sábado, 28 de julho de 2007

Artigo

MORREMOS TODOS

Por Diogo Mainardi

Quando é que derrubaremos Lula? A posse do ministro da Defesa, na última quarta-feira, foi o espetáculo mais indecoroso da história política brasileira. Lula ria. Nelson Jobim ria. Tarso Genro ria. Guido Mantega ria. Celso Amorim ria. Juniti Saito ria. Marco Aurélio Garcia ria. Por algum motivo, até mesmo o demitido Waldir Pires ria. Lula provavelmente se regozijava por ter se safado, segundo seus cálculos, de mais uma fria. No caso, os 200 mortos da tragédia da TAM. Ele repetiu despudoradamente, com sua risada, o gesto de escárnio feito por Marco Aurélio Garcia em seu gabinete, no Palácio do Planalto.

Que espécie de gente tripudia sobre 200 mortos? Como alguém pode atingir esse grau de pusilanimidade? Se um dos militares presentes naquela sala batesse vigorosamente as botas, Lula e seus ministros com certeza sairiam em disparada, aos gritos, acotovelando-se e pisoteando-se no carpete verde. Eles só sabem cuidar da própria pele e do próprio bolso. Dane-se todo o resto.

Ninguém derrubará Lula. O que vai acontecer conosco é muito pior: um progressivo desmoronamento da sociedade. É sempre complicado tentar apontar o momento em que um país se perde irremediavelmente. Mas, se eu fosse apostar, apostaria todas as fichas que ele ocorreu na posse de Nelson Jobim, na quarta-feira passada. Entre uma tirada de bar e outra, Lula profanou os 200 corpos dando a entender que o desastre poderia servir pelo menos para diminuir as filas da ponte aérea.

Uma sociedade resiste a um governo corrupto. Ela resiste também a um presidente incapaz. O que elimina qualquer possibilidade de convívio é o triunfo dessa boçalidade predatória que caracteriza Lula e sua gente. Eles cercaram a cidadela e ficaram esperando que nossas reservas de civilidade acabassem. Elas acabaram. Estamos desarmados e rendidos.

O Brasil é um buraco. Nunca fizemos algo que prestasse. Mas até outro dia ainda tínhamos uma vaga idéia de como nos comportar. E era essa vaga idéia que mantinha o país andando. Andando de lado, mas andando. Uma das regras de comportamento que a gente seguia era manter certa dose de compostura diante da dor pela morte de alguém.

Lula violou essa regra. Depois de violá-la, tripudiou mais uma vez, ensinando aos familiares dos mortos do desastre da TAM que "é preciso que a gente tenha momentos de descontração para tornar a vida menos sofrível". Um dia Lula morrerá. Mas nós já teremos morrido antes dele.

O interesse pelo PAC

Metade das empreiteiras que aparecem na lista das 20 entidades que mais ganharam dinheiro do PAC estão entre as maiores doadoras das eleições gerais do ano passado.

Juntas, as 20 maiores empreiteiras do PAC receberam um total de 726 milhões de reais neste ano – o equivalente a 56% do total pago pelo programa.

Entre as maiores doadoras estão as construtoras Camargo Corrêa, OAS e Andrade Gutierrez.

Lula: "Quem fala inglês é metido a besta"

A reprodução, feita pela Radiobrás, do discurso do presidente Lula em João Pessoa omitiu um trecho em que o presidente critica as pessoas que falam línguas estrangeiras. "A língua é o valor da pátria, temos que aprender a falar corretamente a nossa língua. Brasileiro falando a língua do outro é um metido a besta", declarou Lula.

O presidente pregou que nenhum representante brasileiro deve falar língua estrangeira em solenidades no exterior. "Nós samos (sic) brasileiro, temos orgulho do jeito que samos (sic) (...) Um país multético (sic)."

Ele ainda disse que o ex-presidente norte-americano Bill Clinton deveria falar português.

Chávez promete continuar projeto político de Fidel

O presidente venezuelano Hugo Chávez afirmou que vai ser o herdeiro político do presidente cubano Fidel Castro. "Eu digo a você, Fidel: assumo o compromisso de continuar sua luta, sua batalha interminável, apesar de sua hora ainda não ter chegado. Sim, isso eu sei!", prometeu Chávez.

Ele ainda comparou Fidel a Cristo. "Homens como Fidel terminam sacrificando sua vida como Cristo." O ditador venezuelano decretou a transmissão por uma cadeia nacional de rádio e televisão das festividades do aniversário do assalto ao quartel Moncada, acontecimento que marca o início da revolução em Cuba.

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Artigo

SOLUÇÕES DE SEMPRE

Márcio Accioly

Na cerimônia de posse do novo ministro da Defesa, Nelson Jobim (PMDB-RS), o presidente Dom Luiz Inácio fez revelação digna do conselheiro Acácio: “-Não é segredo para ninguém que temos uma crise no setor aéreo”. Não fosse sua excelência e poucos tomariam conhecimento de tão excepcional fenômeno.

Claro que o desconhecimento de tal crise era generalizado. Fosse por conta da inércia do então ministro da Defesa, Waldir Pires, “O Lento”, ou por conta de solenidade acontecida um dia depois do acidente da TAM (ceifando a vida de umas 200 pessoas), quando a Aeronáutica condecorou dois dirigentes da Anac.

Por sinal, um dos dirigentes da Anac, seu presidente, Milton Zuanazzi, foi “contemplado”, inclusive, com comentário demolidor do presidente da ANDEP – Associação Nacional em Defesa dos Passageiros em Transporte Aéreo -, Cláudio Candiota Filho, que disse o seguinte:
“-O presidente da Anac não sabe a diferença entre um avião e uma galinha.”

Zuanazzi, que está no cargo por obra e graça da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, de quem é amigo, apenas se delicia nas mordomias de modelo adotado desde que os portugueses passaram por aqui, em 1500, e resolveram instituir um Estado com a vinda de D. João VI (1807), no qual a corrupção é o maior sustentáculo.

Ainda bem que o presidente Dom Luiz Inácio (PT-SP) colocou o ex-ministro da Justiça Nelson Jobim na Defesa. Ex-presidente do STF – Supremo Tribunal Federal (2004-06), sua excelência é conhecido pela rigidez de suas decisões e pela ênfase na ordem constitucional.

Há alguns meses, declarou ter inserido na Constituição artigos que não foram votados pelo plenário, mas que teriam de constar na nossa Carta Magna. Indicado pelo então presidente, FHC (1995-2003), para o Supremo, era chamado de “líder do governo no STF”, evidentemente por inveja ou despeito de adversários.

