quinta-feira, 17 de julho de 2014

Para Deus, nada é impossível

Por Francisco Espiridião 

Dia desses recebi visita VIP na redação. Depois das 21h. O Rafael veio me mostrar o seu dedinho que havia sofrido “perda irreparável” de parte da pele. O acidente foi fruto de mau uso de um brinquedo. A base de lançamento de uma roda em forma de hélice, que funciona de forma espiral com um cordão.

Ao invés de montar a hélice na base e puxar o fio para acionar o pretenso helicóptero, lançando-o ao ar, o Rafael decidiu pegar a ponta do fio e sair rodando a base. Numa dessas empreitadas, o nylon escapou-lhe da mão e saiu levando parte da pele de seu indicador.

Nada que quando casar não sare. Mesmo assim, depois de devidamente medicado – pela mãe –, decidiu que precisava mostrar para o vovô o resultado do desastre. E só sossegou quando a mãe o trouxe até a redação.

Aos três anos e meio de idade, estatura de cinco, o Rafael é um milagre extremo do Deus Todo-poderoso. Tinha tudo para ser um vegetal. Ainda no ventre, sofreu parada cardíaca que lhe solapou parte do cérebro. Aos seis meses de idade, não conseguia se sentar. Aos 11, dava os primeiros passos.

Hoje, ele corre para tudo quanto é canto, canta as músicas da escola e não aceita que ninguém o ajude em várias tarefas do dia a dia. Até para escovar os dentes dispensa auxílio. Para desespero da vovó Eliana, seu forte é jogar futebol. Não perde oportunidade dar bons chutes na “brazuca” que o Francisco ganhou antes do início da Copa – uma cópia perfeita, claro, mas, uma “brazuca”.

O maior prejuízo foi provocado por um desses chutes, mais certeiro que aqueles que o Hulk deu rumo ao gol dos holandeses. Desmontou um quadro feito a partir de um tapete persa, xodó da Eliana, que dava vida à sala havia mais de 25 anos.

Sim, o Rafael. Uma tomografia feita antes de ele completar um ano mostrava que falta parte de massa encefálica. Essa deficiência motivou a médica pediátrica a consolar a mãe, conclamando-a que tivesse paciência. “Cada um carrega o seu fardo”. Como a doutora estava enganada! O Rafael não é fardo para ninguém.

Contei essa história para o saudoso pastor Isaltino Coelho, no ano passado, meses antes de morrer, enquanto víamos o Rafael correndo e pulando com as outras crianças, no pátio da igreja. Ele disse:

– Também, com este nome, Rafael, não podia dar outra coisa.

O pastor referia-se aos feitos do anjo Rafael, que aparece apenas na Bíblia Católica como o anjo da cura (Tobias 3.25 e 12.15).

Aos dois anos, ele tinha dificuldade de articular palavras inteligíveis. Hoje, já fala quase tudo. Esta semana, todo satisfeito, veio dizer-me que já sabe falar á-gu-a e não mais “aia”.

Ontem, estive prestando a atenção à brincadeira dele com o Francisco. O brinquedo era o tal do bleyblad – será que é assim que se escreve? – no meu tempo de criança era pião mesmo, feito artesanalmente de galho de goiabeira, madeira forte.

E não é que o Rafael pega o bleyblad com as duas mãos, insere a haste de acionamento e disputa de igual para igual com o Francisco? Glória a Deus!

Isso e tantas outras pequenas coisas na vida do meu neto me reforçam cada vez mais a fé que tenho na Palavra de Deus. Especialmente a contida no Evangelho de Lucas 1.37: “Porque para Deus, nada é impossível”. Aleluia!  «

domingo, 13 de julho de 2014

Alemanha é tetra no Maracanã ao furar retranca Argentina na prorrogação

Alemanha e Argentina decidem o título da Copa do Mundo no Maracanã

Mario Götze comemora o gol da Alemanha na prorrogação contra a Argentina Leia mais Flavio Florido/UOL

