segunda-feira, 24 de junho de 2013

O PURGATÓRIO BRASILEIRO ESTÁ PRESTES A COMEÇAR*

Este texto foi publicado originalmente como editorial na imprensa canadense, ainda no mês de maio passado. Recebi-o por e-mail, uma cortesia do amigo Bruno Garmatz. Vai como veio.  

O PURGATÓRIO BRASILEIRO ESTÁ PRESTES A COMEÇAR*
 
Ninguém se importa se Dilma Roussef tenha assassinado ou roubado. É apenas o populismo na forma mais cruel. Ela é a senhora Lula. Os pobres se beneficiaram um pouco do fim da inflação e se esqueceram que esta situação foi herdada por Lula. O interessante é que o Partido dos Trabalhadores não é comunista, nem o que auxilia os trabalhadores. IBGE, a principal instituição de estatística no Brasil, acaba de lançar a informação dando conta que o analfabetismo no Brasil aumentou, durante o reinado de Lula. O saneamento básico está no mesmo nível que era no momento da sua coroação.

50 mil brasileiros morrem de mortes violentas, a maioria causadas por armas e drogas contrabandeadas para o país pelos terroristas marxistas das FARC, os aliados de Lula. A próxima Copa do Mundo será no Rio de Janeiro. Em contrapartida, o Banco Federal de Desenvolvimento (BNDES) recebeu este ano 100 US$ bilhões para emprestar às grandes corporações, a fim de "comprar" a sua boa-vontade em relação ao governo durante a campanha eleitoral.

Os capitalistas receberam o dinheiro com juros em torno de 3,5% a 7%, enquanto o governo paga 10% a 12% para os bancos. Banco Itaú teve o maior lucro de um banco nas Américas, incluindo os dos EUA. Outros atos de generosidade do governo incluem a distribuição de licenças de TV e rádio para os capitalistas e os políticos, uma rede de TV para os dirigentes sindicais (que ganham um dia de salário dos trabalhadores e não podem ser fiscalizadas) e a definição dos objetivos de investimento dos fundos de pensão de empresas estatais, na ordem de centenas de bilhões de dólares. Eles podem fazê-lo ou quebrá-lo.

FASCISMO: Esta é uma economia fascista, na sua mais pura definição. Mussolini estaria orgulhoso. É difícil para o povo a entender como o comunismo mudou a partir de uma utopia social para este fascismo na forma mais primata. O motivo é que eles mantêm a aparência sob o velho charme por causas culturais, como o aborto livre, o casamento gay, a globalização, o radicalismo ecológico etc. Assim como na China, dizem-lhe como viver sua vida particular.

Censura ou "controle da mídia" está na agenda de Dilma, da mesma forma como se encontra em pleno andamento da Argentina e Venezuela hoje em dia. A privacidade fiscal de oponentes de Dilma foi quebrada sem consequências.

Os direitos fundamentais garantidos pela Constituição nada valem para o Partido dos Trabalhadores e eles estão desafiando os direitos de propriedade. Um grupo de camponeses comunistas, todos financiados e liderados por agitadores profissionais, invadem fazendas, matam pessoas (como fazem agora) e a questão será decidida por consulta popular, da comuna. Estão sendo preparados para ser peões do governo mundial. Prevejo tempos difíceis à frente para o Brasil. Dilma é competente e teimosa. 


A dívida pública do Brasil quase triplicou, e está prestes a explodir, devido às altas taxas de juros. O boom da exportação de minerais e agro-commodities, que impulsionaram a popularidade de Lula, pode acabar a qualquer momento, especialmente se uma crise pesada atingir o dólar. O nível da tributação no Brasil é um dos mais altos do mundo, com 40,5%, e a burocracia, com 85 diferentes impostos na última contagem, astronômica.
 

Eles não serão mais capazes de aumentar os impostos para sustentar os vagabundos empregados do governo e a alta corrupção. Quando o governo quebrar, as ajudas sociais que apoiaram a popularidade de Lula estarão em risco. Sem o crescimento das exportações, haverá menos postos de trabalho, e é possível que nós venhamos a ter tumultos e protestos. As coisas têm sempre sido muito fáceis neste país, onde o alimento cresce até nas rachaduras na calçada.

Talvez já esteja na hora de os brasileiros amadurecerem pelo sofrimento.

