segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Não dá ideia

O servidor da Secretaria de Saúde do governo acreano, Alex Barreto, tentou suicídio ao ingerir veneno para matar rato. O caso aconteceu no dia 16 passado, em Rio Branco. Alex não morreu, mas está internado na UTI do Pronto Socorro da capital acreana.

O motivo do tresloucado ato foi a descoberta de um rombo de R$ 7 milhões dos cofres do governo, destinados ao pagamento de passagens do Tratamento Fora de Domicílio (TFD), área sob sua responsabilidade. A descoberta foi feita pela equipe de transição do novo governo.

Isso sugere alguma coisa?

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Veja relação de ministros confirmados para o próximo governo

Por meio de nota, a equipe de transição do governo Dilma anunciou, há pouco, em Brasília mais cinco nomes que farão parte do próximo governo. Entre eles estão dois indicados pelo PSB.

Até o meio da tarde, o suspense era sobre a aceitação do nome do prefeito de Sobral, Leônidas Cristino, para Portos e Aeroportos. A indicação é do governador do Ceará, Cid Gomes (PSB).

Diante da falta de experiência do prefeito na área, Dilma teria reagido contra a indicação. Após a queixa da presidente, ficou definido que o PSB ficará apenas com Portos e que Aeroportos permanecerá no Ministério da Defesa, comandado por Nelson Jobim.

Os ministros confirmados hoje são:

Ministro da Integração - Fernando Bezerra Coelho (PSB)
Secretaria de Portos - Leônidas Cristino (PSB)
Secretaria de Relações Institucionais - Luiz Sérgio (PT)
Controladoria-Geral da União - Jorge Hage Sobrinho
Gabinete de Segurança Institucional - General José Elito Carvalho Siqueira

Resta ainda no primeiro escalão definir a vaga para: Desenvolvimento Agrário e Secretaria Especial de Políticas para Mulheres.

Confira, por partido, quem já foi indicado

PT
Casa Civil da Presidência - Antonio Palocci
Ministério da Saúde - Alexandre Padilha
Ministério da Educação - Fernando Haddad
Ministério da Justiça - José Eduardo Cardozo
Ministério das Comunicações - Paulo Bernardo
Ministério da Fazenda - Guido Mantega
Ministério do Planejamento - Miriam Belchior
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - Fernando Pimentel
Ministério Ciência e Tecnologia - Aloizio Mercadante
Ministério da Pesca - Ideli Salvatti
Ministério do Desenvolvimento Social - Tereza Campello (PT)
Secretaria de Direitos Humanos - Maria do Rosário
Secretaria-Geral da Presidência - Gilberto Carvalho
Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial - Luiza Helena de Bairros

PMDB
Ministério das Minas e Energia - Edison Lobão
Ministério da Defesa - Nelson Jobim
Ministério da Agricultura - Wagner Rossi
Ministério do Turismo - Pedro Novais
Ministério da Previdência - Garibaldi Alves
Secretaria de Assuntos Estratégicos - Moreira Franco

PDT
Ministério do Trabalho - Carlos Lupi

PR
Ministério dos Transportes - Alfredo Nascimento

PP
Ministério das Cidades - Mário Negromonte

PC do B
Ministério dos Esportes - Orlando Silva Jr.

Sem partido
Presidência do Banco Central - Alexandre Tombini -
Meio Ambiente - Izabella Teixeira -
Ministério da Cultura - Ana de Hollanda -
Secretaria de Comunicação Social - Helena Chagas -
Relações Exteriores - Antonio Patriota
Advocacia Geral da União - Luís Inácio de Lucena Adams

 Ao todo, onze ou são ou já foram ministros de Lula.

(Com informação de Ricardo Noblat)

A vaga é do partido e não da coligação

Analisando um caso específico do Piauí, o Supremo Tribunal Federal (STF) acaba de criar uma nova situação na vida política brasileira, capaz de gerar alegria redobrada para uns e  muitas lágrimas em outros. A decisão foi tomada na última quinta-feira (9).

Pela nova medida, qualquer parlamentar que se licenciar do cargo ou renuncie ao mandato deixará a vaga para o primeiro suplente do partido e não mais para o da coligação, como ocorria até então.

