quarta-feira, 30 de setembro de 2009

CCJ aprova projeto que dificulta prescrição do crime de pedofilia

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado aprovou nesta quarta-feira (30) um projeto de lei que tem o objetivo de evitar que pedófilos deixem de ser punidos em casos em que os responsáveis pelas vítimas não denunciem o abuso logo que ele acontece.

O projeto, que segue para o plenário do Senado e, em seguida, para a Câmara, modifica a possibilidade de prescrição dos crimes de pedofilia. Se aprovado, o prazo de prescrição para esses crimes passará a contar apenas quando a vítima completar 18 anos e não mais a partir do ato criminoso.

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Mudança climática provocará fome em 25 milhões de crianças

Pelo menos 25 milhões de crianças poderão sofrer fome a partir de 2050, em razão da mudança climática, que prejudicará a produção de alimentos.

O alerta é do Instituto Internacional de Política Alimentária (IFPRI), feito durante uma conferência realizada nesta quarta-feira (30), em Bangcoc.

- Este drama pode ser evitado com um investimento de US$ 9 bilhões anuais para aumentar a produtividade agrícola e ajudar produtores a enfrentar os efeitos do aquecimento global -, afirmou em comunicado o investigador Gerald Nelson, um dos autores do relatório do IFPRI.

- Melhores estradas, sistemas de irrigação, acesso a água potável e escolarização para crianças são essenciais -, acrescentou Nelson, no marco da conferência sobre mudança climática realizado em Bangcoc para preparar a cúpula de Copenhague em dezembro.

Fonte: R7 Notícias

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Desconfia, Mané, desconfia!

A Zona Azul, o estacionamento pago na área comercial da avenida Jaime Brasil, começou a funcionar ontem, 28/9.

Era visíviel o deserto em que se transformou aquele que foi - até sábado passado - um dos mais concorridos pontos de estacionamento da cidade.

E o pior é que veículos de comunicação - atrelados ao poder público de maneira enviesada, ou seja, movidos a verbas públicas de publicidade - derramaram-se em loas pela nova modalidade de estacionamento.

As entrevistas, só gente falando bem. Ninguém reclamando de nada. Daí, acendeu-me o desconfiômetro. Sou adepto da máxima do dramaturgo Nelson Rodrigues, que dizia que toda unanimidade é burra.

Como creio que o povo roraimense não é burro, ponho minhas barbas de molho. Restrições, então, miram à imprensa. Infelizmente.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O que agrada ao Senhor

Como é bom confiar em Deus! A Bíblia diz que Deus se agrada de quem confia nEle.

Só para se ter uma ideia, Deus diz que não se agrada tanto de sacrifícios nem de oferendas quanto de um coração quebrantado que nEle confia.

“Pois misericórdia quero, e não sacrifícios; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos.” (Oséias 6.6).

Confiar em Deus completamente significa crer que Ele sabe o que é melhor para a nossa vida. É esperar que Ele cumpra Suas promessas.

"O Senhor se agrada dos que o temem, dos que colocam sua esperança no seu amor leal". (Salmo 147.11)

Intervenção divina

Acabo de ler uma boa notícia no novo site - da TV Record, o R-7. Dilma Rousseff está livre do linfoma, garantem os médicos do Hospítal Sírio-Libanês.

A boa notícia não é por ser a ministra chefe da Casa Civil da Presidência da República, mas por se tratar de um ser humano que vence a investida do mal.

Sei o que é isso, porque uma filha minha também esteve às voltas com o fantasma do câncer. Não de linfoma, como Dilma, mas de tireóide.

E como nós, de casa, agradecemos a intervenção divina no caso!

Parabéns, dona Dilma! Seja durona, mas não esqueça de agradecer a Deus por ter-lhe poupado a vida, a exemplo do que ocorreu com minha filha.

Cabo eleitoral indigesto

O presidente venezuelano Hugo Chávez disse alto e bom som que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, é sua candidata para as eleições brasileiras de 2010.

“Sei que vão me acusar de ingerência, meu coraçãozinho é quem está falando”, justificou, durante o discurso na abertura da 2ª Cúpula América do Sul-África, realizada em Isla Margarita, na Venezuela.

