sábado, 28 de abril de 2012

Diferenças culturais ou crimes?

Por João Bosco Leal

Pouco foi divulgado pela imprensa brasileira sobre o caso de um diplomata iraniano que, segundo denúncias das próprias vítimas, de salva-vidas e de parentes das crianças e dos adolescentes, teria abusado sexualmente de crianças e adolescentes brasileiros, acariciando as partes íntimas de meninos e meninas de 9 a 14 anos enquanto mergulhava na piscina do Clube Vizinhança, na Asa Sul de Brasília, área nobre da cidade.

Inicialmente a embaixada do Irã no Brasil estava tratando o caso como um mal entendido resultante das diferenças culturais entre iranianos e brasileiros e o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast, chegou a declarar que as denúncias eram infundadas, falsas e irreais.

Informado pela Polícia Civil do Distrito Federal sobre as acusações, o Ministério das Relações Exteriores notificou oficialmente a embaixada do Irã no Brasil, solicitando explicações do governo do Irã, pois como o iraniano, de 51 anos, possui imunidade diplomática e não pode ser investigado ou incriminado como um cidadão comum.

A Convenção de Viena, da qual o Brasil é signatário, diz que um diplomata só pode sofrer punições ou ser processado de acordo com as leis de seu próprio país e só seria responsabilizado aqui se o Irã retirasse sua imunidade diplomática, o que é praticamente impossível. Outra possibilidade seria o Brasil adotar uma medida diplomática extrema, declarando-o persona non grata, o que provocaria sua expulsão do país e o impedimento de seu retorno.

No Irã, uma república orientada pelos preceitos religiosos desde a revolução islâmica de 1979, o diplomata seria julgado de acordo com as leis do Sharia, o código de conduta moral regido pelo Alcorão.

Independentemente de regime político adotado ou de sua predominância religiosa, penso ser necessária a imediata revisão, por todos os países e pelos órgãos mundiais de justiça, de certos preceitos legais ou religiosos, que praticamente protegem casos como esse, ainda admitem a inimputabilidade dos povos indígenas e acobertam os mais diversos crimes cometidos por políticos brasileiros e de diversos países do mundo.

Salvo raríssimas exceções de tribos indígenas que ainda não tiveram contato com o mundo civilizado, no mundo globalizado e informatizado em que vivemos, com antenas parabólicas captando sinais de canais televisivos nos locais mais distantes e pouco habitados, não se admite a possibilidade de uma pessoa - por mais isolada que esteja -, não possuir o mínimo de conhecimento sobre regras básicas do convívio social.

As populações indígenas, que atualmente transitam pelas mais diversas cidades brasileiras portando aparelhos de telefonia celular, título de eleitor e carteira de motorista, não poderiam continuar aqui com os mesmos costumes de vestimentas ou culturais utilizados em suas aldeias ou não poderiam delas sair e nem possuir os mesmos direitos sociais dos outros cidadãos.

Tratando-se de um diplomata, por seu preparo cultural e posição social frequentada, deveria ter seu crime julgado com rigor ainda maior, pois pelo menos teoricamente, teria de saber sobre os costumes, tradições e leis do país onde está trabalhando.

Os políticos brasileiros corruptos, que teoricamente foram eleitos para legislar em benefício do povo ou para administrar bens públicos e deles se aproveitam em benefício próprio, não poderiam se utilizar de imunidade parlamentar ou de fórum privilegiado. A corrupção é um crime e os corruptos deveriam ser, além de condenados, obrigados a ressarcir os cofres públicos.

Alegações de diferenças culturais, desconhecimento legal, imunidades diversas ou fóruns privilegiados, não poderiam ser aceitos na defesa de nenhum tipo de crime.

sábado, 21 de abril de 2012

O PT institucionalizou o desprezo ostensivo por valores morais e códigos éticos

lula-dilma (Foto: Wilson Dias / ABr)
Entre as contribuições do PT, o desprezo pelos valores morais e éticos (Foto: Wilson Dias / ABr)

MAURO PEREIRA

Uma das maiores contribuições do PT nesses mais de nove anos de implantação do lulopetismo, indubitavelmente, foi a institucionalização do desprezo ostensivo por valores morais e códigos éticos, patrocinando um dos governos mais corruptos de nossa história. Sob a luz da honestidade, supera com folga os governos que o antecederam desde a redemocratização do Brasil, iniciada em 1986. Os petistas foram além da expectativa, não só reabilitando figuras consagradas no submundo da política mas, também, introduzindo nomes novos nesse ambiente árido e putrefato.

Em menos de uma década, juntando as administrações de Lula e Dilma Rousseff, o PT conseguiu um feito sem precedentes: consolidar-se como celeiro inesgotável de ministros, altos funcionários, senadores, deputados federais e estaduais, prefeitos e vereadores envolvidos em escândalos de corrupção. Em todas as esferas da administração pública, de norte a sul do país, há evidências dos vínculos que unem os agentes políticos do PT e seus aliados à roubalheira desenfreada e à malversação do dinheiro público. A bem da verdade, é necessário ressalvar que, embora esporadicamente, representantes da oposição também embarcaram no trem petista.

Nesse acervo de desacertos, destaca-se também a vulgarização das instituições. Amparado na arrogância, o PT instalou-se confortavelmente no vácuo do oportunismo eleitoreiro e pairou acima da lei, asilando nesse espaço corrompido a marginália política e a pelegada sindical. A partir dali, promoveu uma das mais sórdidas investidas contra os Poderes constituídos. No Executivo, por exemplo, desmoralizou m dos símbolos mais caros ao orgulho nacional, transformando a Presidência da República em subseção partidária e prolongamento vulgar de um palanque a serviço de seus interesses eleitorais. Rebaixou um dos panteões sagrados à abominável condição de instrumento da disseminação do ódio e da intolerância.

O Legislativo, tomado como refém por uma malta de políticos inescrupulosos resultante da pior safra de parlamentares da história republicana, sempre se mostrou descaradamente receptivo às propostas indecentes emanadas das hostes petistas. Respeitando-se as minguadas exceções, no decorrer das administrações de Lula e Dilma deputados federais e senadores protagonizaram o mais melancólico espetáculo da mediocridade e da bandalheira.

