segunda-feira, 6 de abril de 2009

Resposta a e-mail abusado

(Melhor ler antes os dois posts anteriores a este)

Caro Daniel,

Para iniciar, quero dizer de coração que agradeço o apreço que dedicaste a mim, ao te dares ao trabalho de ler o que escrevi. Eu sabia que tinha apenas três leitores. Você, portanto, é o quarto. Depois de 25 anos de labuta, é um bom começo...

Mas, não querendo ser tão agressivo com você quanto você foi comigo em seu e-mail, gostaria de fazer algumas considerações:

1) Acho que você não leu direito o texto que escrevi. Se o tivesse feito, saberia que em momento algum eu sugeri que o município cobre qualquer imposto. É tanto que os citados por mim são todos tributos federais. A única taxa arguida foi a do Detran, que também não é municipal.

2) Não acho e não cito em meu artigo que o município de Boa Vista esteja arrecadando muito. Muito pelo contrário, concordo, no artigo, que o “município esteja a pão e água. Erário depauperado.” Trabalhei na Prefeitura, conheço sua estrutura.

3) No artigo, em momento algum fiz qualquer equiparação de taxa com tributo. Seria misturar alhos com bugalhos, coisa de idiota, e isso eu não sou, apesar de, açodadamente, assim você me considerar.

4) Sim, amigo, já viajei uma ou duas vezes. Além de estados de outras regiões, conheço quase todo o nordeste. Até o Agreste pernambucano. Morei em Fortaleza um ano. Sei que essas zonas existem, mas nem por isso concordo com o ato de pagar taxa para estacionar meu carro. Nem mesmo em aeroportos. Já fui multado no daqui de Boa Vista, por simples rebeldia, por não concordar em pagar os dois reais cobrados. Creio mesmo ser um achaque, não pelo valor, mas pela falta de lógica, a tão bem explicada lógica do artigo, que, creio, o amigo leu e entendeu muito bem. Ou você quer dizer que não é um assalto legalizado os pedágios urbanos, como o cobrado na Linha Vermelha no Rio de Janeiro, que eu tive que pagar para chegar na casa do meu irmão, na Ilha do Governador?

5) Acredito que roubar um real e R$ 1.000,000 dá sempre no mesmo. O importante é o cunho filosófico do ato e não o ato em si ou o seu tamanho. Assim, dou-te total razão quando questionas os atos mesquinhos cometidos por quem quer que seja em esbulho ao Erário ou mesmo a pessoas individualmente. Ladrão é ladrão e, apesar de não ser assim, todos deveriam ser punidos, igualmente, na proporção do delito.

6) Para finalizar, peço que você leia novamente o artigo, porque, por certo, com todo o respeito, o amigo não entendeu o que ali está escrito. Em momento algum eu me coloco ao lado do flanelinha. Não o defendi e jamais irei defendê-lo. Acho mesmo essa classe de “profissionais” da maior desserventia. Não serve para nada, além de te achacar moedas. Minha ojeriza pelos ditos-cujos não está no fato de ter que meter a mão no bolso. Mas em pagar por uma coisa que não tem lógica. Sou tão contra o flanelinha como contra o poder público quando este se mete a me impor à força (força de lei) algo fora da lógica. Pagar pelo estacionamento público é, para mim, fora de lógica.

Bem, amigo, acho que ainda não tive o prazer de te conhecer pessoalmente, mas se pudéssemos conversar tete-a-tete, talvez você pudesse desfazer essa imagem de idiota que tem a meu respeito.

Sou grato, mesmo assim, a você por ter lido o artigo.

Um abraço

Espiridião

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