Vê-se logo que o Foro de São Paulo, fundado por Lula e abraçado por Chavez, o cocaleiro Evo Morales e Cia Ltda, está entranhado até a raiz dos cabelos no Governo tupiniquim. Dá para desconfiar da batida.

Retaliação?

Sem querer entrar no mérito de quem está com a razão nesse imbróglio, acho de muito mau gosto a ideia do Tribunal de Contas do Estado (TCE) decidir por uma devassa nas consta do Governo Anchieta Júnior.

Houve momento certo para se fazer isso. Mas, agora, parece um pouco açodado. Isso, levando-se em conta que há poucos dias o presidente daquela Corte esteve em litígio judicial com o governador. No campo familiar.

Pode não ser, mas ficou patente uma possível retaliação. E isso, definitivamente, não é bom para a saúde do relacionamento entre os diversos entes governamentais.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Tato no Trato

Em 2004, publiquei um livro que reunia 42 artigos escritos por mim, semanalmente, durante todo o ano de 2003.

Nesse período, apesar de ter ocorrido a invasão do MST do coração de Lula ao Congresso, ainda não havia Valdomiro Diniz, aloprados, mensalão, dólares na cueca etc. e tal.

Mesmo assim, eu já chamava o governo Lula de Governo "equivocado", especialmente pelo "odor fétido" que exalava do Planalto. Aliás, esse era o título do livro: "Até Quando? Estripulias de um governo equivocado".

Pois bem. Se o Governo Lula tem lá seus méritos - e disso ninguém duvida, afinal a economia sólida está aí para confirmar -, tem mesmo mostrado ser equivocado em vários pontos.

Um deles é a falta de ética. O desprezo pelo sentimento maior que encerra o binômio caráter e moral, é patente em todo o Governo. Isso, a começar por seu chefe-mor, que sempre diz que não sabe de nada e que nada viu.

Agora, acaba de se meter numa enrascada das grossas. E pior, não sabe como sair. Ao permitir a permanência do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, na Embaixada do Brasil, em Tegucigalpa, confirma a tese do governo equivocado.

Receber Zelaya e deixá-lo como dono daquele pedaço brasileiro em tgerritório hondurenho não passa de ideia tresloucada que, havia alguns anos, jamais seria sequer cogitada pelo Itamaraty.

O feito solidifica uma prática espúria conhecida como intromissão em assuntos internos de outro país, prática condenada em todo o mundo. O problema de Zelaya é dele e de seu Estado. No popular, não cabe ao Governo brasileiro meter a colher.

Inegável que Lula tem aceitação fantástica junto ao eleitorado. Não se tem dúvida quanto a isso. Seu carisma é reconhecido até mesmo no exterior. Ele é "O Cara", segundo Barac Obama.

Tudo isso, porém, não é nem será suficiente para justificar a esparrela em que o Governo se meteu. Faltou tato no trato com coisa séria.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

De matraca e amor de Deus

O Level (Lauro Pereira Level, capitão da Reserva Remunerada da Polícia Militar) emprestou-me um livro nos idos anos de 1980, quando nós dois éramos sargentos. O título era bem sugestivo: "Não digas não a Deus". De autoria do Padre Zezinho.

Na épóca, o autor era uma febre em meio aos jovens católicos. Corria o Brasil fazendo homéricas preleções nos saudosos grupos jovens. Todo mundo queria participar de uma "matraca" (discurso comprido) do Padre Zezinho.

Quando recebi o livro, tentei lê-lo, mas achei enfadonho. Deixei-o de lado. Como o Level jamais me pediu de volta -- acho até que ele não sabe nem para quem emprestou o bendito livro --, deixei-o guardado numa prateleira da estante, pegando poeira.

Dia desses, passeando com o controle remoto da parabólica, deparei-me com o Padre Zezinho falando do amor de Cristo pelas pessoas. A TV, se não me falha a memória, era a Século XXI.

Imediatamente, lembrei-me do livro do Level, e caí em campo em busca do dito-cujo. Encontrei-o e não retomei a leitura, mas iniciei-a.

Sei não, acho que o amadurecimento por que passei ao longo desses anos deu-me nova visão da retórica arguida pelo Padre Zezinho.

