terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Cinco fatos magníficos do valor da carta de Paulo a Filemon

Pr Marcelo Oliveira para o Gospel Prime

A carta de Paulo a Filemon é a mais breve entre as cartas que formam a coletânea paulina e consiste apenas em 335 palavras no grego original. É pequeno no tamanho e profundo em seu conteúdo. O ilustre comentarista bíblico Albert Barnes a chama de uma brilhante e bela gema no tesouro dos livros inspirados.
William MacDonald afirma que, embora essa carta não seja doutrinária como as demais missivas do apóstolo, é uma perfeita ilustração da doutrina da “imputação”.
Paulo se apresentou como mediador entre Onésimo e Filemon para quitar todo o débito de Onésimo. A dívida de Onésimo foi colocada na conta de Paulo, que se dispôs a pagá-la. Esse fato lança luz sobre a bendita verdade de que nossa dívida impagável não foi colocada em nossa conta (2 Co 5.19), mas na conta de Cristo (2 Co 5.21), e Ele, com sua morte, riscou o escrito de dívida que era contra nós, quitando completamente nosso débito. Além disso, sua justiça completa e perfeita foi colocada em nossa conta (2 Co 5.21).
Essa identificação é uma ilustração do que Jesus fez por nós. Lutero disse que todos nós somos Onésimos. Jesus se identificou de tal forma conosco que o Pai nos recebe como ao próprio Filho. Somos aceitos no Amado (Ef 2.6). Fomos vestidos com sua justiça (2 Co 5.21). A palavra “recebe-o” no versículo 17 é receber dentro do círculo familiar. Imagine um escravo entrando dentro do círculo familiar do seu senhor. Imagine um pecador (como nós) entrando na família de Deus!
A seguir veremos os 5 fatos que revelam o valor dessa epístola:
1)   O valor pessoal – Essa epístola nos mostra de forma eloqüente o caráter do apóstolo Paulo. Transbordam dessa pequena carta seu amor, humildade, cortesia, altruísmo e tato.
2)   O seu valor providencial – Aprendemos nessa carta que Deus pode estar presente nas circunstâncias mais adversas (v. 15). Quando as coisas parecem fora de controle e as rédeas saem das nossas mãos, descobrimos que elas continuam sob o controle soberano de Deus. Aquilo que nos parecia perda é ganho. Deus reverte situações humanamente impossíveis. Ele ainda transforma vales em mananciais.
3)   O seu valor prático – Se não há causa perdida para Deus, também, não há vida irrecuperável. Onésimo era um escravo rebelde e fugitivo. Nada havia nele que o pudesse recomendar. No entanto, pela graça de Deus ele foi salvo, transformado e voltou à casa de seu senhor não como um criminoso, mas como um amado irmão em Cristo, membro da família de Deus.
4)   O seu valor social – O cristianismo venceu a escravidão não pela revolução das armas, mas pelo poder do amor. Na época de Paulo a escravidão era uma dolorosa realidade. Os estudiosos dizem que havia aproximadamente 60 milhões de escravos naquela época. Os escravos não tinham direitos legais. Pela mínima ofensa eles podiam ser açoitados, mutilados e até mesmo crucificados. Porém, a conversão a Cristo uniu na mesma família da fé e na mesma igreja senhores e servos. Amo e escravo foram unidos no Espírito Santo e nessa união foram extintas todas as distinções sociais (Gl 3.28).
5)   O seu valor espiritual – A carta de Paulo a Filemon nos apresenta alguns símbolos notáveis da nossa salvação: Onésimo abandonando seu amo. Paulo encontrando-o, intercedendo em seu favor, identificando-se com ele. O seu oferecimento de pagar a dívida e a recepção de Onésimo por Filemon por causa de Paulo; a restauração do escravo solicitada “[...] em nome do amor” (v. 9). Todas essas figuras lançam luz acerca da nossa grande salvação em Cristo.
Quero desafiar o nobre leitor [a] a ler e reler esta preciosa carta de Paulo a Filemon. Uma carta tão pequena, mas de verdades sublimes e eternas para as nossas vidas.
Nele, que nos livrou da escravidão e nos concedeu a verdadeira liberdade,
Bibliografia: Pearlman, Myer. Através da Bíblia livro por livro.
Martin, Ralph P. Colossenses e Filemon: Introd. e Comentário. Ed. Vida Nova
Lopes, Hernandes Dias. Tito e Filemon. Ed. Hagnos

Estudo Textual: Filemom

"Útil a Ti e a Mim"

Por Carl Ballard

Quando Paulo enviou a carta aos Colossenses, ele incluiu esta pequena carta pessoal para Filemom, um membro daquela congregação (veja 1-2,10-12,23; Colossenses 4:7-9,12). Mesmo que ela trate de algo pessoal no caso de Filemom com seu servo Onésimo, esta carta nos demonstra com ter-nura como a conversão a Cristo muda drasti-camente todas as nossas relações nesta vida.

Dou graças por ti (1-7). Diferindo da maioria das suas cartas, Paulo não começa com uma afirmação do seu apostolado. Isto não é necessário, pois ele considera o "amado Filemom" um "colaborador" - isto é, um parceiro que trabalha ao lado dele (1). Assim fala também de Arquipo como "companheiro de lutas" (2) com um papel igualmente importante na luta contra o pecado. Em Cristo, todos são chamados juntos ao trabalho e à luta.

Ao lembrar do amor e da fé de Filemom "para com o Senhor Jesus e todos os santos", Paulo dá sempre graças a Deus e ora para que ele possa continuar mostrando a sua fé e crescendo (4-6). Pois, mesmo na prisão Paulo teve "alegria e conforto" no amor de Filemom, vendo que ele sempre trabalhava para reanimar os santos (7).

Antes te foi inútil; agora é útil (8-20). O apóstolo poderia mandar Filemom receber Onésimo de volta. Em vez disso, ele apela ao amor não-fingido dele (8-9; veja Romanos 12:9-10). Ao pedir e encorajar em vez de mandar, Paulo dá oportunidade para Filemom crescer em fé e em amor pela prática do bem, assim como já havia orado (veja 4-6; Hebreus 5:13-14). Seu apelo se baseia no fato que ele mesmo considera Onésimo como "filho...que gerei entre algemas" (10), "o meu próprio coração" (12). Como Filemom poderia recusar tratar bem um outro irmão tão amado?

Além do mais, o escravo foragido que havia perdido seu valor, com sua conversão a Cristo veio a ser um servo muito valioso tanto de Filemom como de Paulo (11,13-14). Antes Onésimo apenas servia para ajudar nas coisas materiais e passageiras; agora é irmão e servo verdadeiro, pronto para servir também nas coisas espirituais de importância eterna (15-17; veja Marcos 10:42-45; Gálatas 5:13-14).

Para que nada faça com que Filemom recuse aceitar Onésimo de volta, o próprio Paulo oferece pagar por qualquer dano que ele tenha sofrido por causa do escravo (18-19).

Reanima-me o coração (20-25). Por causa do caráter já provado de Filemom, Paulo sabe que ele fará a coisa certa em relação a seu novo irmão. Paulo vê isto como "benefício" a ele mesmo, pois novamente lhe dará motivo de alegria até nas algemas (20-21). E confiante que as orações dos Colossenses irão ajudá-lo a sair logo da prisão, ele pede que lhe arrume uma pousada para que ele possa visitá-los (22).