Se a medida já estivesse valendo quando o deputado federal Neudo Campos (PP) renunciou ao mandato, em setembro passado, para se dedicar à campanha pelo trono do Senador Hélio Campos, o primeiro suplente de seu partido (PP) teria assumido a vaga e não Almir Sá, que é do PR.

Outro caso específico é o da cassação do deputado estadual Chico das Verduras (hoje no PRP), por abuso de poder econômico, ocorrida na legislatura passada.

Das Verduras foi substituído pelo suplente da coligação, Flamarion Portela (PTC), e não pelo Coronel Chagas, primeiro suplente do então partido do defenestrado.

Pela decisão do Supremo, seguramente ficará mais fácil se estabelecer quem assumirá as vagas dos parlamentares banidos, caso se concretize a meia dúzia e meia de cassações previstas em função de abusos praticados no pleito do 31 de outubro. Quem viver verá.

sábado, 18 de dezembro de 2010

MONTE NEGRO – Bezerra de duas cabeças nasce em fazenda

Uma bezerra com duas cabeças nasceu na tarde da última quarta-feira (15) na propriedade de Valdir Teixeira, na linha C-25 travessão B-14, zona rural do município de Monte Negro, em Rondônia.

O animal apresenta também quatro olhos, duas bocas, e quatro orelhas. O dono do animal ainda não chamou nenhum veterinário para avaliar o nascimento. O bezerro mantém o movimento normal dos olhos, bocas e focinho.

O animal ainda está sendo alimentado por meio de uma mamadeira por que não consegue ficar em pé devido ao peso da cabeça.

O trabalho é feito três vezes por dia e o leite é dado na boca que fica do lado direito, ao mamar a bezerra realiza o movimento das duas bocas em sincronia.

(Fonte: Rondônia ao Vivo)

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

MST anuncia onda de ocupações para janeiro

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) anunciou uma nova onda de ocupações no estado de São Paulo. Chamada de "Janeiro Quente", ela terá início a partir da segunda quinzena de janeiro, sem prazo para terminar.
 
O objetivo é ocupar pelo menos 50 propriedades rurais nas regiões do Pontal do Paranapanema, Alta Noroeste, Noroeste e Alta Paulista.


O anúncio foi feito neste sábado pelo líder da ala dissidente do MST, José Rainha Júnior, após encontro com 1,5 mil líderes sem-terra, que se reuniram num circo armado no bairro rural de Engenheiro Taveira, em Araçatuba, a 535 km DCE São Paulo.
 
Nas ocupações, o grupo de Rainha, que controla 12 acampamentos com 2,5 mil acampados, vai contar com ajuda de outros grupos de luta pela terra.
 
Entre esses grupos, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MTST), União dos Trabalhadores da Terra (Uniterra), Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) e sindicatos de trabalhadores rurais ligados à Central Única do Trabalhador (CUT), que também anunciaram participação nas ocupações.

O pulo do gato

Apartheid

Além das polêmicas “cotas” nas universidades, o governo federal também incentiva os “clubes sociais negros”, surgidos na escravatura, para a “resistência contra segregação e preconceito”. Cinco Estados têm os clubes afrobrasileiros. E se os brancos criassem seus “clubes”? (Coluna Claudio Humberto).

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Battisti poderá ganhar cidadania brasileira

Além de “asilo humanitário” que Lula deve conceder antes do Natal – como esta coluna antecipou – o terrorista italiano Cesare Battisti pode ganhar até a cidadania brasileira. Lula vai alegar que os crimes do frio assassino do grupo extremista “Proletários Armados pelo Comunismo” já estariam prescritos pela lei brasileira, muito embora tenham sido cometidos na Italia. Só falta indenização de “anistiado” para o bandido. (Coluna Claudio Humberto, de hoje).

Comento:

E pensar que esse mesmo governo, tão solidário com o companheiro italiano, repatriou sob vara os atletas cubanos que pensaram em pedir asilo no Brasil...

E pensar que esse mesmo governo, tão solidário com o companheiro italiano, quer ressuscitar mortos de 40 anos atrás para penalizar militares que lutaram pela lei e a ordem no país... 