Foi ele quem impediu a quebra dos sigilos do presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, amigo de Dom Luiz Inácio. Por conta disso, ficamos sem saber como Okamotto pagou as contas do presidente da República, em denúncia não apurada pela CPI dos Bingos.

Quando diplomado pelo TSE, no ano de 2002, o presidente da República chorou igual a bezerro desmamado, abraçado ao ministro Jobim que, à época, era presidente daquele Tribunal. Foi tudo muito emocionante.

De maneira que da mesma forma que foi apontado como defensor de FHC, “O Entreguista”, viu-se também acusado de favorecer Dom Luiz Inácio.

Tudo isso porque tomou decisões polêmicas. Como aquela em que concedeu liminar, em 2005, impedindo “a abertura de processo contra seis petistas no Conselho de Ética da Câmara”, no auge da crise do mensalão.

Mas o que nos deixou mais tranqüilos foram as declarações da ministra Marta “Relaxa e Goza” Suplicy (Turismo). Ela garantiu que “o presidente mudou muito, além do ministro”. E aproveitou para assegurar “não ter responsabilidade sobre a crise aérea”, pois “não está na esfera” do seu Ministério.

O que temos observado é que ainda se procura saber quem são os responsáveis pela atual crise aérea, agora descoberta, pois a grande maioria de nossas “autoridades” tem negado qualquer vínculo com a questão nos seus pronunciamentos.

É incrível a capacidade de se furtar (epa!), ou de se esquivar aos deveres, exibida pelos nossos dirigentes, mesmo desfrutando de todas as benesses dos cargos públicos.

E-mail: accioly@tba.com.br

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Eu também vou vaiar Lula

Por Adriana Vandoni

São uns imbecis! Foi assim, com essa frase que o brigadeiro José Carlos Pereira, presidente da Infraero respondeu à Associação Internacional dos Controladores Aéreos que sugeriu uma intervenção internacional para resolver a crise aérea no Brasil. A associação acha que o governo brasileiro "não tem capacidade" para resolver a crise sem ajuda da comunidade internacional. Eu também acho.

Mas o brigadeiro ainda acha que pode resolver, no entanto, de janeiro a junho deste ano a Infraero, que tem como missão “garantir a infra-estrutura aeroportuária e aeronáutica, primando pela eficiência, segurança e qualidade”, investiu na infra-estrutura apenas 32% do previsto para todo o ano de 2007. Seu antecessor, Carlos Wilson, gastou no aeroporto de Congonhas R$ 16 milhões numa obra superfaturada, segundo o Tribunal de Contas da União.

Aonde foi empregado esse dinheiro? De que forma? A prioridade foi investir no terminal de passageiros, o conforto antes da segurança. Por outro lado, melhorando o terminal de passageiros possibilitaria à Agência Nacional de Aviação Civil, conceder mais linhas às companhias aéreas para operação no Aeroporto de Congonhas. Essa é a suspeita do senado que pretende, caso isso seja comprovado, destituir Milton Zuanazzi do cargo de presidente da Anac.

Agora levantaram a hipótese de que as empresas aéreas pressionaram o governo para que liberasse a pista de Congonhas antes das férias. E para que serve este governo de energúmenos? Foi pressão ou foi bola, agrado, suborno?

Onde estão as autoridades deste governo? É exatamente aí que começam os problemas, na falta de autoridade e no excesso de covardia. Ninguém cuida de nada, ninguém se responsabiliza por coisa alguma.

Este parece ser um governo de meliantes que se preocupam mais com a própria imagem que com o sofrimento da população.

A situação aérea do Brasil é surreal, como descreveu o jornal La Nacion: “os aeroportos se tornaram acampamentos de 'sem terra': as pessoas se deitam nos corredores à espera de vôos que atrasam horas”. E com ironia diz que Congonhas virou “escala virtual para o terminal de ônibus”. Viramos chacota da América Latina.

E o presidente desta joça toda? Não menos meliante e covarde que sua equipe, está preocupado com a sua imagem. Fugindo de lugares onde possa ser vaiado, cancelou sua ida ao Sul do país onde ia lançar o PAC do Saneamento Básico (mais uma abobrinha virtual), cancelou também sua ida ao encerramento do PAN no Rio de Janeiro.

Mas está prevista sua vinda a Cuiabá no dia 31 (terça-feira), também para lançar o PAC do Saneamento.

Vem Lula, vem! Eu junto a um enorme grupo de pessoas de bom senso, estamos confeccionando adesivos para recepcioná-lo: “Eu também vou vaiar Lula”. Os interessados podem entrar em contato.

Adriana Vandoni. Blog: www.prosaepolitica.com. Cuiabá - MT

Rogai por nós

Lula confessou ao País que tem medo de andar de avião. Nós também. Sabe por quê? Porque tememos viajar em aviões sem manutenção e compromisso com pontualidade, vitimados pela ganância de empresas que só visam lucros - estes, sim, cada vez maiores. E, quem devia nos proteger, joga contra nós, fazendo-nos mais frágeis do que somos. E, assim como Lula, o brasileiro entrega sua alma a Deus. Só que nós, pobres mortais, a entregamos antes à TAM e à Gol, que todos já conhecem. Só nos resta, infelizmente, segurar na mão de Deus e ir. (Blog do Jefferson - http://blogdojefferson.com/ -, de hoje).

Sexta é dia de folga

Você pensa que em Roraima o numero de feriados tem sido exorbitante? Veja essa: a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT), decretou ponto facultativo para todos os servidores públicos do Estado nas sextas-feiras. Enquanto durar o período de férias escolares. Afinal, ninguém e de ferro.

Mais emprego, menos dinheiro

Pesquisa em nível nacional realizada pelo IBGE, divulgada hoje, mostra que o setor de serviços empregou mais, porém, às custas de uma remuneração menor dos empregados. Enquanto o emprego subiu 28,6% no período de 2000 a 2005, o rendimento médio caiu 3,8.

O fantasma da Lipo

A juíza Roseane Padilha, de 34 anos, morreu nesta terça-feira, no Hospital Boa Viagem Medical Center, em Recife, durante uma lipoaspiração. Há uma semana, no mesmo hospital, Flávia Caroline Pires Macedo, 25 anos, também morreu após implantação de prótese nos seios e, também, uma lipoaspiração. Nos dois casos, as pacientes foram operadas pelo cirurgião Fábio Nóbrega.

Bovesa atravessadora

A culpa pelo preço elevado às alturas do megawatt/hora importado do complexo de Macágua (Guri-Venezuela) é dos parlamentares roraimenses que atuavam em Brasília na época da implantação do Linhão (2001).

