segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Não dá ideia

O servidor da Secretaria de Saúde do governo acreano, Alex Barreto, tentou suicídio ao ingerir veneno para matar rato. O caso aconteceu no dia 16 passado, em Rio Branco. Alex não morreu, mas está internado na UTI do Pronto Socorro da capital acreana.

O motivo do tresloucado ato foi a descoberta de um rombo de R$ 7 milhões dos cofres do governo, destinados ao pagamento de passagens do Tratamento Fora de Domicílio (TFD), área sob sua responsabilidade. A descoberta foi feita pela equipe de transição do novo governo.

Isso sugere alguma coisa?

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Veja relação de ministros confirmados para o próximo governo

Por meio de nota, a equipe de transição do governo Dilma anunciou, há pouco, em Brasília mais cinco nomes que farão parte do próximo governo. Entre eles estão dois indicados pelo PSB.

Até o meio da tarde, o suspense era sobre a aceitação do nome do prefeito de Sobral, Leônidas Cristino, para Portos e Aeroportos. A indicação é do governador do Ceará, Cid Gomes (PSB).

Diante da falta de experiência do prefeito na área, Dilma teria reagido contra a indicação. Após a queixa da presidente, ficou definido que o PSB ficará apenas com Portos e que Aeroportos permanecerá no Ministério da Defesa, comandado por Nelson Jobim.

Os ministros confirmados hoje são:

Ministro da Integração - Fernando Bezerra Coelho (PSB)
Secretaria de Portos - Leônidas Cristino (PSB)
Secretaria de Relações Institucionais - Luiz Sérgio (PT)
Controladoria-Geral da União - Jorge Hage Sobrinho
Gabinete de Segurança Institucional - General José Elito Carvalho Siqueira

Resta ainda no primeiro escalão definir a vaga para: Desenvolvimento Agrário e Secretaria Especial de Políticas para Mulheres.

Confira, por partido, quem já foi indicado

PT
Casa Civil da Presidência - Antonio Palocci
Ministério da Saúde - Alexandre Padilha
Ministério da Educação - Fernando Haddad
Ministério da Justiça - José Eduardo Cardozo
Ministério das Comunicações - Paulo Bernardo
Ministério da Fazenda - Guido Mantega
Ministério do Planejamento - Miriam Belchior
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - Fernando Pimentel
Ministério Ciência e Tecnologia - Aloizio Mercadante
Ministério da Pesca - Ideli Salvatti
Ministério do Desenvolvimento Social - Tereza Campello (PT)
Secretaria de Direitos Humanos - Maria do Rosário
Secretaria-Geral da Presidência - Gilberto Carvalho
Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial - Luiza Helena de Bairros

PMDB
Ministério das Minas e Energia - Edison Lobão
Ministério da Defesa - Nelson Jobim
Ministério da Agricultura - Wagner Rossi
Ministério do Turismo - Pedro Novais
Ministério da Previdência - Garibaldi Alves
Secretaria de Assuntos Estratégicos - Moreira Franco

PDT
Ministério do Trabalho - Carlos Lupi

PR
Ministério dos Transportes - Alfredo Nascimento

PP
Ministério das Cidades - Mário Negromonte

PC do B
Ministério dos Esportes - Orlando Silva Jr.

Sem partido
Presidência do Banco Central - Alexandre Tombini -
Meio Ambiente - Izabella Teixeira -
Ministério da Cultura - Ana de Hollanda -
Secretaria de Comunicação Social - Helena Chagas -
Relações Exteriores - Antonio Patriota
Advocacia Geral da União - Luís Inácio de Lucena Adams

 Ao todo, onze ou são ou já foram ministros de Lula.

(Com informação de Ricardo Noblat)

A vaga é do partido e não da coligação

Analisando um caso específico do Piauí, o Supremo Tribunal Federal (STF) acaba de criar uma nova situação na vida política brasileira, capaz de gerar alegria redobrada para uns e  muitas lágrimas em outros. A decisão foi tomada na última quinta-feira (9).

Pela nova medida, qualquer parlamentar que se licenciar do cargo ou renuncie ao mandato deixará a vaga para o primeiro suplente do partido e não mais para o da coligação, como ocorria até então.

Se a medida já estivesse valendo quando o deputado federal Neudo Campos (PP) renunciou ao mandato, em setembro passado, para se dedicar à campanha pelo trono do Senador Hélio Campos, o primeiro suplente de seu partido (PP) teria assumido a vaga e não Almir Sá, que é do PR.

Outro caso específico é o da cassação do deputado estadual Chico das Verduras (hoje no PRP), por abuso de poder econômico, ocorrida na legislatura passada.

Das Verduras foi substituído pelo suplente da coligação, Flamarion Portela (PTC), e não pelo Coronel Chagas, primeiro suplente do então partido do defenestrado.

Pela decisão do Supremo, seguramente ficará mais fácil se estabelecer quem assumirá as vagas dos parlamentares banidos, caso se concretize a meia dúzia e meia de cassações previstas em função de abusos praticados no pleito do 31 de outubro. Quem viver verá.

sábado, 18 de dezembro de 2010

MONTE NEGRO – Bezerra de duas cabeças nasce em fazenda

Uma bezerra com duas cabeças nasceu na tarde da última quarta-feira (15) na propriedade de Valdir Teixeira, na linha C-25 travessão B-14, zona rural do município de Monte Negro, em Rondônia.

O animal apresenta também quatro olhos, duas bocas, e quatro orelhas. O dono do animal ainda não chamou nenhum veterinário para avaliar o nascimento. O bezerro mantém o movimento normal dos olhos, bocas e focinho.

O animal ainda está sendo alimentado por meio de uma mamadeira por que não consegue ficar em pé devido ao peso da cabeça.

O trabalho é feito três vezes por dia e o leite é dado na boca que fica do lado direito, ao mamar a bezerra realiza o movimento das duas bocas em sincronia.

(Fonte: Rondônia ao Vivo)

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

MST anuncia onda de ocupações para janeiro

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) anunciou uma nova onda de ocupações no estado de São Paulo. Chamada de "Janeiro Quente", ela terá início a partir da segunda quinzena de janeiro, sem prazo para terminar.
 
O objetivo é ocupar pelo menos 50 propriedades rurais nas regiões do Pontal do Paranapanema, Alta Noroeste, Noroeste e Alta Paulista.


O anúncio foi feito neste sábado pelo líder da ala dissidente do MST, José Rainha Júnior, após encontro com 1,5 mil líderes sem-terra, que se reuniram num circo armado no bairro rural de Engenheiro Taveira, em Araçatuba, a 535 km DCE São Paulo.
 
Nas ocupações, o grupo de Rainha, que controla 12 acampamentos com 2,5 mil acampados, vai contar com ajuda de outros grupos de luta pela terra.
 
Entre esses grupos, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MTST), União dos Trabalhadores da Terra (Uniterra), Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) e sindicatos de trabalhadores rurais ligados à Central Única do Trabalhador (CUT), que também anunciaram participação nas ocupações.

O pulo do gato

Apartheid

Além das polêmicas “cotas” nas universidades, o governo federal também incentiva os “clubes sociais negros”, surgidos na escravatura, para a “resistência contra segregação e preconceito”. Cinco Estados têm os clubes afrobrasileiros. E se os brancos criassem seus “clubes”? (Coluna Claudio Humberto).

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Battisti poderá ganhar cidadania brasileira

Além de “asilo humanitário” que Lula deve conceder antes do Natal – como esta coluna antecipou – o terrorista italiano Cesare Battisti pode ganhar até a cidadania brasileira. Lula vai alegar que os crimes do frio assassino do grupo extremista “Proletários Armados pelo Comunismo” já estariam prescritos pela lei brasileira, muito embora tenham sido cometidos na Italia. Só falta indenização de “anistiado” para o bandido. (Coluna Claudio Humberto, de hoje).

Comento:

E pensar que esse mesmo governo, tão solidário com o companheiro italiano, repatriou sob vara os atletas cubanos que pensaram em pedir asilo no Brasil...

E pensar que esse mesmo governo, tão solidário com o companheiro italiano, quer ressuscitar mortos de 40 anos atrás para penalizar militares que lutaram pela lei e a ordem no país... 

E pensar... bom, deixa prá lá.

domingo, 12 de dezembro de 2010

O PAC no esgoto

Por Mary Zaidan

Ninguém precisa de lupa para achar buracos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Muito menos de engolir piadinhas do presidente Lula - “Levantem pela manhã procurando defeito na sua mulher para ver quantos ela tem. E se ela levantar procurando defeito no marido, aí é que vai ter” -, tentativa grotesca de disfarçar o atraso, o investimento aquém do prometido e a má-gestão do programa, carro-chefe da campanha eleitoral que elegeu Dilma Rousseff presidente do país.

Os números falam por si. Mais de 30% das obras do PAC estão atrasadas, algumas atrasadíssimas e outras nem mesmo saíram do papel. Sem contar a quantidade de suspeições que pairam sobre licitações e contratos. E se há setores como transportes, com 70% das metas cumpridas, ou energia, com 51%, outros são de envergonhar qualquer gestor. Em saneamento, só 8% das obras estão concluídas.

Em meados de agosto, quando o IBGE divulgou a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008, com dados alarmantes – 56% dos domicílios sem qualquer ligação de esgoto e apenas 28,5% com tratamento -, Dilma desconversou. Disse que eram números de gestões anteriores e que o PAC já tinha mudado essa vergonhosa realidade. “Esperem os resultados de 2009 e 2010”, desafiou a então candidata. Já eleita, cabe saber como ela explica o fato de saneamento ser justamente a área com o pior desempenho do PAC e com o menor volume de investimentos.

Mesmo longe de cumprir as metas fixadas há quatro anos, o governo Lula lançou com pompa e circunstância o PAC 2, combustível eleitoral aditivado que, entre outras maravilhas, inclui a construção do trem bala, trilhos de ligação entre as cidades de Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas, prometido para 2014, ano da Copa. Outras dezenas de obras gigantescas têm de acontecer até a data do mundial de futebol, com ganhos para toda sorte de bolsos, menos do contribuinte, é claro.