E pensar... bom, deixa prá lá.

domingo, 12 de dezembro de 2010

O PAC no esgoto

Por Mary Zaidan

Ninguém precisa de lupa para achar buracos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Muito menos de engolir piadinhas do presidente Lula - “Levantem pela manhã procurando defeito na sua mulher para ver quantos ela tem. E se ela levantar procurando defeito no marido, aí é que vai ter” -, tentativa grotesca de disfarçar o atraso, o investimento aquém do prometido e a má-gestão do programa, carro-chefe da campanha eleitoral que elegeu Dilma Rousseff presidente do país.

Os números falam por si. Mais de 30% das obras do PAC estão atrasadas, algumas atrasadíssimas e outras nem mesmo saíram do papel. Sem contar a quantidade de suspeições que pairam sobre licitações e contratos. E se há setores como transportes, com 70% das metas cumpridas, ou energia, com 51%, outros são de envergonhar qualquer gestor. Em saneamento, só 8% das obras estão concluídas.

Em meados de agosto, quando o IBGE divulgou a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008, com dados alarmantes – 56% dos domicílios sem qualquer ligação de esgoto e apenas 28,5% com tratamento -, Dilma desconversou. Disse que eram números de gestões anteriores e que o PAC já tinha mudado essa vergonhosa realidade. “Esperem os resultados de 2009 e 2010”, desafiou a então candidata. Já eleita, cabe saber como ela explica o fato de saneamento ser justamente a área com o pior desempenho do PAC e com o menor volume de investimentos.

Mesmo longe de cumprir as metas fixadas há quatro anos, o governo Lula lançou com pompa e circunstância o PAC 2, combustível eleitoral aditivado que, entre outras maravilhas, inclui a construção do trem bala, trilhos de ligação entre as cidades de Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas, prometido para 2014, ano da Copa. Outras dezenas de obras gigantescas têm de acontecer até a data do mundial de futebol, com ganhos para toda sorte de bolsos, menos do contribuinte, é claro.

Vislumbram-se, portanto, poucas chances para o incremento de obras que garantam coleta e tratamento de esgoto.

Se o cumprimento das metas do PAC deixa a desejar, os ganhos políticos do programa parecem ser infinitos. Depois de colher os frutos para a sua pupila, Lula quer o programa como vedete do próximo pleito. Por esse motivo, não quer nem ouvir falar em ajustes.

O PAC é também a prova dos nove de que Lula não pretende, nem de longe, ficar afastado da Presidência. Ao desautorizar o anúncio de cortes para o ano que vem feito pelo ministro da Fazenda Guido Mantega, Lula pôs todos os pingos nos “is”, deixando claríssimo que dará ordens mesmo depois de descer a rampa. E Dilma não reagiu. Fechou-se em copas, em absoluto silêncio.

A serviço de dois senhores, Mantega meteu o rabo entre as pernas. Disse que não disse o que disse e tudo ficou do jeitinho que Lula queria. Ninguém mais fala em cortes. No máximo, admite-se uma desaceleração da segunda edição do programa, que, lembrem-se os leitores, ainda ensaia sair das pranchetas. Ou seja, pura ficção.
Enquanto isso, 34,8 milhões de domicílios continuam sem esgoto. E nada indica que canos serão enterrados, já que, definitivamente, saneamento não é puxador de votos. Os Sarneys que o digam: mandam e desmandam no Maranhão há décadas mesmo ostentando a lanterninha em ligações de esgoto, com apenas 1,4% das moradias conectadas à rede.
Uma explicação convincente para o governo Lula deixar o esgoto em último lugar. Haja sujeira.

Mary Zaidan é jornalista, trabalhou nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, em Brasília. Foi assessora de imprensa do governador Mario Covas em duas campanhas e ao longo de todo o seu período no Palácio dos Bandeirantes. Há cinco anos coordena o atendimento da área pública da agência 'Lu Fernandes Comunicação e Imprensa, @maryzaidan (Transcrito do Blog do Noblat).

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

CRESCIMENTO MEDÍOCRE DO BRASIL NOS OITO ANOS DE LULA E DE BOOM MUNDIAL!

(Globo, 10) O Brasil cresceu em média 4% nos oito anos de governo do presidente Lula. O Brasil ficou abaixo da média da América Latina no período: 4,64%, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), que já tem projeções para 2010.

Considerando as estimativas do FMI, entre 2003 e 2010, o Brasil fica à frente apenas do México, que cresceu 2,1% nesse período, se consideradas as economias da América Latina.

