferno” que inspirou livros, filmes e novela de TV percorrendo os sete quilômetros recuperados. O museu conseguiu manter um acervo razoável de peças para recontar a aventura de engenheiros, operários, índios e soldados na selva. Orlando Brito (Transcrito da Coluna Claudio Humberto, de hoje).

sábado, 19 de maio de 2012

Marcha para Jesus reúne milhares de fiéis no Centro do Rio

Mais de 300 ônibus trouxeram evangélicos para curtir os shows gospel.
Em trio, pastor Silas Malafaia critica projeto de lei que criminaliza homofobia.

Bernardo Tabak Do G1 RJ 




A Marcha para Jesus do Rio de Janeiro começou às 14h40 deste sábado, com sete trios elétricos e milhares de fiéis percorrendo ruas e avenidas do Centro da cidade. O percurso começou na Central do Brasil e se estende até a Cinelândia.
Neste ano, de acordo com o pastor Silas Malafaia, a marcha ressalta os temas: as liberdades de expressão e religiosa, a vida e a família tradicional.
Segundo a Polícia Militar, cerca de 100 mil pessoas compareceram ao evento.

Marcha para Jesus reuniu milhares de fiéis no Centro do Rio (Foto: Alexandre Durão/ G1)Marcha para Jesus reuniu milhares de fiéis no Centro do Rio (Foto: Alexandre Durão/ G1)
Os fiéis e os trios, onde se apresentam diversos cantores e grupos evangélicos, percorrem as avenidas Presidente Vargas e Rio Branco, além da Praça Mahatma Gandhi, na Cinelândia. No início da festa gospel houve chuva de papel picado e explosão de fogos de artifício.
“O bacana desta marcha é ser uma festa do povo evangélico de tudo que é igreja. Não tem gente só da minha igreja, mas de várias, e todos os fiéis estão com muita vibração”, ressaltou Malafaia, que participa há 17 anos da Marcha para Jesus.
Este ano, de acordo com organizadores, mais de 300 ônibus trouxeram evangélicos de vários bairros do Rio, da Baixada Fluminense e das regiões dos Lagos e Serrana.
Discurso e orações
Ao longo do trajeto, um grito cantado por milhares de fiéis ecoou no Centro do Rio: “Governador, autoridades, é Jesus Cristo quem comanda essa cidade". Durante o percurso, membros de igrejas evangélicas fizeram discursos contra a corrupção, adultério, pedofilia e prostituição.

Na chegada à Cinelândia, o pastor Silas Malafaia criticou o Projeto de Lei 122, que criminaliza atos discriminatórios contra homossexuais. Apesar de ser contrário ao projeto que tramita no Congresso Nacional, o pastor enfatizou que “não tem nada contra a prática do homossexualismo” e que “cada um segue o que quer ser".
“A marcha está fazendo um protesto contra a PL 122, a dita lei da homofobia, mas que, para nós é uma lei do privilégio. É uma lei para botar mordaça na sociedade para ninguém expressar opinião contra os homossexuais. Esse projeto de lei fere a constituição afirmando que, se um homossexual se sentir constrangido, filosoficamente ou ideologicamente, pode levar a pessoa que o constrangeu a pegar cinco anos de cadeia”, falou Malafaia.

Marcha para Jesus reuniu milhares de fiéis no Centro do Rio (Foto: Alexandre Durão/ G1)Fiéis fizeram discursos contra a corrupção na Marcha para Jesus, no Centro do Rio  (Foto: Alexandre Durão/ G1)

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Concessões e doações

Por João Bosco Leal

Conversando com um amigo sobre relacionamentos ouvi uma frase que me chamou bastante a atenção: "Com minha idade e as experiências pelas quais já passei, não estou mais disposto a fazer concessões em um novo relacionamento".

Lembrei-me imediatamente de um texto que escrevi tempos atrás, comparando os relacionamentos a dois tipos de jogos: o vôlei e o frescobol.

No jogo de vôlei, nossa intenção é jogar a bola de maneira mais rápida possível em direção ao piso da quadra adversária e o mais longe possível do outro jogador para que ele não consiga rebatê-la, deixando que a mesma bata no chão e ganhemos um ou dois pontos toda vez que isso ocorre.

No frescobol, como intenção é a de jogar o maior tempo possível, com diversão e prazeres para ambos, jogamos a bola de maneira mais lenta e próxima possível daquele que conosco está jogando, para que ele tenha bastante facilidade de rebater a bola devolvendo-a e o jogo continue, pois se a mesma cair no chão o jogo acaba.

Apesar de algumas semelhanças, como as de serem jogados com raquetes e por duas pessoas, no vôlei medimos força, enquanto no frescobol somos parceiros.