Ele termina a carta com saudações de outros "cooperadores" no evangelho, e com o desejo que a graça do Senhor seja com eles (23-25). Pois, é pela graça que, ao obedecer ao evangelho, todos os santos se tornam um como servos de Cristo Jesus (veja Gálatas 3:28).

Perguntas para mais estudo:
  • Por que Paulo chamaria alguém de "colaborador" ou "companheiro de lutas"? (1-2) Ele te chamaria assim?
  • O que confortava Paulo na prisão? (7)
  • Quais são as diferenças agora na relação entre Onésimo e Filemom? (8-21)

ESTUDO DA CARTA DE PAULO A FILEMOM

AUTOR 
O autor é sem dúvida o apóstolo Paulo.

Esta é uma carta particular de intercessão escrita por Paulo, estando em Roma, enviada a Filemom na cidade de Colossos.

A CIDADE DE COLOSSOS
Colossos ficava a sudoeste da Frígia, na Ásia Menor, às margens do rio Lico. A cidade foi importante no século V a.C. Depois foi perdendo sua importância diante do crescimento de Laodicéia, a 18 km, e Hierápolis (Cl.4.13). O livro de Apocalipse confirma que Laodicéia era uma cidade rica (Ap.3.18).

A cidade de Colossos foi destruída no século 12 d.C. Escavações arqueológicas realizadas em 1835 descobriram um teatro e um cemitério da cidade. Colossos perdeu sua importância devido à mudança no sistema de estradas. Isso passou a beneficiar Laodicéia.

DATA E OCASIÃO
A carta foi escrita enquanto Paulo estava na prisão em Roma (60 d.C.) e foi provavelmente enviada a Filemom juntamente com a carta aos Colossenses. Enviou a carta pelas mesmas pessoas que levaram a carta para a igreja de Colossos, Onésimo e Tíquico.

QUEM ERAM FILEMOM E ONÉSIMO
Filemom, um cristão rico da cidade de Colossos, convertido por Paulo (v 19), em cuja casa se reunia a igreja, que se tornou colaborador e amigo do apóstolo (v. 1, 17, 20,22). Segundo parece um de seus escravos, Onésimo, tinha furtado dele alguma coisa (v. 18) e depois fugido, o que devia ser castigado com a pena de morte segundo a lei romana em vigor na época. Não sabemos como Onésimo ficou conhecendo Paulo, mas mediante a pregação deste se tornou cristão (v. 10). Agora regenerado e com o testemunho de Paulo em seu favor estava disposto a voltar para seu dono. Paulo escreve esse apelo para que Onésimo fosse recebido por Filemom como irmão em Cristo (v. 16).

O PROBLEMA DA ESCRAVIDÃO
Essa epístola trata do problema da escravidão, Paulo não exige sua abolição, mas mostra que ela nunca poderá ser fruto do cristianismo. A bela carta do apóstolo já idoso, servo de Deus em cadeias pela defesa do evangelho, prefigura o dia em que os laços do amor de Cristo romperiam os grilhões da escravidão.

Onésimo era apenas um dos muitos escravos pertencentes a poucos senhores. No ano 300 a.C., 21 mil cidadãos de Atenas possuíam 400 mil escravos. A situação não era muito diferente no Império Romano, quando essa carta foi escrita. Os senhores romanos possuíam de 10 a 200 escravos e, às vezes mais de mil, que não tinham direito sequer à vida, já que seus senhores tinham direito de matá-los.

TEMA
Reconciliação. Paulo escreve essa carta provavelmente durante sua primeira prisão em Roma (At 28. 16-31). Ele intercede junto a Filemom em favor de Onésimo, um escravo fugitivo que Paulo havia conhecido em Roma, que respondeu as Boas Novas convertendo-se a fé cristã (v. 10). Agora Onésimo é melhor que um escravo, é um irmão em Cristo (v. 16), pelo qual Paulo pediu para que Filemom não o castigasse, mas o perdoasse. Assim como Paulo intercede por um escravo, Cristo intercede por nós, que fomos escravos do pecado. Da mesma forma que Onésimo foi reconciliado com Filemom, nós somos reconciliados com Deus através de Cristo.

A atitude de Paulo para com Onésimo exemplifica a obra de Deus a favor do pecador. Paulo não subestima a culpa, mas intercede pelo culpado com base no seu próprio mérito aos olhos de Filemom, seu amigo. Mais que isso, ele assume pessoalmente a responsabilidade pela dívida de Onésimo, “lança tudo em minha conta” (v.18). Cristo assumiu para ele a nossa dívida para com Deus, levando nossa culpa no seu corpo e pregando no madeiro.

Para conseguir que Filemom voluntariamente aceitasse Onésimo, Paulo escreve com muita diplomacia e num clima descontraído, o que consegue por meio de um jogo de palavras. O apelo (v. 4-21) é organizado segundo o modo preceituado pelos antigos mestres gregos e romanos:

1-    Gerar empatia (v. 4-10);
2-    Persuadir a mente (v. 11-19);
3-    Estabelecer uma íntima comunhão (v. 10);
4-    O próprio apelo não é declarado senão perto do fim, para surtir o efeito da persuasão (v. 17).

ESBOÇO
I. Saudação 1-3

II. Ação de graças em relação a Filemom 4-7
Louvor pessoal 4
Características dignas de louvor 5-7

III. Petição de Paulo por Onésimo 8-21
Um pedido de aceitação 8-16
Um garantia de reembolso 17.19
Uma confiança na obediência 20-21

IV. Preocupações pessoais 22-25
Esperança de libertação 22
Saudações 23-24
Bênção 25


J. DIAS

FONTES:
Bíblia de Estudo de Genebra – Editora Cultura Cristã.
Bíblia de Estudos NVI – Editora Vida.
Bíblia Thompson – Editora Vida.
Estudo Panorâmico da Bíblia – Editora Vida.
Dicionário Bíblico – Editora Didática Paulista.
Pequena Enciclopédia Bíblica – Orlando Boyer – CPAD.
Módulo de Teologia FTB – Editora Betesda.
Módulo de Teologia do ICQ – Editora Quadrangular.


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Deus exige de nós o melhor

"Se não puderes ser pinheiro no alto da colina
Sê no vale algo pequeno – mas sê. 
Sê melhor coisa pequena na margem do regato.
Sê um arbusto, se não puderes ser árvore.
Se não puderes ser estrada, sê um atalho;
Se não puderes ser sol, sê uma estrela;
Pelo tamanho não te salvas nem te perdes
Sê o melhor do que queres que tu sejas

(Douglas Malock)

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

GILMAR MENDES, EXCLUSIVO: Petrolão revela que corrupção é um método. E mais: Estão querendo usar o Supremo como “laranja” de um projeto político