Testemunhando desde pedidos de resgate para continuar na base de apoio do governo até a nomeação para a presidência de Comissão de Justiça da Câmara de um deputado que responde na Justiça a processo por formação de quadrilha, o país assistiu à transformação do Congresso em motivo de vergonha nacional. A ofensiva petista tampouco poupou o Judiciário. Ocupou-se de instalar na Suprema Corte ministros que, de alguma forma, tiveram algum tipo de relacionamento com o partido, estendendo sobre o mais alto tribunal da nação o manto da suspeição.

A legalidade das nomeações é inquestionável, mas colide com o princípio da moralidade. Por mais que as decisões sejam pautadas de acordo com os ditames impostos pela legalidade, matérias envolvendo o governo federal e sua base aliada sempre esbarrarão na credibilidade. É triste ver ministros do STF se conduzirem como fofoqueiras paroquiais, tornando públicas querelas internas que não deveriam jamais extrapolar as fronteiras da toga.

Outra manobra igualmente destituída de moralidade foi a indecente campanha deflagrada pelo governo federal que, às custas de alguns bilhões de reais que poderiam ir para a saúde e a educação, conseguiu a mágica de concentrar o maior estoque de mentiras por milímetro filmado. Ao longo desse período, nenhuma peça da propaganda oficial se preocupou em prestar contas à sociedade do que foi feito com os recursos obtidos com impostos escorchantes. Todas, sem exceção, tiveram o objetivo essencial de promover o governo e, obviamente, seus agentes políticos.

Montanhas de dinheiro público se esvaíram pelos ralos insaciáveis dos interesses escusos. Ainda assim, o que restou dessa encenação forjada na mentira foi a realidade crua, que permite a contemplação de um governo fraco, incompetente, perdulário e corrupto.

(Transcrito do Blog do Augusto Nunes de 21/4/2012)

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Amizades verdadeiras

(*) Por João Bosco Leal

Uma amiga de mais de quarenta anos e que não vejo há mais de trinta, enviou um texto dizendo que havia sonhado comigo, que estava saindo de uma depressão profunda e quando menos esperava eu havia chegado para ajudá-la, para ficar com ela e que, após minha chegada havia sentido muita paz e tranquilidade.

Fiquei extremamente honrado pela amizade e confiança em mim depositadas, mas não pode ser só isso, pensei. Aquela era a mais pura demonstração de uma amizade verdadeira que alguém poderia transmitir, pois era uma declaração de confiança plena, exatamente em seu momento mais difícil, de muita fragilidade.

Existem muitos tipos de amizades, a dos pais, irmãos primos e conhecidos, mas poucas chegam a ser profundas como essa agora demonstrada.

Durante a vida conhecemos muitas pessoas e dezenas ou até centenas delas se tornam nossos colegas, companheiros de trabalho, de luta, de ideal, e normalmente os chamamos de amigos.

São aqueles surgidos durante um baile ou uma viagem, com quem pescamos ou jogamos uma partida, pulamos o carnaval, passamos as férias, estudamos na mesma sala do grupo, colégio ou faculdade.

Entre esses podem surgir alguns que costumamos chamar de amigos do peito, do coração, que são verdadeiros, sinceros ou algumas que podem até mesmo acelerar nossos corações, fazer nossos olhos brilharem, os sorrisos aparecerem com mais facilidade, e se tornar nossa namorada, caminhando por um período ao nosso lado.

Mas as amizades verdadeiras, só muito raramente acontecem. São pessoas mais atenciosas e prestativas conosco, que sabem exatamente quando não estamos bem e estão dispostos a partilhar os segredos, alegrias e angústias das nossas vidas, procurando sempre fazer aquilo que sabem que nos ajudará e deixará feliz.

Os amigos ou amigas verdadeiras são aquelas que, por mais que estejam afastados há décadas, sabemos que com eles podemos contar e com certeza podem ser contados nos dedos de uma só mão.

Já próximo dos sessenta anos, ainda não consigo ultrapassar a contagem dos dedos de uma única mão com o nome daqueles que assim considero, até porque alguns já se foram e muito me orgulho dos poucos que restam, pois tenho a certeza de que com eles poderei contar sempre e em qualquer situação, e eles sabem que o inverso é verdadeiro.

Pessoas assim nos fazem felizes pelo simples fato de um dia terem cruzado por nosso caminho e percorrido um trecho ao nosso lado, quando juntas superamos rampas, descidas, tropeços, quedas e tristezas, demos sorrisos e gargalhadas e até lágrimas derramamos.

Por mais que décadas se passem e que a distância nos separe, elas continuarão onde sempre estiveram, em um cantinho especial, bem no fundo do nosso coração, onde cabem muito poucos, só aqueles marcados por lembranças de momentos maravilhosos que juntos vivemos.

Mesmo incluindo as que não se tornaram nossas amigas, Todas as pessoas que por nossa vida passaram ou passarão são únicas, totalmente distintas e pouco ou muito deixaram de si e de nós levaram, mas naquilo que deixaram ou levaram, certamente o fizeram com uma marca exclusiva.

Observando detalhadamente o que ocorreu em nossos relacionamentos com cada uma das pessoas que passaram por nossas vidas, poderemos facilmente observar que ninguém passou por acaso ou no momento errado, todas nos ajudaram e foram ajudadas, no crescimento de ambas.

A amizade verdadeira nasce de onde ou quando menos se espera e por mais que esteja distante, jamais se ausentará.

(*) Jornalista, escritor e produtor rural; www.joaoboscoleal.com.br

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Irã protege diplomata pedófilo e atribui ataque a crianças a 'diferenças culturais'

A Embaixada do Irã divulgou nota sobre a denúncia de abuso sexual, atribuídas ao diplomata Hekmatollah Ghorbani, 51, garantindo que houve um “mal-entendido” devido às “diferenças culturais” entre iranianos e brasileiros, e ainda atacou a imprensa por considerá-la "tendenciosa e discriminatória" em relação ao Irã. 
A nota não esclarece se no Irã adultos podem apalpar crianças, molestando-as sexualmente. O ataque ocorreu na piscina no Clube de Vizinhança, em Brasília, quando as crianças e seus pais verificaram que Ghorbani estava "passado a mão" nas partes íntimas de meninas de 9 a 14 anos.
Os pais o levaram à 1ª DP, mas o tarado não permaneceu preso por causa da imunidade. Ontem (18), o Ministério das Relações Exteriores recebeu informações da Polícia Civil sobre o caso e decidiu notificar a Embaixada do Irã.
Parentes das crianças estiveram no Itamaraty para pedir ao governo federal providências em relação ao caso. As famílias e os salva-vidas do clube são testemunhas ao ataque.
(Transcrito das Últimas da Coluna Claudio Humberto de hoje)