Vislumbram-se, portanto, poucas chances para o incremento de obras que garantam coleta e tratamento de esgoto.

Se o cumprimento das metas do PAC deixa a desejar, os ganhos políticos do programa parecem ser infinitos. Depois de colher os frutos para a sua pupila, Lula quer o programa como vedete do próximo pleito. Por esse motivo, não quer nem ouvir falar em ajustes.

O PAC é também a prova dos nove de que Lula não pretende, nem de longe, ficar afastado da Presidência. Ao desautorizar o anúncio de cortes para o ano que vem feito pelo ministro da Fazenda Guido Mantega, Lula pôs todos os pingos nos “is”, deixando claríssimo que dará ordens mesmo depois de descer a rampa. E Dilma não reagiu. Fechou-se em copas, em absoluto silêncio.

A serviço de dois senhores, Mantega meteu o rabo entre as pernas. Disse que não disse o que disse e tudo ficou do jeitinho que Lula queria. Ninguém mais fala em cortes. No máximo, admite-se uma desaceleração da segunda edição do programa, que, lembrem-se os leitores, ainda ensaia sair das pranchetas. Ou seja, pura ficção.
Enquanto isso, 34,8 milhões de domicílios continuam sem esgoto. E nada indica que canos serão enterrados, já que, definitivamente, saneamento não é puxador de votos. Os Sarneys que o digam: mandam e desmandam no Maranhão há décadas mesmo ostentando a lanterninha em ligações de esgoto, com apenas 1,4% das moradias conectadas à rede.
Uma explicação convincente para o governo Lula deixar o esgoto em último lugar. Haja sujeira.

Mary Zaidan é jornalista, trabalhou nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, em Brasília. Foi assessora de imprensa do governador Mario Covas em duas campanhas e ao longo de todo o seu período no Palácio dos Bandeirantes. Há cinco anos coordena o atendimento da área pública da agência 'Lu Fernandes Comunicação e Imprensa, @maryzaidan (Transcrito do Blog do Noblat).

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

CRESCIMENTO MEDÍOCRE DO BRASIL NOS OITO ANOS DE LULA E DE BOOM MUNDIAL!

(Globo, 10) O Brasil cresceu em média 4% nos oito anos de governo do presidente Lula. O Brasil ficou abaixo da média da América Latina no período: 4,64%, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), que já tem projeções para 2010.

Considerando as estimativas do FMI, entre 2003 e 2010, o Brasil fica à frente apenas do México, que cresceu 2,1% nesse período, se consideradas as economias da América Latina.

O país empata com Chile e Paraguai, que também fecharão o período 2003-2010 com crescimento médio de 4%. A Argentina, por exemplo, registrará taxa de 7,4%; o Peru, de 6,4%; e a Venezuela, de 4,6% (Ex-Blog do Cesar Maia).

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Paz e tranquilidade

FRANCISCO ESPIRIDIÃO

A presidenta eleita Dilma Roussef engrossou o pescoço nesse fim de semana. Em entrevista concedida ao jornal americano The Washington Post, ela se declarou contrária à política de relações exteriores adotada pelo seu criador, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no que concerne ao Irã do celerado amigo Mahmoud Armadnejad. 

Dona Dilma disse, sem meias palavras, para espanto do presidente Lula, ser contrária à prática de apedrejamento de mulheres e outras ações medievais. Criticou também a postura da Diplomacia brasileira, que ficou sobre o muro com relação à resolução da ONU, que condenou o Irã por violação dos direitos humanos.

“Minha posição não mudará quando eu assumir o cargo. Não concordo com a forma como o Brasil votou... (abstendo-se quanto à resolução)”, declarou Dilma. Muito bom, presidenta! Nisso, a senhora tem o meu mais completo apoio. É assim que se fala. Mas...

Pensando bem, será que a presidenta está mesmo com essa bola toda? Será que ela tem cacife para bater asas e garantir voo perene, independente? O tabuleiro do xadrez onde o jogo está sendo jogado desmente tal afirmativa. Pelo que se tem visto até agora, há uma quilométrica distância entre as palavras e a prática.

Tudo começa pela auréola que a rodeia, especialmente na composição do Ministério. Ainda falta a batida do martelo, mas é possível que pelo menos 11 dos 37 atuais ministros de Lula sejam empossados no Ministério, em 1º de janeiro, ainda que em postos diversos dos que ocupam hoje, mas todos da mais alta importância estratégica.

Dois estão confirmados: Guido Mantega continua na Fazenda e Wagner Rossi, na Agricultura.  Fernando Haddad deve ser convidado a permanecer na Educação, Alexandre Padilha, nas Relações Institucionais, Nelson Jobim, na Defesa, Carlos Lupi, no Trabalho e Orlando Silva, nos Esportes.

Paulo Bernardo deve trocar o Planejamento pelas Comunicações, Gilberto Carvalho saltará da Chefia de Gabinete para fungar no cangote da presidenta, vai para a Secretaria Geral. E, pasmem, Antônio Palocci, defenestrado alhures da Fazenda, em situação nada cômoda, sacode a poeira e dá a volta por cima. Assumirá a chefia da Casa Civil. Tem ainda o Lobão, não aquele que come criança, mas o Edison, que volta às Minas e Energia.

Comendo pelas beiradas, como se faz com mingau quente, Lula vai aos poucos, ele mesmo, desenhando a cara do Governo Dilma. O mais impressionante de tudo é a presença de Palocci na Casa Civil.

Parece que o quase ex-presidente, por não confiar no taco da sua criatura, se viu na obrigação de pôr alguém com o cacife de um Palocci nos calcanhares dela, a fim de garantir o sucesso do empreendimento. 

No mais, é tudo tranquilidade e paz no reino da alegria. Pelo menos por enquanto. Nada como esperar o Carnaval passar para se saber, de fato, o rumo dessa nau.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Lei marcial para a selva carioca

Para o coronel Gelio Fregapani (foto Google), ex-Agência Brasileira de Inteligência, mentor da doutrina de Guerra na Selva e ex-secretário de Segurança Pública de Roraima, os grandes traficantes do Rio “estão fora de alcance” e os pequenos “são facilmente substituíveis”.

Outro foco no combate ao tráfico seria o usuário, que deveria ser punido com rigor e não tratado como “coitadinho”, segundo Fregapani, para quem “tudo terminará nas mãos do Exército”.

A passagem de Fregapani por Roraima, no início do primeiro governo do estado, em 1991, foi marcada pelo autoritarismo. Por não gostar de matérias publicadas na imprensa, ele estabeleceu uma pena um tanto surreal: a proibição de entrevistá-lo por um prazo de 30 dias.

Um dos repórteres de polícia apenado foi o Antônio Bentes, do extinto Jornal de Roraima. Fregapani não conseguiu cumprir sua determinação por ter sido exonerado antes do prazo pelo então governador Ottomar Pinto. Assumiu em seu lugar o alagoano Rubens Quintela.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Avião presidencial

Editorial Folha de S. Paulo

O Brasil negocia em condições reservadas a compra de um novo avião presidencial para substituir o Aerolula. A intenção do governo de adquirir a aeronave foi revelada pela Folha, na segunda-feira.

O equipamento pode custar aos cofres públicos, a depender do modelo escolhido, até R$ 500 milhões -cinco vezes o valor gasto com o atual, em 2005.

Faz pouco tempo, como se vê, que o Sucatão, como foi apelidado o Boeing-707 que servia à Presidência no governo anterior, foi substituído pelo Airbus-319 executivo.

Trocá-lo por outro avião depois de período tão curto seria não apenas um atestado de incompetência do Executivo, mas uma sinalização equivocada, de desperdício de recursos, num momento em que as finanças públicas exigem forte ajuste.

Assim que o assunto veio a público, o presidente Lula fez questão de sair em defesa da troca, sem cerimônia ou preocupação com valores: "Não tem por que não comprar. Acabou aquela bobagem do Aerolula. Acho que o Brasil precisa de um avião com mais autonomia para o presidente".

Num evidente exagero, o mandatário argumentou que o Brasil "passa humilhação" pelo fato de a aeronave precisar de escalas para conseguir alcançar alguns destinos internacionais.

A autonomia do avião presidencial é de aproximadamente 8.500 km, o que não garante uma viagem em condições seguras entre Brasília e Londres, por exemplo.
Já o Airbus-330MRTT, cuja aquisição está em estudo, pode voar 12.500 km sem necessidade de reabastecer. Cotado como alternativa, o Airbus-A340 executivo, alcança 17 mil km.
Além da maior autonomia, as aeronaves em tela ofereceriam mais espaço, em benefício do séquito de convidados que costuma atravessar os ares na companhia presidencial. O Aerolula transporta 30 pessoas, sendo 10 delas na área VIP - número que poderia ser quadruplicado.
Se a compra do Aerolula foi mal planejada, que o governo arque com as consequências - bem menos graves, aliás, do que insinua o presidente.
Se não há risco à segurança, que se mantenha o atual equipamento. Há situações de fato humilhantes no país a pedir solução - e não se comparam às prosaicas escalas do Aerolula.

Comentário meu:

E pensar que o presidente da Guiana, Bharrat Jagdeo, viaja de carona ou de avião da carreira...

Saúde de 1.º Mundo em Brasília

Piolhos de pombo tomam conta de Centro Cirúrgico

O centro cirúrgico do Hospital Regional de Ceilândia (HRC), no Distrito Federal, vai ficar fechado para reforma por, pelo menos, um mês, a partir da próxima terça-feira. O local tem infiltração e está infestado por piolhos de pombo e mosquitos.


Na semana passada, o centro cirúrgico chegou a ficar interditado por dois dias para limpeza, mas de nada adiantou.

Durante o fechamento, de acordo com a direção do hospital, as cirurgias, apenas as de emergência, serão feitas no centro obstétrico. Para isso, o hospital vai diminuir a internação de grávidas.