A acusação é do ex-governador e atual deputado federal Neudo Campos (PP), feita ao jornal Folha de Boa Vista, edição de hoje.

Tendo a moeda norte-americana como indexador, o preço do MWh era de R$ 28,00 (US$ 26,00) em 1997. Em novembro de 2001, um dólar valia R$ 3,47, significando que já alcançara o preço de R$ 90,19. Em março/2003, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) rejeitou o dólar e o indexador passou a ser o IGPM. Atualmente, o MWh importado vale R$ 126,72.

Neudo disse à Folha de Boa Vista que a Eletronorte compra o megawatt/h da Edelca [estatal venezuelana] ao preço de U$ 26,00 (hoje R$ 48,10), vende para a BV Energia – e esta cobra pela tarifa residencial R$ 384,70 e na comercial R$ 410,32 pelo mesmo megawatt/h. Verdadeiro absurdo.

Para o deputado roraimense, a Bovesa é uma “atravessadora”. Do grupo estatal Eletronorte, repassa com ágio estratosférico energia adquira a preço baixo. Mais de 100%. Em qualquer ramo da atividade privada isso tem nome. Chama-se espoliação.

Astúcia de Lula

Analistas políticos ouvidos pelo New York Times asseguram que a nomeação do “respeitado ex-presidente da Suprema Corte e ex-ministro da Justiça" Nelson Jobim, para o Ministério da Defesa é uma forma do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se blindar contra possíveis petardos por virem em razão da derrapagem do Airbus A320, da TAM.

Se a ilação se confirmar, a “astúcia” de Lula não terá sido inédita. No inicio do primeiro mandato, o “Apedeuta” nomeou o criminalista Márcio Thomaz Bastos para o ministério da Justiça. Bastos atuou como advogado criminalista em defesa de um governo fazendo água, com corrupção estourando por todos os lados.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Desmantelo geral

Ao empossar Nelson Jobim no Ministério da Justiça, o presidente Lula falou arraigadamente sobre a situação das Forças Armadas. Aliás, se ele tem culpa no cartório, essa não e só dele. Seu antecessor compartilha pari-passu.

O desmonte das gloriosas Forças Armadas brasileiras vem de longe. Houve tempo em que ser militar era orgulho pessoal. Hoje é má-sina. O caos aéreo tem muito a ver com essa desvalorização, especialmente no que se refere ao material humano. Os controladores ficam na farda porque não têm outra alternativa de sobrevivência - ou pelo menos não vislumbram.

Se Lula fosse um pouco menos preguiçoso - pensar dá trabalho -, já teria desmilitarizado o controle aéreo brasileiro e, com um pouquinho mais de empenho, todos não estaríamos vivendo esse fantasma a nos assombrar no dia a dia. Até quem jamais botou os pés dentro de um avião está sobressaltado. Um pode cair-lhe na cabeça a qualquer momento.

Máquina de fazer corruptos

Revendo a nota abaixo, me pego pensando como são as coisas. Se ministro ganha tão pouco, conforme alardeou o ex- da Defesa, Waldir Pires, por que existe corrida desenfreada pelo cargo? Principalmente se este abriga em seu ventre uma polpuda verba descontingenciada? Será que ninguém ainda pensou que pagar mal é o caminho mais curto para a corrupção? É claro que isso só vale para quem já tem índole carcomida pela concupiscência. Sei não. Às vezes penso que o serviço público é, de cerca forma, uma máquina de fazer corruptos.

Já vai tarde

Passei a manhã ocupado. Só agora, 13 horas, tive tempo de ver a internet. Acabo de abrir e dou de cara com uma cena mais que desoladora. O presidente Lula derrama copiosas lágrimas no ombro de um não menos chorão Waldir Pires, agora – para nosso alento – ex-ministro da Defesa. A foto ainda está lá na página principal do UOL para quem quiser ver.

Lula é assim mesmo. Nomeia sem qualquer critério pessoas para cargos que precisam de gente de pulso. E qualificada. Quando não dá certo – e quase sempre não dá, exatamente por falta de qualificação do “amigo” ou “compadre” –, vê-se cheio de pernas para demitir. Faz isso – aliás, o fez pouquíssimas vezes – com o coração partido.

A prova está aí: a choradeira ao ter que se desfazer de um desastrado, desgastado e patético ministro que não soube a que veio. Quando chamado à responsabilidade na CPI do Apagão Aéreo, Pires reclamou do salário de ministro. Ganhava pouco, o coitado. A pergunta é: por que, então, aceitou o cargo, se sabia que o salário não era lá tudo isso?

O melhor de tudo, no entanto, é a possibilidade de que a decisão de Lula gere efeito dominó. Ao descartar Waldir Pires, que caia também o Comandante da Aeronáutica, o presidente da Infraero, o presidente da ANAC e todo seu staff... Incompetência no serviço público deve ter limite.

A esperança está agora nas mãos de Nelson Jobim, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, tido como homem de pulso. E vai precisar de toda torcida a favor. O ninho de cobras formado pelos donos de companhias aéreas não é docinho, não.

Como disse o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), ao assumir a Pasta da Defesa, Jobim põe sua biografia em risco. Esperar para ver.

terça-feira, 24 de julho de 2007

Pontualidade britânica

Passei o fim-de-semana em Manaus. Fui de ônibus. Mais por economia que por medo de avião. Está bem, admito que, nas condições em que as coisas estão, a gente sempre pensa duas vezes antes de encarar as geringonças voadoras.

Desnecessário dizer que, diferente dos aeroportos, horários de saída dos ônibus nas rodoviárias, tanto de Boa Vista como de Manaus, são honrados na maior. Por ali não se sabe o que seja atraso.

Já a chegada...

Como nem tudo é perfeito, a chegada ao destino são outros quinhentos. Cheguei em Manaus, manhã de sábado, de carona. Eu e todos os passageiros da Eucatur 19h30 de sexta (21).

A buraqueira na BR-174 (nada diferente da maioria das estradas federais) tanto provoca a quebra dos novos Amazonbus como os obriga a andar em velocidade de tartaruga. No máximo 20 quilômetros/hora durante longos trechos.

Pulga atrás da orelha

Depois do acidente em Congonhas, o Presidente Lula visitaria os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, também para anunciar obras do PAC. Cancelou a agenda. São também gaúchos parte considerável dos mortos na queda do avião da TAM.

Mas o fastio de povo não deve ser eterno. Depois de permanecer vários dias recluso, o presidente deve retomar sua agenda com eventos públicos. Para sua sorte, a programação inicialmente preparada para esta semana prevê visitas ao Nordeste, onde o Bolsa Família fala mais alto.