Santa impunidade, rogai por eles

Por Francisco Espiridião

Agora o bicho vai pegar. A 1ª vice-presidente do Congresso, deputada Rose de Freitas (PMDB/ES), fez, nesta manhã (19), a leitura do requerimento de criação da CPMI que tem como principal alvo de investigação os desafetos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O principal deles é o próprio bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que, lá atrás, nos idos de 2005, foi o estopim do mensalão, e o governador de Goiás, Marconi Perillo, que desmascarou o ex-presidente ao afirmar que Lula sabia do mensalão, pois ele próprio (Perillo) havia lhe avisado. Para Lula, nesse contexto, o senador Demostenes Torres (ex-PSDB-GO) é fichinha.

O que Lula não calculou, quando aproveitou-se da ausência da Presidente Dilma Rousseff para convencer o PT e o PMDB a instalarem a tal da CPMI, foram os estragos que ela poderá causar não só a seus desafetos, mas também à própria governabilidade do País.

Lula age como um cadáver insepulto a espantar a república. A prova foi o encontro mantido ontem (18), no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, ao lado do leito de enfermidade do presidente do Congresso, senador José Sarney (PMDB/AP). Ao repassar instruções aos partidos no Congresso, Lula agiu como se fosse o próprio presidente da República ou o seu ministro de Relações Institucionais, pouco importando a figuração de Dilma Rousseff e de Ideli Salvatti.

Ao chamar a empreiteira Delta para a dança, a valsa pode tornar-se um xaxado muito agoniado. Promete deixar muita gente boa doidinha da cabeça. A Delta tem história de ingerência em recursos públicos em 24 estados da federação, inclusive em Roraima, onde executa um trecho da reconstrução da BR-174.E isso não é pouca coisa, não.

Difícil ter um partido livre da influência de tal empreiteira. Como se diz, CPMI sabe-se como começa, mas não como termina. Quando as comportas da Cachoeira forem liberadas, tudo pode acontecer. No mais, os envolvidos devem confiar tão-somente no poder da impunidade. Só ela os livrará do inferno.

(*) Jornalista e escritor – fe.chagas@uol.com.br

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Nossas diversidades

Pot João Bosco Leal 

Em conversa com uma jovem, percebi que ela não concordou e ficou chocada quando eu disse que o brasileiro ainda não possuía sequer uma raça definida. Informou-me que pessoas não tinham raça, mas sim etnia, e que raça quem tinha eram os animais.

Aleguei que isso pouco importava no sentido que eu estava dando à minha declaração, pois o que estava afirmando é que nosso país é muito novo, repleto de pessoas oriundas de países e continentes distintos, que ainda levaria séculos para que fôssemos fisicamente reconhecidos como nascidos aqui, assim como os japoneses, chineses, árabes ou afrodescendentes são reconhecidos.

Interessante que na sequência da conversa, sem perceber a contradição, ela mesma disse que seus avós eram POI - termo utilizado por produtores rurais para identificar animais Puros de Origem Importada -, árabes libaneses.

Tentava explicar que nossas características físicas ainda são muito distintas, como entre os sulistas e nortistas, e na cidade de São Paulo, em decorrência da enorme concentração de pessoas das mais diversas origens, podíamos ver, com maior clareza, o quanto somos uma população ainda fisicamente indefinida.

Desde a descoberta do país e sua colonização, ocorreram concentrações de povos oriundos de países ou continentes em determinada região do país, como os holandeses no Nordeste e os portugueses e espanhóis no Sudeste e Centro-Oeste, mas todos ainda somente próximos do litoral.

Buscando desbravar o país, o governo incentivou a imigração de milhares de pessoas. Foi quando vieram os japoneses e italianos, que se fixaram na região Sudeste, enquanto alemães foram para a região Sul.

Essas diferenças permanecem até os dias atuais, pois sabemos que, principalmente por suas origens, os sulistas são os mais acostumados a trabalhar em sistemas de cooperativas, como na suinocultura e produção de embutidos derivados da carne suína, enquanto os descendentes de japoneses são os maiores especialistas no plantio de hortaliças e na produção de ovos e frangos.

Séculos se passaram e esses povos foram se locomovendo dentro do país, por conta própria ou com novos incentivos governamentais ao desbravamento, como quando da criação dos estados de Rondônia e Roraima e da rodovia Transamazônica.

Já na década de 70, surgiram as novas fronteiras agrícolas do Centro-Oeste, provocando um enorme fluxo de pessoas para a região, principalmente oriundas do sul.

Toda essa movimentação e os consequentes envolvimentos entre as pessoas que chegavam com as que lá já estavam provocou novas alterações físicas, diminuindo as diferenças entre pessoas dessas regiões e criando novos costumes como o uso do chimarrão na região Centro-Oeste, onde só existia o tereré.

Atualmente, é muito comum vermos, em diversos estados com grande concentração de gaúchos, os chamados CTGs - Centros de Tradições Gaúchas - ou os bailes de forró na cidade de São Paulo, e apesar de todos saberem suas origens, come-se vatapá, farinha de mandioca e pão de queijo em todas as regiões do país.

Era o que estava tentando explicar, que ainda demorará séculos para que consigamos ter um Brasil com pessoas que possuam os mesmos traços físicos e tenham as mesmas culturas, mas podemos nos orgulhar de, mesmo muito miscigenados, ou talvez justamente por isso, sermos esse povo sem preconceitos, disposto a novas assimilações, pacífico e ordeiro.

Ainda levará séculos, mas de nossa miscigenação estamos criando a maior raça, a de todos.