PS: O pai de Dilma era búlgaro. Ele fugiu de seu país porque era comunista perigoso, ativista. Surpreendentemente, no Brasil, tornou-se um capitalista e muito rico. Dilma teve uma vida burguesa privilegiada, vivendo em uma casa grande e estudando em escolas privadas. É sempre muito bom fazer parte da elite comunista.

domingo, 23 de junho de 2013

2014 às portas

Por Francisco Espiridião

Muita coisa já se disse com relação à balbúrdia que tomou conta do país nestas duas últimas semanas. Tenho lido e visto na TV muita gente boa criticando os atos coletivos de revolta. Outros tecendo loas.  
Vi gente, assenhoreando-se da verdade, afirmar que os manifestantes, ainda nos prelúdios dos acontecimentos, não valiam vinte centavos – referência análoga ao pomo da discórdia: o aumento do preço da passagem do transporte coletivo em São Paulo.
Vi, também, quem pensava assim arregar – como se diz hoje dentro do mais puro (ou espúrio) politicamente correto. Mudar de opinião, como da água para o vinho, diante do leviatã representado pelas massas bestializadas das ruas, quebrando tudo o que via pela frente.
Vi gente de alto coturno da grande imprensa, no início dos quebra-quebras, mais para boçal, expressando uma “revoltinha” contra uma “pequena turba” representada por aqueles que jamais deram com a mão pedindo a parada de um coletivo. Do auto de sua boçalidade, questionava que os “filhinhos de papai” rebelados nas ruas sequer sabiam por qual porta do ônibus se entra – ou se sai.
Agora, esses mesmos boçais engrossam a fila dos que acreditam estar diante de autênticos reivindicadores. Autênticos Tiradentes que expõem o pescoço na mira da guilhotina. Tudo em favor de um Brasil à Utopia, de Morus (1477-1535). Não esqueçamos, no entanto, que se fala aqui de trogloditas, com tacapes em punho e ira no cenho, propondo mudar o Brasil. Santa ingenuidade!
Continuo dizendo, como desde o início, que isso que o país vivencia não passa de impressionante oba-oba. Faz bem à vista dos insatisfeitos. Mas, fora honrosas exceções, quem neste país não está insatisfeito? Exceção para alguns episódios pontuais, tais como os reajustes de passagens dos coletivos, o que já se viu ocorrer, de fato, o resto é mera candinha.
A prova está na palavra da presidente, na última sexta-feira (21). Gastou dez minutos do precioso tempo da mídia para muito pouco dizer. Nenhuma proposta factual. A não ser que vai consultar as lideranças dos Poderes instituídos para adotar uma linha de ação diante da retumbante reprovação de seu governo, que até aqui não disse ainda a que veio.
Uma coisa não se pode negar: o clamor das ruas reverbera nos ouvidos da presidente. Ela disse isso com todas as letras. Deve fazer também um barulhão danado nos tímpanos daqueles que se dizem parlamentares. Eleitos que foram para representar o povo, esse mesmo povo de que faz parte essa parcela que comprime as ruas, impedindo o direito lídimo do cidadão comum de ir e vir.
Porém, tudo tem – ou deveria ter – limite. Esse movimento não tem como se manter de pé por muito tempo. Por uma simples razão: mudar as coisas na marra é próprio das ditaduras. E o Brasil atual não é nenhuma ditadura, apesar de alguns homéricos equívocos.
Cheguei a ver na televisão uma menina – bonitinha por sinal – envergando uma camiseta com os dizeres “Abaixo a Ditadura!” Que ditadura, cara-pálida? Nem mesmo a ditadura gay conseguiu se instalar de vez no país, no que pese a força que tem feito. Convenhamos: bonitinha, mas burrinha, não?
Chega! O tal MPL (Movimento pelo Passe Livre) já conseguiu seu objetivo. Quanto à educação que deseduca, excessiva carga tributária, saúde na UTI, estradas em pandarecos e demais outras mazelas, estas não se pode resolver com simples canetada. Para elas a arquibancada, em vez de as ruas, será, certamente, as urnas. Esperemos um pouquinho. 2014 está aí. Às portas. Afinal, trocar o voto por uma saca de cimento é démodé.  

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Comissão aprova 13º salário isento de Imposto de Renda


Senador Jayme Campos (DEM-MT), relator do projeto de lei, que segue para a CAE

O 13º salário poderá ficar isento do Imposto de Renda das Pessoas Físicas, conforme projeto de lei aprovado nesta quarta-feira (19) pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS). A proposta é de autoria do senador Lobão Filho (PMDB-MA) e agora segue para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), da qual receberá decisão terminativa.

