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(*) Jorge Serrão
Vai muito bem a estratégia de “quebrar” o Comando Vermelho, para que uma organização mais bem estruturada assuma o seu lugar no lucrativo mercado de venda de drogas do Rio de Janeiro. Graças à Guerra de enxugamento de gelo contra o narcotráfico no Complexo do Alemão, a cotação do quilo da maconha já disparou na “Bolsa de Valores” da vagabundagem. Custava R$ 300 antes da invasão, e agora já chega a R$ 650, no atacado. Não demora, os preços disparam no varejo.
A Inteligência da Polícia do Rio de Janeiro deixa vazar as informações. Fornecedores de maconha no Paraguai (ligados às FARC) e em São Paulo (ligados às FARC e ao PCC) pararam, ao menos temporariamente, de enviar cargas para o Rio. O CV parou de receber drogas em consignação. Os atacadistas só aceitam pagamento em dinheiro. Como o CV está temporariamente de caixa baixa, por causa da ocupação do Alemão (seu principal centro logístico), os negócios ficam inviabilizados. Traficantes não conseguem repor o estoque da droga em outros morros, como Mangueira e Jacarezinho.
A Policia informa que o “comerciante” mais afetado, até agora, pela quebra no fornecimento é Marcelo da Silva Leandro. Conhecido como Marcelinho Niterói, ele tem dívida alta com fornecedores do Paraguai. Só receberá novos estoques, se pagar o que deve. Marcelinho e outros narcovarejistas ficarão, em breve, reféns dos fornecedores. Quando o sufoco econômico se intensificar, eles cairão – graças a operações policiais espetaculares. No lugar deles, assumem novos “comerciantes”. Porque o lucrativo negócio do tráfico não pode parar. Apenas, para efeito de marketing, não pode ficar ostensivo na cidade que vai sediar Olimpíadas e jogos da próxima copa do mundo de futebol...
(*) Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.
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