Gilmar Mendes nos estúdios da Jovem Pan: Supremo não pode ser laranja de projeto político
Gilmar Mendes nos estúdios da Jovem Pan: Supremo não pode ser laranja de projeto político
Por Reinaldo Azevedo
Gilmar Mendes, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e, atualmente, membro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), concedeu nesta quinta uma entrevista ao programa “Os Pingos nos Is”, que ancoro na rádio Jovem Pan AM e FM — todos os dias, entre 18h e 19h. De passagem por São Paulo, o ministro compareceu aos estúdios da emissora e conversou comigo e com os meus parceiros de “Pingos”: Mona Dorf e Patrick Santos.  Mendes falou sobre o petrolão, a reforma política, a proibição da doação de empresas a campanhas eleitorais e os critérios para a composição do Supremo, entre outros temas. Para o ministro, o petrolão não representa apenas um ponto fora de uma curva. Ao contrário: segundo ele, o maior escândalo de corrupção de que se tem notícia é um método. Mendes vai além e diz que há gente tentando usar o Supremo como “laranja” de um projeto político.
Vamos ver. Há algum tempo, o ministro ironizou: “Comparado ao petrolão, o mensalão poderia ser julgado por um tribunal de pequenas causas”. O que isso significa? Ele mesmo explica: “Eu disse essa frase num contexto muito especial. Todos nós falávamos que eram R$ 170 milhões o dinheiro movimentado naquele escândalo. Agora, nós estamos a ver um mero gerente da Petrobras a devolver algo em torno de R$ 250 milhões. E já se fala em devolução de R$ 600 milhões só no âmbito da delação premiada”.
Seria isso uma exceção, algo ocorrido só na Petrobras? Ele responde: “Estamos a ver algo extremamente grave. É o aparelhamento do estado, que decorre da mistura entre o público e o privado, entre o partido e o estado”. Tudo para financiar legendas?  “Não — diz o ministro. Nós vimos que isso [os desvios] não se destina apenas à vida partidária. Há uma patrimonialização dessa apropriação. Isso parece ser do partido, do sistema. Há uma normalização do mal e a adoção da corrupção como método de ação.”
E a proibição da doação de empresas privadas a campanhas? Segundo Mendes, trata-se de uma “tentativa de manobrar o Supremo para fazer a reforma eleitoral imaginada por um partido”. Sim, ele se refere ao PT, defensor da tese. O ministro diz o óbvio: a eventual proibição seria “um estímulo ao caixa dois”. E ele pergunta: como se pode definir a forma de financiamento se ainda não se sabe nem qual será o sistema adotado para a eleição do Parlamento — se voto distrital, distrital misto ou o proporcional, como hoje.  E é peremptório: “Estão usando o Supremo para outra finalidade; querem que ele seja ‘laranja’ de um golpe político”.
Mas, afinal, o petrolão não evidencia que a roubalheira nasce das doações de empresas? Vamos ver o que pensa o ministro: “Estamos vendo que a corrupção não existe porque existe a doação privada. Esse caso da Petrobras, além de provar que há corrupção sistêmica, evidencia que o desvio não existe apenas para verter dinheiro para os partidos. Isso não passa de um argumento-álibi”.
Imprensa livreA equipe de “Os Pingos nos Is” indagou se existe mesmo o risco de bolivarianização dos tribunais no Brasil, atrelando-os ao Poder Executivo. Mendes deixa claro que, se a ameaça não é iminente, a possibilidade, no entanto, sempre existe, uma vez que há forças que padecem, digamos, de “tentações hegemonistas” — essa expressão é minha, não dele. E qual é o remédio?
A vigilância! Feita por quem? Por indivíduos livres, como sempre, e, ele deixa claro!, por uma imprensa que não tenha nenhum outro compromisso que não seja a informação. Para o ministro, a melhor garantia que tem o país de contar com um Poder Judiciário independente é a plena liberdade de imprensa.
É uma sorte o país contar com um ministro como Gilmar Mendes na corte constitucional. Perguntamos a ele se vislumbra alguma dificuldade a partir de julho de 2016, quando será o único ministro não nomeado por Lula ou Dilma. Ele se disse tranquilo e afirmou que confia na institucionalização de procedimentos na escolha dos futuros nomes. Mas reiterou: o maior aliado de um Judiciário independente é uma imprensa igualmente independente.
Para ouvir a íntegra da entrevista, clique aqui.

domingo, 14 de dezembro de 2014

FRASE DO DIA


Já teve presidente que falava que a Petrobras era uma caixa preta, que ninguém sabia o que acontecia lá dentro. No nosso governo ela é uma caixa branca, e transparente. Nem tão assim, mas é transparente. A gente sabe o que acontece lá dentro. E a gente decide muitas das coisas que ela vai fazer.
LULA, ENTRE O PRIMEIRO E O SEGUNDO TURNO DA ELEIÇÃO DE DILMA PARA PRESIDENTE EM 2010

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Dilma ainda não se deu conta da gravidade da ação contra a Petrobras nos EUA e manda seu ministro da Justiça conceder entrevistas patéticas

Por Reinaldo Azevedo

A presidente Dilma Rousseff, tudo indica, não está se dando conta de que, como diria o poeta, o dano pode ser maior do que o perigo. Está começando a sapatear à beira do abismo. Nesta terça, o procurador-geral da República prometeu agir com dureza contra os desmandos na Petrobras e cobrou a substituição de toda a diretoria. Estava num seminário, a que comparecera também José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, que assegurou que nada há contra a atual direção da empresa.
A presidente achou sua defesa tímida e o fez, pateticamente, convocar uma entrevista coletiva para reiterar que Graça Foster e equipe gozam da sua confiança. É evidente que isso não é tarefa para o titular da Justiça — afinal, existem, para tanto, um ministro das Minas e Energia e um chefe da Casa Civil. Ao mandar Cardozo pagar o mico, Dilma queria emprestar certa gravidade, digamos, “judicial” à prova de confiança. Há o risco de ninguém ter explicado a ela que ministro da Justiça não é… Poder Judiciário. Adiante!
O processo movido nos EUA por investidores que detêm ações da Petrobras tem potencial para levar a empresa à lona — a uma lona pior do que aquela em que está hoje. E notem: qualquer um que tenha os papéis, negociados entre 10 de maio de 2010 a 21 de novembro deste ano pode se juntar aos reclamantes até o dia 6 de fevereiro do ano que vem.
Sim, os fundos de pensão brasileiros que compraram papéis da Petrobras — Petros, Previ e Funcef — podem aderir. O governo fará de tudo para impedi-lo, mas eles têm autonomia para fazê-lo. É possível que eles tomem a decisão política de não agir contra a Petrobras. Mas aí as respectivas direções terão de prestar contar a seus sócios. E se os demais forem bem-sucedidos?
Dois escritórios movem as ações: o americano Wolf Popper, com sede em Nova York, e o brasileiro Almeida Law Advogados. Em entrevista a Geraldo Samor, da VEJA.com, o advogado André Almeida faz uma conta simples e, ao mesmo tempo, aterradora para a estatal brasileira. O valor de mercado da Petrobras caiu R$ 104 bilhões no período compreendido pela ação. Admitindo-se que 30% do capital da Petrobras esteja na forma de ADRs (as ações), o prejuízo a ser ressarcido poderia chegar a R$ 31 bilhões. Ocorre que, nos EUA, isso não é tudo: também há uma multa pelos chamados “danos punitivos”.
Sim, investimento em ações comporta riscos. A questão é o que fazer quando os exemplos de má governança se tornam tão escandalosamente evidentes e quando fica claro que uma quadrilha operava dentro da empresa. Faltaram advertências? Ao contrário. Não nos esqueçamos. Em 2009, foi instalada uma CPI para apurar lambanças na estatal. Entre os fatos apontados no requerimento, podia-se ler:
“a) indícios de fraudes nas licitações para reforma de plataformas de exploração de petróleo, apontadas pela operação ‘Águas Profundas’ da Polícia Federal; b) graves irregularidades nos contratos de construção de plataformas, apontadas pelo Tribunal de Contas da União; c) indícios de superfaturamento na construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, apontados por relatório do Tribunal de Contas da União”
O governo e o comando da empresa, presidida, então, pelo petista José Sérgio Gabrielli, fizeram questão de enterrar a investigação, afirmando que se tratava apenas de “guerra política”. Foi também em 2009 que o TCU recomendou a suspensão de repasses para obras da Petrobras, medida aprovada pelo Congresso. Mas Lula vetou e mandou soltar a dinheirama. Antes ainda, em 2007, o então advogado da estatal junto ao tribunal, Claudismar Zupiroli, enviou um e-mail à então secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, advertindo para o fato de que a empresa abusava do expediente de dispensar a Lei de Licitações.
Vale dizer: advertências e razões para investigar não faltaram. Com alguma competência e bom propósito, a roubalheira teria sido estancada. A chance de a Petrobras se meter numa encalacrada bilionária é gigantesca.
Mas Dilma prefere fazer de conta que nada está acontecendo e manda seu ministro da Justiça conceder entrevistas patéticas. “Ah, mas a atual diretoria da Petrobras não tem nada com isso!” Não importa! Ninguém está pedindo que seus integrantes sejam presos. Apenas se cobra que o comando da empresa seja entregue a técnicos, sem quaisquer vinculações políticas. Ou a sangria vai continuar.
Como se tem lembrado com propriedade, a Enron e a WordCom quebraram justamente na esteira de uma ação dessa natureza. Cuidado, Dilma!