Ao apresentar o projeto de lei do Senado 266/2012, o senador Lobão Filho argumentou que há distorções na lei que trata do Imposto de Renda (Lei 7.713/1988). Ele explicou que a incidência do tributo é feita na fonte com aplicação das mesmas alíquotas da tabela progressiva, o que não permite que o décimo terceiro salário receba os mesmos abatimentos e deduções e, assim, a cobrança acontece com o uso de alíquotas mais altas.

Para o autor, o 13º salário é importante tanto para o trabalhador como para a economia. Em sua justificação, Lobão Filho observou que esse recurso do trabalhador dinamiza a economia, atua com significativa função social, bem como contribui para a redistribuição de renda.

Esse adicional, ressaltou o relator da matéria, senador Jayme Campos (DEM-MT), movimenta as compras de final de ano, em especial no período natalino, inserindo os trabalhadores no mercado de consumo. Além disso, observou, o 13º salário contribui para a formação de poupança que socorre os cidadãos em momentos de endividamento ou de excesso de despesas, como as de educação em início de ano.

Jayme Campos disse que, de acordo com a Receita Federal do Brasil, a estimativa de renúncia fiscal em 2013, com a aprovação do projeto, seria de quase R$ 7,5 bilhões, valores que chegariam a R$ 8,2 bilhões, em 2014, e R$ 9 bilhões, em 2015. O relator, da mesma forma que o autor, ressaltou que a medida não vai afetar o orçamento do governo federal, uma vez que os valores renunciados retornarão aos cofres públicos sob a forma de tributos incidentes sobre o consumo.

Na avaliação da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), o sistema tributário brasileiro é equivocado ao taxar os recursos do trabalho. Também na opinião do senador Cyro Miranda (PSDB-GO), há diferença entre salário e renda, o que é confundido na legislação do imposto.
Para o presidente da CAS, senador Waldemir Moka (PMDB-MS), a experiência de baixar a tributação sobre o salário poderia demonstrar que é melhor reduzir esses índices para estimular a economia.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Filha de homossexual pede que o governo proteja casamento tradicional

Dawn Stefanowicz, que vive em Ontário no Canadá, contou experiências humilhantes enquanto foi criada por seu pai homossexual. Em seu site pessoal, Dawn fala como sua infância foi exposta a intercâmbios de parelhas gays, jogos nudistas, entre outros.
Dawn StefanowiczDurante sua criação, a canadense diz que sofreu também falta de afirmação em sua feminilidade e conta como tudo isso feriu seu estilo de vida. Hoje ela oferece ajuda a outras pessoas que sofreram por vir também de uma família de estilo homossexual.

Dawn, cuja mãe morreu cedo, conta que esteve exposta a um alto risco de enfermidades de transmissão sexual devido ao abuso sexual, aos comportamentos de risco de seu pai e a numerosas parelhas.

“Desde cedo, fui exposta a conversas sexualmente explícitas, estilos de vida hedonistas, subculturas GLBT e lugares de férias gay. O sexo me parecia gratuito quando crianças. Fui exposta a manifestações de sexualidade de todo tipo inclusive sexo em casas de banho, travestismo, sodomia, pornografia, nudismo gay, lesbianismo, bissexualidade, voyeurismo e exibicionismo.”

Com tudo isso, Dawn afirma que sofreu de depressão, tendências suicidas e compulsão sexual.
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Hoje, cristã e casada, ela expõe a necessidade de se manter a fundação da sociedade constituída pela relação entre esposo e esposa, pelo bem estar dos filhos biológicos.

“As crianças precisam de limites apropriados e expressões seguras de intimidade emocional que não sejam sexualizadas em casa e na comunidade.”

Ela questiona se o governo e o sistema judiciário está ‘brincando’ com as crianças, forçando “cidadãos honrados” a tolerar todas as formas de expressão sexual contra sua vontade.

“Os canadenses devem decidir e não os juízes. (...) Nesse debate crucial, os direitos humanos das crianças têm se tornado secundários, ignorados e negados”.

Ela alerta ainda que se os canadenses não pararem o matrimônio homossexual, “iremos perder toda a nossa liberdade de falar sobre assuntos em torno da sexualidade com vigor moral e religioso”.

Proposta sobre 'cura gay' é aprovada em comissão presidida por Feliciano

FLÁVIA FOREQUE
MÁRCIO FALCÃO
Folha de S.Paulo

DE BRASÍLIA

Sob o comando do deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), a Comissão de Direitos Humanos da Câmara aprovou nesta terça-feira (18) projeto que permite aos psicólogos promover tratamento com o objetivo de curar a homossexualidade.

A proposta, conhecida como "cura gay", terá que passar ainda por outras duas comissões da Casa: Seguridade Social e Constituição e Justiça. Se aprovada em ambas, segue para o plenário da Câmara.