O país empata com Chile e Paraguai, que também fecharão o período 2003-2010 com crescimento médio de 4%. A Argentina, por exemplo, registrará taxa de 7,4%; o Peru, de 6,4%; e a Venezuela, de 4,6% (Ex-Blog do Cesar Maia).

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Paz e tranquilidade

FRANCISCO ESPIRIDIÃO

A presidenta eleita Dilma Roussef engrossou o pescoço nesse fim de semana. Em entrevista concedida ao jornal americano The Washington Post, ela se declarou contrária à política de relações exteriores adotada pelo seu criador, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no que concerne ao Irã do celerado amigo Mahmoud Armadnejad. 

Dona Dilma disse, sem meias palavras, para espanto do presidente Lula, ser contrária à prática de apedrejamento de mulheres e outras ações medievais. Criticou também a postura da Diplomacia brasileira, que ficou sobre o muro com relação à resolução da ONU, que condenou o Irã por violação dos direitos humanos.

“Minha posição não mudará quando eu assumir o cargo. Não concordo com a forma como o Brasil votou... (abstendo-se quanto à resolução)”, declarou Dilma. Muito bom, presidenta! Nisso, a senhora tem o meu mais completo apoio. É assim que se fala. Mas...

Pensando bem, será que a presidenta está mesmo com essa bola toda? Será que ela tem cacife para bater asas e garantir voo perene, independente? O tabuleiro do xadrez onde o jogo está sendo jogado desmente tal afirmativa. Pelo que se tem visto até agora, há uma quilométrica distância entre as palavras e a prática.

Tudo começa pela auréola que a rodeia, especialmente na composição do Ministério. Ainda falta a batida do martelo, mas é possível que pelo menos 11 dos 37 atuais ministros de Lula sejam empossados no Ministério, em 1º de janeiro, ainda que em postos diversos dos que ocupam hoje, mas todos da mais alta importância estratégica.

Dois estão confirmados: Guido Mantega continua na Fazenda e Wagner Rossi, na Agricultura.  Fernando Haddad deve ser convidado a permanecer na Educação, Alexandre Padilha, nas Relações Institucionais, Nelson Jobim, na Defesa, Carlos Lupi, no Trabalho e Orlando Silva, nos Esportes.

Paulo Bernardo deve trocar o Planejamento pelas Comunicações, Gilberto Carvalho saltará da Chefia de Gabinete para fungar no cangote da presidenta, vai para a Secretaria Geral. E, pasmem, Antônio Palocci, defenestrado alhures da Fazenda, em situação nada cômoda, sacode a poeira e dá a volta por cima. Assumirá a chefia da Casa Civil. Tem ainda o Lobão, não aquele que come criança, mas o Edison, que volta às Minas e Energia.

Comendo pelas beiradas, como se faz com mingau quente, Lula vai aos poucos, ele mesmo, desenhando a cara do Governo Dilma. O mais impressionante de tudo é a presença de Palocci na Casa Civil.

Parece que o quase ex-presidente, por não confiar no taco da sua criatura, se viu na obrigação de pôr alguém com o cacife de um Palocci nos calcanhares dela, a fim de garantir o sucesso do empreendimento. 

No mais, é tudo tranquilidade e paz no reino da alegria. Pelo menos por enquanto. Nada como esperar o Carnaval passar para se saber, de fato, o rumo dessa nau.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Lei marcial para a selva carioca

Para o coronel Gelio Fregapani (foto Google), ex-Agência Brasileira de Inteligência, mentor da doutrina de Guerra na Selva e ex-secretário de Segurança Pública de Roraima, os grandes traficantes do Rio “estão fora de alcance” e os pequenos “são facilmente substituíveis”.

Outro foco no combate ao tráfico seria o usuário, que deveria ser punido com rigor e não tratado como “coitadinho”, segundo Fregapani, para quem “tudo terminará nas mãos do Exército”.

A passagem de Fregapani por Roraima, no início do primeiro governo do estado, em 1991, foi marcada pelo autoritarismo. Por não gostar de matérias publicadas na imprensa, ele estabeleceu uma pena um tanto surreal: a proibição de entrevistá-lo por um prazo de 30 dias.