Sem estresse

O Palácio do Planalto tem uma pesquisa, pós-vaia e pós-Congonhas, que registram diminuição na popularidade do Presidente Lula. Mas nada radical. Apenas, um pequeno tropeço.

Mãe desnaturada

A Promotoria de Justiça de Colombo, região metropolitana de Curitiba, no Paraná, denunciou uma estudante de 19 anos, por homicídio doloso, com intenção de matar. A jovem é acusada de provocar a morte da filha, um bebê de 40 dias. O Ministério Público do Paraná pede que a acusada seja levada a júri popular.

Aposentados

O INSS vai pagar aos aposentados junto com o salário de agosto, depositado no início de setembro, metade do 13º salário. A segunda parcela será paga em dezembro.

A polêmica de Arafat

O ex-presidente da Autoridade Nacional Palestina, Yasser Arafat, teria morrido de AIDS, de acordo com o jornal argentino Clarín. A revelação foi feita esta semana pelo fundador da Frente Popular pela Libertação da Palestina durante uma entrevista à rede de TV Al-Manar.

O jornal argentino afirma ainda que as autoridades palestinas queriam esconder a longa história de homossexualidade de Yasser Arafat teria sido obrigado a se casar com uma mulher e a ter com ela uma filha, hoje com 12 anos.

Num livro que está escrevendo, o ex-chefe da Inteligência Romena, Ion Pacepa fala de um romance secreto entre o ex-líder palestino e um guarda-costas dele.

Crise se alastra

Logo no início da manhã de hoje, a TAM cancelou 68 vôos que deveriam ocorrer em Congonhas nesta terça-feira. Outros 22 foram remanejados para Cumbica. Segundo a empresa, as alterações foram motivadas pela previsão de chuva em São Paulo. 71 jatos que deveriam descer em Congonhas foram redirecionados para Guarulhos.

Os reflexos

Nuvem negra se abate sobre o setor aéreo. As empresas raciocinam com a necessidade de demitir até 30% dos funcionários neste ano. A passagem de avião vai ficar mais cara e as classes C e D, que foram beneficiadas pela baixa da tarifa nos últimos 4 anos, terão agora mais dificuldades para andar de avião.

Artigo

As mesmas “autoridades” vão continuar

Por MÁRCIO ACCIOLY

Ao se falar em gargalo no sistema aéreo brasileiro, é necessário tomar consciência de que o país já possui vários desses gargalos em diversas áreas. O que se faz é tão somente sedimentar as condições para o surgimento de um milagreiro.

Mais cedo ou mais tarde, ele surgirá: seja no molde de Hugo Chávez, presidente da Venezuela, ou de Edir Macedo, comandante da Igreja Universal (com grande intimidade com o Criador), ou ainda no de Fernandinho Beira-Mar, com vários admiradores e seguidores ocupando espaços nos três poderes da República.

A ressonância da crise no setor aéreo só está sendo possível porque atinge às classes médias. Imprensada entre o favorecimento às elites (na entrega das riquezas nacionais a bancos e financistas), e a distribuição de bolsas-esmolas que concentra forte apoio eleitoral da mundiça, elas estão sendo, agora, literalmente dizimadas.

Mas quem quiser ter visão exata do que é o Brasil, compareça aos seus prontos-socorros. Ou às suas escolas de ensino fundamental. Converse com professores lotados na rede escolar do interior do país. Vá a rincões desabastecidos, onde milhões e milhões, na trilha de exemplo presidencial, jamais abriram um livro.

Verifique as estradas, nas quais o número de mortos, por conta dos buracos, falhas, ausência de sinalização, corrupção e negligência, coloca o Brasil em primeiro lugar mundial, imbatível. Na olimpíada de matança, não há quem nos surrupie o bastão de comando.

Sem esquecer que o país se encontra num estado de guerra civil ainda não declarado. As classes médias alienadas e preconceituosas preferem fazer chiste, pilhéria, embora não consigam mais circular em nenhuma de suas principais capitais sem correr o risco de ser assaltado e/ou morto.

Em Pernambuco, os médicos do serviço público estadual estão pedindo reajuste salarial que o Estado informa não ter condições de conceder. Um profissional de tal categoria, que passa a maior parte de sua vida se especializando e estudando, chega a atender 100 pessoas num plantão de 12 horas, ganhando dois mil e 161 reais mensais.

Parece estar se aproximando o instante de explosão sem limites. Qualquer dia desses a estrutura podre irá se desmontar. Que fazer? O sistema de saúde, que o presidente Dom Luiz Inácio (PT-SP) afirmou estar perto da total perfeição, vive clima de indizível desastre.

E onde estão as ferrovias que há alguns anos conduziam milhares de passageiros pela Rede Ferroviária Federal? E as providências para o setor elétrico, cujo próximo apagão já tem data e hora marcadas?

Vivemos num país de faz-de-conta, onde a prédica é convincente e dignificante, mas a prática é a mesma observada num bordel. Temos juízes vendendo sentenças, pilhados, mas não punidos. Parlamentares vendendo a alma ao demônio, gozando imunidade ampla e irrestrita.

Temos “autoridades” flagradas em desvios de recursos públicos, que são remetidas a foro especial com a certeza absoluta de que escaparão sãs e salvas. A história do Brasil é livro aberto de desmazelo e patifaria.

Os mesmos personagens se repetem ad aeternum, impingindo a segurança da indecência irrestrita. Diante da necessidade de respostas a tão graves problemas, quem comparece? Os suspeitos de sempre, envolvidos em desonrosos procedimentos.

Não há como traçar cenário alvissareiro, quando se tem a impressão de ser caça. Estamos cercados de predadores. Insensíveis abutres que nos enxergam como carniça.

Márcio Accioly é Jornalista.

domingo, 22 de julho de 2007

"Onde está o presidente?"

Artigo de Carlos Heitor Cony publicado no dia 26 de junho, na FSP, que merece reflexão:

“Num desses telejornais, vi o desabafo de um cidadão que não obedeceu ao conselho da ministra do Turismo para relaxar. Tomou o microfone da jornalista e gritou: "Onde está o presidente? Há algum presidente neste país?".

A cena era patética e já conhecida de todos. Gente deitada no chão, pessoas doentes chorando, o diabo. Onde estava o presidente? A pergunta pode parecer exagerada (não a cólera), mas há razão para ela. A crise no setor aéreo pertence ao Executivo, cujo chefe maior está omisso, dando conselhos e invocando um trabalho que não aparece.

Lembro dois casos. JK tomou posse na Presidência e, dias depois, rompeu-se a barragem de Orós. Ele deslocou todo o governo para lá e só voltou ao Rio após tomar as medidas executivas para resolver o problema pessoalmente, embora não fosse engenheiro nem ainda tivesse tomado pé da chefia da nação.