João Bosco Leal    www.joaoboscoleal.com.br
*Jornalista, escritor e produtor rural

sábado, 14 de abril de 2012

Boas notícias da semana

Por Francisco Espiridião
Excetuada a perfumaria politiqueira, poucas notícias restaram de importante nesta semana que se encerra neste pós-sexta-feira-13 em Boa Vista. No gênero boa notícia, poderia se destacar a extinção, pelo Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE/RR), do processo que cassou, pela segunda vez, o mandato do governador José de Anchieta (PSDB) e de seu vice, Chico Rodrigues (PMDB).
A importância dessa decisão está no fato de que, agora, o líder do Palácio Senador Hélio Campos terá mais tranquilidade para desenvolver a governança. Fica para trás a ameaça que metaforicamente poderia chamar-se de espada de Dâmoclis sobre sua cabeça. E, diga-se, há muito que o estado dependia deste bálsamo.
Sim, porque não só o governador vivia sobressaltado com a possibilidade de ser defenestrado do poder a qualquer momento, como também vários setores da sociedade experimentavam o veneno inoculado pelas incertezas do momento político.
Que o digam os servidores contratados pelo regime de cargo comissionado do estado. Em razão da incerteza da perenidade do inquilino do Senador Hélio Campos, por tabela, ficaram impedidos de participar da farra dos empréstimos consignados no Banco do Brasil com taxa de juros simbólica, determinada recentemente pela presidente Dilma Rousseff. Só quem pode fazer o empréstimo são os servidores concursados.
Outra notícia de bom tom divulgada já no apagar das luzes da semana foi a instalação da Frente Parlamentar em Defesa dos Consumidores de Energia Elétrica e Combustíveis, na Assembleia Legislativa de Roraima.
Compõem a Frente os deputados Brito Bezerra (PP), Soldado Sampaio (PCdoB), Coronel Chagas (PRTB), Dhiego Coelho (PSL), Chicão da Silveira (PDT), Gabriel Picanço (PSB), Sargento Damosiel (PSD) e Ionilson Sampaio (PSB).
Um fato que me chamou a atenção foi um panfleto muito bem elaborado que alguém deixou em minha caixa de Correios nessa sexta-feira (13). O pomposo título é “Roraima – A energia mais cara do norte do Brasil!”. Subtítulo: “Conta de Luz mais barata, já!”
A boa notícia no tal panfleto, que traz a assinatura explícita do deputado federal Raul Lima (PSD), é que para uma conta de R$ 100, o consumidor roraimense, depois de aprovada a pretensão da frente parlamentar, economizará exatos R$ 30 para gastar com outros bens necessários.
Essa conta pode estar correta, apesar de não ter sido esse mesmo percentual anunciado na matéria publicada no jornal Folha de Boa Vista, edição dessa sexta-feira. Lá consta algo entre 15% e 20% a partir de novembro deste ano. Sejamos otimistas. Vá lá que sejam os 30% anunciados no panfleto.
O que fere a sensibilidade de quem aprendeu matemática na base da velha e boa tabuada embalada pela implacável palmatória, mais conhecida como “mamãe, me ajuda!” (lembram-se?), é que os 30 reais economizados sejam suficientes para comprar 10 quilos de arroz, mais dois litros de óleo (creio que de soja, o mais barato) e seis quilos de feijão.
Beleza, deputado. Só faltou o senhor anunciar no panfleto o endereço do estabelecimento que vende tudo isso por apenas 30 reais. O povo quer saber. Afinal, faz muito tempo que o povão não tem notícia de algo tão generoso assim.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Resposta a Luiz Fernando Veríssimo

Artigo publicado originalmente no site Alerta Total – http://www.alertatotal.net


Por José Gobbo Ferreira

“É difícil acreditar que não existe, entre os militares, uma corrente, ou talvez até uma maioria, que reprova a atitude dos clubes dos reformados das Forças Armadas em relação à Comissão da Verdade e ao esclarecimento final do que houve nos anos de rebeldia e repressão. Dos clubes militares, só se pode esperar bravatas vazias, mas ignora-se até que nível vai a mesma insubordinação entre os da ativa.

Entende-se a resistência a remexer lama antiga, mas é impossível que se continue a sonegar à nação uma parte tão importante da sua história. E é impossível que ainda confundam preservação da honra da instituição militar com o silêncio e prefiram o estigma das acusações nunca investigadas ao esclarecimento”. (Luiz Fernando Veríssimo, Zero Hora, 05/04/2012, pág.2)

Prezado Senhor L.F. Veríssimo:

Em primeiro lugar quero deixar claro que considero uma honra entrar em contato com o senhor. As obras de seu pai foram uma referência inesquecível em minha juventude. Até hoje olho com carinho os lírios do campo e um certo Capitão Rodrigo me mostra a passagem do tempo e o soprar do vento em minha existência.

E o senhor é digno herdeiro dele. Escritor contemporâneo, prosa suave e agradável e uma verve maliciosa, suas crônicas são peças agradabilíssimas de se ler. Parabéns.

Apenas não consigo entender sua posição ideológica. E é por isso que ouso tomar seu tempo com este e-mail. O quanto gostaria que uma pessoa da sua estatura intelectual me explicasse como consegue acreditar nas falácias das doutrinas de esquerda! Elas não deram certo em parte alguma desse globo, custaram milhões e milhões de vidas, alimentaram o desejo de fugir em outras tantas, e mais mortes ocorreram na repressão a essas tentativas, desabaram irreversivelmente com o muro de Berlim, mas ainda existe quem se interesse por elas e as defenda. Isso que considero "difícil de acreditar".

A Hungria, a Tchecoslováquia pagaram alto preço tentando se livrar do jugo soviético. Conheci a segunda no começo da década de 80. Namorei uma moça de lá. Minha namorada traduziu histórias assustadoras da boca de pessoas do povo, encantadas com um jovem brasileiro, moreno e exótico. Convivi, aqui no Brasil, com pesquisadores russos logo após a queda do muro. Tive a felicidade de estabelecer uma forte relação de amizade com um deles que me contou do passado que queria esquecer e do futuro que almejava para seu país.

A revolução cultural na China, o massacre da praça da Paz Celestial, as estripulias sangrentas de Pol Pot. O paredón e La Cabaña (hoje aposentada) em Cuba. Aliás, por falar em Cuba, talvez o senhor já tenha estado lá, fora do status de visitante ciceroneado pelo governo. Depois de décadas de subvenção russa aquele pobre país só fez andar para trás. O povo, o verdadeiro povo, que poucos turistas se aventuram a conhecer, é infeliz e miserável. Os velhos ostentam uma fisionomia de tristeza e desalento, e não falam conosco (aliás, acho que nem falam mais...). As ruas populares cheiram a pobreza invencível, bolor, decadência e desesperança. U´a mãe nos oferece a filha adolescente por uns poucos pesos: "No se molesten señores. Tenemos hambre". Eu sei, eu sei que talvez tenhamos coisa parecida nas regiões mais pobres do país. Mas é diferente. Isso não é o Brasil, mas aquilo é bem Cuba.