- Aquelas que chegarem em nosso hospital em trabalho de parto adiantado serão recebidas. Mas aquelas que puderem procurar outro hospital, seria melhor - diz o diretor do HRC, Valdir Nunes.

Até segunda-feira, só serão realizadas no centro cirúrgico os procedimentos urgentes. Será feito um mutirão para operar todos os pacientes da ortopedia que já estão internados.

De acordo com a direção, não há risco de infecção por causa dos piolhos de pombos.

Nove com medo e um…

Violência assombra 9 em cada 10 brasileiros. O décimo é bandido e está se esborrachando de rir dos outros nove e do resultado da pesquisa.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

POR QUE OS TRAFICANTES DO COMPLEXO DO ALEMÃO FUGIRAM?

Ex-Blog do Cesar Maia, de hoje:

1. Uma primeira pergunta é quanto ao número de traficantes que controlavam ou estavam "exilados" no Complexo do Alemão (C.A.). As forças militares e policiais no momento do cerco da semana passada falavam em 500. A imprensa -antes disso- falava em 1.200. E blogs de policiais e afins falavam em 2000. Fiquemos com 1.200. Muito difícil passarem despercebidos após o cerco, com binóculos noturnos, helicópteros, posicionamento em comunidades mais altas no entorno...

2. A polícia, nas últimas semanas, garantia que ali os traficantes contavam com 500 fuzis. Afinal, seja pela entrada de UPPs, seja pela entrada de milícias, os fuzis saltam para lá, junto com os traficantes. A polícia diz ter encontrado 34 toneladas de maconha. Mesmo que o peso inclua a embalagem, (trouxinha) e o peso seja a metade, é uma grande quantidade. Mas uma quantidade dessas não há como carregar, nem vale a pena pelo preço que o "matuto" consegue no Paraguai. A quantidade de cocaína que a polícia informa ter apreendido de 235 kg, é na verdade menos da metade disso, belo "batismo" que recebe e a "endolação".

3. A menos que fuzis e cocaína estejam enterrados (e aí vale a pena usar cães farejadores de classe A, e detectores de metais de maior sensibilidade), a saída dos -digamos- 1.200 traficantes, foi tranquila para passar com tanta "carga".

4. A polícia fala de uma rede de esgotos em construção que teria sido mais aberta por orientação dos traficantes. Bem, isso seria ter previsão da invasão e cumplicidade da empreiteira. As canalizações que estão em construção no Complexo, cujas obras começaram a fins de 2007, são na Grota e Nova Brasília, que dão na Estrada do Itararé, ponto básico da concentração.

5. A outra hipótese, levantada pela imprensa, é que tenha ocorrido cumplicidade da polícia. Bem, pode ser para uns 10 chefetes, mas para 500 ou 1.200 não há como. Os "2 ou 3 traficantes" presos, segundo policiais, estavam fora do "movimento", pois eram carta marcada. Não foram presos: se entregaram. Um deles com ajuda da mãe.

6. Mas há uma terceira hipótese. O Exército e a Polícia Federal mantêm estas comunidades mapeadas e acompanhadas. Se tudo o que se dizia do 'comando vermelho' no C.A. era verdade, o Exército e a Polícia Federal sabiam que o confronto produziria um banho de sangue, provavelmente maior entre os moradores (civis). Os traficantes não têm apego à vida e, se estivessem cercados de verdade, e com 500 fuzis, iriam atirar também na população para inibir a ação das forças militares e policiais.

7. Como seriam as manchetes da imprensa no dia seguinte, no Brasil e no Mundo com 500 moradores inocentes mortos e outros 500 baleados?

8. Portanto, há também a hipótese de que a hora limite dada pelas forças militares não era para se entregar, mas para se escapar. Afinal, é assim na UPP. E se vale a lógica da UPP (o C.A. será uma UPP, segundo o governador), nada tão coerente que priorizar o controle do território, e eliminar os riscos de uma tragédia civil.

9. Dizem os manuais da polícia: poupar a vida de um civil é mais importante que prender um bandido. Pode ser que tenha sido essa lógica. Claro, que não se pode e não se deve admitir. Mas quem estaria contra a aplicação desta lógica?

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Justiça absolve Tiririca

Está na Coluna CH Online:

A Justiça Eleitoral de São Paulo absolveu nesta quarta (1º) o deputado federal mais votado do Brasil, Francisco Everardo Oliveira Silva, o Tiririca, que teve 1,3 milhão de votos, da acusação de falsidade ideológica.

Segundo o juiz Aloisio Silveira, Tiririca comprovou que possui noções de leitura e escrita. "A Justiça Eleitoral tem considerado inelegíveis apenas os analfabetos absolutos, e não os funcionais".

A ação penal contra o deputado eleito foi movida pelo promotor Maurício Antonio Ribeiro Lopes, que afirma que Tiririca é analfabeto, e o acusa de ter forjado a declaração que entregou à Justiça Eleitoral.

COMO MANTER O APOIO DA POPULAÇÃO NUMA GRANDE FAVELA OCUPADA PELA POLÍCIA! O X DA QUESTÃO!

(*) Cesar Maia

1. Em 2001, o prefeito foi conversar com os moradores do Jacarezinho. A favela de quase 40 mil pessoas havia sido ocupada pela polícia. A reclamação era geral. Perguntadas por que, as pessoas, comerciantes, famílias e trabalhadores, relacionavam a ocupação a uma crise de emprego, de salários e nos comércios na comunidade. A razão era que com o fechamento das bocas de fumo a circulação de dinheiro havia diminuído muito, afetando o comércio local e o emprego. O ponto seria a necessidade urgente de se ter programas de geração de renda, direcionamento dos moradores para emprego, injeção de recursos que fluíssem ali. As autoridades estaduais foram informadas. Nada fizeram.

2. Em 2004, depois dos confrontos na Rocinha que culminaram com a mudança do controle das bocas de fumo do Comando Vermelho para a ADA, a polícia militar ocupou a favela. O prefeito foi conversar com os moradores. Todos, ou quase, estavam a favor da ocupação. Mas com a experiência do Jacarezinho, o governo do estado foi contatado, assim como o editor chefe de um grande jornal. O prefeito chamava a atenção que em breve a população estaria contra, quando o dinheiro parasse de circular numa central do tráfico responsável por 1/3 da distribuição da droga no varejo do Rio.

3. Nada foi feito. A ONG Viva Rio, com a cobertura das TVs, jornais e rádios, foi à secretaria de segurança do estado pedir ao secretário que retirasse a polícia da Rocinha e que deixasse apenas a responsabilidade de rotina do 23 BPM. A polícia saiu.

4. Agora, com a ocupação do Complexo do Alemão e da Vila Cruzeiro, em breve, com a redução da circulação de dinheiro pelo fechamento das bocas de fumo e das maquininhas (muitas ali), o fenômeno voltará a ocorrer. A população totalmente a favor no início, passará a relacionar a ocupação com menos emprego, menos recursos, e o comércio com menos movimento.

5. No calor da euforia da ocupação, as autoridades falam em programas urbano-sociais. Claro, são sempre importantes. Mas o fundamental é introduzir programas de geração de renda, de busca de empregos e de injeção de recursos na comunidade para circulação local. Esse será o ponto em mais 60 dias. Deve-se criar uma coordenação de emprego e renda com representação federal, estadual e municipal e entidades empresariais. E urgente.

(*) Ex-prefeito do Rio no período de 2001 a 2008 (falando com experiência de caso).

O enxugamento de gelo continua

Edição do Alerta Total – http://www.alertatotal.net/
(*) Jorge Serrão

Vai muito bem a estratégia de “quebrar” o Comando Vermelho, para que uma organização mais bem estruturada assuma o seu lugar no lucrativo mercado de venda de drogas do Rio de Janeiro. Graças à Guerra de enxugamento de gelo contra o narcotráfico no Complexo do Alemão, a cotação do quilo da maconha já disparou na “Bolsa de Valores” da vagabundagem. Custava R$ 300 antes da invasão, e agora já chega a R$ 650, no atacado. Não demora, os preços disparam no varejo.

A Inteligência da Polícia do Rio de Janeiro deixa vazar as informações. Fornecedores de maconha no Paraguai (ligados às FARC) e em São Paulo (ligados às FARC e ao PCC) pararam, ao menos temporariamente, de enviar cargas para o Rio. O CV parou de receber drogas em consignação. Os atacadistas só aceitam pagamento em dinheiro. Como o CV está temporariamente de caixa baixa, por causa da ocupação do Alemão (seu principal centro logístico), os negócios ficam inviabilizados. Traficantes não conseguem repor o estoque da droga em outros morros, como Mangueira e Jacarezinho.

A Policia informa que o “comerciante” mais afetado, até agora, pela quebra no fornecimento é Marcelo da Silva Leandro. Conhecido como Marcelinho Niterói, ele tem dívida alta com fornecedores do Paraguai. Só receberá novos estoques, se pagar o que deve. Marcelinho e outros narcovarejistas ficarão, em breve, reféns dos fornecedores. Quando o sufoco econômico se intensificar, eles cairão – graças a operações policiais espetaculares. No lugar deles, assumem novos “comerciantes”. Porque o lucrativo negócio do tráfico não pode parar. Apenas, para efeito de marketing, não pode ficar ostensivo na cidade que vai sediar Olimpíadas e jogos da próxima copa do mundo de futebol...