Outro exemplo:

Carlos Lacerda, ex-governador da Guanabara, teve um problema de rompimento na adutora do Guandu em construção. A cidade ficaria sem água. Lacerda pegou uma cadeira, sentou-se no local da obra e só saiu dali no dia seguinte, com o problema resolvido.

Tanto num como no outro caso, a presença física do presidente e do governador apressaram a solução do caso. Evidente que Lula não precisa bivacar no saguão dos aeroportos. Mas a presença dele nos segmentos em crise, tomando providências imediatas sem delegação a terceiros, daria um cenário novo ao apagão aéreo.

Passar a responsabilidade para a cadeia hierárquica do comando vem revelando inutilidade operacional e insensibilidade política. Dá a impressão que ele está fazendo tudo quando mantém os mesmos homens nos mesmos cargos e não toma a iniciativa que se espera de um chefe do Executivo."

Sindrome do avestruz

Este texto é de junho passado. O caos nos aeroportos continua o mesmo ao longo de dez meses. Para sair da rotina, como agravante, o megaacidente da TAM, cujo vôo 3054 culminou no desaparecimento trágico de mais de 200 pessoas.

Bom lembrar que o acidente aconteceu no início da noite de terça-feira (17) e só na sexta, 72 horas depois, é que o Senhor Presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu submergir. Para falar abobrinhas. Nada que justificasse interromper a programação normal das emissoras de TV.

E a vida continua

Depois de um problema detectado ontem, no Sindacta IV, em Manaus, nada menos que 45% dos vôos saíram com atraso nos diversos aeroportos do País hoje, sem falar em um sem-número de cancelamentos. "Onde está o presidente?"

Os verdadeiros culpados são os passageiros da TAM

(*) Por JOSIAS DE SOUZA

Os passageiros do vôo 3054 cometeram vários crimes que justificam sua responsabilização sumária. O primeiro foi o de existir. Não satisfeitos, existiram em número expressivo: 187. Num flagrante desafio à ordem, compraram bilhetes sem perguntar se os reversos do avião estavam em ordem. Pior: aterrissaram em Congonhas, sob chuva, numa pista sem ranhuras. Finalmente, abandonando qualquer tipo de escrúpulo, tornaram-se vítimas. Um acinte.

Tenta-se agora, veja você, acomodar nos ombros do governo e da TAM a culpa pelos crimes dos passageiros. Coisa inaceitável. O Estado e a empresa têm do seu lado a lei. Estão protegidos pela “Lei de Murphy”. Todo mundo já ouviu falar da “Lei de Murphy”. Mas pouca gente conhece sua origem. Foi descrita nas páginas de ''A Vingança da Tecnologia'', livro do norte-americano Edward Tenner (Editora Campus). Informa o seguinte:

O capitão Edward Murphy, da Força Aérea dos EUA, acompanhava, com vivo interesse, os experimentos de seu chefe, o major John Paul Stapp. Cobaia de testes de resistência a grandes acelerações, Stapp desafiava a velocidade num trenó-foguete. Em 1949, bateu o recorde de aceleração. Mas não pôde comemorar o feito. Os acelerômetros do veículo não funcionaram.

Engenheiro, Murphy foi investigar o que dera errado. Descobriu que um técnico ligara os circuitos dos aparelhos ao contrário. E concluiu: ''Se há mais de uma forma de fazer um trabalho e uma dessas formas redundará em desastre, então alguém fará o trabalho desta forma''. Depois, em entrevista, o major Stapp referiu-se à frase do ajudante como ''Lei de Murphy''. Resumiu-a assim: ''Se alguma coisa pode dar errado, dará''. A ''Lei de Murphy'' foi injetada no folclore da tecnologia. Hoje, aplica-se a todas as situações. Inclusive ao infortúnio aéreo do Brasil.

Apresentado ao aerocaos dez meses atrás, o governo tinha duas formas de gerir a encrenca. A mais banal seria assumir a tarefa de governar, adotando providências. Preferiu a tortuosa alternativa de empurrar os problemas com a barriga. Em Congonhas, entregou tardiamente uma pista inacabada, sem ranhuras. Diz-se agora que o grooving, nome técnico das fendas que facilitam a drenagem da pista, não é essencial. Simultaneamente, informa-se que serão apressadas as obras de abertura das frinchas no asfalto. É Murphy levado às últimas conseqüências.

Três dias antes da tragédia, a TAM detectara um defeito no reverso da turbina direita de seu Airbus. De novo, havia dois caminhos. O banal: recolher o avião ao hangar e reparar a avaria. O tortuoso: barrigar o conserto, mantendo o avião nos ares. Optou-se pela barriga. Informa-se agora que o reverso não é lá tão relevante na operação de frenagem. Fica-se sem entender porque o fabricante perde tempo incorporando nos aviões uma geringonça de tamanha inutilidade. Só Murphy explica.

Como se vê, tudo está perfeitamente claro. Mas os parentes das vítimas cobram explicações adicionais. E exigem pressa. Uma evidência de que a índole criminosa é fenômeno genético. A pressão é adensada pelo ânimo acalorado de toda sociedade. Buscam-se nas caixas pretas do avião novas revelações. Novidades capazes de pôr em xeque as boas intenções –públicas e privadas—, as melhores frases (Marta “Relaxa e Goza” Suplicy) e os gestos mais espontâneos (Marco Aurélio “Top-top” Garcia). Esse ímpeto subversivo é um inaceitável desafio à lógica da Lei de Murphy.

(Transcrito do blog do Autor na Folha Online deste domingo)