Manifestantes pró e contra o deputado Marco Feliciano protestam do lado de fora da reunião da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos deputados

A votação foi simbólica: durante o debate, apenas os deputados Simplício Araújo (PPS-MA) e Arnaldo Jordy (PPS-PA) discursaram contrários ao texto. Araújo tentou adiar a votação com pedidos de leitura da ata da última sessão e retirada do projeto da ata --ambos foram rejeitados.

Em sua fala, Araújo lembrou os protestos que reuniram milhares de pessoas nas ruas ontem, em diversas capitais do país. Em Brasília, manifestantes chegaram até o Congresso Nacional - entre os protestos, houve gritos contrários a Feliciano e a outros políticos do Legislativo, como o senador Renan Calheiros (PMDB-AL).

"A Casa deve acordar para o que aconteceu ontem nas ruas, ao que está acontecendo nesse país. Essa aqui é uma prova que nós estamos muito longe de entender o que a sociedade realmente quer discutir aqui dentro dessa Casa", afirmou, sendo aplaudido por alguns presentes.

O projeto de decreto legislativo, de autoria do deputado João Campos (PSDB-GO), suspende dois trechos de resolução instituída em 1999 pelo CFP (Conselho Federal de Psicologia). O primeiro trecho sustado afirma que "os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades".

A proposta aprovada hoje anula ainda artigo da resolução que determina que "os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica".

Na justificativa do documento, Campos afirma que o conselho "extrapolou seu poder regulamentar" ao "restringir o trabalho dos profissionais e o direito da pessoa de receber orientação profissional".
A votação é uma vitória da bancada evangélica, que tenta avançar com o projeto há dois anos.

Durante o debate, manifestantes exibiram cartazes com frases contrárias ao texto. "Não há cura para quem não está doente", dizia um deles.

HISTÓRICO

Desde o mês passado, a votação foi adiada ao menos cinco vezes, por diferentes motivos - desde falta de quórum a pedido de vistas de congressista.

O relator do texto na Comissão de Direitos Humanos, deputado Anderson Ferreira (PR-PE), foi favorável ao projeto. "A Psicologia é uma disciplina em constante evolução e tem diversas
correntes teóricas, sendo difícil determinar procedimentos corretos ou não, metodologias
de trabalho apropriadas ou não", afirma o deputado em seu relatório.

"É direito do profissional conduzir sua abordagem conforme a linha de atuação que estudou e prefere adotar. Também constitui direito do paciente buscar aquele tipo de atendimento que satisfaz seus anseios", completa ele.

Para Ferreira, a mudança na resolução do Conselho Federal de Psicologia reforça a "liberdade de exercício da profissão" de psicólogo.

A proposta é rejeitada pelo CFP. No ano passado, a entidade recusou-se a participar de uma audiência pública realizada na Câmara para debater o projeto. O conselho inclusive lançou uma campanha contra a ideia. A OMS (Organização Mundial de Saúde) deixou de considerar a homossexualidade doença em 1993.

POLÊMICA

Desde que assumiu o comando da comissão em fevereiro, o deputado Marco Feliciano enfrenta protestos de ativistas de direitos humanos que o acusam de racismo e homofobia. Ele nega. Uma das críticas dos ativistas é que o deputado beneficiaria os evangélicos na discussão da proposta na comissão.

No mês passado, em seu twitter, Feliciano defendeu a inclusão do projeto na pauta da comissão, afirmando que "não podemos fugir de assuntos como este". O deputado ainda criticou a cobertura da imprensa sobre o assunto.

"A mídia divulga um PL [projeto de lei] como "cura gay" quando na verdade ele não trata sobre isso, até porque homossexualidade não é doença", escreveu na ocasião. "Esse projeto protege o profissional de psicologia quando procurado por alguém com angústia sobre sua sexualidade", disse.

