Jurandir Pereira Rebouças *
Este artigo tem por desiderato externar a opinião desse cidadão policial militar a respeito dos infelizes acontecimentos que ao longo dos últimos meses têm repercutido na mídia, inclusive em âmbito Nacional e que envolveram integrantes da nossa Corporação. Tais acontecimentos certamente macularam o bom nome da Polícia Militar junto à sociedade e ao próprio Poder Público.
Não obstante, lembramos que toda experiência, por mais dolorosa e traumática que seja, sempre nos permite tirar algo de positivo dela, pois assim como “todo tiro tem o seu respectivo atirador, todo monstro tem o seu respectivo criador”. Assim, é hora de estabelecermos um verdadeiro “Processo de Depuração Interna” em nossos quadros. Por “Processo de Depuração Interna” podemos entender como sendo todas as medidas de ordem administrativa e criminal, legalmente respaldadas, tendentes a expurgar das fileiras da Corporação os maus profissionais, independente do posto ou da graduação que ocupem na estrutura hierárquica.
Quem é pago para servir e proteger não pode em nenhuma hipótese violar as regras legais, morais e éticas estabelecidas pelo senso comum. Dessa forma, entendemos que quanto maior o nível de autoridade, tanto mais reprovável é a sua conduta, quando tal conduta se torna indesejável aos olhos da sociedade e da lei.
D’outra banda, não podemos esquecer que a Polícia Militar do Estado de Roraima, (instituição da qual nos orgulhamos de pertencer) que no último dia 26 de novembro completou 33 anos de existência, não pode enquanto instituição ser condenada por conta da conduta criminosa de alguns poucos dos seus integrantes, haja vista que as instituições são puras, porém algumas pessoas nem sempre são bem intencionadas.
Ressaltamos ainda que a Polícia Militar enquanto instituição pública é muito maior que os lamentáveis acontecimentos que envolveram alguns de seus integrantes, que compõem a chamada “banda podre”. Para tais integrantes deve haver severas punições, evidentemente com supedâneo no devido processo legal, consubstanciado, sobretudo, na ampla defesa e no contraditório, no sentido de que se possa alcançar a verdade real acerca dos gravíssimos fatos que ora lhes são imputados.
Por derradeiro gostaríamos de salientar que, não obstante as últimas mazelas, é público e notório e nem poderia ser diferente que cerca de 99% dos valorosos homens e mulheres, cidadãos roraimenses, que compõem os quadros da nossa briosa Polícia Militar sem dúvida têm honrado a farda azul petróleo e o juramento de bem servir à nossa sociedade, mesmo com o risco da própria vida. São exatamente esses bons policiais militares que envidam seus melhores esforços, mesmo diante das adversidades, para diuturnamente proteger os cidadãos e a cidadania em nosso Estado.
* Major PM, pedagogo e concludente do curso de bacharelado em Direito
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