Descontadas, é claro, as escorregadelas do sacerdote na esteira da mariolatria (não fosse assim não seria católico), confesso que gostei muito do que li. Aliás, para confirmar a aceitação, li a obra em poucas horas.

Para compartilhar com quem frequenta este blog (se é que tem...), escolhi um poema ali inserido, que vou postar aqui na primeira oportunidade.

A você, Level, resta-me agradecer pelo livro e orar para que Deus te abençoe e te ajude a superar as dificuldades que te acometem no momento.

Espero também que você não esteja dizendo não a Deus! E aceite Jesus como Senhor (Ele manda e nós obedecemos) e legítimo Salvador (só ele, Jesus, morreu pelos nossos pecados).

Um abraço afetuoso, irmão!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

E não e que "O Cara" veio, mesmo?

Amanhã (14) será um dia histórico em Roraima. O presidente Luis Inácio Lula da Silva desembarca pela primeira vez em Roraima, em quase sete anos de gestão.

Roraima já foi chamado até de enteado. Para compensar tamanho desinteresse, Lula promete trazer notícias importantes para tocar o desenvolvimento local.

Já está mais que na hora de ir para a cama. Amanhã promete ser um dia duro, com muitas mobilizações.

Fui designado para fazer a cobertura da visita de "O Cara" em dois locais: na inauguração da ponte sobre o Tacutu, em Bonfim, e no Parque Anauá, no fim da tarde.

sábado, 12 de setembro de 2009

Governo libera primeiros títulos de lotes rurais

Um assunto importante está passando batido em meio à euforia da primeira visita do presidente Luis Inácio Lula da Silva a Roraima.

Trata-se da transferência de terras da União para o Estado, e mais que isso, a operacionalização dos desdobramentos que isso implica.

Em tempo recorde, o Governo do Estado conseguiu vencer os últimos entraves para que os primeiros posseiros que ocupam nacos de terra dentro das glebas repassadas pudessem receber seus títulos, tornando-se, assim, donos da terra e de seu próprio nariz.

Os primeiros 64 receberão seus títulos nesta segunda-feira, entregues pelo próprio presidente Lula, que foi o responsável pela canetada que deu legitimidade ao Estado para gerir seu território, através da MP 454, assinada em janeiro passado.

Vale ressaltar que o processo de titulação das terras teve início ainda no Incra, sendo concluído pelo Iteraima, o braço do Estado responsável pela gerência das terras. Os primeiros proprietários estão assentados na Gleba Caracaraí.

Mais 251 posseiros estão prestes a se tornar proprietários. Os processos de titulação de suas terras, no Iteraima, está em vias de conclusão.

A partir de agora, é ter juízo para não se atolar em financiamentos na rede bancária e depois não ter condições de pagar, tendo que entregar o lote para fazer face à dívida.

Bom lembrar ainda que, mesmo donos dos lotes, os proprietários ainda têm outro gargalo para remover, que é a impossibilidade de usar toda a propriedade para produzir.

Atrás deles corre o Ibama, como um jacaré de boca aberta, esperando o primeiro que ultrapasse os limites permitidos de utilização da terra para a produção.

Por isso, recomenda-se aos novos donos muito juízo ao contrair dívidas para financiamento de safra.

A grita é geral até mesmo entre os calejados no assunto. Muitos estão tendo que entregar suas propriedades porque não podem pagar as dívidas contraídas.

Juízo!!!

Coisas da mais alta relevância

Por FRANCISCO ESPIRIDIÃO

Hoje estou feliz. Muito feliz, mesmo. É que descobri uma coisa que achava estar perdida havia muito: parlamentar trabalhando em favor do eleitor. Minha felicidade, pois, vem daí.

Fiquei muito feliz porque agora sei que pelo menos um vereador não está deitado em berço esplêndido, desfrutando do mandato que o povo lhe outorgou. Trabalha na Câmara Municipal em meu favor. Aliás, produzindo coisas da mais alta relevância. Para minha surpresa, ele conseguiu aprovar um projeto sem o qual, eu continuaria sendo um ilustre desconhecido.