Relatório da Comissão Nacional da Verdade resolveu esconder 121 cadáveres; trata-se de mistificação, revanchismo e farsa

Por Reinaldo Azevedo

Depois de dois anos e meio de trabalho, a Comissão Nacional da Verdade encerra o seu trabalho — ou o que pretende seja a primeira fase, já que propõe a criação de uma comissão permanente. Concluiu que foram 434 os mortos e desaparecidos entre 1964 e aponta 377 pessoas que como responsáveis pelos crimes cometidos, incluindo os cinco presidentes do regime militar.
O texto, de 1.400 páginas, propõe a revisão da Lei da Anistia, omite os crimes das esquerdas e comete o desatino de não incluir entre os mortos as 121 pessoas assassinadas pelos terroristas de esquerda. O documento foi entregue a Dilma, que reconheceu, emocionada, a importância do trabalho. Não obstante, a presidente fez a defesa da Lei da Anistia.
Não existem comissões oficiais da verdade. Uma comissão oficial da verdade é, acima de tudo, uma comissão da mentira oficial. E esta conclui o seu trabalho desrespeitando de maneira contumaz a própria lei que a criou. Como pode um ente não seguir o próprio estatuto que lhe dá legalidade e legitimidade? Por que digo isso? Vamos ver:
Diz o Artigo 1º da Lei que criou a comissão que ela deve investigar os crimes ocorridos no país entre 18 de setembro de 1946 e a data da promulgação da Constituição. Isso foi feito? Não! Só se apuraram os crimes cometidos a partir de 1964.
O parágrafo 1º do Artigo 2º da lei que criou a comissão define:
“§ 1º Não poderão participar da Comissão Nacional da Verdade aqueles que:
II – não tenham condições de atuar com imparcialidade no exercício das competências da Comissão;”
A comissão era composta apenas por esquerdistas, alguns deles notórios defensores do revanchismo. Vamos seguir.
O Artigo 3º diz que são objetivos da comissão:
“III – identificar e tornar públicos as estruturas, os locais, as instituições e as circunstâncias relacionados à prática de violações de direitos humanos mencionadas no caput do art. 1o e suas eventuais ramificações nos diversos aparelhos estatais e na sociedade”.
Quando se fala em crimes cometidos na “sociedade”, isso inclui também aqueles praticados por terroristas. A comissão os ignorou. Insisto: as pessoas assassinadas pelas esquerdas desapareceram do relatório final, o que é uma indignidade.
Falemos um pouco a Lei da Anistia.
A Lei da Anistia, a 6.683, que pacificou o país, conforme reconhece a própria presidente, é clara:
“Art. 1º É concedida anistia a todos quantos, no período compreendido entre 02 de setembro de 1961 e 15 de agosto de 1979, cometeram crimes políticos ou conexo com estes (…)”.
O § 1º define os crimes conexos: “Consideram-se conexos, para efeito deste artigo, os crimes de qualquer natureza relacionados com crimes políticos ou praticados por motivação política”.
A própria Emenda Constitucional nº 26, de 1985, QUE É NADA MENOS DO QUE AQUELA QUE CONVOCA A ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE, incorporou, de fato, a anistia. Está no artigo 4º:
“Art. 4º É concedida anistia a todos os servidores públicos civis da Administração direta e indireta e militares, punidos por atos de exceção, institucionais ou complementares.
§ 1º É concedida, igualmente, anistia aos autores de crimes políticos ou conexos, e aos dirigentes e representantes de organizações sindicais e estudantis, bem como aos servidores civis ou empregados que hajam sido demitidos (…)”.
Não fosse isso, o Supremo Tribunal Federal já declarou a validade da Lei da Anistia. O trabalho da Comissão Nacional da Verdade, entregue hoje à presidente, é uma farsa. Se não é uma farsa por aquilo que revela — vamos ver —, é uma farsa por aquilo que esconde.
De resto, ignora a própria lei que a criou, ignora a Lei da Anistia, ignora a lei que aprovou a Constituinte, ignora a decisão do Supremo, ignora os fatos e ignora o senso comezinho de decência ao excluir da lista final de mortos 121 pessoas. Pergunta-se: não eram pessoas humanas? Ou os que são assassinados por terrorista de esquerda perdem o direito até a uma sepultura?
Trata-se de uma farsa.


quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

URGENTE: o Brasil precisa de ampla reforma moral

*Luiz Carlos Borges da Silveira

 

Todas as reformas políticas até agora propostas e discutidas no país são importantes, todavia penso que a mais urgente de todas está passando despercebida: trata-se da reforma moral. É o que tristemente se deduz de recente, séria e bem fundamentada pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas que revela alguns dados realmente estarrecedores e preocupantes.

O levantamento realizado em oito Estados de diferentes níveis socioeconômicos deixa bem claro que a grande maioria dos brasileiros entende que a lei pode ser facilmente ignorada e que esse comportamento é generalizado. Um quadro desanimador do trabalho revela que 81% dos brasileiros têm certeza de que é fácil transgredir as leis e levar vantagem sempre que desejar. Apenas 32% dos cidadãos confiam no Poder Judiciário, e 33% na polícia. Os entrevistados disseram aos pesquisadores da FGV haver poucos motivos para seguir as leis no Brasil.

A análise do resultado da pesquisa leva à clara compreensão do sentimento dos cidadãos para fatores conhecidos e não combatidos. Em primeiro lugar está a certeza da impunidade, depois a desregrada e institucionalizada corrupção que começa nos altos escalões oficiais e desce a todos os patamares deixando as pessoas descrentes. A partir daí, ainda que intuitivamente, cada vez mais brasileiros se sentem tentados ou mesmo cometem delitos com a intenção de auferir pequenas vantagens em relação à grande corrupção que vê estampada diariamente nos noticiários.