Artigo

O Presidente Não Pensa em Renunciar

(*) Por MARCIO ACCIOLY

O presidente da República, Dom Luiz Inácio (PT-SP), ao se pronunciar sobre o maior acidente da aviação aérea brasileira (somente 72 horas depois), disse estar “com o coração sangrando”. Mas todos os incompetentes que o cercam continuam no governo.
A anunciada demissão do ministro Waldir Pires (Defesa), circula por todos os meios de comunicação sempre que problemas referentes à sua pasta se acirram, e tudo continua no mesmo. O cinismo da ministra Marta Suplicy (Turismo), “relaxa e goza”, transita nas benesses e mordomia que a transporta planeta afora, às nossas custas.
O assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, juntamente com seu assistente, Bruno Gaspar, continua às expensas da população, mesmo depois do gesto em que expressou vilania e pequenez, na imagem flagrada pelas lentes da Rede Globo.
No Brasil, alcançamos deplorável situação em que as estradas são intransitáveis (não bastassem os assaltos diários), a navegação de cabotagem não funciona e o espaço aéreo se transformou em verdadeira roleta-russa. Estamos quase que isolados.Mas há quem enxergue exagero em tais colocações, pois a maioria das pessoas prefere ser iludida (com todo o sofrimento carreado), a abrir os olhos para a triste realidade ou para inadiável necessidade de mudança exigida.
A gestão “administrativa” (entre aspas), implantada pelo PT, é um mar de denúncias envolvendo assassinatos, desvios financeiros, nepotismo e fracasso. Seguindo e alargando os mesmos passos da gestão FHC (1985-2003) que a antecedeu.
A crise do apagão aéreo, que se perpetua, serviu apenas para retirar de foco as denúncias sobre o assassinato do prefeito de Campinas, Toninho, ocorrida no dia 10 de setembro de 2001, bem como a do prefeito de Santo André, Celso Daniel, no dia 20 de janeiro de 2002.
Ninguém se lembra mais do gravíssimo depoimento prestado pelo economista Paulo de Tarso Venceslau à CPI dos Bingos (na terça-feira, 18/01/06), dizendo ter denunciado ao hoje presidente da República o esquema de arrecadação caixa dois em prefeituras petistas, efetuado pela Cpem – Consultoria para Empresas e Municípios.
Sua hoje excelência era, então, presidente nacional do PT, e só tomou uma providência no caso: mandou expulsar o economista das fileiras da legenda. A denúncia relacionava o advogado Roberto Teixeira à bandalheira, pois o compadre de Dom Luiz Inácio era o representante da Cpem.
A roubalheira começou na prefeitura administrada por Ângela Guadagnin, em São José dos Campos (SP), a mesma da dança da elefantinha no plenário da Câmara, que comemorou a absolvição do deputado João Magno no esquema do mensalão (ele confessou ter embolsado 426 mil reais).
Uma outra providência que ainda não se tomou foi a de aprofundar investigações acerca dos milhões e milhões de reais que vêm sendo ganhos pelo filho de Dom Luiz Inácio, Fábio Lula Inácio da Silva, o qual de repente se revelou próspero empresário, a partir da ascensão do pai à Presidência da República.
Enquanto ninguém faz nada e o crime frutifica, Dom Luiz Inácio mergulha numa quase clandestinidade, cuidando de revisar futuros roteiros turísticos internacionais. Sua excelência deverá ir à Dinamarca e outros países daquela Região, tão logo esteja assentada a poeira de recentes desmandos e flagrante incúria.
Engana-se quem imagina que Dom Luiz Inácio seja capaz de assumir a própria incompetência e renunciar. Ainda teremos muitos pecados a pagar: justa e injustamente.

(*) Márcio Accioly é Jornalista.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

O Brasil do PT é assim mesmo

Está cada dia mais difícil agüentar a turma de obscenos incrustada no alto escalão do (des)governo do PT. Não bastou a ministra-sexóloga Marta Suplicy dar aquele conselho libidinoso, que ofendeu toda família brasileira. Agora foi a vez do homem coladinho a Lula, o assessor especial da Presidência Marco Aurélio Garcia, “gozar” com a cara de todos nós.

Garcia e o assessor de imprensa da Presidência Bruno Gaspar deram uma bofetada na cara de 190 milhões de brasileiros, ao comemorar, com gestos obscenos, a notícia de que o Airbus A320 da TAM que se espatifou na terça-feira, em São Paulo, estava com defeito.

Minutos depois de a cena dantesca ter ido ao ar pelo Jornal da Globo, Garcia tentou explicar. Fez a emenda pior que o soneto. Vociferou que foi um ato espontâneo, de vibração, por ficar configurado que a culpa pelo acidente não teria sido do (des)governo do PT, e sim, de falha técnica da aeronave. Livrar a cara do governo, para ele, é mais importante que as quase 200 pessoas que perderam a vida no acidente trágico anunciado previamente.

A cara do governo

Os gestos desrespeitosos de Garcia e Bruno Gaspar provocam asco em qualquer um. Além de demonstrarem total pouco caso pela dor dos familiares das vítimas e por extensão de toda a sociedade brasileira - que se acha de luto -, deixam como fratura exposta o nível de irresponsabilidade de pessoas plantadas sem qualquer critério em pontos-chave do (des)governo Lula. Uma pena.

Desrespeito pelos brasileiros, aliás, é a própria cara do Executivo nacional. O pior de tudo é que a culpa por eles estarem “lá” é nossa. Povo aviltado, desavergonhado, com complexo de, como é que é mesmo, aquele pássaro que enterra a cabeça no chão para não ver o óbvio? Avestruz?, sei lá...

Noventa mil pessoas ensaiaram glamourosas vaias no presidente, semana passada, no Maracanã. Mas esse mesmo contingente é incapaz de sair às ruas para pedir mais respeito, para exigir a queda do ministro Waldir Pires. Figurinha irrelevante que ocupa a Pasta da Defesa sem saber sequer o que foi ali fazer...

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Palha da cana

Se o modelo econômico do plantio da cana-de-açúcar defendido para Roraima for idêntico ao praticado até hoje na Zona da Mata de Pernambuco e em outros pontos do Nordeste, é bom mesmo que o governo o proíba.

Naquelas paragens, a atividade canavieira é altamente rentável, mas só para os usineiros e grandes latifundiários. Péssima para os bóias-frias que tocam o serviço. É algo parecido com a soja. Só o dono se dá bem.

Genuflexo

Com a decisão de restringir o cultivo da cana-de-açúcar na Amazônia e no Pantanal o governo visa dar uma resposta à acusação que vem de organismos internacionais de que o plantio de cana para produção de etanol estaria avançando sobre as áreas de produção de alimentos, especialmente na Amazônia.

O ministro Reinhold Stephanes, da Agricultura, diz que um zoneamento da cana com um mapa de restrições, proibindo o cultivo no bioma da Amazônia e do Pantanal, além de outros locais, estará pronto em no máximo um ano.

Barata tonta

É no mínimo desfaçatez do ministro da Defesa Waldir Pires, num azo de comoção social como o atual, falar palavras inócuas como “momento de cautela”, “manter a sobriedade”, “evitar julgamentos precipitados”. Tudo retórica diante da incompetência que ele tem demonstrado desde que começou a crise aérea.

Desde o dia 30 de agosto do ano passado, quando morreram 154 pessoas, Pires faz questão de enfatizar total inépcia para a função que brinca de exercer. Pior: demonstra verdadeira apatia diante do sofrimento alheio. Carrasco em potencial da sociedade.