Por isso me pergunto (gostaria de lhe perguntar): como se pode ser esquerdista? O que alguém sério e honesto, como suponho que o senhor seja, encontra de bom e útil nessas doutrinas? Se o senhor tiver tempo para isso, me responda, por favor.

Quanto ao seu artigo, gostaria de lhe oferecer alguns esclarecimentos:

1. Não existe o tal "Clube dos reformados das FFAA". Cada força singular tem seu clube recreativo, esportivo e cultural, que são associações civis que congregam oficiais da ativa, da reserva e civis. Quando um manifesto dos presidentes dos Clubes Militares foi indevidamente censurado pelo governo, um grupo de militares lançou um outro, em repúdio a essa interferência. Até a última contagem que recebi, 1234 civis aderiram ao manifesto, em um total de 2683 assinaturas (não foi permitido que militares da ativa aderissem). Acredito que daí se possa inferir que os "reformados" não estão tão sozinhos assim.

2. Pode até ser difícil para o senhor, mas acredite que não existe entre os militares qualquer corrente significativa contrária à posição dos clubes que o senhor chama de "dos reformados". O militar da reserva (ou reformado)de hoje é aquele que estava na ativa ainda ontem, e que foi o professor, o instrutor, o orientador e o comandante `(e às vezes é pai e/ou avô) dos militares da ativa de hoje e que deixou neles os mesmos princípios de ética, lealdade, patriotismo e devoção ao dever que ainda os impregnam durante a inatividade.

Não sei onde o senhor viu qualquer insubordinação. Existe sim, uma unidade de pensamento entre os militares de diferentes gerações, manifestada dentro dos limites da lei por quem tem o direito de fazê-lo.

3. Os Clubes Militares (agora sim, em sua denominação correta) não produzem bravatas, vazias ou cheias. Eles apenas expressam a opinião preponderante nas Forças respectivas. (Aliás, será que não seria mais correto o senhor escrever "...só se podem esperar bravatas...?)

4. Estou anexando uma carta que enviei à sua "irmã de crenças", Miriam Leitão, que explica a real posição dos militares sobre a tal comissão da verdade e que pode lhe tirar dessa confusão entre silêncio e honra. Quanto ao estigma das acusações, ele só existe graças à distorção histórica paulatinamente promovida pelos outrora derrotados no intento de implantar o comunismo no Brasil.

Por favor, entenda essa comunicação como uma troca de ideias entre pessoas educadas. Não faço proselitismo. Apenas lhe mostro minha posição e minhas dúvidas e gostaria de saber das suas. Talvez este e-mail chegue às suas mãos. Se chegar, pode ser que o senhor tenha a paciência de lê-lo todo. E nesse caso, quem sabe o senhor me dê a honra de uma resposta. De qualquer forma, reitero meu respeitoso apreço pelo senhor e pela imensurável colaboração que o nome Veríssimo trouxe e continua trazendo para a cultura deste meu amado país.

José Gobbo Ferreira é Coronel reformado do Exército.

Governo propõe salário mínimo de R$ 667,75 para 2013

Por Alexandro Martello, do G1, em Brasília

A proposta do governo para a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2013, que está sendo enviada nesta sexta-feira (13) pelo Ministério do Planejamento ao Congresso Nacional, contempla um reajuste do salário mínimo dos atuais R$ 622 para R$ 667,75 a partir de janeiro do próximo ano, com pagamento em fevereiro. O salário mínimo serve de referência para o salário de 47 milhões de trabalhadores no país. O percentual de correção do salário mínimo, pela proposta do governo, será de 7,35% no próximo ano.

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Os animais chamados racionais

João Bosco Leal  (*)

Historicamente as maiores lutas do homem, até por instinto de sobrevivência, foram e são contra suas enfermidades, fragilidades e a consequente extinção da raça.

Com pesquisas sobre climas, intoxicações diversas ou ataques de animais, muito já foi descoberto sobre nossas fragilidades e com roupas, calçados, moradias e remédios, criamos proteções contra a maioria delas.

A evolução na área de medicamentos foi espetacular e possibilitou a criação de milhares de drogas capazes de curar doenças que no passado mataram milhões.

Porém, ao mesmo tempo em que luta pela vida, o homem promove disputas, lutas e guerras que também dizimam milhões e permite que outros milhões morram de fome ou sede, enquanto poucos usufruem de superficialidades até inimagináveis aos bilhões de habitantes do planeta.

Sem encontrar qualquer lógica em algumas atitudes, muitas vezes questiono algo como: o que leva uma pessoa a querer utilizar um veículo já bastante exclusivo e caro como um Porsche, mas que para ela foi especialmente construído com a carroceria toda banhada em ouro branco, como o de um príncipe árabe? Existiria alguma explicação para uma insanidade dessas enquanto seus próximos passam fome? Pessoas como esta gastam milhões simplesmente para ser vistas, admiradas, uma imbecilidade delas e dos que as admiram.

Por outro lado, gênios como Einstein, Thomaz Edison, Louis Braille, Santos Dumont, Da Vinci, Michelangelo, Van Gogh, Beethoven, Mozart, Shakespeare, Albert Sabin, Oswaldo Cruz, Steve Jobs e tantos outros, aproveitaram sua inteligência e especialidade nas mais diversas áreas para criar algo que beneficiasse toda a humanidade.

Existem questionamentos muito importantes ainda não respondidos, como uma prova científica que determine com exatidão quando o homem começou a raciocinar, mas seja quando for, desde então três perguntas continuam sem respostas claras e definitivas: O que somos? De onde viemos? Para onde vamos?

Se fôssemos realmente racionais, como explicar tanta corrupção no país, principalmente as envolvendo verbas destinadas à saúde pública como recentemente divulgadas? E a demora do julgamento dos envolvidos no que ficou conhecido como "Mensalão do PT"? E ninguém na cadeia? E nenhuma devolução das verbas roubadas?