Os relacionamentos são como esses jogos, pois podemos participar deles com atitudes e palavras carinhosas, de amizade, companheirismo, cumplicidade e estímulo, buscando a manutenção e continuidade do mesmo, ou tratando seu parceiro com ações e comentários ásperos, de modo a se tornar o vencedor de algo que não deveria sequer ter disputas, mas parcerias.

Quando uma pessoa pretende se relacionar afetivamente com outra, tornado-se seu amigo, namorado ou esposo e de início já impõe a condição de não fazer nenhum tipo de concessão, certamente não está disposta a prolongar o mesmo e sequer deveria iniciá-lo, pois não existe relacionamento sem concessões ou que sobreviva a uma política de estilo comercial, de negociações, condicionando suas atitudes a outras de sua parceira.

Não existem duas pessoas idênticas que pensem e ajam exatamente da mesma maneira, que gostem das mesmas coisas, alimentos, ambientes, climas, nos mesmos horários e com a mesma frequência. Elas foram criadas em locais e por pessoas diferentes, estudaram, se formaram, trabalham, possuem projetos de vida e se vestem de modo totalmente distintos.

É de se esperar, portanto, que pensem, desejem coisas e busquem objetivos distintos, o que tornaria sua convivência impossível sem concessões mútuas que faça aproximar suas maneiras de pensar, seus desejos e ambições.

Só com a maturidade percebemos que as concessões precisam ser uma constante, que sem elas nada permanece, mas com elas a amizade cresce e se aprofunda, surge o companheirismo e a cumplicidade nos relacionamentos entre pais e filhos, de amizades, afetivos ou comerciais.

E aprendemos também o valor das doações nos relacionamentos, pois só dando carinho, amizade, amor e dedicação, conseguimos ajudar na construção da felicidade dos que estão do nosso lado que, felizes, também buscarão promover a nossa felicidade.

Sem a intenção de fazer concessões e doações, não devemos sequer iniciar um relacionamento, pois o mesmo certamente fracassará.

* Jornalista, escritor e produtor rural -www.joaoboscoleal.com.br

quinta-feira, 17 de maio de 2012

UMA IGREJA RESPONSÁVEL

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 20.5.12

A vida que prezamos, de Elton Trueblood, é um livro que comprei quando seminarista, e que li umas cinco vezes. Vez por outra o folheio e revejo as anotações. Um de seus capítulos é “A aceitação da responsabilidade”. Trueblood cita Robert Luis Stevenson, que diz: “Algum dia o mundo voltará à palavra ‘dever’ e abandonará a palavra ‘prêmio’. Não há prêmios, e há muitos deveres. E quanto mais cedo um homem reconhecer isso e agir de acordo, tanto melhor para ele” (p. 79).

Daí, Trueblood fala da “filosofia da responsabilidade”. Segundo ele, “quanto maior o poder à nossa disposição, tanto maior nossa responsabilidade no usá-lo sabiamente e para o bem de todos”. O “poder” a que ele alude não é o espiritual, mas o material, os recursos econômicos. As vantagens que temos não devem ser utilizadas apenas para nós mesmos, pois nos são dadas em confiança. Devemos usá-las para o bem comum.

Hoje, as pessoas pensam em ajuntar e ter sempre mais, vivendo sua vidinha, sem olhar para fora de si. É-me tola a pessoa que vai a uma Daslu e se orgulha de pagar R$ 1.000,00 por um par de sapatos que em outra loja custa R$ 100,00. Ela pagou e acha chique.  Uma vez ouvi a conversa de dois homens. Um deles se orgulhava de ter pagado R$ 800,00 por uma garrafa de vinho. Um mendigo que lhe pediu um pastel foi rechaçado com veemência.

Muita gente vive em função de coisas e de prestígio. Há quem diga seguir a Cristo, mas na realidade é materialista. Seu interesse maior são as coisas. Muitos até buscam uma igreja que lhes prometa coisas. São idólatras. Amam coisas e não a Deus. Engajamento, responsabilidade e compromisso afugentam-nas. Uma igreja neopentecostal, em S. Paulo, anos atrás, anunciava: “Aqui o seu dízimo é apenas 7%”. Se o dízimo é visto como imposto ou fardo, os mesquinhos que assim pensam devem ir para lá. Mas gente séria deve passar longe de igreja tão venal.

“O que vou ganhar se seguir a Cristo?”, perguntam alguns. Seguindo a linha de Trueblood, eu respondo “Responsabilidade, dever, uma chamada ao compromisso”. Como pastor, não quero formatar uma igreja que veja o evangelho como um “toma lá dá cá” com Deus: “Dou-te um trocado; dá-me bênçãos”. Quero formatar minha igreja como um grupo que ama a Cristo, sente-se responsável pela pregação do evangelho e em manter o reino, que se veja como construtora de um novo mundo, e não como recebedora de um “mensalão” material e espiritual.

