sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Tato no Trato

Em 2004, publiquei um livro que reunia 42 artigos escritos por mim, semanalmente, durante todo o ano de 2003.

Nesse período, apesar de ter ocorrido a invasão do MST do coração de Lula ao Congresso, ainda não havia Valdomiro Diniz, aloprados, mensalão, dólares na cueca etc. e tal.

Mesmo assim, eu já chamava o governo Lula de Governo "equivocado", especialmente pelo "odor fétido" que exalava do Planalto. Aliás, esse era o título do livro: "Até Quando? Estripulias de um governo equivocado".

Pois bem. Se o Governo Lula tem lá seus méritos - e disso ninguém duvida, afinal a economia sólida está aí para confirmar -, tem mesmo mostrado ser equivocado em vários pontos.

Um deles é a falta de ética. O desprezo pelo sentimento maior que encerra o binômio caráter e moral, é patente em todo o Governo. Isso, a começar por seu chefe-mor, que sempre diz que não sabe de nada e que nada viu.

Agora, acaba de se meter numa enrascada das grossas. E pior, não sabe como sair. Ao permitir a permanência do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, na Embaixada do Brasil, em Tegucigalpa, confirma a tese do governo equivocado.

Receber Zelaya e deixá-lo como dono daquele pedaço brasileiro em tgerritório hondurenho não passa de ideia tresloucada que, havia alguns anos, jamais seria sequer cogitada pelo Itamaraty.

O feito solidifica uma prática espúria conhecida como intromissão em assuntos internos de outro país, prática condenada em todo o mundo. O problema de Zelaya é dele e de seu Estado. No popular, não cabe ao Governo brasileiro meter a colher.

Inegável que Lula tem aceitação fantástica junto ao eleitorado. Não se tem dúvida quanto a isso. Seu carisma é reconhecido até mesmo no exterior. Ele é "O Cara", segundo Barac Obama.

Tudo isso, porém, não é nem será suficiente para justificar a esparrela em que o Governo se meteu. Faltou tato no trato com coisa séria.

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