(*) Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Guerra do Rio - Origem do conflito

Ainda nem bem passou a empolgação pela vitória das "forças legais" sobre os "criminosos", no Rio, começam a estourar as histórias nada altruístas. A notícia abaixo está no Jornal Tribuna da Imprensa Online:

Serviços de inteligência daqui e do exterior têm informações seguras de que a onda de violência no Rio de Janeiro resultou de um impasse nas negociações financeiras entre policiais corruptos e representantes de chefes de quadrilha.
Os bandidos teriam quebrado o pacto de não-agressão porque se recusaram a reajustar a tabela de propinas pagas às autoridades.
Não passa de mero ilusionismo a versão do governo Serginho Cabral de que a onda de violência foi provocada pelo Comando Vermelho por causa da implantação de Unidades de Polícia Pacificadora, as famosas UPPs.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Rio: a senhora liberdade abriu as asas sobre nós

O GLOBO
Rabiscado por uma moradora do Complexo do Alemão e depositado numa caixinha de fósforo, os versos de um samba imortalizado pela Imperatriz Leopoldinense — escola de samba da região — que pede por liberdade se tornou realidade ontem num dos maiores conjuntos de favelas do Rio.
Depois de pelo menos 30 anos de domínio do tráfico, a polícia do Rio, com tropas das Forças Armadas, levou pouco mais de uma hora para chegar ao alto do maciço.
Foram momentos de intensa expectativa. Mas, logo, um dos momentos mais marcantes e emocionantes dos últimos dias de ataques de terror, e contra-ataques das forças de segurança, seria presenciado: a Bandeira do Brasil tremulava soberana sobre uma laje, uma imagem que já entrou para a história da cidade.
— O Alemão era o coração do mal — disse, no fim do dia, o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, traduzindo em poucas palavras o significado da vitória.
Ao contrário do que se temia, o banho de sangue não aconteceu. Os 2.600 homens do Estado "varreram tudo o que estava pela frente" como prometido na véspera, depois de 24 horas de um ultimato em que se aguardou a rendição dos bandidos entrincheirados, sem ferir um inocente sequer. A operação foi exemplar.
Nas contas das baixas, três mortos, apenas do lado dos bandidos. No início da manhã, houve confrontos. Mas, em seguida, os policiais teriam pleno domínio da região de mais difícil acesso, conhecida como Areal. Ali, já se dava como certo o sucesso da missão que alguns achavam ser impossível.
À medida em que os policiais progrediam morro acima, o mito de que no Alemão estava a quadrilha mais temida do Comando Vermelho rolava morro abaixo.
Centenas de bandidos que fugiram para lá, depois das incursões na Vila Cruzeiro, na Penha, deram nova demonstração de que jogavam para a plateia ao exibir fuzis e fazer sinais ameaçadores do bunker. Cara a cara com os policiais, o comportamento mudou muito. Como ratos, chegaram a tentar fugir pelo esgoto.
Prova de que a aparente valentia não resistiu à pressão foi a prisão do traficante Elizeu Felício de Souza, conhecido como Zeu.
Condenado pelo assassinato do jornalista Tim Lopes e foragido da Justiça, ele estava visivelmente abatido ao ser detido. Um detalhe não passou despercebido: ele tinha urinado nas calças.

Guerra do Rio - Vitória do bem

Policiais militares fixam a bandeira brasileira no ponto mais alto do Complexo do Alemão, neste domingo (28), simbolizando a retomada do território, até então ocupado por traficantes. (Foto: Sérgio Morais/Reuters).

Guerra do Rio - Fuga estabanada

(Reprodução/TV Globo)

Quando os tanques da Marinha adentraram a Vila Cruzeiro, na manhã da quinta-feira (25), os traficantes bateram em retirada, rumo ao Complexo do Alemão. 

Durante o trajeto, um dos criminosos é atingido por um tiro disparado por policiais e é arrastado por um comparsa para o outro lado da pista de chão batido.

"Eles não tinham tática de fuga. Foi meio que no desespero", disse Marcos do Val, instrutor da Swat, ao comentar a fuga.

600 mil pessoas por ano no mundo por exposição à fumaça de cigarro, diz OMS

Um estudo feito pela Organização Mundial de Saúde informa que mais de 600 mil fumantes passivos morrem por ano no mundo vítimas de doenças relacionadas à exposição ao fumo, sendo que 165 mil são crianças.

O estudo foi feito em 192 países, incluindo o Brasil. As mulheres são as principais fumantes passivas, com 47% das mortes. As crianças aparecem em segundo lugar com 28% e os homens em terceiro com 26%.

As principais causas de morte dos fumantes passivos são problemas cardíacos, infecções respiratórias, asma e câncer de pulmão.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Guerra do Rio

No fim da tarde desta sexta-feira, carros blindados da Polícia Militar foram atacados na Favela da Grota, no Complexo do Alemão, na Penha. Houve troca de tiros quando a polícia tentava entrar na comunidade. Moradores correm, tentando se proteger do tiroteio. (Foto: EFE/Terra)  

Os pobres pagam as dívidas, os ricos dão calote

Do G1 - O portal de noticias da globo - Paulo Coelho


Um dos diretores da Schwab Foundation é do paquistanês Mohammad Yunus, fundador do Grameen Bank. Yunus teve uma ideia simples e genial: ao invés de dar esmola, fazia empréstimos mínimos, em torno de 10 ou 20 dólares (chamados micro-créditos) às pessoas que lhe pediam dinheiro na rua. Embora não pedisse qualquer garantia, as pessoas usavam este dinheiro para criar algo, e logo pagavam o empréstimo, com juros pequenos.

Roshaneh Zafar utilizou a inspiração do Grameen Bank (hoje em dia uma instituição enorme, mas que ainda se mantém fiel aos seus princípios), e oferece em média 75 dólares para aqueles que precisam abrir um novo negócio. Como o pobre sempre é honesto e paga o que deve, a Fundação Kashf já tem aproximadamente 45.400 clientes originários de áreas pobres do Paquistão; apenas uma minoria insignificante deixou de honrar seus compromissos

Guerra do Rio - Palavra de especialista

(Transcrito do Blog Alertatotal)

O Rio de Janeiro, hoje, parece o cenário de mais um novo filme Tropa de Elite mas, infelizmente, a realidade é bem diferente da ficção. O Brasil tem lei de combate ao crime organizado, mas não tem procedimento. Com isso, o Estado acaba se tornando refém do Congresso para implementar medidas de segurança mais severas. Os projetos não caminham sequer para votação”.

Assim resume o criminalista Antonio Gonçalves - especialista em Criminologia Internacional: ênfase em Novas armas contra o terrorismo pelo Instituto Superiore Internazionale di Scienze Criminali, Siracusa (Itália) - sobre o conflito na cidade do Rio de Janeiro.

Gonçalves acredita que a solução ainda estará longe de ser resolvida enquanto não existir uma análise mais rápida sobre as questões urgentes, no que tange a segurança nos projetos de lei pendentes no Congresso:

São Paulo parou em 2006 pelas ondas de ataques do crime organizado, hoje o Rio de Janeiro também está parado. O que o Congresso vai esperar para criar subsídios para Estados poderem trabalhar em função da segurança, protegendo o cidadão?”, questiona.

Guerra do Rio


  
Engana-se quem pensa que a foto acima é ficção a la Tropa de Elite 2. Trata-se da crua realidade. Dois menores apreendidos após incendiarem um carro no bairro de Ipanema.  Ao todo, até o início da madrugada desta sexta-feira, os bandidos atearam fogo a 21 ônibus e microônibus, 15 carros de passeio, 5 vans e kombis, 3 caminhões e 1 moto.  Até às 10h desta sexta-feira, a Polícia contabilizava 39 mortos, todos bandidos. Apenas um PM ferido a bala.   

‘Papel da imprensa é criticar o governo’ afirma sociólogo

Do jornal O Globo


Magnoli contesta argumentos de ministro da Secom

O sociólogo Demétrio Magnoli criticou, no Seminário sobre Liberdade de Imprensa, os argumentos usados pelo governo para defender a discussão sobre regulação da mídia.

Para ele, interesses políticos do governo contaminam o que deveria ser uma discussão de Estado. Ele lembrou, por exemplo, que o próprio presidente Lula disse que a imprensa atua como partido.

— O governo tem obrigação de garantir a concorrência em setores da economia. Mas, quando se trata de informação e jornalismo, o governo é lado. O papel da imprensa é criticar o governo, este, o anterior e o próximo. Não é missão do governo assegurar a liberdade de imprensa, porque ele é parte interessada. Isso é papel do Estado. E a distinção entre governo e Estado desaparece com frases como "é função do governo promover a liberdade de imprensa", ou no discurso que diz que a imprensa é um partido politico. Isso é posição de um governo que tem dificuldade de distinguir entre governo e Estado ou entre corrente política e poder público — disse Magnoli.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Justificativa de matuto

A Puliça Rodoviária Federal abordou um matuto em alta velocidade, dirigindo uma Ford Rural Willys Ano 1973 na rodovia BR-230. Segue a conversa do pulicial e do matuto:

Pulicial: Bonita Rural, né?

Matuto: Bunita e ligera!

Pulicial: O senhor tá com gracinha?

Matuto: Tô não, tô com Ritinha, a irmã dela...

Pulicial: O senhor tem carteira de habilitação?

Matuto: Tenho não, faz dois anos que tento tirar...

Pulicial: Cadê o cinto de segurança?

Matuto: Tá lá atrás na mala, amarrando o bujão...

Pulicial: E cadê o documento do carro?

Matuto: Minino, a placa que é ferro tá nesse estado, imagina o documento que é de papel!

Pulicial: Apois o senhor vai levar cenzinho pra casa (R$ 100 de multa)!

Matuto: Cenzinho??? Tá vendida, pode ficar com a Rural.

Garota que namorava escondida é espancada pelos pais e morre em SP

Do G1 SP, com informações da TV Tem

Uma adolescente de 15 anos morreu na madrugada desta quarta-feira (24) após ser espancada pelos pais em Cafelândia, a 412 km de São Paulo. Segundo a Polícia Civil, a garota foi agredida porque namorava escondida da família.

Na noite de terça (23), ainda de acordo com a polícia, os pais da garota a viram com um rapaz em uma praça da cidade. Ao chegar em casa, a jovem levou golpes de cinta e chutes; um dos pontapés atingiu sua cabeça.

Terminada a agressão, a família foi dormir. Os pais acordaram no meio da madrugada e encontraram a jovem tremendo e passando mal. Ela foi levada a um hospital em Lins, também no interior do estado. Por conta do grave estado de saúde, foi transferida para um centro médico em Bauru, onde morreu.