Seguir a Cristo não é seguir a Papai Noel. É ter um compromisso com Deus de viver o evangelho, testemunhar da fé e manter a igreja, com bens, tempo, emoções e orações. Esta é uma das maiores necessidades da igreja: gente responsável. Você é responsável. Pela sua igreja e pelo andamento do evangelho neste mundo. Cumpra seu papel!

Rio Negro atinge maior nível desde 1903 e ameaça transbordar

Danilo Fariello, O Globo

O nível do Rio Negro subiu três centímetros em apenas 24 horas e atingiu ontem o maior marca desde 1903, quando começaram as medições. A profundidade do rio no porto de Manaus chegou a 29,78 metros. O recorde anterior foi registrado em 2009, aos 29,77 metros.
 
Rua de Manaus Foto: Marcia Foletto /  O Globo

Segundo o Serviço Geológico do Brasil (conhecido como CPRM), responsável pela medição, o nível do rio pode subir ainda alguns centímetros nos próximos dias. Normalmente, o nível máximo da cheia é atingido em meados de junho, mas neste ano o pico da inundação foi antecipado, disse o diretor de Hidrologia e Gestão Territorial do CPRM, Thales Sampaio.
— A cheia deste ano está esquisita, adiantada, e é possível que suba alguns centímetros ainda, porque está chovendo muito na cabeceira do Rio Negro.
No início do mês, o próprio CPRM apontou que o nível máximo este ano atingiria 30,3 metros, mas, agora, Sampaio acredita que o rio não vai subir tanto:
— Espero que não chegue mais a 30 metros como prevíamos.Segundo Thales, a cidade de Manaus foi construída para suportar uma cheia de até 30 metros. Por conta das previsões, o Ministério da Integração Nacional tem coordenado equipes para minimizar os impactos da cheia, principalmente nas comunidades ribeirinhas urbanas.

(Transcrito do Blog do Noblat

sábado, 12 de maio de 2012

TUDO BÍBLICO SOBRE DIACONATO – 1

IGREJA BATISTA CENTRAL DE MACAPÁ
ESTUDO BÍBLICO SOBRE DIACONATO – 1

Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

INTRODUÇÃO
              “Diácono” vem de  dia,konoj,,, que significa “servo”. Originalmente, “quem serve à mesa”.  Era o escravo que, sem habilidade artística ou manual, servia às mesas. Era o servo mais indigno.  Mas antes de ver a função, vamos ver o conceito de “diaconía”.

1. O CONCEITO DE DIACONIA
              Diakonía pode ser traduzido por “ministério”. Hoje é um termo pomposo, como “ministro”,  outra tradução para “diácono”. Ministros são auxiliares do Presidente. A ideia é que ajudam alguém que tem uma função mais elevada. O exemplo disso no Novo Testamento: Atos 6.2-4. Mas a ideia de auxiliar alguém na Bíblia, como ministro, diácono ou servo (sinônimos) está em Êxodo 18.13-26. Os auxiliares de Moisés eram um tribunal de pequenas causas, liberando-o para causas mais importantes. Esta é a função do diácono. Ele libera o pastor, sem este viés jurídico, mas administrativo. O pano de fundo de Atos 6 e Êxodo 18 é o mesmo: desembaraçar o líder para sua tarefa.

2. DIACONIA NÃO É SÓ PARA DIÁCONOS
A Declaração Doutrinária (DD) da Convenção Batista Brasileira (CBB) diz, no Artigo VII, item 3: “Há nas igrejas, segundo as Escrituras, duas espécies de oficiais: pastores e diáconos”. Mais tarde veremos isso. Mas a atividade de diaconía não se restringe aos diáconos. Eis alguns exemplos:
(1) Os primeiros diáconos do NT foram anjos: Marcos 1.13. O grego é diékonoun, “prestar serviço”. 
(2) Mateus 8.15. Maria se levantou e diakonéi, “foi servir”. A ideia é a de prestar um serviço a Jesus, mesmo que como dona de casa. O serviço a Jesus é um ato de diaconía ou serviço de um diácono.
(3) Lucas 8.1-3. “Serviam” é diákonoun. A ideia se repete em Mateus 27.55. Pode se diaconar a Jesus com os bens. Isto é: colocar os bens a serviço a dele.
(4) 1Pedro 4.10. Todos são diáconos de todos. O grego é diakonountes, “ponde-vos a serviço uns dos outros”. Além de servirmos a Jesus, servimos aos irmãos. Todos somos diáconos dele e todos somos diáconos dos outros. Diácono não domina, mas serve.
Que bagunça! Todo mundo é diácono, então? Não! Lembre-se da DD da CBB. Todos devem ter este espírito de serviço. A vida cristã é serviço a Deus e aos outros. Quando servimos a Jesus imitamos os anjos (lembra de Marcos 1.13?). Também parecemos com eles quando servimos aos irmãos: Hebreus 1.14 diz que eles são espíritos enviados para diakonían (“fazer diaconato”).