Um dos repórteres de polícia apenado foi o Antônio Bentes, do extinto Jornal de Roraima. Fregapani não conseguiu cumprir sua determinação por ter sido exonerado antes do prazo pelo então governador Ottomar Pinto. Assumiu em seu lugar o alagoano Rubens Quintela.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Avião presidencial

Editorial Folha de S. Paulo

O Brasil negocia em condições reservadas a compra de um novo avião presidencial para substituir o Aerolula. A intenção do governo de adquirir a aeronave foi revelada pela Folha, na segunda-feira.

O equipamento pode custar aos cofres públicos, a depender do modelo escolhido, até R$ 500 milhões -cinco vezes o valor gasto com o atual, em 2005.

Faz pouco tempo, como se vê, que o Sucatão, como foi apelidado o Boeing-707 que servia à Presidência no governo anterior, foi substituído pelo Airbus-319 executivo.

Trocá-lo por outro avião depois de período tão curto seria não apenas um atestado de incompetência do Executivo, mas uma sinalização equivocada, de desperdício de recursos, num momento em que as finanças públicas exigem forte ajuste.

Assim que o assunto veio a público, o presidente Lula fez questão de sair em defesa da troca, sem cerimônia ou preocupação com valores: "Não tem por que não comprar. Acabou aquela bobagem do Aerolula. Acho que o Brasil precisa de um avião com mais autonomia para o presidente".

Num evidente exagero, o mandatário argumentou que o Brasil "passa humilhação" pelo fato de a aeronave precisar de escalas para conseguir alcançar alguns destinos internacionais.

A autonomia do avião presidencial é de aproximadamente 8.500 km, o que não garante uma viagem em condições seguras entre Brasília e Londres, por exemplo.
Já o Airbus-330MRTT, cuja aquisição está em estudo, pode voar 12.500 km sem necessidade de reabastecer. Cotado como alternativa, o Airbus-A340 executivo, alcança 17 mil km.
Além da maior autonomia, as aeronaves em tela ofereceriam mais espaço, em benefício do séquito de convidados que costuma atravessar os ares na companhia presidencial. O Aerolula transporta 30 pessoas, sendo 10 delas na área VIP - número que poderia ser quadruplicado.
Se a compra do Aerolula foi mal planejada, que o governo arque com as consequências - bem menos graves, aliás, do que insinua o presidente.
Se não há risco à segurança, que se mantenha o atual equipamento. Há situações de fato humilhantes no país a pedir solução - e não se comparam às prosaicas escalas do Aerolula.

Comentário meu:

E pensar que o presidente da Guiana, Bharrat Jagdeo, viaja de carona ou de avião da carreira...

Saúde de 1.º Mundo em Brasília

Piolhos de pombo tomam conta de Centro Cirúrgico

O centro cirúrgico do Hospital Regional de Ceilândia (HRC), no Distrito Federal, vai ficar fechado para reforma por, pelo menos, um mês, a partir da próxima terça-feira. O local tem infiltração e está infestado por piolhos de pombo e mosquitos.


Na semana passada, o centro cirúrgico chegou a ficar interditado por dois dias para limpeza, mas de nada adiantou.

Durante o fechamento, de acordo com a direção do hospital, as cirurgias, apenas as de emergência, serão feitas no centro obstétrico. Para isso, o hospital vai diminuir a internação de grávidas.

- Aquelas que chegarem em nosso hospital em trabalho de parto adiantado serão recebidas. Mas aquelas que puderem procurar outro hospital, seria melhor - diz o diretor do HRC, Valdir Nunes.

Até segunda-feira, só serão realizadas no centro cirúrgico os procedimentos urgentes. Será feito um mutirão para operar todos os pacientes da ortopedia que já estão internados.

De acordo com a direção, não há risco de infecção por causa dos piolhos de pombos.

Nove com medo e um…

Violência assombra 9 em cada 10 brasileiros. O décimo é bandido e está se esborrachando de rir dos outros nove e do resultado da pesquisa.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

POR QUE OS TRAFICANTES DO COMPLEXO DO ALEMÃO FUGIRAM?