O homem conseguiu convencer seus pares a embarcar na mesma canoa. Tascaram um sonoro “sim” a favor da criação do “Dia do Cliente”. A partir de agora, já não sou mais um comum. Um consumidor comum. Sou um “Cliente” com “C” maiúsculo. Não sou mais o mesmo. Sou, agora, um cliente com direito a dia comemorativo e tudo.

O médico não tem o seu dia específico (23 de maio)? Mais que justo, pois sua importância é inconteste em favor da saúde dos indivíduos que formam a sociedade. O mesmo acontece com os bombeiros militares. 2 de julho foi escolhido para lembrar esses heróis anônimos que, não poucas vezes, optam por pôr a própria vida em risco, para salvar a de terceiros.

E por que não falar do Dia do Soldado, 25 de agosto? Os “pracinhas”, lembram? Muitos perderam a vida em sangrentas batalhas travadas em geladas terras italianas, durante a Segunda Grande Guerra. Sem dúvida, merecem um dia especial para ser lembrados.

Enquanto isso, eu, mero consumidor, não tinha um dia especial. Outdoors espalhados pelas mais importantes avenidas da cidade mostram que foi corrigida a injustiça. Mas agora, tudo muda. Aliás, como em vários Estados brasileiros.

Afinal, não é para isso que elegemos nossos representantes, para que trabalhem em nosso favor no parlamento, seja ele da mais alta esfera (o Senado), como também no chamado “Mirim”?

Esses homens e mulheres de valor não se dão por rogado. Assim como acabo de ganhar o meu dia, o Dia do Cliente, mês passado ganhei também outro especial. O Dia da Imprensa Roraimense. Será neste domingo, 13. 13 de setembro. Dessa vez, o presente veio da Assembleia Legislativa. Foi votado, aprovado e sancionado. Tudo bonitinho.

Sei, não... mas acho que esses parlamentares estão me fazendo muito dengo. Desse jeito vão me acostumar mal. Peraí, uma mosca azul começa a fazer zoada no meu juízo. E se esse pessoal está querendo me adoçar para exigir algo mais de mim? Bom ficar esperto.

Mesmo assim, ainda acho que eles vão acabar sendo acometidos de alguma enfermidade laboral, de tanto trabalhar em meu favor. Onde já se viu trabalhar tanto assim?

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

O Brasil desce a ladeira

O Brasil está praticamente desaparecendo em meio a reservas ambientais e indígenas, áreas de preservação e áreas consideradas prioritárias.

Essa afirmativa foi feita pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, nessa terça-feira (8), durante a participação em seminário sobre o Código Ambiental Brasileiro, na Câmara dos Deputados.

Segundo Stephanes, 70% do território brasileiro não pode ser utilizado para qualquer tipo de produção e ainda há quem queira ampliar esse percentual para 80%.

“Já somos de longe o País mais ambientalista do mundo. O Brasil ainda detém 31% das florestas nativas no Mundo, enquanto que a Europa, que financia as organizações não governamentais que atuam na área ambiental no País, tem menos de 2% de sua área preservada”, criticou Stephanes.

Em Roraima,

Estamos comendo macaxeira e farinha de mandioca importadas do Estado do Pará. Um quilo de macaxeira pulou de uma hora para outra de cinquenta centavos para R$ 3,50.

Ao questionar o fato na Feira do Produtor, este blogueiro ouviu de um feirante a insólita resposta:

- A gente não tem como produzir, porque o Ibama impede que realizemos queimadas em nossos lotes.

Tem sentido. Sem maquinaria de ponta, sem o mínimo de tecnologia disponível, o pequeno agricultor só tem o fogo a seu favor. Como nem isso ele tem direito de usar, o resultado não poderia ser outro: produtos com altíssimo preço para os consumidores.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

De recalcitração e tautologias

Por FRANCISCO ESPIRIDIÃO (*)

Conversei dia desses com um professor, amigo de longas datas. Um dos cabeças da greve. Confesso que, após dar-lhe ouvidos, sua argumentação só me fez solidificar o entendimento de que o movimento é uma canoa furada, posto basear-se em tautologias. A idéia nítida é que os mestres se vestiram da obstinação desmedida.