Isto somente ocorre porque há quem os corrompa, evidentemente. A sedução é, muitas vezes, irresistível também pelas circunstâncias. Quando a oferta de propina em valor real vai muito além dos vencimentos de um funcionário, talvez em dificuldade econômica, fica difícil recusar, sobretudo quando sabe que se não aceitar outro aceitará. Acrescente-se a ainda o mau exemplo em toda a cadeia hierárquica com o agravante de que a impunidade é quase uma regra, tornando-se forte incentivo.

Sem corruptor não há corrupto

Chegamos ao fundo do poço em termos de corrupção, porém existe esperança de subir à superfície e sair dessa situação. O alento vem da recente prisão (ainda que temporária) de diretores e executivos de grandes empresas, o que não deixa de ser um fato histórico e até sugere um pacto capaz de extirpar esta mancha: um pacto contra a propina. É sabido que se existem corruptos é porque existem corruptores, estancando este lado o efeito nefasto tende a diminuir e até desaparecer.

Por tanto, é essencial que se denuncie e se puna, também, o corruptor e não apenas o corrupto. No momento em que não houver corrompedores não haverá, por lógica consequência, corrompidos.

*Luiz Carlos Borges da Silveira é empresário, médico e professor. Foi Ministro da Saúde e Deputado Federal. 

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

A CRUELDADE HUMANA QUE SE ALASTRA IMPIEDOSAMENTE POR TODA PARTE

                    Tivemos recentemente um período eleitoral eivado de ofensas. Era na mídia, nos comícios e em propagandas pelos logradouros públicos. Ninguém pensava em seu telhado de vidro e sacudia pedregulhos de infâmias no telhado dos outros. Uma verdadeira negação da decência que se via e ouvia por toda parte, tudo em nome do progresso e de promessas ludibriadoras contra a nossa gente. Quanto descalabro e quanta insensatez! O povo não sabe mais em quem acreditar. As decepções são amargas e sofridas e fica a comunidade padecendo de um martírio que parece não chegar ao fim. A situação é caótica aos olhos de todos. Não se tem segurança pública em lugar nenhum. A mídia mostra com freqüência chacinas de famílias humildes, que são exterminadas por bandidos sem compromisso com a vida, que, covardemente matam e ficam acobertadas na impunidade sorrindo dos atos nefandos praticados. O Estado perdeu o controle da marginalidade. Quantas famílias chorando a perda dos entes queridos que se foram.  O ser humano vive desesperado enfrentando obstáculos de toda natureza. Um trânsito maluco cruel solapando vidas de seres inocentes, com veículos dirigidos por drogados, embriagados e por idiotas apressadinhos em alta velocidade. São muitos fatores responsáveis por essas ignorâncias todas. Viver nas grandes cidades é enfrentar desafios de toda natureza. A saúde pública caótica. Os hospitais abarrotados de gente morrendo a míngua carecendo de alguém para acudir.  Uns deitados no piso do prédio do hospital, outros em maca gemendo a mercê da própria sorte. Nas estradas o dilema é o mesmo com situações vexatórias de toda natureza. Nenhum alívio que possa sopitar no coração desse povo martirizado.
                   O transporte público é outro pesadelo crucial para a nossa gente. Ônibus abarrotados de indivíduos pendurados como podem. E como se não bastasse, vem a ação dos vândalos incendiando os ônibus e saqueando o comércio numa ação ardilosa a toda prova. Viver na cidade grande é uma maratona cruel. Enfrenta-se o conglomerado de gente louca, a violência dos marginais e do trânsito. A precariedade da segurança e da saúde pública. E como se não bastasse, uma inflação devoradora corroendo as economias, que já são minguadas de nossa gente. E falta tudo a um só tempo. Até a água preciosa nas torneiras para as necessidades básicas já não se faz presente. É uma situação crítica e deplorável. As escolas estão se desmoronando. Ensino precário com professores ganhando um salário de fome e agredidos por alunos sobre o efeito de entorpecentes, que desmoralizam o mestre e tiram a vida daqueles que se insurge contra a baderna. A seca castigando várias regiões do País e suas conseqüências são danosas por onde passa.  O ser humano parece andar de olhos vendados e não acorda do pesadelo letárgico das coisas ruins que está acontecendo em sua volta, porque anda em desobediência às Leis Divinas. Está voltado tão somente para as vaidades do mundo; dos prazeres da carne e esquece-se do sofrimento que poderá fazer padecer eternamente. Como castigo de Deus, surgiu o HIV, que vem dizimando vidas pelo mundo afora e outras doenças perniciosas que surgem aos olhos de todos. Ultimamente apareceu o vírus ebola exterminando vidas humanas por onde vai passando e sua ação deletéria na África tem sido sofrida demais e, agora, ameaçando estender seus tentáculos perniciosos para outras regiões do mundo, causando uma inquietação geral na humanidade.
Todavia, o pior de todos os microrganismos existentes na humanidade, é o vírus truculento da corrupção, que tem uma ação devastadora sem igual. É de uma pandemia  voraz, cuja virulência é destruidora por onde passa e vem exterminando estruturas, raças, órgãos públicos, atingindo sem compaixão todas as camadas sociais, das mais humildes às mais célebres no contexto nacional e mundial. O vírus truculento da corrupção é de uma sagacidade sem limite e vem atravessando séculos da humanidade, sem a descoberta de nenhuma antitoxina capaz de neutralizar a sua nociva virulência. E assim caminha a humanidade tão exposta à ação de um vírus fatal, que deixa o erário cada vez mais pobre e, como decorrência, muitas riquezas espúrias que vão surgindo, de indivíduos inescrupulosos pelo Brasil e pelo mundo afora, e a nossa gente humilde fica cada vez mais pobre e desguarnecida de tudo. A maioria, vítima fatal pela debilidade que ostenta. É um sofrimento que parece não ter fim. As mazelas que ocorrem são práticas da infâmia, da desídia e da maldade de uma gente escroque, inescrupulosa e desumana. As conseqüências desastrosas recaem nas pessoas indefesas, fracas e desprotegidas. A vida dos brasileiros está sofrida demais pelas razões explicitadas. O filósofo grego procurava pelas ruas de Atenas em plena luz do dia e com uma lâmpada acesa, um homem de bem, honesto e virtuoso e lamentava que sua procura fosse frustrante e desanimadora.
 Na Rede social, Alexandre Garcia, da Rede Globo de Televisão, em seu bate e rebate comenta sobre a pior situação financeira pela qual atravessa o Brasil na conjuntura atual, a mais crítica já existente em todas as épocas, com uma dívida das contas públicas no valor de três trilhões, cento e trinta e dois bilhões de reais, e afiança que essa montanha de dinheiro terá de ser paga por todos nós brasileiros, indistintamente. E já tivemos aumento da energia elétrica. Dos combustíveis e de outros que indubitavelmente virão. É uma situação danosa, caótica, amarga de tirar o sono e o fôlego de qualquer vivente, pelo resgate de uma dívida que não foi contraída pela nossa comunidade. Pobre de nós seres humanos dotados de boa fé, que acreditamos excessivamente em todas as promessas, até mesmo nas que são ardilosamente prometidas, numa prova cabal da esperança que se desmorona sutilmente uma atrás da outra. Que pena!
                Sou brasileiro e com muito orgulho nordestino Piauiense de Alto Longá. Amo minha Pátria de todo coração e desejo vê-la sempre mais pujante, forte e altaneira, representada pelo Pendão que ostenta as cores vibrantes do verde, amarelo azul e branco, que traduzem o amor varonil cultivado pelos meus predecessores, aqueles que me ensinaram a amá-la e defendê-la com o sacrifício da própria vida se necessário for. E faço com orgulho a citação do grande poeta brasileiro nordestino da Bahia Castro Alves: “Auriverde pendão da minha terra. Que a brisa do Brasil beija e balança. Estandarte que a luz do sol encerra. E as promessas divinas da esperança.” É uma linda evocação de amor a nossa Pátria formosa, gigante e bela, orgulho de todos nós que a amamos vibrantemente no âmago de nossos corações. “Lembra-te, Senhor, das tuas misericórdias e das tuas bondades, que são desde a eternidade.” (Salmos 25.6).