Ex-Blog do Cesar Maia, de hoje:

1. Uma primeira pergunta é quanto ao número de traficantes que controlavam ou estavam "exilados" no Complexo do Alemão (C.A.). As forças militares e policiais no momento do cerco da semana passada falavam em 500. A imprensa -antes disso- falava em 1.200. E blogs de policiais e afins falavam em 2000. Fiquemos com 1.200. Muito difícil passarem despercebidos após o cerco, com binóculos noturnos, helicópteros, posicionamento em comunidades mais altas no entorno...

2. A polícia, nas últimas semanas, garantia que ali os traficantes contavam com 500 fuzis. Afinal, seja pela entrada de UPPs, seja pela entrada de milícias, os fuzis saltam para lá, junto com os traficantes. A polícia diz ter encontrado 34 toneladas de maconha. Mesmo que o peso inclua a embalagem, (trouxinha) e o peso seja a metade, é uma grande quantidade. Mas uma quantidade dessas não há como carregar, nem vale a pena pelo preço que o "matuto" consegue no Paraguai. A quantidade de cocaína que a polícia informa ter apreendido de 235 kg, é na verdade menos da metade disso, belo "batismo" que recebe e a "endolação".

3. A menos que fuzis e cocaína estejam enterrados (e aí vale a pena usar cães farejadores de classe A, e detectores de metais de maior sensibilidade), a saída dos -digamos- 1.200 traficantes, foi tranquila para passar com tanta "carga".

4. A polícia fala de uma rede de esgotos em construção que teria sido mais aberta por orientação dos traficantes. Bem, isso seria ter previsão da invasão e cumplicidade da empreiteira. As canalizações que estão em construção no Complexo, cujas obras começaram a fins de 2007, são na Grota e Nova Brasília, que dão na Estrada do Itararé, ponto básico da concentração.

5. A outra hipótese, levantada pela imprensa, é que tenha ocorrido cumplicidade da polícia. Bem, pode ser para uns 10 chefetes, mas para 500 ou 1.200 não há como. Os "2 ou 3 traficantes" presos, segundo policiais, estavam fora do "movimento", pois eram carta marcada. Não foram presos: se entregaram. Um deles com ajuda da mãe.

6. Mas há uma terceira hipótese. O Exército e a Polícia Federal mantêm estas comunidades mapeadas e acompanhadas. Se tudo o que se dizia do 'comando vermelho' no C.A. era verdade, o Exército e a Polícia Federal sabiam que o confronto produziria um banho de sangue, provavelmente maior entre os moradores (civis). Os traficantes não têm apego à vida e, se estivessem cercados de verdade, e com 500 fuzis, iriam atirar também na população para inibir a ação das forças militares e policiais.

7. Como seriam as manchetes da imprensa no dia seguinte, no Brasil e no Mundo com 500 moradores inocentes mortos e outros 500 baleados?

8. Portanto, há também a hipótese de que a hora limite dada pelas forças militares não era para se entregar, mas para se escapar. Afinal, é assim na UPP. E se vale a lógica da UPP (o C.A. será uma UPP, segundo o governador), nada tão coerente que priorizar o controle do território, e eliminar os riscos de uma tragédia civil.

9. Dizem os manuais da polícia: poupar a vida de um civil é mais importante que prender um bandido. Pode ser que tenha sido essa lógica. Claro, que não se pode e não se deve admitir. Mas quem estaria contra a aplicação desta lógica?

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Justiça absolve Tiririca

Está na Coluna CH Online:

A Justiça Eleitoral de São Paulo absolveu nesta quarta (1º) o deputado federal mais votado do Brasil, Francisco Everardo Oliveira Silva, o Tiririca, que teve 1,3 milhão de votos, da acusação de falsidade ideológica.

Segundo o juiz Aloisio Silveira, Tiririca comprovou que possui noções de leitura e escrita. "A Justiça Eleitoral tem considerado inelegíveis apenas os analfabetos absolutos, e não os funcionais".

A ação penal contra o deputado eleito foi movida pelo promotor Maurício Antonio Ribeiro Lopes, que afirma que Tiririca é analfabeto, e o acusa de ter forjado a declaração que entregou à Justiça Eleitoral.

COMO MANTER O APOIO DA POPULAÇÃO NUMA GRANDE FAVELA OCUPADA PELA POLÍCIA! O X DA QUESTÃO!