Sergio Lima - 27.mar.2013/Folhapress
O deputado Marco Feliciano (esq.) com o colega de Câmara Jean Wyllys, durante sessão da Comissão de Direitos Humanos
O deputado Marco Feliciano (esq.) com o colega de Câmara Jean Wyllys, durante sessão da Comissão de Direitos Humanos

domingo, 9 de junho de 2013

Para certa imprensa, 70 mil evangélicos valem menos do que mil maconheiros

Por Reinaldo Azevedo

Na quarta-feira, como vimos, 70 mil evangélicos, segundo números da PM do Distrito Federal, se reuniram em Brasília. Em coro, disseram “não ao controle” da mídia, pediram cadeia para os mensaleiros, rechaçaram a tentativa de manietar o Supremo e o Ministério Público, defenderam a liberdade de expressão e, claro!, como não?, defenderam os valores da “família tradicional” — isto é, opuseram-se ao casamento gay — e repudiaram a legalização do aborto. Esses dois últimos itens da pauta, no entanto, bastaram para que o evento fosse cassado do noticiário. Jornalistas — profissionais de imprensa pagos para revelar o que sabem, veem e apuram — decidiram que lhes cabia atuar como censores. Melhor para os mensaleiros. Melhor para os que querem um STF de joelhos. Melhor para os que quer defendem um MP inerme. Melhor para os que lutam pela volta da censura de estado. Na cabeça oca da militância, se alguém é contra o aborto ou casamento gay, deve ser banido do mundo dos vivos. Já a Marcha da Maconha em São Paulo… Quanta diferença!

Ao longo do dia de ontem, portais deram ampla cobertura ao evento, que foi parar nos jornais. Atenção! Com muita boa vontade, mas muita mesmo, pode-se dizer que mil pessoas participaram de algum modo do acontecimento. Com um pouco de rigor, constata-se que não mais do que 200 marcharam. Não obstante, tiveram direito à interdição de parte da pista da Paulista. O que eles querem? A legalização da maconha. “Ah, essa pauta e boa!” E então aqueles 200 conseguem o destaque que 70 mil evangélicos não tiveram. Não custa notar: em Brasília, em coro, aqueles muitos milhares disseram “não” à legalização das drogas.

Já escrevi isso aqui e reitero: ao jornalismo informativo, em casos assim, não cabe gostar ou não gostar de quem está na praça — desde que seja uma manifestação pacífica, dentro das regras acordadas do estado democrático e de direito. E foi o que se viu no encontro dos evangélicos. Não houve um só incidente, nada, zero! Mais: o evento em Brasília aconteceu num dia útil. Milhares de pessoas certamente deixaram de ir ao trabalho, terão desconto em seu salário, para dizer o que pensam. Não estavam lá pedindo benesses ao estado, não! Ao contrário: faziam um sacrifício pessoal para expressar um ponto de vista.

Mas a imprensa é contra algumas daquelas proposições. E já não lhe basta, se for o caso, escrever contra. É preciso também fazer de conta que nada existiu — ou coisa pior: uma reportagem do Estadão Online pôs na boca do pastor Silas Malafaia o que ele não falou, a saber: que a união gay é crime. Não disse isso; não disse nada nem perto disso. Repudiou que sua opinião, contrária à união, seja criminalizada.

Dos maconheiros, não se cobra nem mesmo um mínimo de coerência, na hipótese, claro!, de que a erva e a coerência sejam compatíveis. Os que marcham dizem querer a legalização da maconha e argumentam, de forma estúpida, que isso contribuiria para diminuir a violência do tráfico. Ora, se só essa substância for legalizada, é evidente que a violência continuará por conta das outras drogas. Logo, uma manifestação em favor da legalização da maconha, com esse argumento, será sempre uma manifestação em favor da legalização de todas as drogas, sem exceção. Que país do mundo fez essa escolha? Nenhum!

“Bloco do Atraso”
 
Neste ano, a marcha teve um tal “Bloco do Atraso”. Algumas pessoas desfilaram com máscaras de políticos que atuaram contra a militância dos maconheiros, com destaque para o deputado Osmar Terra (PMDB-RS) e para a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil). Pois é… Eu e o PT não somos exatamente substâncias compatíveis, não é?, mas me resta dar os parabéns à ministra Gleisi por estar sendo hostilizada por maconheiros. Acho que honra a biografia da política e, sem dúvida, da mãe de duas crianças. A ministra entrou no radar da turma da Esquadrilha da Fumaça por ter se manifestado contra a descriminação e por ter negociado no Congresso o apoio à proposta de Osmar Terra, que criou novos marcos para a política de combate às drogas.

Volto ao ponto
 
Os evangélicos são muitos milhões no Brasil. No que concerne aos valores, compõem com os católicos a esmagadora maioria da população. Talvez essas maiorias devam se fazer ouvir de um modo mais específico. Se alguns veículos de comunicação insistem em ignorá-los ou hostiliza-los, talvez devam reagir, então, também como consumidores dos produtos que esses veículos oferecem.