Boa Vista – Roraima, 15 de Novembro de 2014
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Francisco de Assis Campos Saraiva
Um cidadão do bem Nordestino, Piauiense,

Que ama sua Pátria com a força genuína de seu coração

sábado, 8 de novembro de 2014

Niver em alto estilo

O Rafael completa 4 anos nesta segunda-feira (10). Recebeu de presente da mãe, Karen Cristina, uma festinha na escola, o Colégio Objetivo. Nas fotos, com o vovô. Taí:


domingo, 19 de outubro de 2014

Eliana e Geisa


Para a posteridade

A jornalista e sargento do Corpo de Bombeiros; foto do dia da formatura em Comunicação Social, no Palácio da Cultura, em Boa Vista, com o menino Francisco Neto no colo, Pessoas queridíssimas do blogueiro.  

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Mais amor, por favor!

Por Francisco Espiridião

A frase que dá título a esta crônica está cravada há mais de um ano no paredão do viaduto. Não há como sair da Feira do Produtor pela avenida Venezuela sem dar de cara com ela. Foi escrita por um poeta anônimo – o autor não requereu o crédito de sua obra como fazem os grandes artistas. Muito menos deu dicas de quem ele é para que os louros lhe recaiam sobre o ego. Simplesmente afixou naquele frio concreto armado um chamamento capaz de mudar o mundo.

Apesar de tão importante para a humanidade, amor, infelizmente, é artigo em extinção no mercado da vida. As Escrituras Sagradas destacam que ele cobre uma multidão de pecados. O apóstolo Pedro descreve no capítulo 4, versículo 8 de sua primeira carta: “Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros; porque o amor cobrirá a multidão de pecados.” Sem amor, portanto, impera a desconstrução.

A reta final deste momento de eleição é próprio para uma profunda reflexão da parte dos eleitos e, por que não, de nós que os colocamos nos pedestais do poder. O jogo ainda não terminou. Falta ainda o segundo tempo de votação que vai definir quem serão os inquilinos, nos próximos quatro anos, do Palácio Senador Hélio Campos e do Palácio da Alvorada.

Este, sem dúvida, é um momento em que cada eleito, assim como os que se elegerão ainda, terá de decidir se vai trilhar o caminho da virtude, da responsabilidade, da decência, enfim, enveredar-se pela via estreitíssima que leva ao bem comum, ao amor ao próximo.

Ou, parafraseando a candidata derrotada Marina Silva, se pretendem continuar dando vazão à “velha política”, onde os eleitos disfarçam muito bem o lobo devorador que mantêm camuflados sob a capa de bom moço.

Ou seja, se ainda vale a pena continuar se preocupando única e exclusivamente com o próprio umbigo, com a própria conta bancária etc. etc. Agindo assim estarão dizendo que o resto, o povão... bem, o resto que continue feito pipoca em panela tampada em fogo altíssimo.

As Escrituras Sagradas dão um retrato fiel desse ‘status quo’: “Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis. Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem amor pela família, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem, traidores, precipitados, soberbos, mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando o seu poder. Afaste-se também destes.” (2 Timóteo 3.1-5).

Este é o momento em que cada eleito deve refletir sobre sua importância que lhe resta nesse grande latifúndio chamado Poder. Momento para entender que as famílias que sobrevivem de salário mínimo – ou em seu entorno, e são muitas – precisam tanto quanto eles – eleitos – de uma saúde que lhes garanta o bem-estar físico; de uma educação que não os mantenham à margem da sociedade; de segurança que lhes permita o ir e vir sem percalços nem assombros outros.

Enfim, este é o momento mais que apropriado para o exercício da prática sugerida pelo grafiteiro do viaduto: “Mais amor, por favor!”

sábado, 4 de outubro de 2014

De arte e traição

Por Francisco Espiridião 

“Que tempo mais vagabundo este agora, que escolheram pra gente viver”, já dizia Cazuza na década de 80 do século passado. Nunca na história deste Estado se viu tanta leniência com a malfeitoria. Tanta aquiescência com a traição desenfreada entre companheiros de partidos políticos. E fora deles.

Costumo dizer que sou roraimense. Não essa história de coração, por adoção ou outras balelas. Mas roraimense de verdade. De boa cepa, mesmo. Para confirmar essa afirmativa e para o deleite do meu massageado ego, no início do ano passado fui condecorado com o título de cidadão boa-vistense.

Título, aliás, concedido bondosamente pelos colegas jornalistas da Câmara de Vereadores, Francisco Paes e Eudiene Martins, que indicaram o meu nome ao vereador Manoel Neves, que topou a parada e conseguiu aprová-lo no chamado “parlamento mirim”. 

Às vezes, no entanto, sou traído pela memória quando me pego dizendo: “Ah, lá na minha terra...” Ocorre que quando isso vem à tona, é mais força de expressão que mesmo uma referência a determinado lugar. É mais um devaneio, do tipo retroagir no tempo. “Lá atrás...”. 

Uma dessas recaídas tem me ocorrido agora, nesse período pré-eleitoral. É impressionante o número de acordos quebrados, ditos por não ditos... É assim, “pero no mucho”... Coisa de deixar o estômago embrulhado. “Lá na minha terra”, ou seja, em tempos de outrora, não era assim.

Utopia? Até pode ser. Mas houve um tempo em que homens e mulheres honravam a palavra empenhada. Aliás, foi lá atrás, quando, ainda menino, que aprendi que se o homem não pode honrar a palavra empenhada muda de lado.  

Mas hoje os tempos são outros. Há uma corrente formada por libertários que odeiam a calça comprida e decidiram sair de saia pelas ruas. Em São Paulo. Nem por isso são considerados traidores. 

Em outros tempos, e não faz muito assim, aqui mesmo, às margens deste rio chamado Branco, costumava-se pagar o procedimento claudicante com preço de sangue. Hoje, não. Plagiando o Flávio Mendes, “É tudo uma maravilha!” Vivemos um mundo do vale tudo. Traições, mentiras, desamor, etc., etc. Tudo café pequeno, ninguém reclama de nada e toca a vida em frente.

A indústria da boataria jamais esteve tão ativa como nesta semana que antecede o pleito. Só na segunda-feira mataram o governador e candidato à reeleição, prenderam um candidato ao Senado, enquanto outro decidiu correr com a sela.

Matérias veiculadas nas redes sociais, “bombando”, como diz a rapaziada entrosada, no tal do WhatsApp. Até eu já entrei nessa “wave”. Tudo tão verdadeiro como uma nota de 3 reais. Cenas dignas de romancistas de quinta categoria.