A Alemanha é tetracampeã. De vilã da semifinal para heroína dos brasileiros na decisão. O time de Joachim Löw bateu a Argentina no Maracanã por 1 a 0, na prorrogação, e levantou seu quarto título na história: e o tetra deixa muitos no Brasil felizes. Menos do que os milhões de alemães, é claro, mas o coração do torcedor brasileiro sempre lembrará da segunda Copa que o país sediou também pela alegria da seleção alemã – que chegou dançando com índios, passou o tempo com as brincadeiras de Podolski sobre o Brasil, e deixa o país com a taça do mundo. Quem disse que preparação boa é aquela em que o time fica fechado, sem contato com o mundo? Os encontros alemães com o povo brasileiro, tirando um pequeno detalhe formado por sete gols em uma semifinal de Copa, provam o contrário.
Götze se tornou o herói do país que conquistou o Brasil. A torcida e a Copa. O sonho completo. A campeã do mundo mostrou uma variação de jogo inacreditável para apenas sete jogos de Copa. Começou com a velocidade contra Portugal e uma goleada marcante. Mostrou que podia ser parada por Gana. Soube jogar no abafa contra os EUA. Contou com a sorte e com a grandiosidade de Neuer contra a Argélia. Foi metódica contra a França. Humilhou o Brasil. E foi sádica contra a Argentina. Quando foi apertada, achou um gol em uma retranca na prorrogação. Dramática. Mas com merecimento. É tetra

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Um chocolate!



Por Francisco Espiridião 

Pronto. O sonho do hexacampeonato subiu no telhado. Mais uma vez. A “selecinha”, que vinha aos tropeços, caiu não de quatro, mas de sete.  A queda já era esperada, mas... Da forma como fomos é inadmissível. Inacreditável. Muita gente pensou, no momento do jogo, que estivesse diante de uma pegadinha. Uma sensação de perda irreparável.

Perder é do jogo. Um tem de sair perdendo para que o outro ganhe. É normal. O que não é normal é a apatia que tomou conta da "festejada" seleção. Brasileiros dentro das quatro linhas pararam para ver a Alemanha jogar. A explicação da comissão técnica: apagão. Tudo bem. Esse apagão justifica-se, até por ser um lapso. Um momento. Já no seguinte, impõe-se a correção.

Isso, no entanto, não ocorreu. Nem com os 11 em campo e muito menos com a comissão técnica, fora dele. Não entendo muito de futebol. Mas a práxis recomendada em qualquer área de atividade é essa: parar e botar ordem na entropia. Logo no segundo gol, não seria o momento de se mudar a tática empregada?
Mexer nas peças. É para isso que tem técnico nas laterais do campo. Mas, agora, é chorar leite derramado.

Como disse, foi só um jogo, do qual a pátria saiu ferida. Viramos a chacota do mundo. Mas podemos virar a página e seguir em frente. Feridos, mas não vencidos. Se ganharmos da Holanda, amanhã, seremos os terceiros melhores do mundo. O que acontece conosco, brasileiros, é que, em nossa extrema xenofobia e arrogância desmedida, não aceitamos menos que o primeiro lugar. Quantas seleções não fazem festa só por ter tido a oportunidade de participar da Copa?

Perder não é nada. Perder sem honra é o busílis. Doeu na minha alma ver o Francisco desabar num choro inconsolável aos 24 minutos do primeiro tempo, quando Kroos fez o terceiro gol, um minuto, um minutinho só, depois do segundo, marcado por Klose. Como explicar para uma criança de 9 anos, esperançosa – vestida com a camisa 10 da seleção canarinho, bandeira em punho –, que aquilo tudo não vale nada? Como dizer para ele que o sonho foi adiado?

É certo que daqui a alguns dias, meses, anos, o Francisco vai entender que foi apenas um jogo de futebol. O que nós, adultos, não conseguimos entender é que vivemos tomando não de 7 a 1, mas de 10 a zero, nas diversas áreas cotidianas. Temos tomado de goleada da corrupção. Essa mesma corrupção que permitiu a goleada nas quatro linhas, diante de uma Alemanha que não nos deu confiança.

Se tomamos de 7 a 1 da Alemanha, devemos isso em muito às estripulias praticadas pelo senhor José Maria Marin, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), e seu fiel escudeiro, Marco Polo Del Nero. Essa dupla vem praticando atitudes espúrias – criminosas – que precisam ser investigadas e punidas. O futebol deixou, há muito, de ser um esporte e ganhou ares despudorados de bordel dirigido por cafetões ávidos por levar “uns por fora”. Que o diga o deputado Romário (PDT).

Temos tomado de goleada diante da incompetência governamental, que permite a derrocada do setor da saúde, com pessoas morrendo na porta dos hospitais por falta de quem lhes atenda. Em Roraima ainda não chegamos a esse nível, mas no noticiário nacional isso abunda feito jambo no chão de Boa Vista nesta época.  

