quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Haja honestidade!

Por Francisco Espiridião

Num horário próximo ao meio dia desta segunda-feira (8), enquanto esperava a marmita numa determinada cozinha, em Boa Vista, tive o desprazer de ver, ainda que involuntariamente, cenas brutais exibidas no programa televisivo do Mário César. Não me perguntem o canal.

Foram menos de 10 minutos, tempo, porém, suficiente para perceber imagens de três jovens destroçados. Sangue vertendo na ilharga do asfalto, misturando-se a restos de areia e água da chuva. Rostos desfigurados por pauladas desfechadas não se sabe por quem.

É a força das galeras. Elas voltaram com gosto de gás. E pior: esse bando de crianças e adolescentes travestidos de rambos de terceira categoria só tende a crescer. Durante o dia, parecem viver em buracos, feito ratos. No meio da noite, mostram os dentes afiados. E quem for fraco que não se meta a besta de ficar na frente.

Tudo, resultado da Constituição Cidadã, que instituiu direitos sem a contrapartida dos deveres. Sem medo de errar, pode-se pôr tudo na conta do tal “politicamente correto”, que sacramenta um ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) que tira da criança toda e qualquer responsabilidade por seus atos, deixando-a à mercê da irresponsabilidade.

Irresponsabilidade da autoridade, que não se sente à vontade para recolher o menor que perambula pelas ruas após determinado horário da noite, até porque não tem para onde levá-lo (para a delegacia?). Irresponsabilidade do Estado, que desautoriza os pais a mantê-los ocupados com um trabalho, ínfimo que seja.

Irresponsabilidade da família que, muitas vezes, já perdeu o pátrio poder em função da soberba legislação que demoniza o modelo de criação autorizado pela soberana Palavra de Deus (a Bíblia – Provérbios 13.24; 23:13), criminalizando até mesmo a simples palmada disciplinadora. Enfim...

Há no Brasil 8 milhões de crianças abandonadas, segundo o IBGE. Quase uma para cada quilômetro quadrado. Dois milhões delas vivem nas ruas, vendendo proteção de carros em logradouros públicos, como praças e áreas externas de supermercados, quando não cheirando cola e inalando – ou ingerindo – drogas pesadas.

Nos Estados Unidos, que tem mais de uma vez e meia a população brasileira, são 500 mil crianças abandonadas. Com um diferencial importante: todas contam com abrigos mantidos pelo governo norte-americano, onde recebem educação e alimento.

A pergunta que fica é: por que tantas mazelas com nossas crianças? O que o governo faz com tantos impostos recolhidos? Segundo o Impostômetro, até a última sexta-feira (5) já haviam migrado dos bolsos dos brasileiros para os cofres do governo federal nada menos que 800 bilhões de reais em impostos.

Enquanto isso, nossas crianças e adolescentes ficam jogados ao léu, matando e sendo mortos precocemente. Os recursos do erário? Boa parte é criminosa e vergonhosamente canalizada para o bolso de autoridades outras que, inescrupulosamente, posam de homens honestos.

E haja honestidade!

NA.: Esta crônica foi publicada com incorreções no site Fontebrasil, pelo que pedimos desculpas aos leitores. 

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