Setores da imprensa perderam completamente a noção do que seja interesse público. A exemplo do que faziam antigos jornais de esquerda, sua tarefa passou a ser “conscientizar” o leitor, segundo uma cartilha ideológica. Essa moderna cartilha, é evidente, não traz a linguagem militante dos tempos idos: socialismo, luta de classes, burguesia, povo… Não! Hoje, é preciso aceitar a pauta das ditas “minorais oprimidas” e se submeter a seus caprichos. Só assim, dizem, é possível ser… livre. Ou por outra: o preço da liberdade passou a ser a ser a submissão a uma agenda.

Até alguns vagabundos que decidem parar a cidade para protestar contra um aumento de R$ 0,20 (0,10 para estudantes) na passagem de ônibus são tratados como pensadores de um novo tempo. A maioria que se dane!

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Os cristãos tomam a praça do Congresso, mas são banidos do noticiário

Público em frente a palco montado na Esplanada dos Ministérios para evento evangélico nesta quarta (Isaura Morgana/G1)

Por Reinaldo Azevedo

Milhares de cristãos tomaram o gramado em frente ao Congresso Nacional nesta quarta-feira. A manifestação conta com o apoio de diversas denominações, inclusive de correntes católicas. Às 17h30, os organizadores do evento anunciavam a presença de 70 mil pessoas; a Polícia Militar do Distrito Federal estimava em 40 mil. Que outra força consegue reunir tanta gente num dia útil? Não sei. O que espanta, no entanto, não é isso, não. A exemplo do que aconteceu com a Marcha para Jesus, no Rio, no último dia 25 (que pode ter levado até 500 mil pessoas às ruas), também a manifestação de hoje foi editorialmente ignorada pela grande imprensa. Qualquer protesto de meia dúzia de gatos-pingados merece muito mais espaço.

Há uma clara manifestação de arrogância em relação às opiniões e às convicções de milhões de brasileiros, ali representados por muitos milhares. Parece que se parte do seguinte princípio: “Se eu não noticio, então não existe”. A mera comparação pode ser devastadora para aqueles que dizem seguir um jornalismo isento e independente. Todos os protestos contra o Marco Feliciano, por exemplo, que reuniam, muitas vezes, não mais do que duas ou três dezenas de pessoas, mereceram ampla cobertura da imprensa. Até as manifestações de pura truculência às portas de templos religiosos em que ele pregaria ganharam ampla visibilidade.

Os que discordam do ponto de vista dos evangélicos podem achar que esse é, sim, um bom caminho. Afinal, como consideram “reacionária” a pauta daqueles cristãos, acham correto que a imprensa abra mão de seu papel, que é noticiar o que sabe, o que apura e o que vê. Trata-se de um engano fatal, amigo! Amanhã, essa mesma imprensa pode ignorar algum outro assunto que você considera fundamental porque está fora da sua (dela) agenda.

É claro que sempre se pode adotar o paradigma Luís Roberto Barroso (sim, ainda falarei de sua sabatina): imprensa boa e isenta é aquela que pensa o que pensamos; imprensa ruim e parcial é aquela da qual discordamos…
 

terça-feira, 4 de junho de 2013

IGREJA, UM CASO DE AMOR

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho 

Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 9 de junho de 2013

A igreja é fascinante. Ela difere de qualquer outra organização, por causa de seus fundamentos teológicos. Ela é “a única instituição do mundo que existe em favor dos que não são seus membros” (William Temple). Seu grande valor não é ela, mas seu Dono e as pessoas a quem ela se dirige. É o seu diferencial. A igreja que vive em função de si mesma perdeu sua substância. Aspectos culturais e sociológicos se sobrepuseram à teologia e a diminuíram. Um exemplo é a distorção chamada koinonite, que leva algumas a viverem em função de seus membros: “Você traz bolinho e eu trago chá”. Elas vivem em função de comunhão. Ensimesmam-se.
 
A igreja nasceu na eternidade, na mente de Deus: “Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo” (Ef 1.4). Entrou no tempo na pessoa de Jesus. Segue na história dirigida pelo Espírito Santo que lhe veio no dia de Pentecostes. Findos a história e o tempo, ela entrará na eternidade. Na eternidade haverá Deus e haverá salvos. Então haverá igreja. Nascida na eternidade, ela entrará na eternidade.

Há grupos sociais com rótulo de igreja: Igreja do Fogo Constante, Igreja Florzinha de Jesus, Igreja Jesus Vem e Você Fica, Igreja A Serpente de Moisés A Que Engoliu As Outras, Igreja Renovada do Povo Barulhento, etc. São estruturados sobre um líder humano, com uma visão parcial do evangelho. Ignoram a teologia, a história do cristianismo e pensam que o Reino de Deus começou com elas, como se nada houvesse antes. Com visão bíblica fragmentária e exegese precária, analisam a Revelação à luz de um insight humano. Por vezes, o eixo de sua interpretação é uma passagem bíblica fora do contexto. Muitas veem a razão (dom que Deus deu somente aos humanos) como inimiga da fé. Refugiam-se num misticismo alienante e se tornam guetos religiosos.

