quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Após protesto violento, rastros de destruição vão da zona sul ao centro do Rio

Da Folha de S.Paulo

Um dia após mais um protesto violento deixar ao menos duas pessoas feridas no Rio, rastros de destruição se espalhavam pela rua das Laranjeiras, zona sul, até o centro da cidade, na manhã desta quarta-feira. Ônibus, agências bancárias, latas de lixo e uma concessionária foram depredadas.

Segundo a PM, depois de provocações, os manifestantes tentaram passar por um bloqueio, atirando pedras portuguesas e fogos de artifício contra policiais. Um PM ficou ferido na cabeça e precisou levar oito pontos no Hospital Central da Polícia Militar, no Estácio, zona norte.


Num tumulto no Largo do Machado, zona sul, uma estudante ficou ferida no rosto e foi encaminhada para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro. Ainda não há informações se ela foi atingida por uma pedra ou por uma bala de borracha. Até as 10h, a Secretaria de Saúde não havia informado o estado de saúde da jovem.

No total, 10 pessoas foram detidas, entre elas um adolescente. Eles foram conduzidos à 5ª DP (Mem de Sá), onde assinaram termo circunstanciado por desacato e resistência e foram liberados. Um dos suspeitos tinha passagem por roubo e furto no Estado de São Paulo. Os nomes deles não foram divulgados.


Felipe Dana/Associated Press
Homem reclama sobre ser atingido pela polícia após cair no chão em um protesto próximo à sede do governo do Estado do Rio
Homem reclama sobre ser atingido pela polícia após cair no chão em um protesto próximo à sede do governo do Estado do Rio

Os tumultos começaram, por volta das 20h30, depois que manifestantes seguiram para o Palácio Guanabara pela rua Pinheiro Machado e encontraram no caminho uma barreira policial. Na confusão, a PM disparou balas de borracha, bombas de efeito moral e gás de pimenta, além de usar armas de choque. De acordo com a polícia, os manifestantes revidaram atirando pedras portuguesas e jogando fogo em lixeiras e objetos depredados no meio das ruas. Os jovens também atiravam coquetéis molotovs contra os policiais.

Sobre as cápsulas de calibre 380 apresentadas por manifestantes na delegacia, a PM afirmou em nota que a pistola utilizada pelos policiais militares é de calibre.40. A corporação nega que algum policial tenha usado arma letal no protesto.

A Mídia Ninja (Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação) gravou imagens de ativistas sendo agredidos por PMs com cassetetes. As cenas são exibidas nas páginas dos manifestantes no Facebook. A polícia também distribuiu imagens de ataques de ativistas contra os policiais.

Vidraças de pontos de ônibus também foram destruídas. Ao menos dois carros de uma concessionária da Volkswagem foram depredados em Laranjeiras. Pedras arremessadas por manifestantes estilhaçaram as portas de vidro do estabelecimento.

"Fica o prejuízo muito mais moral porque a gente tem seguro. É a indignação de você trabalhar, gerar emprego, pagar imposto e está sujeito a esses vandalismos", disse o sócio gestor da concessionária, Francisco Veríssimo, à Folha.

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