Mas, voltando ao que interessa, depois de amanhã será o dia e a hora de a onça beber água. Domingo, dia maior do Estado, vamos todos, irmanados, com as colinhas na manga, apertar o dedão e decidir o que queremos para os próximos quatro anos. Afinal, a fome está em toda parte, mas a gente come, levando a vida na arte, já dizia Cazuza.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Quem sabe faz a hora


Por Francisco Espiridião

No dia 20 de agosto passado, o jornal Correio Braziliense dedicou integralmente o seu caderno de turismo para mostrar as belezas exuberantes do Estado de Roraima. Jogando seus holofotes sobre a gastronomia local, o periódico da capital federal trouxe a lume comidas e bebidas exóticas, como o peixe e pimenta, que fundidos passam a se chamar damurida, e o álcool extraído da macaxeira, que vira o caxiri.

A publicação do Correio trouxe à mente de todos nós, roraimenses, coisas da nossa terra que talvez até já tenhamos esquecido nesses tempos de comunicação globalizada, quando, inevitavelmente, somos levados a voltar nossos olhos única e exclusivamente para a incontida tecnologia dos iphones, ipads, whatsapp etc. etc.

“Eles dançam a parixara e se acalentam à espera da cruviana, o vento frio da madrugada. Alguns preferem a capitiana, quando a rede é melhor que a cama.” Essa partícula do texto do Correio não lembram versos do movimento Roraimeira, de Neuber, Zeca Preto e Eliakin Rufino? Coisas, aliás, que não podem se perder no tempo se queremos ser reconhecidos por uma identidade cultural.

Na reportagem, as riquezas do Estado são ressaltadas de forma gratificante. “Como muitos locais, o interior ainda carece de uma real estrutura de recepção. No entanto, estar com uma alma conhecida e íntima do ambiente faz bela diferença. A expedição por rios, comunidades indígenas, cachoeiras e matas da região ocasiona momentos inusitados, um ou outro carrapato e, muitas vezes, um contato sem precedentes com a natureza.”

A matéria do Correio abre-nos os olhos para coisas e lugares que nos têm passado despercebidos. Nós, roraimenses, perdemos muito por estarmos envolvidos com nossas labutas do dia a dia, a ponto de não nos sobrar tempo para fazermos uma turnê pelo interior, para conhecermos as belezas naturais que Roraima oferece. Dia desses, a Vânia me perguntou se eu já havia percorrido a estrada conhecida como o Arco da Produção. Respondi, meio que encabulado: “Não!”

Já rodei em alguns trechos dessa importante via para o desenvolvimento econômico de Roraima, mas nunca fiz todo o percurso. Como eu, muitos roraimenses ainda não tiveram o prazer de conferir, “in loco”, palmo a palmo, aquela via, que foi totalmente asfaltada nos últimos dois anos, facilitando o escoamento do resultado do suor do rosto de agricultores e pecuaristas da região.

A rodovia Arco da Produção permite que se saia de Boa Vista, rumo à cidade de Alto Alegre, passando por Samaúma e outras localidades, e se chegue à sede do município de Mucajaí. Sempre trafegando sobre o leito negro e deslizante do asfalto sinalizado vertical e horizontalmente. Como diz o Flávio, uma maravilha!

Estamos a exatos 23 dias de uma eleição que poderá mudar o tom da história. Quando estivermos a sós, nós e a urna eletrônica, é recomendável que façamos um exercício de consciência. Que saibamos que nossas atitudes de hoje terão reflexos inapeláveis no amanhã. Que possamos ver não só o agora, mas sim o que queremos para o nosso País, para o nosso Estado, para os nossos filhos no futuro. Quem sabe faz a hora.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Cláusula pétrea

Francisco Espiridião
A minha filha Ethiane, membro da Igreja Assembleia de Deus, aceitou o desafio de prestar apoio religioso aos adolescentes e jovens internos do Centro Sócioeducativo (CSE). A posse ocorreu em um culto muito especial realizado na noite de sábado passado, no auditório daquela casa de acolhimento, no Asa Branca.
Ali eu pude tirar qualquer dúvida que ainda pudesse ter com relação à impropriedade que é a tentativa de diminuição da maioridade penal de 18 para 16 anos de idade. Naquele culto encontrei meninos de 12 a 17, quase 18 anos, aparentemente resignados por estarem naquela situação.
Alguns, por certo, carregam na alma, com certo orgulho, as marcas das atrocidades mil praticadas no furor das baladas, das andanças em bando feito lobos desvairados noite a dentro. São machos! Possuidores de ficha-crime eivada das mais variadas especificidades. Influenciadores plenos.
Contra ponto são os outros. Aqueles que entraram “numa fria” pela influência dos primeiros. Simplesmente se deixaram enredar pelas circunstâncias e, quando viram, não tinham mais como sair. Caíram nas mãos dos “homens” e hoje, depois de fazerem séria reflexão sobre a vida, nutrem o eficaz arrependimento.
Arrependimento estampado no vazio do olhar. Olhar que indica que estão meio que acuados. O "status quo" lhes é adverso. Não precisa ser um exímio observador para entender o pedido de socorro que não ecoa garganta afora, justificando o oxímoro: o grito silencioso.
É nessas circunstâncias que fundamento ainda mais a minha certeza de que não se deve misturar alhos com bugalhos. Saber separar aqueles que trazem no coração a certeza de que tocaram o horror na sociedade, mas que, depois, reconheceram o mau que fizeram. Sabem que precisam pagar pelos desacertos, e que, para isso, podem contar com um Ser Supremo a lhes ajudar. Esse ser se chama Jesus. Ele é a única esperança para o ser humano.
A vida nos ensina que todo atalho é pernicioso. Diminuir a maioridade penal seria optar pelo atalho. Afinal, o que são nossas prisões se não depósitos humanos sem qualquer função reeducativa? São sim, verdadeiras escolas de delinquência, o inferno!
Quem cai dentro de um presídio brasileiro é como se estivesse ultrapassando o portal do inferno descrito por Dante Alighieri: "Abandone toda esperança aquele que por aqui entrar". Jogar meninos de 16, 17 anos dentro de uma Penitenciária Agrícola, que de agrícola só tem o nome, é condená-los ao inferno. Ato cruel.  É tirar-lhes qualquer oportunidade de recuperação.
Acredito mais recomendável ministrar-se a educação religiosa num local com menos apelo delituoso, o caso do CSE, que num presídio institucionalizado aos moldes da cadeia pública ou penitenciária agrícola. O poder do Espírito Santo age tanto aqui fora como dentro de um presídio, mas aqui fora o processo é menos doloroso, creio.
Pense assim: seu filho de 16 anos enveredou pelo caminho tortuoso. Você, nos seus muitos afazeres diários, não teve condição de detectar que algo ia errado com ele. Daí, ele cai na esparrela. É preso. Como você se sentiria sabendo que este seu querido filho terá de enfrentar aqueles pós-graduados no crime que dão as ordens lá dentro? Lá o filho chora e a mãe não escuta.    

Se nada disso for suficiente para convencê-lo da impropriedade da tal diminuição da maioridade penal, então veja-se o artigo 228 da Constituição Federal de 1988: “São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial.” Não parece cláusula pétrea?

Pecado acima e abaixo do Equador

Por Francisco Espiridião 

O apóstolo Paulo, escrevendo o capítulo três de sua segunda carta ao discípulo Timóteo, pastor da cidade de Éfeso, chama a atenção para o status quo preocupante que havia com relação à dinâmica da vida do ser humano sem Deus. Ele se referia ao povo daquela cidade grega do início da era cristã que, em nada, porém, difere do Brasil dos dias atuais.

“Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis. Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem amor pela família, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem, traidores, precipitados, soberbos, mais amantes dos prazeres (do mundo) do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando o seu poder.” (2 Tm 3. 1-5-a)

Há quem diga que a humanidade vive seus últimos dias. Algumas dicas, no entanto, foram dadas, biblicamente, para que o homem não se engane a respeito desse tema. O Senhor Jesus disse que o fim não virá antes de todo ser humano ouvir a Palavra de Deus. “E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo como testemunho a todas as nações, e então virá o fim.” (Mt 24.14).

Falando aos tessalonicenses (outra cidade grega), o apóstolo Paulo deu outra dica importante: “Mas, irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva: porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; pois que, quando disserem: há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão.” (1 Ts. 5.1-4).

Segundo a exortação de Paulo a Timóteo, nos últimos tempos (seria agora?) haverá homens traidores, caluniadores, cruéis, inimigos do bem, mais amantes dos prazeres do mundo que amigos de Deus. Só o que se vê hoje. O hedonismo acima de tudo. A amizade aos prazeres mundanos dá o ritmo da música.

Aliás, falar em música, lembrei-me de uma: “Não existe pecado do lado debaixo do Equador”. Esta frase usada por Chico Buarque em uma de suas canções entoadas por Ney Matogrosso, não é de autoria própria. Ela se encontra escrita em latim, "Ultra aequinoxialen non peccari", no livro Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, pai do festejado Chico.

Se vivessem hoje, os gregos Aristipo de Cirene e Epicuro se sentiriam ruborizados com o que está acontecendo no Brasil. Os dois foram os criadores do hedonismo, uma teoria ou doutrina filosófico-moral que assegura ser o prazer o supremo bem da vida humana. 

Hoje, diante de um clamor pela “felicidade plena”, filhos não respeitam pais, a família passou a ser um bem descartável, ninguém tem mais paciência com nada, ninguém aguenta mais nada de ninguém. Vivemos uma sociedade de irreconciliáveis. A palavra de Deus, como disse uma colega de trabalho, não tem valor algum. O que vale, segundo ela, é ser feliz. “Todas as formas de amor vale a pena.”

Prefiro ficar com a ideia bíblica de que viver vida devassa não leva ninguém à felicidade, muito menos plena. Santo Agostinho de Hipona buscou essa tal felicidade nos mais diversos segmentos, até mesmo nos indizíveis. Ao fim da vida, disse descansar em Jesus.

No livro “Confissões”, o teólogo cristão diz ter chegado à conclusão de que todo homem tem dentro de si um vazio do tamanho de Deus. Só nEle há refúgio e consolo. O resto é o resto.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Após entrevistar Dilma, Bonner volta de ônibus para o Rio

Bonner voltou para o RJ de ônibus

“Preferi evitar um eventual acidente aéreo”, respondeu o apresentador do Jornal Nacional ao ser indagado o motivo pelo qual viajou de ônibus de Brasília para o Rio de Janeiro, após entrevistar a presidente da república, Dilma Rousseff.

O tom do entrevistador desagradou setores progressistas da imprensa e da blogsfera, que chegaram a afirmar que a entrevista foi, de fato, uma agressão (confira: http://www.brasil247.com/pt/247/poder/150522/Agredida-pelo-Jornal-Nacional-Dilma-se-defende.htm)

“É por isso que tem que ser decretado logo o controle social da imprensa! Só assim a mídia será livre para alogiar o governo incondicionalmente”, afirmou o editor do site “Boqueteando o PT”, também conhecido como “247”.

Já Mino Carta, da revista “Carta Capital”, ironizou ao dizer: “Eu quero ver ele ter coragem de viajar de avião agora!”.

A repercussão da entrevista tem suscitado chiliquinhos de pederastas governistas, que estão utilizando o fato para confirmar a teoria segundo a qual a imprensa brasileira quer dar um golpe de Estado.

“Onde já se viu a imprensa querer se contrapor ao governo?”, indagou Paulo Henrique Amorim, olvidando, no entanto, que o tom de Bonner com os demais candidatos até então entrevistados foi bem semelhante ao utilizado na entrevista com a presidente.

Bonner, ao chegar ao Rio de Janeiro, disse que curtiu muito as viagens, com destaque às paradas nos pontos de apoio da Itapemirim, onde, segundo o jornalista, “o rango é bom e tem até chuveiro quente”.

sábado, 9 de agosto de 2014

Já deu, “Seu” Mantega!

Por Francisco Espiridião

Ainda faltam quase dois meses para a chegada ao porto, digo, ao pleito, e o barco está fazendo água. Ameaça afundar, dado o número de furos em seu casco. Anteontem, o ministro da Fazenda acenou para a possibilidade de um novo aumento no preço da gasolina. Ainda neste ano de 2014. É claro que só depois da realização do segundo turno, final de outubro, início de novembro.

Guido Mantega não chegou a ser incisivo sobre a decisão, mas deixou a possibilidade em aberto. “Todos os anos tem correção do preço da gasolina. Uns mais, outros menos. Não teve nenhum ano que não teve aumento da gasolina. Essa é a regra”, disse o ministro, sem, contudo, determinar uma data para assar o peru.

A verdade é que o Plano Real, que tantas alegrias deu ao brasileiro, via estabilidade da moeda, se vê, paulatinamente, enforcado neste ano em que completou 20 janeiros. Desconfio que tenha sido isso pela falta de tato da equipe econômica dirigida por Mantega, um dos ministros mais longevos da história do Brasil moderno. O remanescente do Plano hoje é um espectro daquilo que ele foi há até pouco mais de 12 anos.

E não se há de falar de conjuntura mundial adversa. Todos os emergentes estão crescendo de maneira estratosférica quando comparados ao Brasil. Entre 21 países da América Latina, ocupamos vexatória posição quando o olhar do observador se fixa na performance do Produto Interno Bruto (PIB).

De acordo com projeções feitas pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), o Brasil deverá fechar o ano como o 19º entre os 21 países que formam o bloco. Enquanto o Panamá puxa o pelotão, com expectativa de crescimento de 6,7%, o país descoberto por Cabral - o Pedro Álvares, não o Serginho - deve fechar o ano com nada acima de 1,4% de crescimento.

E essa previsão é ainda muito otimista. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, edição de 4 dias atrás, a previsão dos analistas estrangeiros é melhor do que a caseira. Na pesquisa Focus, do Banco Central, a previsão de crescimento do PIB em 2014 recuou pela décima vez. De 0,90% para 0,86%.

Não é brincadeira, não. De tanto ficar “deitado em berço esplêndido”, o “gigante pela própria natureza” só deve ganhar este ano em crescimento da conturbada Venezuela e da quebradona Argentina de dona Cristina, com 0,5% e 0,2%, respectivamente.

Alguém aí se lembra do Haiti, aquele país da América Central dizimado pelo terremoto de janeiro de 2010? Pois bem. Ele também vai crescer mais que o Brasil este ano. É verdade! A previsão é que feche o período com um crescimento da ordem de 4%.

Não sei não, mas acho que está na hora de mandar o “Seu” Mantega vestir o pijama. Deixar no lugar dele quem entenda do riscado. Chega de tanto ir ao supermercado e ver preços sendo remarcados quase que diariamente. Trazendo à boca aquele ranço amargo de desconfiança. É uma vergonha o fato de, num país em que se plantando tudo dá, precise-se comprar um quilo de tomate por 8 reais. 


Chega! Já deu, “Seu” Mantega.