Enquanto o Governo acena para a clara impossibilidade de atender suas pretensões, arguindo o momento delicado por que passa não só a economia do Estado, mas a do País e, indo mais longe, a do Mundo, os sindicalistas dão provas soberbas de que o único motor da paralisação chama-se aumento salarial. E num volume fora da realidade.

Meu amigo tentou convencer-me de que a legitimidade da greve se sustenta no fato de o Governo haver gasto recursos estratosféricos com coisas de menor importância. Citou, entre tantos exemplos, que, usando recursos da educação, o Governo gastou milhões de reais na construção da Praça do Canarinho, na Avenida Ville Roy.

Se há problemas, existe também um elenco de instrumentos e instituições várias com capacidade para aplicar o remédio eficaz. O Ministério Público, a OAB e a Justiça existem para resolver problemas do gênero. Como entidade constituída da sociedade civil, o Sinter poderia exercer a legítima função de denunciar, como, aliás, cabe aos cidadãos organizados fazer, mas não partir para as vias de fato.

Parece, enfim, que o Sinter decidiu executar justiça com as próprias mãos. Usar tais argumentos como forma de pressionar o Governo, soa estranho. Não estou dizendo que seja, mas parece chantagem. Nas democracias, procedimentos tais são dignos da reprovação e desprezo de toda a sociedade.

Sei, não é politicamente correto ir contra uma greve. Mas, considerando que há muito eu desprezo isso, nessa eu estou fora. Para mim, os professores deviam pensar alto. Há mais que um pelotão de alunos a amargar dias de dificuldades extremas diante da paralisação das aulas.

Quanto mais tempo recrudescer o movimento, mais atraso significará para a entrada das férias de fim de ano. Ninguém duvida que a situação da educação seja crítica. Para que, então, piorá-la ainda mais?

sábado, 5 de setembro de 2009

Indenização já!

Roraima não passou ileso diante da pandemia da nova gripe que assola o mundo, causada pelo vírus H1N1. Esta semana, uma vítima sucumbiu diante da implacabilidade da doença.

Acredito que caberia uma ação judicial arguindo a responsabilidade das autoridades federais diante dos fatos. A meu ver, o Governo deveria pagar gorda indenização às famílias que perderam seus entes.

A razão está em que, tanto o presidente da República como o ministro da Saúde, usaram os meios de comunicação em rede nacional para tranquilizar a população de que o País estava preparado para enfrentar a pandemia.

Pouco tempo depois dessa comunicação oficial, o Brasil já amarga hoje o triste primeiro lugar no ranking de mortes causadas pela doença em todo o mundo.

É a palavra do Presidente da República banalizada. Aliás, nenhuma novidade. O que mais se tem visto neste Governo é o dito pelo não dito. Há muito se vai aquilo que se conhecia como liturgia do cargo. Uma temeridade.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Mozarildo diz que governo está desviando foco de assuntos sérios para discutir pré-sal

O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), em discurso no Senado Federal, acusou o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, de estar fazendo "propaganda enganosa" em relação à exploração de petróleo na camada do pré-sal.

Ele afirmou que o governo está desviando o foco de assuntos graves como a gripe A, o mau atendimento em postos de saúde, a pirataria na venda de medicamentos e produtos de saúde e a falta de segurança para "mobilizar a população em torno de algo que só vai se tornar realidade daqui a uma década, como o pré-sal".

Mozarildo, que é médico, disse que o governo "armou um circo" para desviar o foco de temas importantes na área da saúde por incapacidade de lidar com eles.

O senador anunciou que a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou, nesta quarta, requerimento de sua autoria para a realização de um debate com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Raposo de Mello, para discutir esses assuntos.

- Não posso entender por que esses assuntos tão importantes para a população estão sendo deixados para trás - protestou Mozarildo.

O senador disse ainda que o atual governo "não tem planejamento algum", pois até mesmo o Tamiflu, remédio utilizado no combate ao vírus da gripe suína, que antes era comercializado livremente nas farmácias, hoje está sendo monopolizado pelo Estado.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Hora de pensar - Desmilitarização Já!

A despeito do artigo postado abaixo, eu explico, antes que algum colega possa me interpretar mal.

A PM deve deixar de ser militar sim, e, urgentemente, virar civil por vários motivos, e para o nosso próprio bem.