Ou a existências de homens como Adolf Hitler, Josef Stálin, Mao Tsé-tung, Muanmar Kadafi, os irmãos Castro, Idi Amin Dada, Osama Bin Laden e tantos outros governantes ou terroristas, responsáveis pela morte de milhões?

Os corruptos, as pessoas como a do carro de ouro e muitos governantes dos mais diversos países estão longe de poderem ser chamados de animais racionais, como comumente somos definidos, pois como homem do campo, já presenciei milhares de comportamentos dos chamados animais irracionais que são muito mais dignos ou racionais, que os tomados por dezenas de membros do atual governo brasileiro ou de outros países.

Os cientistas e religiosos podem explicar mais detalhadamente de onde viemos, mas sei que ambos concordam em um ponto: tivemos a mesma origem dos animais chamados irracionais e não se justifica sermos chamados de racionais se o comportamento deles diante de sua comunidade e do meio ambiente é mais racional que o nosso.

Nosso destino, entretanto, parece estar muito claro. Tratando o meio ambiente como estamos, permitindo que milhões morram de fome, analfabetos ou sem tratamento médico decente, promovendo guerras e permitindo que criminosos governem em qualquer parte do mundo, caminhamos a passos largos para a autodestruição.

Os animais chamados racionais viveriam melhor espelhando-se nos irracionais.

(*) Jornalista, escritor e produtor rural - www.joaoboscoleal.com.br

Acusada de canibalismo vendia empadas com carne humana em Garanhuns (PE), diz polícia

Por Carlos Madeiro, do UOL, em Maceió

Trio acusado de integrar seita canibal (Divulgação)

A Polícia Civil de Pernambuco informou que uma das três pessoas acusadas de matar e praticar canibalismo em Garanhuns (230 km do Recife) recheava empadas com carne humana e as vendia nas ruas da cidade. A revelação foi feita ao UOL nesta sexta-feira (13) pelo delegado Wesley Fernandes, que está à frente do inquérito que investiga a seita e os supostos crimes praticados pelos acusados, que foram detidos na última quarta-feira (11). Pelo menos três mortes em rituais macabros são atribuídas ao grupo, que mantinha um triângulo amoroso.

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quinta-feira, 12 de abril de 2012

O fantasma da cassação deixa de assombrar Anchieta

O Pleno Tribunal Regional Eleitoral (TRE) extinguiu ontem o processo que cassou o mandato do governador Anchieta Júnior (PSDB) e seu vice, Chico Rodrigues (PMDB), por falha processual. A sessão foi polêmica, com três horas e meia de debates. A Corte reconheceu, por maioria dos votos (4 a 2), que houve uma contradição no primeiro julgamento, realizado em 13 de dezembro, ao não chamar o PSDB para se defender. Foi o partido quem adquiriu no período do pleito passado as 45 mil camisetas amarelas, cor da sigla, um dos alvos da ação.

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quarta-feira, 11 de abril de 2012

TJRR cumpre meta do Poder Judiciário

O Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR)  é um dos quatro Tribunais de Justiça estaduais brasileiros a cumprir integralmente as metas nacionais do Poder Judiciário para 2011, segundo relatório divulgado nesta quarta (11) pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Os outros três são os dos estados de Sergipe, Paraná e Amazonas.

Os índices foram criados em 2009 com o objetivo de acabar com o estoque de processos e reduzir as taxas de congestionamento nos tribunais. Segundo o CNJ, a Justiça brasileira julgou 16,8 milhões de processos no ano passado. Com isso, cumpre 92,39% do compromisso de julgar todos os processos novos e parte do estoque. Ano passado, foram protocoladas 18,2 milhões de novas ações, volume 4,17% superior em relação ao ano anterior.

terça-feira, 10 de abril de 2012

National Geographic elege Roraima como seu destino preferido no Brasil

O site da revista National Geographic, uma das mais respeitadas publicações do mundo, elegeu Roraima como seu destino de viagem preferido dentro do Brasil. “Com paisagens tão diversas, o caminhante se sente recompensado a cada passo que dá [dentro do Estado]”, diz a avaliação do staff da revista.

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Rumo a Washington - Governadores do Ceará e Sergipe fazem escala em Boa Vista

Eides Antonelli / Secom
Os governadores Cid Gomes (PSB/CE) e Marcelo Deda (PT/SE) fizeram escala no Aeroporto Atlas Brasil Cantanhede, em Boa Vista, na tarde desta segunda-feira (9). A parada serviu para abastecimento e legalização de documentação para sair do Brasil. Foram recebidos pelo vice-governador de Roraima, Chico Rodrigues.

Deda e Gomes participarão de um encontro de governadores da região Nordeste em Washington (EUA), nessa terça e quarta-feiras (10/11 de abril). Na capital americana, os governadores serão recebidos por líderes do Banco Mundial (Bird) e por investidores privados interessados em empreender negócios no Brasil.

Cid Gomes explicou que, durante o encontro, cada governador fará apresentação de projetos que pretendem implantar em seus estados, a fim de captar os recursos necessários.

“O Ceará tem uma longa história de parceria com o Banco Mundial que remonta à época em que o Ciro (Gomes) era governador (1991/94)”, disse Gomes, explicando que, no encontro, apresentará novos projetos.

O governador cearense disse ainda que a liderança do Bird manifestou interesse de participar do desenvolvimento de toda a região Nordeste brasileira. Para isso, há uma expectativa de que poderão ser investidos nos próximos anos recursos da ordem de US$ 15 bilhões.

A apresentação de Cid Gomes será às 11h30, horário de Washington, e terá a mediação do presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Mensalão, o julgamento do ano

O ministro Carlos Ayres Britto, que assume no próximo dia 19 a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), garante que o mensalão, o maior escândalo de corrupção da história brasileira, será julgado este ano. Ayres Britto tem pressa. Vai se aposentar em novembro, quando completará  70 anos de idade. 

Mesmo com toda boa vontade do novel presidente, sobra uma pontinha de receio de que o julgamento não ocorra e os envolvidos no carretel de traquinagens passem para a história como verdadeiros “homens honrados”, com a devida prescrição dos crimes. 

Para isso, basta que o revisor do processo, ministro Ricardo Lewandowski dê uma mãozinha, fazendo corpo mole e não liberando o calhamaço de informações para julgamento. Há pressão muito forte da imprensa para que isso não aconteça. Pelo sim, pelo não...