O corpo da adolescente foi levado ao Instituto Médico-Legal (IML) de Bauru. Um laudo irá precisar a exata causa de sua morte. O pai foi preso e a mãe, internada em um hospital em estado de choque.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Mancada

No artigo que está no ar no Fontebrasil, cometi uma mancada das grandes. Joguei no meio das unidades de saúde que comportam internações os postos de saúde.

Nada a ver. Onde já se viu alguém ficar internado num posto de saúde? Só se for para morrer mais depressa. Nesses locais faltam até mesmo os remédios da farmácia popular.

Chuveiro

Chamar o árbitro da partida de “veado” depois de mandá-lo “tomar...” é realmente falta grave. Ainda por cima, o descontrole do atleta prejudicou em demasia a própria equipe, o São Paulo. Isso não se faz, Richarlyson!

Bancos

Gostei da decisão do Ministério Público Estadual de estabelecer um prazo para que as agências bancárias se adéquem às normas de acessibilidade.

O que sofrem os cadeirantes com a falta de rampas, não só na porta dos bancos, mas da maioria das instituições públicas, é brincadeira.

Mas precisava ser esse prazo tão longo assim? Será que os bancos, ganhando tanto – o lucro líquido das instituições tangencia a meia dezena de R$ bilhões – não teriam condições de providenciar essas rampas com um pouco mais de pressa?

Louvação ao porco

Não é por nada não, mas acho que estão exorbitando do cacófato em nossos jornais. Por exemplo, todo dia é feita uma verdadeira louvação ao porco.

É por conta disso, por conta daquilo, por conta daquilo outro que não acaba mais. Chega a doer no ouvido. E isso ninguém vê.

Urgente! Prendam os acidentes!

Eu acho que os acidentes estão indo longe demais. Daqui a pouco a saída será mesmo pegar estes tais destrambelhados agentes do mal e lançá-los indistintamente no xilindró. Já não dá mais para aguentar a chacina que promovem em Roraima.

Só para ficar no curto espaço de tempo delimitado entre o fim de semana passado e hoje, terça-feira, os benditos acidentes destroçaram a vida de pelo menos quatro pessoas.

No jornal de ontem (segunda-feira) a manchete era: “Acidentes de trânsito matam duas pessoas na BR-401 no fim de semana”. Matéria secundária na edição de hoje traz como título: “Acidentes matam mais 2; número de vítimas chega a 142 este ano”, quase um avião da Gol.

E ninguém prende estes danados acidentes!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A saúde sob o tapete

Por Francisco Espiridião

Entre 2005 e 2009, o país perdeu 3,9% dos estabelecimentos de saúde com internação. Isso significa tão-somente a bagatela de 280 oportunidades a menos para o brasileiro de conseguir uma internação digna para tratamento de suas agruras na área da saúde, setor que, aliás, já não andava e nem anda tão bem das pernas assim.

Números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a perda ocorreu no setor privado, enquanto que, no público – hospitais e postos de saúde –, houve um incremento da ordem de 4,1%.

Trocando em números, na rede particular, foram eliminadas 392 unidades, ao mesmo tempo em que, no público, houve um aumento de 112 unidades. Nessa brincadeira, sumiram na fumaça 11.214 leitos.

Salvo engano, isso seria motivo para minuciosa análise que ainda não consegui visualizar. Não sei se por condescendência com os estratosféricos níveis do moribundo governo Lula, cuja aprovação bate nas nuvens, ou por não ser, de fato, pertinente.

No popular, a iniciativa privada visa o lucro, pouco importando o segmento em questão. Se estabelecimentos destinados à internação de doentes fecham sistematicamente as portas é porque perderam a capacidade de gerar lucros expressivos que lhes justifiquem a perenidade.

E se, por conseguinte, o setor não gera os dividendos esperados é porque não existe um segmento social nele interessado. É aí que se vislumbra o calcanhar de Aquiles.

Duas grandes questões saltam aos olhos. A primeira: será que o serviço prestado pelo setor público está mesmo ali, na ilharga do seu congênere oferecido pelos países do Primeiro-Mundo? Se é verdade – o que não parece – teríamos todos de dar a mão à palmatória, reconhecendo que o presidente Lula da Silva é mesmo “O cara!”.
A segunda, que parece a mais plausível, e, por isso mesmo a causa maior de desconfiança nos níveis de aprovação do governo, é que a população no geral, e em particular a classe média, perdeu poder aquisitivo a ponto de se desfazer do plano de saúde que lhe permitia buscar internação digna em estabelecimentos da rede privada de saúde.
Enquanto a discussão dormita sob o tapete, prossigamos navegando nesse mar agitado de nossas vicissitudes cotidianas, fingindo que ninguém neste país morre em macas improvisadas nos malcheirosos corredores de hospitais, onde falta de tudo, do médico até o mais simples medicamento.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

SEU LUNGA

Seu Lunga dava uma bela surra no filho e o menino gritava:
- Tá bom, pai! Tá bom, pai! Tá bom, pai!
- Tá bom? Quando tiver ruim, você me avisa, que eu paro.

PARA NUNCA ESQUECER

(Solda, 7/6/89)

vai meu amigo
desta vez
eu não vou contigo

a morte
é um vício
muito antigo
só que nunca
aconteceu
comigo

pode ir
que eu não ligo
eu fico por aqui
separando
o tijolo do trigo

(Transcrito do Blog do Zé Beto)

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Mulher cristã é condenada à morte no Paquistão

Um tribunal do Paquistão condenou à morte nesta quinta-feira (11) uma mulher cristã, mãe de cinco filhos, acusada de blasfêmia. O veredito provocou a revolta de grupos de defesa dos direitos humanos.

Asia Bibi, de 45 anos, recebeu sua sentença em uma corte de Nankana, na Província central de Punjab.

O Paquistão jamais executou um réu por blasfêmia, mas o juiz ditou a condenação com base em leis locais provenientes da sharia, o código penal muçulmano. (Leia mais)

Tiririca passa em teste no TRE/SP

Transcrito da coluna Claudio Humberto, às 15h31 desta quinta-feira, 11

O deputado federal eleito Francisco Everardo Oliveira Silva (PR), o palhaço Tiririca, conseguiu ler e escrever no teste de alfabetização feito nesta quinta-feira pela Justiça Eleitoral.

Segundo o presidente do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, Walter de Almeida Guilherme, ele fez um ditado tirado de um livro editado pelo tribunal: "Justiça Eleitoral, uma retrospectiva".

Ele teve que escrever: "A promulgação do Código Eleitoral, em fevereiro de 1932, trazendo como grandes novidades a criação da Justiça Eleitoral".

Tiririca ainda foi obrigado a ler uma notícia de jornal e teve de fazer uma interpretação do que leu e escreveu.

Comento

Está, assim, assegurada a vontade popular. Afinal, 1,3 milhão de votos não devem ser jogados fora em qualquer democracia do mundo. Ou não seria democracia.

Caso Panamericano - BC fará varredura em balanços de bancos

Do Valor Econômico
 
O diretor de Fiscalização do Banco Central (BC), Alvir Hoffmann, afirmou que a autoridade monetária encontrou duplicidades de carteiras de crédito nos balanços do Banco PanAmericano e de outros bancos.
 
A instituição controlada pelo grupo Silvio Santos teria vendido carteiras a outros bancos, mas não teria promovido a baixa contábil em seus demonstrativos financeiros.
 
A constatação foi feita pelo BC a partir da análise dos balanços do segundo trimestre de diversas instituições financeiras, realizada há cerca de seis semanas.
 
"Como é possível uma carteira de crédito ser vendida e não ser baixada do balanço de quem vendeu?" questionou Hoffmann em entrevista coletiva.
 
Ele afirmou que o BC não teme efeito dominó no sistema financeiro, mas a diretoria da autoridade monetária está estudando uma forma de fazer uma varredura mais profunda nos balanços dos bancos, justamente para detectar se há repetição desse problema em outras instituições.
 
O BC autorizou a compra de 35% do capital total do PanAmericano pela estatal federal Caixa Econômica Federal (CEF) em meados deste ano e, nesta terça-feira, foi divulgado que o banco controlado pelo Grupo Sílvio Santos tinha um rombo de cerca de R$ 2,5 bilhões.
 
Por isso, o grupo empresarial recorreu ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que emprestou R$ 2,5 bilhões para sanear o banco. Em troca, o fundo recebeu como garantia todas as empresas do grupo SS. inclusive o canal de TV.
 

Para entender o caso do Banco Panamericano

O dia em que Sílvio Santos fez a imprensa de boba
Sílvio Santos não poderá mais repetir o seu famoso bordão: “Quem quer dinheiro?”.
 
Abriu-se na sexta-feira o baú de infelicidades do mais famoso animador de auditório da TV brasileira, dono do SBT, a terceira maior rede do país no ranking de audiência, transmitida por 106 emissoras (15 próprias e 91 afiliadas).
 
O seu banco, o Panamericano, queria dinheiro, muito dinheiro, para cobrir o rombo de 2,5 bilhões de reais no seu balanço fraudado.
 
O banco de SS repassava carteiras de créditos de suas operações para outros bancos, mas não contabilizava essa transferência no balanço, que justificaria hoje o bordão de Santos no programa Tentação: ”Vale dez reais?”
 
No melhor estilo Lula, Sílvio Santos apressou-se a declarar: “Eu não sabia de nada”.
 
A fraude do lucro inflado no banco do apresentador de Topa Tudo por Dinheiro representa 40% dos ativos do Panamericano, que somam R$ 6,5 bilhões, e passou batido por uma das mais respeitadas empresas de auditoria do mercado, a Deloitte.
 
A solução engenhosa para sair da enrascada estava embutida num dos bordões mais conhecidos de SS: “Vem pra cá, vem pra cá”.
 
Foi o que ele disse ao governo Lula, que foi lá para o SBT em apuros, já que tinha interesse no caso — a Caixa Econômica Federal adquiriu no ano passado 49% das ações do banco –, por meio do camarada FGC, o Fundo Garantidor de Crédito, mantido pelos bancos mas sensível a apelos federais. Sobretudo quando o Banco Central recomenda que apóie determinadas operações.
 