CONCLUSÃO
“O que eu ganho servindo aos outros?”, perguntará alguém. Você se torna parecido com Jesus: João 13.1-5. Ele serviu. Marcos 10.45: “Pois também o Filho do homem não veio para ser diaconado, mas para diaconar e dar a sua vida em resgate de muitos”. Jesus foi o supremo diácono. Ele nos deu o exemplo.

(Recebido por e-mail)

Caças da FAB destroem pista clandestina em Roraima 

Dois caças Super Tucano da Força Aérea Brasileira (FAB) bombardearam uma pista clandestina de pouso e decolagem no meio da selva amazônica, a cerca de 200 quilômetros de Boa Vista, às 12h deste sábado (12). A pista destruída tinha 280 metros de comprimento e 15 metros de largura.
Foram usadas quatro bombas para destruição da pista, que chegou a abrir crateras de aproximadamente 10 metros de diâmetro de largura e três metros de profundidade. O ponto exato do ataque da FAB foi identificado durante um sobrevoo feito em 11 de abril e registrado por imagens em infra-vermelhos.

Segundo a FAB, os dois caças se aproximaram da pista a 1,2 mil metros de altitude e iniciaram um mergulho até 600 metros, altitude considerada a ideal para o bombardeio. As bombas de 230 quilos atingiram o solo a uma velocidade de 550 km/h. "O ataque foi preciso. Usamos uma ténica clássica de disparo, inclinando a aeronave para o alvo. Há várias maneiras de fazermos o disparo e escolhemos essa como a ideal para a ação", disse o tenente-coronel Mauro Bellintani, comandante do Esquadrão Escorpião, que efetuou a destruição da pista.
Bellintani disse ainda que a operação demorou menos de duas horas para ser concluída desde o momento em que os pilotos foram acionados para a missão. "Da decolagem até o reconhecimento do alvo e disparo, a missão durou 1h35. Decolamos da Base Aérea de Boa Vista e voamos sentido Leste até o alvo. Contamos com apoio de helicópteros, que monitoraram a ação."
De Madri a Moscou
A área de atuação da FAB na Operação Ágata 4 é semelhante ao território da Turquia, segundo o coronel Antonio Lorenzo, subcomandante da FAB na operação. "São 770 mil km² de área. Em distância ponto a ponto, em linha reta, são mais de 4 mil quilômetros, o equivalente ao trecho entre Madri e Moscou", disse ele ao G1.
Lorenzo informou ainda que "foram usados aviões de reconhecimento com uso de radar, aviões com sensores infra vermelhos, aviões de reconhecimento de foto antes da missão de destruição da pista."
Ele disse também que as operações Ágata são direcionados às fronteiras do Brasil com países vizinhos. "Neste caso, direcionamos as ações para a fronteira Norte do país. Essa é uma ação com caráter interagência, pois temos apoio da Funai, PF, ICMBio, Ibama, PF e outros órgãos públicos.
Tempo real
A ação foi acompanhada em tempo real pelo Comando da Força Aérea na Operação Ágata 4, que está em Manaus. "Esta pista, que era usada pelo garimpo irregular e ajudava a causar danos ambientais naquela região. Agora está interditada. Nenhuma avião consegue pousar ali", disse o brigadeiro-do-ar Marcelo Kanitz Damasceno, comandante da FAB na operação, em nota.
De acordo com a FAB, o local ao redor da pista clandestina foi desmatada por garimpeiros, que atuam na região para a exploração de ouro. O Rio Catrimani está contaminado por causa da utilização de mercúrio no processo de garimpagem do minério.
A Operação Ágata 4 conta com apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai), Polícia Federal (PF) e o Exército Brasileiro.
Outra operação
Em agosto do ano passado, a FAB destruiu uma pista clandestina na fronteira de Brasil e Colômbia, localizada a 68 quilômetros de São Gabriel da Cachoeira (AM). A ação fez parte da Operação Ágata 1, realizada com o objetivo de combater crimes típicos da região fronteiriça.
Naquela ocasião, a pista fora identificada com uso Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT), o Hermes 450, de fabricação israelense, que tem seis metros de comprimento e dez metros de uma asa à outra. O equipamento pode chegar a uma velocidade de 110 km/h, a uma altitude de cinco mil metros e permanecer no céu por cerca de 15 horas.

(Transcrito do site Roraima Notícias)