Deixando ir

Por João Bosco Leal  (*)

Em uma rede social encontrei uma frase que me chamou a atenção: "Deixar ir, não significa desistir, mas sim aceitar que há coisas que não podem ser".

Durante a vida, muitas vezes encontramos pessoas que não aceitam abrir mão de uma amizade, namoro, ou qualquer tipo de relacionamento, mesmo percebendo que o que sentem pela pessoa não é correspondido, ou se é, isso não ocorre na mesma intensidade que ele fornece e gostaria de sentir retribuído.

Normalmente essas pessoas ficam magoadas, tristes, sem entender como, ao dar carinho, amizade e companheirismo para uma pessoa, esta não lhe retribui da mesma forma, ou tanto quando está recebendo, mas em seu íntimo ainda possuem uma esperança de que isso possa mudar.

É uma situação bastante desconfortável, mas se analisada pelo outro lado quantas vezes, desde a infância, juventude ou mesmo após maduros já fomos assediados, paquerados ou insistentemente procurados por alguém que pretendia uma maior aproximação, tornar-se amigo e não correspondemos por não termos interesse em qualquer tipo de contato com aquela pessoa?

Quando isso ocorre com nossos próximos em relação a terceiros, normalmente ouvimos que "não dava liga", não sentiu atração de "pele" com a outra pessoa, mas na realidade é uma questão de afinidade, que sem saber por que, sentimos em maior, menor ou em nenhuma intensidade com determinadas pessoas, assim como os pais, que apesar de amarem seus filhos da mesma maneira, possuem diferentes afinidades com cada um deles.

Unidas por motivos distintos e até inexplicáveis, por sensações e sentimentos desconhecidos, durante o relacionamento as pessoas vão afinando e desafinando, errando e acertando, conhecendo coisas e pessoas, aprendendo e tendo novas experiências.

Assim vão sendo moldadas, se transformando e um dia percebem que a pessoa ao seu lado não é mais aquela por quem haviam se apaixonado e que se tornou totalmente diferente do que imaginavam.

Nesse dia, sem que possam explicar ou controlar, aquele sentimento acaba e seu coração faz novas escolhas, o que não significa que dela desistiram ou deixaram de por ela sentir carinho, afinidade ou que a esquecerão, pois fez e continuará fazendo parte de sua vida.

São pessoas ao lado de quem um dia sorriram, choraram, sentiram e foram felizes, mas que já não as satisfazem emocionalmente como no passado. Seu coração agora busca novas e diferentes emoções, que ao seu lado não poderão mais ser sentidas.

Durante a vida estaremos sempre dando início a novas paixões, até que elas sejam novamente interrompidas ao chegar a hora de recomeçar e então continuaremos a busca, imaginando que a próxima poderá ser a tão sonhada, capaz de se transformar no que todos buscam: o verdadeiro amor.

Independentemente da idade, raça, credo ou cor, essa é a maior busca emocional de todo ser humano e quando somos a parte não mais desejada, não há porque não aceitar e deixar ir aquela que, já não sendo mais feliz ao nosso lado, também não nos dará felicidade.

A vida é uma escola onde estamos constantemente sendo moldados, lapidados e chegada a hora de uma nova fase, certamente teremos aprendido algo enquanto durou a última, aumentando assim as chances das próximas serem mais fáceis e de maior aproveitamento.

As únicas pessoas de quem emocionalmente você realmente necessita, são as que provaram necessitar de você.

(*) Jornalista, escritor e produtor rural - www.joaoboscoleal.com.br

terça-feira, 3 de abril de 2012

Povo vira-lata

Por Francisco Espiridião 
O deputado Romário, craque de futebol e neófito na política, falou coisas do arco da velha, em entrevista concedida à revista Veja (21/3). Disse que no Parlamento brasileiro, todos estão jogando pra torcida e se lixando para o povo. Não foi nenhuma novidade para ninguém. Teve um deputado que disse isso de si mesmo, com todas as letras e, nem por isso deixou de se reeleger (“Estou me lixando para a opinião pública”, Sérgio Morais - PTB/RS).
O que mais me intriga é que pouca gente tenha se levantado para questionar o estreante deputado-ex-jogador. Ninguém dentro do Parlamento deu um pio com relação ao pito que recebera alto e bom som. Aliás, Romário, parece, está ali para mostrar que sociedade somos nós. Teria razão o dramaturgo Nelson Rodrigues, quando disse que o Brasil é um país de vira-latas?
Nesta segunda-feira (2), no final da tarde, resolvi fazer aquilo que sempre faço e depois me arrependo. Não tenho paciência que esperar a conta do telefone para efetuar o pagamento. Descobri que a gente pode fazer isso, antecipadamente, numa lotérica, repassando à atendente (ou ao atendente) o número do dito-cujo. Pago adiantado. O vencimento só se dá no dia 11 de cada mês.
Satisfeito por cumprir minha obrigação de cidadão, pagando a conta em dia, mas arrependido porque a conta, paga na lotérica, sempre vem acrescida de 2 reais. A justificativa para tal onerosidade é ter sido honrada com antecipação, ou seja, pagar antes da data gera multa. Desta vez, para aumentar o meu arrependimento, quando cheguei à minha casa, eis que o boleto estava lá, dormitando na caixa dos Correios. Coisas de mané. Mas esse não é o caso. A gente tira de letra.
O que não dá para aguentar mesmo é você entrar numa fila quilométrica, no fim do expediente, doido para tomar um banho e se refestelar no sofá da sala, e chega um cidadão bonitão, todo importante, passa na frente de todos, e vai ao caixa. Conversa animadamente com o cliente da vez – um cara fortão parecido com um daqueles que puxam ferro na academia de ginástica – e lhe repassa um montão de contas para pagar. Furou a fila soberanamente e a cara nem tremeu ou ficou vermelha.
Mas isso não é tudo. Nós, da fila, assistíamos a tudo impassivelmente. Até que um cidadão não aguentou e botou a boca no trombone:
– Oh, amigo, você está furando a fila!
Você acha que o bonitão se alterou? Qual nada! Permaneceu na dele. Quem virou macho foi o cliente bombadão. Aceitou a patacoada e ainda chamou para a briga o rapaz que reclamou. Disse que se ele estava tão incomodado, que lhe entregasse também a conta, que ele pagaria de bom grado. Tudo embalado ao som de pornofonias que não valem a pena repetir aqui.
Assanhei-me com o despautério e repeti que ele estava errado, que não era correto fazer aquilo, e coisa e tal. Aí, o danado voltou suas baterias contra mim. Ouvi calado, é claro. Ninguém mais se manifestou em minha defesa ou do cidadão que reclamou primeiro. O bonitão recebeu suas contas pagas e saiu, enquanto o (mau) cliente ficou esperando o pagamento das suas.
Aí pensei comigo:
– Que tal se todos que estavam ali na fila – mais de 15 pessoas – entregassem a conta para aquele “bondoso” cliente pagar, e ele esperasse até a última para, então, pagar as suas e sair?
Esse é o país em que vivemos. Os nossos representantes no Congresso flertam com a atitude desse mau cliente. É a lei de Gerson imperando ainda em nossos dias. Todos querem levar vantagem em tudo. Fruto da má-educação que campeia as famílias, em sua grande maioria, desestruturadas.  Esse procedimento leva todos a achar que o submundo que engoliu o senador Demóstenes Torres é natural. “É assim mesmo”.
Estamos calejados. As coisas erradas não nos surpreendem mais. Não nos causam indignação. Baixamos a cabeça às falcatruas que se passam debaixo de nossos narizes. Fingimos não sentir o forte odor de coisa podre. Somos, realmente, um povo vira-lata.
(*) Jornalista e escritor; fe.chagas@uol.com.br