O FGC, a quem SS ofereceu 44 empresas de seu grupo como garantia, disse que a recomendação de socorro feita pelo Banco Central tinha por objetivo evitar o “risco sistêmico” que poderia abalar a área financeira do país.
 
Quando o PT de Lula era oposição, essa desculpa do PSDB de FHC era motivo de zombaria para a inclemente confraria petista.
 
O sempre bem informado Guilherme Barros, colunista de economia do portal iG, informou que o BC, ao contrário de Lula e de Silvio Santos, sabia de “inconsistência contábil” no Panamericano há dois meses, ou seja, desde setembro.
 
Foi examente em setembro, uma quarta-feira, 22, dez dias antes do primeiro turno da eleição presidencial, que Sílvio Santos visitou Lula inesperadamente no Palácio do Planalto, causando o alvoroço previsível.
Naquele dia, o sorridente SS avisou que estava ali apenas para convidar o presidente para a abertura do Teleton, um programa que arrecada recursos para crianças e adolescentes com necessidades especiais.
 
No embalo, ainda arrancou uma doação de R$ 12 mil de Lula.
 
Silvio atropelou a agenda presidencial, tirando do caminho uma reunião prevista para aquele horário justamente com Henrique Meirelles, o presidente camarada do BC que dois meses depois seria fiador do SOS para SS.
 
O que espanta, neste processo, é a inconsistência sistêmica da imprensa brasileira, que cobriu burocraticamente a surpreendente visita de SS ao Planalto: “Não venho aqui desde o governo Itamar Franco”, avisou ele, ou seja, fazia já 18 anos.
 
E os repórteres e editores engoliram, em seco, a explicação boboca sobre o Teleton. Se não fosse tão preguiçoso, habituado ao declaratório e ao oficialiesco, um jornalismo esperto poderia ter percebido ali as fagulhas do rolo do Panamericano que enfiou o FGC, o governo e Sílvio Santos no mesmo baú de desinformação e incertezas.
 
O desprezo de SS pela notícia já faz parte do folcore nacional. Na noite de 17 de julho de 2007, as maiores redes de TV do país interromperam a cobertura dos Jogos Panamericanos do Rio para mostrar as primeiras imagens fumegantes do Airbus da TAM que explodiu no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. O SBT foi o último a informar sobre a tragédia.
 
Nem Bin Laden conseguiu desfazer o sorriso de plástico de SS. No 11 de setembro de 2001, o dia do maior ataque terrorista da história, que as TVs do mundo inteiro cobriram ao vivo para o mundo estarrecido, o SBT continuou, impávido, a transmitir sua programação normal, quebrada apenas por breves flashes de plantão nos horários comerciais.
 
Naquele dia, o SBT atingiu um dos menores índices de audiência de sua história. Prova de que o povo, apesar de Sílvio Santos e alguns de nossos jornalistas, não é bobo.

Olha eu aqui!

Esperado com carinho havia nove meses, Rafael desembarcou neste mundão ontem (7h40 do dia 10 de novembro de 2010), para a alegria de todos - papais, vovôs, titios e, ainda que disfarçadamente, do priminho Francisco.

Nossos sinceros agradecimentos ao Senhor Jesus, em primeiro lugar, pelo alento que concedeu aos nossos corações diante da afirmação de que se tratava de gravidez de alto risco.

Agradecemos também aos irmãos que nos ajudaram em oração, e por fim, à doutora Sônia Coelho e sua equipe, do Hospital Unimed, pelas mãos de quem Rafael veio à luz, pela competência que, com certeza, foi-lhes dada por Deus.

Que o Senhor te abençoe e te guarde, Rafael. O Senhor faça resplandecer o Seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti. O Senhor sobre ti levante o Seu rosto, e te dê a paz. Amém (Números 6.24-26).

 Ainda nem abriu os olhos, mas já impõe respeito no pedaço: Tomem cuidado comigo!
Os papais corujas Karen Cristina e Eduardo. Foi sublime ver o marmajão de mais de 1,80m derramando lágrimas de embevecimento, ao contemplar pela primeira vez o rosto do filho.
Marinheira de segunda viagem, a vovó Eliana não se continha nos afagos ao Rafael. Só o Francisco, por despeito, claro, achou-o "um pouco feinho, né?" Sem razão. Pensa que está perdendo terreno. Bobagem!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Inep inapto

Mais uma vez, o tal do Enem dá um tapa com luva de pelica nas autoridades da área educativa federal.

Mais uma vez, o concurso mostrou que o Ministério da Educação é incompetente para aplicar uma provinha boba.

Acho que tem de tirar do Inep a competência para aplicação do bendito concurso. O Inep prova que é inapto.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Epidemia de malária mata pelo menos 17 indígenas yanomami na Venezuela


No Brasil, a Terra Indígena Yanomami se divide entre os estados de Amazonas e Roraima. (Foto: Editoria de Arte G1)

Do Globo Amazônia, com agências internacionais

Ao menos 17 indígenas yanomami da Venezuela morreram em uma epidemia de malária nos últimos três meses. A informação foi passada à agência de notícias Associated Press (AP) pelo diretor regional de saúde no estado venezuelano do Amazonas, Miguel Hernandez.

Segundo o funcionário, um time de especialistas visitou três áreas remotas na reserva Yanomami na Venezuela, confirmando as mortes em entrevistas com indígenas em aldeias. A estimativa é menor do que a apresentada na semana passada por funcionários de saúde indígena que também estiveram nas aldeias e conversaram com lideranças. De acordo com eles, cerca de 50 índios morreram.

Em entrevista à AP, Hernandez disse que uma nova análise confirmou o menor número de mortes e que o governo medicou mais de 150 pessoas contra a malária em três aldeias.

Segundo ele, os médicos confirmaram a doença em 60 indígenas entre 91 pacientes que eram tratados por diarreia ou problemas respiratórios. O acompanhamento será feito em outras visitas neste mês.
Os povos yanomami vivem entre a Venezuela e o Brasil, onde habitam áreas do Amazonas e de Roraima, e têm organismo fraco contra doenças que não são comuns entre indígenas, como a gripe. As doenças podem ser transmitidas por invasores das reservas, geralmente garimpeiros e madeireiros.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Flamarion vai à lona

E a luta de Flamarion Portela (PTC) para se segurar no cargo de deputado estadual continua.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou ontem, quarta-feira (3), o registro de sua candidatura.

Não se respeitou nem mesmo a vontade popular, que lhe concedeu 2.295 votos na última eleição, em 3 de outubro.

O plenário do TSE manteve a decisão do ministro relator do caso, Marcelo Ribeiro.

A luta, no entanto,ainda não chegou ao fim. Flamarion pode jogar suas fichas junto ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Dupla penalização

Flamarion Portela foi vice no segundo mandato de Neudo Campos . Assumiu o governo em maio de 2002 e conseguiu se reeleger naquele mesmo ano.

Perdeu o governo em dezembro de 2004 para o governador Ottomar Pinto, num processo de  compra de votos e uso da máquina pública nas eleições de 2002.

Essa mesma cassação agora lhe tira o direito de assumir a cadeira de deputado na Assembléia Legislativa, em 2011.

Desfecho que, sob o meu olhar vesgo -- de quem não entende coisa nenhuma do fumus boni juris --, parece penalizar o suplicante duas vezes pelo mesmo pecado.

Homem de peito

Marido da senadora eleita Angela Portela (PT), Flamarion entrou para a história como o governador que deu início à institucionalização do Poder Executivo.

Teve peito para fazer concurso público para preenchimento de cargos nos diversos setores da administração.

Até o seu governo, a praxe no estado era a da mendicância de cargos comissionados. As pessoas disputavam o emprego na base do QI -- Quem Indica.

Concursado, o servidor tem todas as garantias para dar curso à vida sem grandes sobressaltos.

sábado, 30 de outubro de 2010

Subestimando a inteligência do leitor

Tem jornal que não respeita a inteligência do leitor. Veja a manchete de ontem:

"HOMEM TEM CABEÇA DECAPITADA EM CRIME NUM CANTEIRO DE OBRAS"

Aí me surgem algumas perguntas?

1. É possível decapitar outra parte do corpo que não a cabeça?

2. É possível decapitar alguém e esse fato não constituir crime?

3. Se é para dizer tudo na manchete, acho que neste caso estão ausentes alguns elementos de convicção, como: a hora em que o crime ocorreu; o nome do criminoso; se ele teve ajuda de algum comparsa; onde fica localizado o tal canteiro de obras; etc. etc. etc.

Virando a jornada, na edição online de hoje:

"DEBATE NA TV GLOBO REÚNE OS DOIS CANDIDATOS À PRESIDÊNCIA"

1. Quantos candidatos o jornal queria mesmo que a TV Globo reunisse em debate?

2. Será que nesse segundo turno não caberia reunir também os candidatos derrotados no primeiro?

3. Etc., etc., etc.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Controle da mídia no Brasil preocupa jornalistas dos EUA

O Globo

Responsável pelo Código de Ética do jornalismo americano, a Society of Professional Journalists publicou em sua rede de blogs um artigo criticando a proposta de controle social dos meios de comunicação do Brasil .

Divulgado no blog "Journalism around the world", o texto "Âncora brasileiro renuncia por pressão de censura de governador" exibe o vídeo em que o jornalista Paulo Behring se demite durante seu programa na TV Brasil Central, emissora do governo goiano, alegando pressão para não entrevistar o candidato do PSDB a governador Marconi Perillo, para lembrar as propostas de criação de controle social da mídia e as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à imprensa.

"Os jornalistas brasileiros têm se sentido bastante orgulhosos de sua liberdade e independência", escreve Dan Kubiske, jornalista residente no Brasil e integrante da SPJ. "Mas alguns políticos ainda não entenderam a mensagem".

Kubiske defende que a discussão sobre o controle da imprensa deve ser acompanhada pelos Estados Unidos, por causa do peso do Brasil no cenário internacional, que torna importante para outros países se informarem sobre a situação interna, por notícias que não sejam controladas.