Aliás, qualidades pejorativas idênticas estão presentes na quase totalidade do governo equivocado do PT. A começar pelo presidente Lula da Silva, que deveria ter demitido seu ministro querido já no nascedouro do apagão aéreo.

Relaxa e...

Diante da carnificina provocada pela aterrissagem de mau jeito do vôo JJ–3054 da TAM, em Congonhas (SP), como fica agora a cara da ministra-sexóloga Marta Suplicy?

Será que a ministra teria coragem de repetir hoje o bem-pensado conselho aos familiares das vítimas? Quanta dor, quanto desespero! Cenas de filme de terror. A sensação que fica na população é um quê de desprezo e abandono jamais vistos.

Impressionante que, diante de tudo isso, a popularidade do governo e do presidente ainda continue altíssima. Isso, se os institutos de pesquisas não estiverem tão equivocados quanto o próprio governo petista.

Hipótese, aliás, nada descartada a contar pela vaia orquestrada que o presidente levou de mais de 90 mil pessoas no Maracanã (Rio), na sexta-feira passada. Haja incoerência!

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Tragédia do Vôo JJ3054 da TAM

Nota distribuída logo após o acidente por Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB no Senado:

"Estou muito ferido. O PSDB está em prantos e o Brasil também.
Depois do acidente do avião da Gol, que se chocou com o Legacy, matando tantos inocentes, a começar pelo grande número de conterrâneos meus, vem agora o desastre da TAM.
Até quando? Esperar a próxima mortandade? Ou enfrentar a crise do setor aéreo com caráter, coragem e competência?
Inventar culpados? Tirar o corpo fora? Assumir o desgoverno?
O Presidente Lula precisa agir e não falar. Ou seu período se marcará pelo sofrimento e pela dor de tantos brasileiros que poderiam estar vivos, lutando, sofrendo, sorrindo e construindo um Brasil mais justo.
Meu sentimento é de dor e frustração. Essa crise passa por incompetência gerencial, corrupção e insinceridade.
Para mim basta! O Brasil está desesperado, também!
O Deputado Júlio Redecker está nesse avião. Líder da minoria, corajoso, fraterno, amigo querido.
A Nota oficial da Bancada do PSDB no Senado está formal. Esta aqui é minha pessoal, escrita entre lágrimas.
Pise no chão da realidade, Presidente Lula. Exijo-lhe isso mais como brasileiro ferido, prostrado, do que como parlamentar".

Descaso

O presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aéreos, Uébio José da Silva, disse que recebeu reclamações de pilotos sobre as condições da pista principal do aeroporto de Congonhas, reaberta no final de junho sem o grooving - ranhuras que aumentam a aderência dos pneus das aeronaves. Segundo o sindicalista, pilotos disseram que a pista não apresentava condições de pouso e 'estava lisa como sabão'.
- Não quero ser leviano e dizer que a causa do acidente foi essa. Mas a aviação brasileira está um caos - afirmou ele que está no local do acidente".

PS.: acredito que a hora da postagem ainda esteja atrasada, mas fazer o quê...

(Blog do Noblat, 01h30 de hoje, 18)

terça-feira, 17 de julho de 2007

Não sou adivinho

Alguém pode até pensar que estou adivinhando fatos em razão de postar notinhas adiantadas cronologicamente de seus acontecimentos (veja a hora da postagem aí embaixo). Não é nada disso. É que, não sei por que cargas d'água, o blog está com o relógio atrasado. Não é o do meu computador. Garanto. Ah, por falar nisso, o Brasil acaba de ganhar sua quarta medalha de ouro. Diego Hipólito fez bonito. O Brasil desencantou mesmo. Já é o quinto no quadro geral.

Brasil faz escola

A ministra argentina da Economia, Felisa Miceli, foi obrigada a “entregar o boné” depois de convocada para depor sobre a origem dos US$ 63 mil dólares encontrados no banheiro de seu gabinete. “Não quero prejudicar o presidente por uma bobagem que cometi”, disse.
A grana foi descoberta numa operação de rotina da brigada de explosivos da polícia federal argentina. Felisa alegou que o dinheiro – que tinha uma fita de papel da autoridade monetária - seria objeto de empréstimo pessoal concedido pelo seu próprio irmão, para comprar uma casa.

Não colou

Essa explicação, parecida a dos bois do Renan, não convenceu Guillermo Marijuán, promotor que investiga o caso. Marijuán conseguiu rastrear e identificar o banco de onde o dinheiro foi sacado mas nem a ministra nem seu irmão têm conta lá. O problema da grana ilegal no banheiro da ministra pegou o presidente Néstor Kirchner de calça arriada, faltando dois dias para ele fazer o lançamento oficial da candidatura da sua esposa, Cristina Fernández de Kirchner, para a presidência do país.

Vergonha na cara?

A diferença do episódio ocorrido na terra de "los hermanos" para os sem-número de similares brasileiros é que lá, como no Japão, quem é pego com a mão na botija sai de fininho. Desocupa a moita. Já por estas bandas...

Terá pizza?

A Mesa Diretora do Senado decidiu agora há pouco acatar por unanimidade o pedido do Conselho de (pseudo) Ética, com relação ao caso do senador Renan "Boi Voador" Calheiros. Os documentos apresentados pelo senador em sua defesa serão mesmo encaminhados à Polícia Federal para novas perícias.
Renan, que é acusado de pagar despesas de uma filha fora do casamento usando lobista de empreiteira, tentou a manobra de adiar da semana passada para hoje a reunião da Mesa Diretora. Acreditava que não haveria quórum e o processo fosse pocrastinado para depois do recesso parlamentar. Não colou.

Desencantando

Depois de um dia de fastio no Pan do Rio, a carruagem verde-amarela começa a fazer sua viagem de cruzeiro. Hoje pela manhã foram duas medalhas douradas, o que mandou o Brasil do 9º para o 6º lugar. A vida segue.

Zona Conflagrada

Bonito de ver a empolgação dos cariocas com a eleição do monumento Cristo Redentor como uma das sete maravilhas do mundo. Melhor, no entanto, seria a entronização do verdadeiro Cristo, o Cristo vivo, em seus corações. Enquanto o "redentor" permanece inerte - de braços abertos sem abraçar ninguém -, Jesus Cristo dá a salvação eterna a todos que nEle acreditarem. Menos cristolatria e mais fé em Cristo, gente. Isso é bom e agradável diante de Deus. Apesar de zona conflagrada, com balas perdidas e, de vez em quando, achada, o Rio continua lindo.

