terça-feira, 9 de maio de 2017

Colégio Dom Bosco



A imagem abaixo é do Colégio Dom Bosco, outra das muitas casas de ensino de Porto Velho em que eu tive o privilégio de estudar. O Dom Bosco sempre foi uma instituição desejada por 10 entre 10 estudantes da época. Frequentei-o na década de 1960. Lá eu aprendi o que é disciplina.


Lembro-me até hoje do Padre Claudionor, o Conselheiro. Os conselhos dele eram os mais convincentes possíveis. Não sei como é que hoje eu ainda tenho orelhas. E. acredito mesmo que, se elas estão tão grandes hoje, é por consequência do que sofreram naquele período.

Quando não, imperavam os 'cascudos'. Sem falar na pior das hipóteses: ficar de castigo de joelhos no caroço de milho equilibrando uma grade de carteira (de ferro, tipo pé de máquina Singer antiga) no meio da quadra de esportes, bem diferente dos ginásios cobertos das escolas atuais.

Normalmente, esses castigos eram aplicados no período de meio-dia às duas da tarde, quando começava o período vespertino das aulas. Nesses dias, a gente não almoçava. Sem falar no veraozão de rachar. Bom lembrar que, na época, menino não sabia o que era calça comprida. Bermudões deixavam expostos os joelhos nus e crus a aguentar todo o rojão. Os castigos menos penosos eram escrever o Pai Nosso e a Ave Maria 200 vezes. Haja dedo!

Mas era gostoso estudar no Colégio Dom Bosco. Disponibilizava esportes para todos os gostos. Sempre fui perna-de-pau no futebol. Com uma raquete de pingue-pongue nas mãos, então, era um verdadeiro desastre. Mas tinha um esporte que eu gostava muito: o espiribol.

Uma bola pendurada por uma corda atada no alto de um mastro. Dois competidores. Cada qual fazia esforço para enrolar a corda e elevar a bola o mais alto possível. Quem conseguisse era, naturalmente, o ganhador da partida.

Hoje acho meio sem graça, mas na ocasião eu adorava. Não sei se por começar com espiri – espiribol – de Espiridião, mas, para mim, esporte bem estimulante.

Quem estudava no Colégio Dom Bosco, localizado nas ilhargas da Igreja Catedral, no Centro de Porto Velho, exalava disciplina por todos os poros. Cada um tinha uma caderneta que, dia após dia, era carimbada com o tradicional "Presente". Sábado era o único dia em que o carimbo não aparecia.

Isso, porque no domingo a presença era obrigatória. Não em sala de aula, mas na Catedral. A caderneta era carimbada ao ultrapassar o portal daquele imponente prédio de estilo gótico-romano para assistir à missa, que, na época, ainda era cantada em latim. "Dominus vobiscum", ou "O senhor esteja convosco". 

Na época, quase ninguém tinha carro para deixar e buscar aluno na porta do colégio. A gente ia era a pé mesmo. E pior eram as pisas por chegar sempre atrasado em casa por ficar, já no final da tarde, entretido com o futebol no campo do Flamengo. 

Tempos bons! A gente tinha pai e mãe. Hoje, pai e mãe viraram amigos. E abusados com os professores. Estes não podem nem olhar de cara feia para o filho. Logo são acusados de praticar preconceito, bulling e, sabe-se lá, mais o quê. Velhos e bons  tempos!           

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