Ele repete trecho do editorial do jornal "O Estado de S. Paulo" que diz que controle social da mídia é um "eufemismo para subordinar o livre fluxo de informações" aos interesses do governo.

"O que acontece no Brasil afeta a economia dos Estados Unidos, e, em alguns casos, assuntos domésticos", argumenta Kubiske. "Para o homem comum, qual é o país de origem do dono da Budweiser? Sim, o Brasil", cita o articulista. "E para os planejadores do governo da Flórida, especificamente Orlando, que país atualmente manda o maior número de visitantes para a área? Sim, o Brasil".

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Ministério da Saúde adverte:

Torcida do Flamengo no sítio do Bruno

Escândalo no SBT! Ou: Assim anda a liberdade de imprensa no Brasil! Ou: E o PT ainda quer conselhos para “controlar a mídia!

Por Reinaldo Azevedo


Leiam o que informa Renata Lo Prete na Folha Online. Volto em seguida:

O SBT-Nordeste procurou a campanha de José Serra para cancelar a entrevista que faria com o candidato tucano à Presidência da República nesta quarta-feira, às 12h20, em substituição ao debate inviabilizado pela recusa de Dilma Rousseff (PT) em participar.

O evento, sobre temas específicos da região, seria transmitido por dez emissoras afiliadas ao SBT, com geração pela TV Aratu de Salvador. Quando da negociação das regras do debate com as duas campanhas, ficou estabelecido por escrito que, em caso de desistência de um dos participantes, o outro seria entrevistado por 30 minutos, e a ausência do oponente seria mencionada pelo mediador no início de cada bloco.

O SBT-Nordeste, porém, alegou a assessores de Serra ter recebido pressão da cúpula nacional da emissora para não realizar a entrevista.

Comento

SBT? É aquela emissora que contribuiu para espalhar a farsa da “bolinha de papel”, que, a um só tempo, buscou tornar irrelevante uma agressão fascistóide, debochar da vítima e ainda inverter a lógica das culpas? É, sim!

O SBT Nordeste alega pressão vinda da cúpula da emissora, e a cúpula da emissora certamente recebe pressão da cúpula do governo. Trata-se de um escândalo, que escarnece da liberdade de imprensa. O que temos, então? A ser assim, é Dilma quem decide quando Serra fala ou não. Se ela decidir comparecer aos eventos, então ele fala também. Se ela se negar, então ele também silencia.

Eis a “mídia” que os petistas consideram que precisa estar sob controle! É bem verdade que, quando defendem essas teses, não estão pensando em emissoras como o SBT ou a Record — sim, algumas outras podem entrar nesse grupo; tudo a seu tempo. Quando se fala em “controle da mídia”, o alvo, nas TVs, é a Globo; no caso das revistas, como eles revelam tantas vezes, é a VEJA — e vai por aí.

Afinal de contas, do que é que eles não gostam mesmo? De jornalismo independente, ora essa! Como todos os ditadores, eles nada têm contra quem concorda com eles e endossa seus métodos.

Carta à candidata Dilma

Meu nome foi incluído no manifesto de intelectuais em seu apoio. Eu não a apóio. Incluir meu nome naquele manifesto é um desaforo! Mesmo que a apoiasse, não fui consultada. Seria um desaforo da mesma forma. Os mais distraídos dirão que, na correria de uma campanha... “acontece“. Acontece mas não pode acontecer. Na verdade esse tipo de descuido revela duas coisas: falta de educação e a porção autoritária cada vez mais visível no PT. Um grupo dominante dentro do partido que quer vencer a qualquer custo e por qualquer meio.

Acho que todos sabem do que estou falando.

O PT surgiu com o bom sonho de dar voz aos trabalhadores mas embriagou-se com os vapores do poder. O partido dos princípios tornou-se o partido do pragmatismo total. Essa transformação teve um “abrakadabra” na miserável história do mensalão . Na época o máximo que saiu dos lábios desmoralizados de suas lideranças foi um débil “os outros também fazem...”. De lá pra cá foi um Deus nos acuda!

Pena. O PT ainda não entendeu o seu papel na redemocratização brasileira. Desde a retomada da democracia no meio da década de 80 o Brasil vem melhorando; mesmo governos contestados como os de Sarney e Collor (estes, sim, apóiam a sua candidatura) trouxeram contribuições para a reconstrução nacional após o desastre da ditadura.

Com o Plano Cruzado, Sarney tentou desatar o nó de uma inflação que parecia não ter fim. Não deu certo mas os erros do Plano Cruzado ensinaram os planos posteriores cujos erros ensinaram os formuladores do Plano Real.

É incrível mas até Collor ajudou. A abertura da economia brasileira, mesmo que atabalhoada, colocou na sala de visitas uma questão geralmente (mal) tratada na cozinha.

O enigmático Itamar, vice de Collor, escreveu seu nome na história econômica ao presidir o início do Plano Real. Foi sucedido por FHC, o presidente que preparou o país para a vida democrática. FHC errou aqui e ali. Mas acertou de monte. Implantou o Real, desmontou os escombros dos bancos estaduais falidos, criou formas de controle social como a lei de responsabilidade fiscal, socializou a oferta de escola para as crianças. Queira o presidente Lula ou não, foi com FHC que o mundo começou a perceber uma transformação no Brasil.

E veio Lula. Seu maior acerto contrariou a descrença da academia aos planos populistas. Lula transformou os planos distributivistas do governo FHC no retumbante Bolsa Família. Os resultados foram evidentes. Apesar de seu populismo descarado, o fato é que uma camada enorme da população foi trazida a um patamar mínimo de vida.

Não me cabem considerações próprias a estudiosos em geral, jornalistas, economistas ou cientistas políticos. Meu discurso é outro: é a democracia que permite a transformação do país. A dinâmica democrática favorece a mudança das prioridades. Todos os indicadores sociais melhoraram com a democracia. Não foi o Lula quem fez. Votando, denunciando e cobrando foi a sociedade brasileira, usando as ferramentas da democracia, quem está empurrando o país para a frente. O PT tem a ver com isso. O PSDB também tem assim como todos os cidadãos brasileiros. Mas não foi o PT quem fez, nem Lula, muito menos a Dilma. Foi a democracia. Foram os presidentes desta fase da vida brasileira. Cada um com seus méritos e deméritos. Hoje eu penso como deva ser tratada a nossa democracia. Pensei em três pontos principais.

1) desprezo ao culto à personalidade;

2) promoção da rotação do poder; nossos partidos tendem ao fisiologismo. O PT então...

3) escolher quem entenda ser a educação a maior prioridade nacional.

Por falar em educação. Por favor, risque meu nome de seu caderno. Meu voto não vai para Dilma.

SP, 25/10/2010

Ruth Rocha, escritora

(Transcrito do blog do Noblat)

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Dilma Ghandi, que mancada!

Por Ateneia Feijó (Blog do Noblat)

Amanhã, dia 27, a militância petista realizará uma mobilização nacional em comemoração aos 65 anos de Lula. Em todo o país haverá atos, caminhadas, carreatas e comícios carregados de emoção extremada. Mas o presidente antecipou-se à festa e revelou-se mais do que nunca o cara... de pau.

Desde a semana passada ele vem fazendo chantagem emocional junto aos eleitores, pedindo-lhes de presente de aniversário a vitória de Dilma Rousseff. Presente de aniversário! E até frisou não se importar com o atraso da data de entrega: domingo, 31 de outubro.

Portanto, eleição não tem mais conexão com propostas, programa de governo ou preocupação com o futuro do país. Passou a ser apenas uma questão pessoal de dar ou não o presente pedido por um governante carismático, em mais um de seus devaneios monarquistas. E que, exatamente por isso, merece que se pergunte: estareis vós preparados para a festa de posse do escolhido ou da escolhida para a incumbência da presidência do Brasil a partir de 2011?

E Dilma, o que pensa sobre isso? Em entrevista ao Jornal Nacional, declarou acreditar ter sido a segunda mulher mais votada da história do planeta, ultrapassada somente por Indira Ghandi. A mulher-Lula referia-se aos 47 milhões de votos recebidos no primeiro turno. O que equivaleu a ter sido aprovada por 46,9% do eleitorado e reprovada por 53,1 %.

Para reforçá-la, o presidente do PT José Eduardo Dutra enfatizou que ela é a campeã na América Latina, comparando-a com Cristina Kirchner, que se elegeu com cerca de 8 milhões de votos; ou 45% do eleitorado ( o suficiente, na Argentina, para ganhar a eleição). Dutra convenientemente esqueceu-se de contabilizar o número dos eleitores brasileiros: 135.8 milhões.

Mais impressionante e preocupante, porém, foi a comparação com Indira Ghandi. A durona primeira-ministra da Índia, eleita pela primeira vez em 1966, governou por 18 anos. Sua campanha para acabar com a pobreza promoveu um controle de natalidade com esterilização em massa. E, entre outras coisas, também decretou "estado de emergência" e censurou a imprensa.

Durante seu último mandato, agravaram-se os conflitos internos e os confrontos violentos entre diversos grupos étnicos e religiosos. Em junho de 1984, mandou tropas invadirem o Templo Dourado para conter uma rebelião dos Sikh. Segundo o governo indiano, a invasão do local sagrado terminou com a morte de 600 pessoas; militantes religiosos e soldados. Outras fontes afirmaram que os mortos foram cerca de 1.200.

Em seu livro autobiográfico "A primeira luz da manhã", a escritora indiana Thrity Umrigar fala com leveza de seu país governado por uma primeira-ministra que apreciava o culto à personalidade. De uma "Mãe Indira" eleita para cuidar e proteger o povo "do caos e da autodestruição". Mas que acabou se revelando tirana e alcançada por boatos de que o filho, o tecnocrata Sanjay, roubava e protegia seus comparsas corruptos...