Mas igreja é mais que isso. É ter visão do todo. Porque igreja é gente que conheceu a graça de Deus em Jesus, creu nele, comprometeu-se com ele, espera nele. É “gente de toda tribo, língua, povo e nação” (Ap 5.9). Ela transcende épocas, lugares e culturas.

A igreja local deve ser amada e servida. Dezenas de passagens no Novo Testamento (que está sendo esquecido!) ensinam isso. Gente que diz que é de Jesus, mas não gosta de igreja não sabe o que diz. Exagera-se, pondo-se acima dos demais. Mas, como se diz: não está com essa bola toda. E terá que conviver com a igreja no céu. O que dirá?

A igreja local não precisa de apedrejadores, mas de amantes. De servidores. De gente com uma autoimagem menos exagerada que se veja como é: pecadores salvos para servir a Deus e aos demais. Que sejam servos e não estrelas. Vida cristã é operariado, não turismo.

Ser igreja é fantástico. É ser de Jesus, ter rumo na vida e comprometer-se com Deus num projeto histórico. Seja igreja!

segunda-feira, 3 de junho de 2013

JK

Exilado em Paris pela violência gratuita do golpe de 64, Juscelino saiu uma tarde dirigindo seu carro e curtindo saudades do Brasil, numa conversa com seu velho amigo Olavo Drummond.
 
Chegaram à Place Vendômme, estacionou em um lugar proibido. O guarda logo aparece, alto e posudo, com seu bonezinho à De Gaulle. Pediu a carteira de motorista, conferiu :
 
- Oh, senhor Kubitschek? Parente do grande presidente Kubitschek do Brasil?
 
- Sou eu.
 
- O senhor, o próprio presidente Kubitschek? Por favor, dê-me a chave do carro. Eu mesmo vou estacioná-lo. Aqui, apesar de exilado, o senhor continua presidente, como sei que continua lá.
 
JK entregou a chave, pôs a mão no ombro de Olavo e chorou.
 
(Sebastião Nery, Folclore Político)

sábado, 1 de junho de 2013

Reatamento

(*) Por João Bosco Leal  

Como em uma rodovia, mesmo que repetindo um trecho já percorrido outras vezes, a viagem da vida é diferente cada dia, com retas, curvas mais ou menos acentuadas, subidas, descidas e paisagens distintas.

Cansados, distraídos ou olhando para algo do lado, não percebemos a chegada de uma curva e...  Logo aparecem os comentários de alguém informando que se..., ou se..., isso não teria ocorrido, pelo menos não com tanta gravidade, o mesmo fim.

Acidentes podem ou não ocorrer na vida dos que vivem e, mesmo aqueles que se privam de tudo e de todos, tentando não correr qualquer risco estão, a qualquer momento, sujeitos a uma ocorrência inesperada seja onde estiverem.

Independentemente da situação, local, clima, velocidade ou meio de transporte, acidentes podem ocorrer. O que muda, dependendo dessas e de outras variáveis, é a gravidade do mesmo.

Assim é a vida. Passamos todos os dias pelo amanhecer, o entardecer e a nova noite, mas eles nunca foram e jamais serão iguais.

Em um deles podemos conhecer alguém que se tornará nosso maior parceiro, amigo, a maior paixão ou verdadeiro amor, com quem viveremos por muito tempo ou até a morte, mas em outro poderemos conhecer nosso maior adversário, rival, inimigo.

Entretanto, como jamais saberemos o que nos aguarda no futuro, não há como escolher o dia que não sairemos de casa para não conhecermos alguém pouco interessante, ou para não corrermos algum risco. Assim procedendo, poderíamos deixar de conhecer coisas ou alguém agradabilíssimo.

E esse alguém poderá ser o amigo que precisávamos ou se tornar o amor com o qual sempre sonhamos. Mesmo assim, por medo, alguns se recolhem e aí realmente diminuem bastante suas chances, inclusive de encontrar a pessoa com quem sonhava.

Provavelmente esse talvez seja o motivo pelo qual tenho ouvido pessoas dizerem que já erraram muito, sofreram, que estão cansadas e que dificilmente farão novas tentativas. Não é o que penso sobre os relacionamentos afetivos que por algum motivo foram rompidos.