Zona Conflagrada

Bonito de ver a empolgação dos cariocas com a eleição do monumento Cristo Redentor como uma das sete maravilhas do mundo. Melhor, no entanto, seria a entronização do verdadeiro Cristo, o Cristo vivo, em seus corações. Enquanto o redentor fica inerte - de braços abertos sem abraçar ninguém -, Jesus Cristo quer dar a salvação eterna a todos que nEle acreditarem. Menos cristolatria e mais fé em Cristo, gente. Isso é bom e agradável diante de Deus. Apesar de zona conflagrada, com balas perdidas e, de vez em quando, achada, o Rio continua lindo.

Declaração do Papa e as Igrejas

Por NEURACI SOARES

Um documento publicado pelo Vaticano, na semana passada, afirmando que a Igreja Católica é, sempre foi e será a única igreja de Cristo está gerando uma grande discussão em todo o mundo. Em Roraima, onde a Igreja Católica tem um trabalho ecumênico tradicional, em especial com a Igreja Luterana, o bispo Roque Paloschi alegou que prefere não se posicionar antes de receber um documento oficial de Roma.
Segundo parte do texto do documento do Vaticano, “Cristo constituiu sobre a terra uma única igreja e instituiu-a como grupo visível e comunidade espiritual, que desde a sua origem e no curso da história sempre existe e existirá”.
Na seqüência, o documento destaca que “esta igreja, como sociedade constituída e organizada neste mundo, subsiste na Igreja Católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos bispos em comunhão com ele”.
Mas a posição do Papa Bento XVI não é unanimidade nem mesmo na igreja que ele governa. Em Roraima, a Igreja Católica busca uma convivência harmônica e até mesmo cooperativa com a Igreja Evangélica, a exemplo, a realização da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que acontece todos os anos antes do período da Quaresma.
Até mesmo a programação da Rádio Católica de Roraima, FM Monte Roraima, abre espaço para programas evangélicos da Igreja Luterana. Sobre a declaração do Papa Bento XVI, a comunidade evangélica do Estado é unânime em afirmar que ele foi no mínimo infeliz com a afirmação. Segundo os pastores, essa visão retroage a história da Igreja Católica.
O pastor presidente da Igreja Batista Missionária de Roraima, Clodoaldo Vieira, disse que as declarações contidas no documento publicado pelo Vaticano não passam pelo crivo das Sagradas Escrituras, já que não existe nenhum texto bíblico que apresente uma religião como única.
“Acredito que o Papa Bento XVI foi no mínimo infeliz com sua declaração e não passa de religiosidade a visão que ele apresenta. Imagino que ele ou outro líder da Igreja Católica em nome dele [Papa] irá pedir desculpas por essa declaração, como já aconteceu em tempos passados em relação à influência desta igreja na 2ª Guerra Mundial e o período da Inquisição”, destacou o pastor Clodoaldo.
O pastor da Assembléia de Deus, Rosival Soares, disse que o Papa quando se levanta frente ao mundo declarando que a religião Católica é a religião de Deus declara insegurança frente ao crescimento dos evangélicos que adentram os professos católicos.
“O Papa é infeliz quando afirma que Lutero e seus seguidores estão doentes. Esta enfermidade já foi sarada quando do rompimento com as práticas idólatras dantes vividas sob a orientação papal. Há uma intenção muito clara por parte do Vaticano em criar uma animosidade entre católicos e evangélicos que convivem em paz e respeito mútuo”, destacou o pastor Rosival.
O líder estadual da Igreja Internacional da Graça de Deus, pastor Adriano Donizete, também afirma ser infeliz a declaração do Papa, destacando que não está escrito na Bíblia que a Palavra de Deus pertence a uma única igreja.
“Vemos essa atitude como um ato de desespero, mas isso não nos preocupa. Até porque cremos que no céu não existe placa com nome de igreja [denominações]. A nossa única preocupação é com relação aos extremistas que podem utilizar uma declaração dessa como base para criar embates mundo afora”, enfatizou o pastor Donizete.

Folha de Boa Vista, online, de hoje

Retrato do Congresso

Na coluna Cláudio Humberto desta Terça: "Gafanhotos e serpentes - Preso na Operação Gafanhoto da Polícia Federal e inscrito na lista de "inelegíveis" do Tribunal de Contas da União, o ex-governador de Roraima e deputado Neudo Campos (PP-RR) 'infestou' o gabinete de parentes."

Brasil empacado

O quadro brasileiro de medalhas no Pan do Rio estacionou desde domingo. Nenhuma novidade nesta segunda. Nem mesmo umazinha de bronze pintou. Pior, uma das esperanças está fora da competição. Daiane dos Santos, a "brasileirinha", decidiu abandonar a competição em virtude de contusão. Enquanto isso, os estrangeiros disparam na frente, com a desenvoltura própria das lebres. A esperança é que nesta terça a nuvem negra se dissipe.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Até que enfim...

Havia algum tempo que alimentava a idéia de criar um blog onde pudesse dizer o que penso. Afinal, nas democracias é assim mesmo. Qualquer um pode dizer ou escrever o que quiser. Sobre o que quiser. Ainda mais, quando já se passou dos cinqüenta.
Calma... nem tanto ao mar, nem tanto ao céu. Neste blog nada será tão assustador assim. Pretendo comentar fatos do cotidiano que tenham verdadeira relevância para a sociedade. Tal como as vaias - foram meia-dúzia, sete, oito? sei lá... - aplicadas por mais de 90 mil almas pensantes em sua excelência o "Presidente Nada Sei Nada Vi", aclamado pelos institutos de pesquisa de opinião. Verdadeira maravilha, né não?
A linha de conduta deste blog tem como alvo questões que realmente mereçam ainda que pequena fração de tempo com reflexão. Uma delas, novinha estalando, foi anunciada agora à tarde.
Pesquisa da OMS (Organização Mundial de Saúde) indica que o Brasil é um dos líderes mundiais em número de famílias que gastam anualmente mais de 40% de sua renda com saúde.
Ao invés de trabalhar para crescer como indivíduo útil à sociedade, o brasileiro gasta mais de 40% do que ganha com atitudes que visam se livrar de doenças, ou seja, curar-se para poder trabalhar para se livrar das doenças. Epa! Acho que enrolei a guerra. Mas vocês entenderam, né? O importante é que a pesquisa da OMS diz que essa situação configura uma "catástrofe financeira".
Esse espaço será também usado para difusão de idéias que interessam a todos, vascaínos e flamenguistas, da esquerda e da direita, pretos, brancos e amarelos, enfim... O anúncio fundamental de que Jesus Cristo é a Única Esperança. Por exemplo, ao contrário do que disse Joseph Ratzinger (o festejado Bento 16), a salvação de nossas almas está nEle (em Cristo) e não na igreja católica. Que Deus nos abençoe a todos.