Temos levado uma goleada no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O Brasil é o 85º entre 106 países. A classificação da educação mundial, feita pela Unesco, também nos dá um chocolate: estamos em 88º lugar entre 127 países. Somos massacrados de forma vergonhosa diante da avaliação de estudantes feita pela Organização de Cooperação para o Desenvolvimento Econômico: amargamos o 58º lugar entre 65 países.

Além destas, tomamos no dia a dia tantas outras goleadas que, parece, estamos com o couro grosso. Não sentimos mais. Porém, nem tudo está perdido. Ainda há esperanças. Se antes, como disse Pelé, não sabíamos votar, estamos começando a aprender. Outubro está bem aí.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Namorada de David Luiz se declara após derrota do Brasil: "És meu campeão"

  • Reprodução/Twitter
    David Luiz e portuguesa Sara Madeira
    David Luiz e portuguesa Sara Madeira
Sara Madeira, namorada portuguesa do zagueiro da seleção brasileira David Luiz, manifestou seu apoio ao craque em seu Instagram na última terça-feira (8), após a derrota do Brasil para a Alemanha, por 7 a 1.
Reprodução/TV Globo
David Luiz chorou ao falar com repórteres após derrota do Brasil
"Hoje não deu meu amor...", escreveu Sara na postagem. "Mas como mostraste com a tua atitude, louvaremos a Deus por todas as coisas porque Ele é o dono de tudo! O meu coração dói muito por saber o quanto ganhar esta copa era especial para ti, o quanto sonhaste com isso, o quanto te dedicaste, o quanto deste de ti para levares esse título para casa. Mas o título mais importante é teu: ganhaste o respeito e um carinho muito especial não só do teu povo, mas do mundo inteiro".
Em seguida, Sara ressaltou a fé do namorado e disse que ele é seu campeão: "O troféu dos troféus já é teu: Jesus! E por isso és mais do que vencedor! Obrigada pelo teu exemplo, obrigada por cada alegria, por cada gesto, por cada oportunidade! És o meu campeão!!! OBRIGADA".
Devido à suspensão de Thiago Silva, que recebeu um cartão amarelo no jogo Brasil x Colômbia, David Luiz foi o capitão da partida do Brasil contra a Alemanha, marcada pela maior derrota do Brasil em Copas do Mundo. Após o jogo, o craque chorou ao falar com a imprensa. "Eu só queria poder dar uma alegria ao meu povo. Para minha gente que sofre tanto com tantas coisas. Não conseguimos, infelizmente. Desculpa a todos, a todos os brasileiros", afirmou.

terça-feira, 8 de julho de 2014

É hoje o dia! agora vai…

Por José Cruz

A Seleção que hoje enfrenta a Alemanha é tão misteriosa quanto às dúvidas do torcedor, um mês atrás: Teremos Copa?

Nao é que tivemos? Mais calma nas ruas do que no campo da disputa. Neymar que o diga.

Realizamos “a Copa das Copas”, como profetizou a presidente Dilma, apesar de o Tribunal de Contas da União ter alertado em várias auditorias: “Falta planejamento”.  Mas a improvisação brasileira deu um chute no traseiro da “organizada” Fifa, pois alguns estádios ficaram prontos em cima da hora e nem teste realizaram. Nada!

Planejamento pra quê? Acaba até com esse ministério da Mirian Belchior, Presidente! Ou desloca Aldo Rebelo pra lá. Ele sabe das coisas! Acaba com o TCU, que ficou exigindo “planejamento” sem necessidade!

Quanta bobagem!

Lembram do Pan 2007? Também não tivemos planejamento. E os jogos foram realizados!

Está certo que …
… o principal estádio do Pan, o Engenhão, está fechado há dois anos, porque a cobertura estava caindo
… destruíram o Velódromo de R$ 15 milhões, porque a cobertura também ameaçava vir abaixo;
… tornaram inútil o estádio Célio de Barros, do Atletismo, mas ali temos estacionamento padrão Fifa para os patrocinadores da Copa.
… terceirizaram o Estádio do Remo, na Lagoa, agora um centro de consumo, sem espaço para atletas. Atletas?
,,, pagaram faturas do Pan em dobro porque esqueceram que a primeira já tinha sido paga…
… pagaram faturas por serviços que não foram realizados, mas isso é coisa pouca…
… também pagaram por material que não foi entregue, está no relatório do Tribunal de Contas!
… os espaços públicos para o esporte não foram ocupados…

Agora, estamos sem laboratório antidoping credenciado junto à Agência Mundial, porque, porque… pois é, pra que um laboratório antidoping? Só porque vamos receber a Olimpíada? Outra exigência boba! Manda o material ser analisado na Europa, como agora, na Copa!