Quem teria sugerido jogar Indira Ghandi na campanha petista? Parece que alguém deu um toque, a tempo, de que não era uma boa idéia. E, de uma hora para outra, a mamãe Dilma a deixou de lado. Ainda bem. Indira foi assassinada por dois membros de sua guarda pessoal. Ambos pertenciam ao grupo Sikh. Eles a mataram quatro meses depois da invasão ao Templo Dourado. Um dia de tragédia difícil de esquecer na Índia: 31 de outubro. Toc-toc. Aqui é dia de festa.
Ateneia Feijó é jornalista

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Popular, sim. Grande, não!

Ricardo Noblat - publicado originalmente em seu blog

Bolinha de papel, rolo de fita crepe, pano de bandeira, chumaço de algodão - nada pode ser usado de forma hostil para atingir alguém sob pena de tal ato configurar uma agressão.

O que militantes do PT foram fazer no calçadão de Campo Grande, no Rio de Janeiro, quando o candidato José Serra (PSDB) esteve por lá na tarde da última quarta-feira em busca de votos?

Não foram saudá-lo democraticamente. A tal ponto de civilidade não chegaremos tão cedo.

Aos berros, munidos de bandeiras e dispostos a tudo, tentaram impedir que o candidato e seus correligionários exercessem o direito de ir e de vir, e também o de se manifestar, ambos assegurados pela Constituição.

O PT tem uma longa e suja folha corrida marcada por esse tipo de comportamento violento, autoritário e reprovável, que deita sólidas raízes em suas origens sindicais.

A força bruta foi empregada muitas vezes para garantir a ocupação ou o esvaziamento de fábricas. E também para se contrapor à força bruta aplicada pelo regime militar na época em que o PT era apenas uma generosa idéia.

Para chegar ao poder, o PT sentiu-se obrigado a ficar parecido com os demais partidos – para o bem ou para o mal. Mas parte de sua militância e dos seus líderes não abdicou até hoje de métodos e de práticas que forjaram sua personalidade. É uma pena. E um sinal de atraso.

Uma vez no poder, vale tudo para permanecer ali.

Vale o presidente da República escolher sozinho a candidata do seu partido.

Vale ignorar a Constituição e deflagrar a campanha antes da data prevista.

Vale debochar da Justiça.

Vale socorrer-se sem pudor da máquina pública para fins que contrariam as leis.

Vale intimidar a Polícia Federal para que retarde investigações que possam lhe causar embaraços. E vale orientá-la para que vaze informações manipuladas capazes de provocar danos pesados a adversários.

No ocaso do primeiro turno, pouco antes de Dilma se enrolar na bandeira nacional e posar para a capa de uma revista como presidente eleita, a soberba de Lula extrapolou todos os limites.

Ele foi a Juiz de Fora e advertiu os mineiros: seria melhor para eles elegerem um governador do mesmo grupo político de Dilma.

Foi a Santa Catarina e pregou irado a pura e simples extirpação do DEM.

Foi a São Paulo, investiu contra a imprensa e proclamou com os olhos injetados: "A opinião pública somos nós".

O mais sabujo dos auxiliares de Lula reconhece sob o anonimato que o ataque de fúria do seu chefe contribuiu para forçar a realização do segundo turno.

Não haverá terceiro turno.

Se desta vez as pesquisas estiverem menos erradas, Dilma deverá se eleger no próximo domingo – e até com uma certa folga.

Mas a eleição ainda não acabou, meus senhores. A história está repleta de casos onde um passo em falso, um gesto impensado ou uma surpresa põe tudo a perder.

O que disse Lula a respeito do episódio do Rio protagonizado por Serra e por militantes do PT só confirma uma vez mais o quanto ele é menor - muito menor - do que a cadeira que ocupa há quase oito anos.

Lula foi sarcástico quando deveria ter sido solidário com Serra, de resto seu amigo de longa data.

Foi tolerante e cúmplice da desordem quando deveria tê-la condenado com veemência.

Foi cabo eleitoral de Dilma quando deveria ter sido presidente da República no exercício pleno da função.

Sua popularidade poderá seguir batendo novos recordes -e daí? Não é disso que se trata.

Popularidade é uma coisa passageira. Grandeza, não. É algo perene. Que sobrevive à morte de quem a ostentou.

Tiririca é popular. Nem por isso deve passar à História como um político de grandeza.

No seu tempo, Fernando Collor e José Sarney, aliados de Lula, desfrutaram de curtos períodos de intensa popularidade. Tancredo Neves foi grande, popular, não.

Grandeza tem a ver com caráter, nobreza de ânimo, sentimento, generosidade. Tudo o que falta a Lula desde que decidiu eleger Dilma a qualquer preço.

domingo, 24 de outubro de 2010

O segundo aviso

Por FRANCISCO ESPIRIDIÃO


Teve um tempo em que era vedado o voto ao cabo e ao soldado. Mas isso já faz muito tempo. A partir da promulgação da Constituição de 1988, a coisa mudou de figura. É claro que a mudança não se deu de uma hora para a outra. Aconteceu aos poucos. Até 1996, nos intestinos da caserna não se tinha a verdadeira dimensão da novidade.

Mesmo com a letra viva saltando aos olhos, demorou a cair a ficha, especialmente nas esferas subordinadas. Parece que aqueles que tanto tempo viveram como cidadãos de segunda, posto não lhes ser dado o direito ao voto, não sabiam como se comportar diante do simbolismo autoritário que as estrelas cegas ou douradas lhes impingiam.

O artigo 5º da tal “Redentora” era lido por essa massa subalterna, mas interpretado meio que na encolha. Acesso à Justiça era “mosca branca”. Nos quartéis, plenamente difundida a máxima: “o soldado é superior ao tempo, porém, seus direitos, em uma folha de papel em branco”. A tal da “Mensagem a Garcia”, sabe? O superior mandou, não cabe ponderação. Cumpre-se!

Lembram do Mito da Caverna, de Platão? O procedimento dos subordinados era assim. Hoje, não! Cabos e soldados, tal como os que detêm as demais graduações e patentes, votam. Fazem até greve... Antes, o superior mandava: “Faça isso!” e a resposta não era outra senão “Sim, senhor!”. Hoje, depois de se quebrarem os grilhões que os prendiam ao gélido interior da caverna, é assim: “Faça isso!”. E a resposta: “Por quê?”.

Por muito tempo, o andar debaixo viu os oficiais fazendo uso da condição de superior em sua expressão maior. A ele, cabia apenas a tênue réstia de luz que escapava das fendas da ignorância.

Um dia a panela destampou. O típico "quem nunca tomou mel, no dia que toma se lambuza". Abusaram da regra três a ponto de tentar sabotar o serviço de escala em plena realização do primeiro turno das eleições.

As conseqüências terão de ser encaradas. É a lei natural. O que se planta colhe. Mas que é emblemático lá isso é. As portas permaneceram por muito tempo fechadas. Começam a ser arrombadas. Depois da greve do ano passado, esse parece ser o segundo aviso.

sábado, 23 de outubro de 2010

equipamento de segurança contra petistas

Aécio sobe o tom: Lula comanda uma ‘facção política’

Transcrito do Blog do Josias de Souza - Folha Online

Dono de temperamento acomodatício, Aécio Neves é, entre todos os tucanos, o mais próximo de Lula.

Em 2009, quando se discutia o timbre que a oposição adotaria na sucessão de 2010, Aécio cunhou a expressão “pós-Lula”.

Pois bem. Os ventos mudaram. O discurso de Aécio está agora, mais próximo do anti-Lula.

Deve-se a migração à tentativa de Lula e do petismo de acomodar no colo de Aécio a violação fiscal de pessoas ligadas a José Serra.

Nesta sexta (22), de passagem pelo Piauí, Aécio criticou Lula por ter chamado de “farsa” a agressão que Serra diz ter sofrido durante caminhada no Rio.

"É lamentável. Triste a agressão, porém mais triste foi à postura do presidente da República”.

Para Aécio, Lula “se despe da condição de chefe de Estado para virar líder de uma facção política".

Na véspera, Lula também resumira o Fiscogate como uma briga de Aécio contra Serra: “É tucano tentando bicar tucano", afirmara.

Lula comprou a tese da PF de que o ‘repórter’ Amaury Ribeiro Jr. encomendou a quebra dos sigilos para “proteger” Aécio de espionagem montada contra ele por Serra.

E Aécio: "É uma inverdade o que o presidente disse, e isso foi desmentido pelos fatos dos noticiários de hoje".

Referia-se às notícias relativas ao depoimento de Amaury à PF. Diferentemente do que havia sido divulgado, o ‘repórter’ não disse que agiu para “proteger” Aécio.

"Isto não existe no depoimento”, Aécio martelou. “Essa frase jamais existiu, foi uma declaração do delegado da PF, que, de forma incorreta, vazou parcialmente um depoimento..."

"...A Polícia Federal é uma instituição séria e está sendo utilizada em um jogo político. Nunca houve isso, é um factóide...”

“...O PT é que sabe forjar, criar dossiê e que faz quebra de sigilo, como ocorreu no caso do caseiro [Francenildo]. Isso está no DNA do PT, não do PSDB".

Aécio foi a Teresina, capital piauiense, para pedir votos para Serra. Participou de atos de campanha do candidato tucano ao governo do Estado, Sílvio Mendes.

Fez caminhadas, visitou igreja, discursou em comício. Acusado de esconder Serra no primeiro turno da campanha mineira, Aécio agora exibe o correligionário no peito.

Trazia grudado na camisa um adesivo com os dizeres: “Serra é do bem, vote 45”.

Aécio cumpre agenda combinada com Serra. Sozinho, sem o presidenciável tucano, a estrela do tucanato mineiro corre o país.

Nesta sexta, além de Teresina, Aécio fez campanha em Belém (PA). Na véspera, discursara por Serra em Goiânia (GO).

Neste sábado (23), estará em Alagoas. Em carreata, percorrerá as ruas do município de Arapiraca.

Na manhã de domingo (24), acompanhará Serra numa caminhada pela orla da praia de Copacabana, no Rio.

Um pedaço do PSDB questiona a eficácia do périplo de Aécio. Acredita-se que a presença dele seria mais útil em Minas, segundo maior colégio eleitoral do país.