Com eles sempre aprendemos algo, o que certamente facilitará um próximo que poderá ocorrer, ou melhorar muito o mesmo, se reatado for.

Surgem momentos, mesmo aqueles de superação dolorosas, em que precisaremos nos despedir de algo, algum lugar ou alguém que já não se encaixam mais em nossa vida, ou ficaremos, pelo resto da vida, nos lamentando pelo fato de não termos sido capazes de nos levantar e seguir bem frente, ou voltar a um relacionamento do qual jamais devíamos ter nos afastado.

Não importa quando ou onde, o fato é que durante a vida, só não acertam ou erram muito, os que não tentam. Isso, porém, não significa que devemos tentar de qualquer modo, com qualquer um, inconsequentemente, pois sabemos que, por motivos diversos, com muitos a possibilidade de dar errado é maior que a de dar certo. Além disso, todos nós possuímos famílias, filhos, netos, amigos, e nossa moral e ética precisa, sempre, ser levada em consideração.

Por outro lado, todos podem cometer erros, tomar atitudes impensadas, inconsequentes, de resultados normalmente desastrados, mas isso não deve impedir novas tentativas, até mesmo de retorno com aquele de quem nos separamos.

Tentar um reatamento quando o passado já foi muito bom, aumenta exponencialmente a chance de um futuro maravilhoso.

* Jornalista e empresário www.joaoboscoleal.com.br

PRECISAMOS DE BONS MODELOS

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Pastoral do boletim da IB Central de Macapá, 2.6.13

Não, não é a Giselle nem aquelas mulheres artificiais, produtos de maquiagem, cabelereiros, bom ângulo de fotografia, pose estudada e andar esquisito. São modelos morais.

Na meditação “Luz divina”, no “Presente diário” (31.5), há o testemunho de uma família que, inquirida em profissão de fé para o batismo, reportou-se a outra família da igreja. O pai dos candidatos ao batismo disse que, observando a vida daquelas pessoas, eles se decidiram por Cristo para lhe serem iguais. Que bonito!

Fui batizado no dia em que completei 15 anos. Eu travava a grande e decisiva batalha da minha vida: que tipo de homem eu seria? Como não tinha referenciais espirituais em família, fixei-me em dois irmãos na igreja: Irtho Rodrigues Nunes, senhor maduro, e Augusto Farias, um jovem. Eles me foram modelos. Eu os admirava. Muitas vezes eles oraram comigo. Irtho, depois, foi consagrado ao ministério pastoral. Quatro de seus filhos hoje são pastores: Marcos, Hubmaier, Saumir e Márcio. Ele tinha caráter mesmo! Augusto continua na igreja e é irmão do Pr. Ladislau Farias Jr.

Ouvi de uma pessoa que, evangelizada por outra, lhe disse: “Não quero o evangelho porque temo vir a ser como você. Você é um bom religioso, mas é uma pessoa horrorosa!”. Lamentável!

Pastor há quatro décadas, tive ovelhas que me foram e são modelos. Um Aniel Chaves, em Bauru. Um Ediel, na Quadra 02, em Brasília. Um Helmuth e um Adauto, em Campinas. Gente que acrescenta. Tive, também, como todo pastor, ovelhas mais parecidas com bodes. Sempre precisei estar alerta para pessoas e famílias donas de igrejas, que agem nos bastidores. Mas deixa pra lá os maus modelos. Deles Deus cuidará. Mas bons modelos, como são necessários!

Frustra-me ver jovens tão fúteis em nossas igrejas! Eles copiam modelos mundanos, usam gestos e penduricalhos mundanos, e se julgam “antenados”. Sim, são antenados. Com o que há de pior. Adolescente: você está na fase de travar a grande batalha de sua vida: decidir a pessoa que vai ser. Não seja um bocó, massificado pela mediocridade cultural do mundo. Procure bons modelos. Pessoas que sejam honradas, dignas, que inspirem confiança, que tenham caráter.

Jesus foi um modelo fascinante. Pecadores e meretrizes o procuravam. Homens íntegros como José de Arimateia também quedaram fascinados ante ele. Pescadores indoutos se envolveram com ele. Bem como o douto Nicodemos. Ele projetou uma sombra no mundo como homem algum projetou. Ele é o nec plus ultra, o que ninguém ultrapassa. Quer modelo melhor? Vida cristã é procurar imitar o caráter de Jesus, não o de artistas e vultos midiáticos.

Quanto a nós, membros da igreja: somos modelo para alguém ou somos criaturas humanas horrorosas?