Então, no improviso e na demolição e no gasto da grana pública somos capazes de fazer um megaevento esportivo, sim!

E é nesse espírito que a Seleção de hoje também é improvisada. Vai jogar junta pela primeira vez. E até o artilheiro, Frederico Chaves Guedes, o Fred, poderá desencalhar. Quem duvida?

Sinceramente, eu não duvido de mais nada!

Brasil rumo ao hexa!

Agora vai.

Nota do Blogueiro: Não foi!

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Quanto é que eu levo nisso?



Por Francisco Espiridião

E a Copa segue o seu caminho conforme o planejado. Hoje à tarde será o momento de enfrentarmos a Colômbia. Quando digo ‘nós’, refiro-me àquilo que chamam de “Pátria de Chuteiras”. Nos pés e pernas de Neymar e Cia, a alma de cada brasileiro. E haja pernas! Enlevo até mesmo para quem diz abominar o futebol. Afinal, o que está em jogo não é um simples jogo de futebol, mas o deleite da alma.

A verdade é que, fora do valor abstrato, este que é incomensurável, ninguém vai sair ganhando coisa alguma com a vitória da Seleção Brasileira dentro das quatro linhas, por mais que se faça a tão surrada pergunta: “Quanto é que eu levo nisso?”.

Falo aqui de vantagens financeiras ou, de alguma forma, de lucros palpáveis. Ganhar a Copa em nada vai influenciar no Brasil, por exemplo, o preço do tomate que nas gôndolas de alguns supermercados já ultrapassa a barreira dos 8 reais o quilo. Ou da lata de leite Ninho de 400g, que chega fácil, fácil à casa dos 14, 15 reais.

Levantar o ‘caneco’ ao apito final do último jogo do certame, no dia 13, domingo, não significará mudanças radicais no que quer que seja. Muito menos nos índices de inflação, esse dragão que hoje faz uma força danada para se manter bicho solto, fora da meta. E, por consequência, afligir de forma cruel e desumana a vida dos mais necessitados.

Trucidarmos a Colômbia hoje – pelo duríssimo placar de 4 a zero, suposição onírica –, não terá sido razão para que a violência, que grassa os grandes centros brasileiros e até mesmo as pequenas cidades deste país, seja amenizada.

Para isso, é necessário que se leve a sério uma política de investimentos na área de segurança pública. E que esses investimentos sejam levados às últimas consequências. Ou seja, que cheguem efetivamente à ponta. Sem os investimentos tão reclamados pelo setor, e que sejam aplicados de forma correta, planejada, só Jesus agindo com sua mão poderosa.

A mídia norte-americana, europeia ou a dos cafundós do judas fazendo a propaganda ufanista de que o Brasil promove a melhor Copa de todos os tempos, suplantando até mesmo a Grécia, berço de sabedoria esportiva – e outras mais –, não é razão para dizermos que vamos amanhecer no melhor dos mundos.

Sermos os melhores na arte de promover festa para inglês ver – o espetáculo de abertura, esse não conta – não implica que todos os nossos problemas se acabaram, como se tivéssemos adquirido um artigo tipo panaceia, oriundo das conhecidas Organizações Tabajara.

Diga-se isso, então, para aqueles que são obrigados a levantar todos os dias, às 4 da madrugada, pegar três ou quatro conduções até chegar ao trabalho – isso quando não tem greve de ônibus ou do metrô –, para ver qual é a reação... Aqui cabe um adendo: em Roraima, nem tanto. Tudo é perto.

Incrível que o efeito Copa até mesmo sobre essa parcela que habita os porões da sociedade, que inclui tanto pretos como brancos – o que prova que não somos uma nação seccionada pela cor da pele, como muitos querem, insidiosamente, fazer crer – tem lá sua relevância no mais profundo d’alma. Do sentimento.

Portanto, ganhando ou perdendo a Copa – melhor seria ganharmos, evidentemente –, continuaremos a ser essa pátria tupiniquim, que, mesmo com suas idiossincrasias, ainda se ufana, bate no peito e grita: “Somos brasileiros e não desistimos nunca!”.

Que venha a Colômbia, a Alemanha, Los Hermanos – esses já são nossos antigos fregueses! Mesmo não ganhando nada, pecuniariamente falando, que levantemos a taça, com muito orgulho, no dia 13. Avante, Brasil!