Senão, vejamos:

Valia a pena sermos militares durante o período revolucionário (para não dizer de exceção, 1964-1985), porque naquele tempo os militares eram bem tratados, gozavam do respeito da população (ainda que esse respeito fosse imposto pelo medo), ganhavam bem - o pessoal das Forças Armadas era regiamente remunerado - e esse detalhe sobrava também para nós, PMs e Bombeiros.

Havia, portanto, um sem-número de razões pelas quais nos orgulhávamos de ser militares, realidade que se perdeu no tempo.

Veja, a Polícia Federal não é militar, ganha nas alturas, tem direito de fazer greve de vez em quando, é respeitada, ainda que esse respeito seja imposto pelo medo, e não está nem aí.

A Polícia Civil do Estado está aí para mostrar isso. Enquanto tiveram aumento estratosférico no ano passado, já se fala de novo reajuste no próximo. Enquanto isso, a PM e os Bombeiros, (militares que são), que se contentem com meros quinze porcento.

A realidade hoje é outra. Besta é quem fica insistindo em manter uma estrutura arcaica e anacrônica, que não leva a lugar nenhum e, ainda por cima, embrutece o ser humano.

Se não foram suficientes esses argumentos, dou-lhes o golpe de misericórdia: os militares do Exército, Marinha e Aeronáutica, hoje, estão a pão e água. Sem respeito algum da classe política (refratária, sim, mas é quem manda e acabou-se), além dos baixos salários e total sucateamento das condições de trabalho, vivem a mendigar recursos orçamentários para as despesas mais elementares, como rancho do recruta.

A hora é de ficarmos espertos.

Desmilitarização já!

Um nó a ser desatado

Por FRANCISCO ESPIRIDIÃO

A desmilitarização da PM foi uma das muitas propostas debatidas e aprovadas na 1.ª Conferência Nacional de Segurança Pública (Conseg), realizada no período de 27 a 30 de agosto, em Brasília. Cerca de três mil congressistas participaram do evento.

A desmilitarização é uma discussão antiga. Por mais dissecada que tenha sido, até hoje não se conseguiu chegar a um consenso. Argumentos - tanto pró como contra - não faltam, mas há uma questão histórica ao longo desse pedregoso e esburacado caminho.

Olhando pelo lado da cidadania, é claro que se torna mais urbana a relação entre polícia e comunidade quando ambos os lados estão sem farda. Desvestir-se, portanto, de qualquer ranço de militarismo parece o ideal. Queira ou não, esse ranço causa certo arredio na sociedade.

Além disso, outro argumento a favor da desmilitarização reside nas camadas menos graduadas. Cabos e soldados, que nos arraiais militares, via de regra, têm o único direito de dizer "sim, senhor" e "não, senhor", almejam pelo momento em que poderão bradar por liberdade, sem arranhar a legislação.

A greve deflagrada no mês de março passado é ferida aberta ainda a sangrar na PM de Roraima. Militares estaduais meteram os pés pelas mãos. Fizeram tudo ao arrepio da lei maior do País, a Constituição Federal. Com a desmilitarização, eles não teriam cometido esse rol de crimes e transgressões disciplinares.

Dizer que a hierarquia e disciplina são atributos necessários para se manter a tropa nas mãos, devidamente adestrada, é argumento um tanto débil. Como diria o outro, há controvérsia. Grandes instituições funcionam – e muito bem – sem o rigor militar, onde manda quem pode e obedece quem tem juízo.

Uma coisa é certa: se fosse fácil alguém já teria feito. O danado de tudo é a engenharia que o processo demanda. Primeiro, porque implica em mudança de paradigma, coisa que não é de fácil absorção. Segundo, pelo insulto à vista junto ao tabuleiro de interesses em jogo.

Mesmo assim, parece um desafio que não se desanuviará tão cedo. Feito um fantasma, vai insistir em se tornar factível, para assombro de muitos. Sem dúvida, uma boa prosa até se chegar a um ponto de equilíbrio. Verdadeiro nó a ser desatado.

(*) Jornalista, policial militar da Reserva Remunerada e autor de Até Quando (2004) e Histórias de Redação (2009); e-mail: fe.chagas@uol.com.br.