domingo, 1 de abril de 2012

Sem-vergonhice total

Sabem por que casos como os de Demóstenes Torres se proliferam na política brasileira? Porque não tem punição.

Basta ver o caso do mensalão que, parece, não será julgado neste ano e nem no ano que vem, quando deverá prescrever.

A impunidade é quem produz os corruptos. Salvo melhor juízo.

Os governos militares

Artigo publicado originalmente no Alerta Total – http://www.alertatotal.net

Por João Bosco Leal

Antes da revolução de 31 de Março de 1964, a travessia entre o Porto Tibiriçá do lado do Mato Grosso e o Porto XV de Novembro do lado de São Paulo era feita por balsas, que transportavam pessoas, veículos e mercadorias. O gado, destinado à engorda nas pastagens do Pontal do Paranapanema ou ao abate nos frigoríficos paulistas - naquela época inexistentes no então estado do Mato Grosso -, era transportado pelas balsas boiadeiras.

Somente no biênio 1953-1954, por esse local atravessaram 400.924 bovinos, 74.029 pessoas, 16.950 veículos e 48.807 toneladas de cargas diversas. Essa movimentação proporcionou uma receita de Cr$ 5.784.100,50 no transporte de animais e de Cr$ 3.880.882,50 no transporte de veículos e cargas, demonstrando claramente a importância econômica e social daquela travessia.

Buscando o desenvolvimento do Mato Grosso e das regiões localizadas ao seu norte, em 22 de Agosto de 1965 o então Presidente General Humberto Castelo Branco inaugurou a ponte Maurício Joppert, ligando o que era final da Rodovia Raposo Tavares na cidade de Presidente Epitácio, do lado de São Paulo, ao município de Bataguassú, do lado do atual Mato Grosso do Sul. Além da ponte de 2.550 metros, essa obra exigiu a construção de um aterro de 10 km de comprimento para complementar os 12,5 Km de travessia de uma área hoje inundada pelo lago da Usina Hidrelétrica Engenheiro Sergio Motta, de Porto Primavera.

Foi assistindo a implantação de obras como essa, por onde atualmente passa grande parte da produção de grãos e de carnes bovinas, suínas e de frangos de MS, MT, RO e AC destinada à exportação, é que durante minha juventude vivi pessoalmente a história dos chamados Governos Militares, que os antes terroristas e exilados políticos atualmente no poder tanto criticam, acusam de tortura e querem julgar criminalmente sem admitirem, nesse caso, também serem julgados por, em nome da sua luta ideológica e revolucionária, tantas vezes terem assaltado, sequestrado e matado.

Por mais que atualmente os atuais dirigentes do país pretendam denegrir sua imagem, foram homens como Humberto Castelo Branco, Arthur da Costa e Silva, Emílio Garrastazu Médici, Ernesto Geisel e João Batista de Figueiredo que impediram a instalação no país do regime político comunista por eles pretendido e que resultou, onde foi implantado, no que ainda pode ser visto na sua tão querida e admirada Cuba: país um atrasado, de dirigentes assassinos e de um povo que de lá só pretende fugir e na Venezuela do "companheiro" Hugo Chávez.

Foi quando administrado por homens patriotas como eles que o Brasil construiu nossas maiores rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, hidrelétricas e linhas de transmissão de energia que possibilitaram nosso crescimento até aqui e criou empresas como a Companhia Siderúrgica Nacional, a Petrobrás e a Vale do Rio Doce, até hoje as maiores do país.

Foram eles que impediram a tomada do poder pelos radicais de esquerda e após terem preparado o país para o desenvolvimento com a criação de toda a infraestrutura necessária, permitiram que esses terroristas fugitivos e exilados voltassem e fossem livremente reintegrados à vida social, a ponto de muitos estarem hoje ocupando os mais altos cargos políticos do país.

Após o afastamento dos militares do governo, nenhuma obra importante para o desenvolvimento do país foi realizada e pela incompetência dos governos posteriores até para a simples manutenção das realizadas, ocorreu um sucateamento de tudo o que antes já havia sido foi feito, como pode ser facilmente constatado pelo estado de conservação de nossas rodovias, dos constantes apagões de energia, da hoje pequena capacidade de nossos portos e das declarações dos próprios ministros do atual governo, de que o país não possui infraestrutura energética, de transporte e de portos necessária para um crescimento superior a 5% ao ano.

Entretanto, jamais ocorreu um pronunciamento sequer - mesmo partindo dos antigos terroristas hoje no poder -, acusando de enriquecimento ilícito qualquer dos militares que governaram e tanto fizeram pelo país, como diariamente a imprensa noticia estar ocorrendo com muitos dos atuais membros dos Três Poderes Constituídos.

Contrastando com os governos militares, os antigos terroristas que hoje governam o país, além de administrativamente incompetentes, saqueiam ou permitem que o país seja saqueado por seus cúmplices.

João Bosco Leal é Jornalista, escritor e produtor rural - www.joaoboscoleal.com.br