(*) Cesar Maia

1. Em 2001, o prefeito foi conversar com os moradores do Jacarezinho. A favela de quase 40 mil pessoas havia sido ocupada pela polícia. A reclamação era geral. Perguntadas por que, as pessoas, comerciantes, famílias e trabalhadores, relacionavam a ocupação a uma crise de emprego, de salários e nos comércios na comunidade. A razão era que com o fechamento das bocas de fumo a circulação de dinheiro havia diminuído muito, afetando o comércio local e o emprego. O ponto seria a necessidade urgente de se ter programas de geração de renda, direcionamento dos moradores para emprego, injeção de recursos que fluíssem ali. As autoridades estaduais foram informadas. Nada fizeram.

2. Em 2004, depois dos confrontos na Rocinha que culminaram com a mudança do controle das bocas de fumo do Comando Vermelho para a ADA, a polícia militar ocupou a favela. O prefeito foi conversar com os moradores. Todos, ou quase, estavam a favor da ocupação. Mas com a experiência do Jacarezinho, o governo do estado foi contatado, assim como o editor chefe de um grande jornal. O prefeito chamava a atenção que em breve a população estaria contra, quando o dinheiro parasse de circular numa central do tráfico responsável por 1/3 da distribuição da droga no varejo do Rio.

3. Nada foi feito. A ONG Viva Rio, com a cobertura das TVs, jornais e rádios, foi à secretaria de segurança do estado pedir ao secretário que retirasse a polícia da Rocinha e que deixasse apenas a responsabilidade de rotina do 23 BPM. A polícia saiu.

4. Agora, com a ocupação do Complexo do Alemão e da Vila Cruzeiro, em breve, com a redução da circulação de dinheiro pelo fechamento das bocas de fumo e das maquininhas (muitas ali), o fenômeno voltará a ocorrer. A população totalmente a favor no início, passará a relacionar a ocupação com menos emprego, menos recursos, e o comércio com menos movimento.

5. No calor da euforia da ocupação, as autoridades falam em programas urbano-sociais. Claro, são sempre importantes. Mas o fundamental é introduzir programas de geração de renda, de busca de empregos e de injeção de recursos na comunidade para circulação local. Esse será o ponto em mais 60 dias. Deve-se criar uma coordenação de emprego e renda com representação federal, estadual e municipal e entidades empresariais. E urgente.

(*) Ex-prefeito do Rio no período de 2001 a 2008 (falando com experiência de caso).

O enxugamento de gelo continua

Edição do Alerta Total – http://www.alertatotal.net/
(*) Jorge Serrão

Vai muito bem a estratégia de “quebrar” o Comando Vermelho, para que uma organização mais bem estruturada assuma o seu lugar no lucrativo mercado de venda de drogas do Rio de Janeiro. Graças à Guerra de enxugamento de gelo contra o narcotráfico no Complexo do Alemão, a cotação do quilo da maconha já disparou na “Bolsa de Valores” da vagabundagem. Custava R$ 300 antes da invasão, e agora já chega a R$ 650, no atacado. Não demora, os preços disparam no varejo.

A Inteligência da Polícia do Rio de Janeiro deixa vazar as informações. Fornecedores de maconha no Paraguai (ligados às FARC) e em São Paulo (ligados às FARC e ao PCC) pararam, ao menos temporariamente, de enviar cargas para o Rio. O CV parou de receber drogas em consignação. Os atacadistas só aceitam pagamento em dinheiro. Como o CV está temporariamente de caixa baixa, por causa da ocupação do Alemão (seu principal centro logístico), os negócios ficam inviabilizados. Traficantes não conseguem repor o estoque da droga em outros morros, como Mangueira e Jacarezinho.

A Policia informa que o “comerciante” mais afetado, até agora, pela quebra no fornecimento é Marcelo da Silva Leandro. Conhecido como Marcelinho Niterói, ele tem dívida alta com fornecedores do Paraguai. Só receberá novos estoques, se pagar o que deve. Marcelinho e outros narcovarejistas ficarão, em breve, reféns dos fornecedores. Quando o sufoco econômico se intensificar, eles cairão – graças a operações policiais espetaculares. No lugar deles, assumem novos “comerciantes”. Porque o lucrativo negócio do tráfico não pode parar. Apenas, para efeito de marketing, não pode ficar ostensivo na cidade que vai sediar Olimpíadas e jogos da próxima copa do mundo de futebol...

(*) Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.