quarta-feira, 24 de junho de 2009

Ainda sobre o bendito diploma (deproma)

O texto a seguir foi escrito pela acadêmica do 5º semestre de Comunicação Social - habilitação em Jornalismo - UFRR, Sâmia Araújo. Comento a seguir:

"Carta ao meu queridíssimo Gilmar

"Há um ano atrás (sic) encontrei com uma amiga da minha mãe, daquelas que me viu crescer e tudo mais. Depois de frases do tipo "como você cresceu!" ela me olhou e disse:

"- O que você anda fazendo Sâmia? Lembro de você pequenininha chegando da escola e parando na frente da televisão pra assistir jornal. Eu achava tão engraçado. A única criança que eu conheci que não piscava os olhos diante do jornal.

"Minha mãe logo disparou:

"- Pergunta o que ela faz hoje.

"E eu cheia de orgulho disse: JORNALISMO.

"Desde criança sou apaixonada pelo Jornalismo. Sabe, eu ficava vidrada em como aquelas pessoas na televisão eram tão rápidas e criticas... A informação chegava em minutos na minha casa, na casa da minha vizinha, da minha avó e de tantas e tantas pessoas.

"Eu olhava e pensava que um dia eu iria estar ali exercendo o mesmo papel. Eu queria transmitir a população as informações mais importante, formando opinião, fazendo as pessoas discutirem sobre o que acontecia ao seu redor, fazendo com que elas questionassem o porque daquilo.

"A curiosidade em saber da notícia, a empolgação de conseguir um furo, a tristeza quando a pauta cai, a tolerância em algumas situações, a alegria e o reconhecimento de ser vista como alguém que preza e transmite a verdade... Nossa! hoje eu sei que foi isso que me impulsionou.

"Quando estava acabando o Ensino Médio resolvi que queria testar outras coisas e fiz vários vestibulares : Serviço Social, Direito, Letras e fui aprovada em todos, mas não era nada do que eu queria. Eu tentei fugir mas o amor falou mais alto. No entanto, hoje o que fala mais alto em mim é a indignação.

"O Supremo Tribunal votou e pela lei, já é valido. Caiu a obrigatoriedade do diploma de Jornalismo e junto com ela caiu toda a esperança de uma imprensa mais profissional, mais ética e mais justa.

"Se eu pudesse pediria desculpas pessoalmente a mãe do queridíssimo presidente do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, pois só Deus sabe o quanto a xinguei nessas últimas horas.

"Como posso admitir que o presidente do STF diga que um jornalista não pode trazer riscos à coletividade, nem a terceiros? Pois bem Presidente isso quer dizer que qualquer um pode sair falando o que quiser por ai e se intitular "jornalista". E eu que ainda estou cursando meu quinto semestre, agora sou jornalista e escrevo ao povo pra mostrar a minha indignação para com o senhor e tantos outros que julgam a quem mostra o povo a verdade, julgam quem se esforça pra levar a verdadeira informação, informação essa precisa e imparcial; julga quem leva a informação ao povo.

"Quero lhe dizer que um cozinheiro pode matar alguém se misturar alguns ingredientes errados, sabia? Um jornalista tem o "poder" de degradar a imagem de alguém ou de um órgão. No entanto, não estou dizendo que caiba ao jornalista fazer isso, ao contrário, cabe ao jornalista ser imparcial... Porém isso nós aprendemos na academia e como a formação não é mais obrigatória quem sabe o que pode vir por ai, não é?

"Nesse momento a certeza que tenho é que, mais do que nunca, quero ter meu diploma em mãos e com ele fazer a diferença. Talvez eu faça o curso de Direito, mas... pra que, né? Se pra julgar só é necessário ter discernimento não é? Pensando bem se eu conhecer as leis e frequentar a academia eu terei embasamento pra falar sobre o conteúdo. É, fiquei meio pedida agora, mas quem sabe agora eu abra um restaurante, não é?"


Comento:

O texto da minha querida acadêmica, que ainda não se considera mas já é jornalista sim, mostra o quanto a academia não ensina coisa nenhuma quando o assunto é prática da profissão.

Alguns solecismos são gritantes em seu texto. Argumentações não muito claras também.

Ela diz:

"... cabe ao jornalista ser imparcial... Porém (CADÊ A VÍRGULA, CARA ACADÊMICA?)isso nós aprendemos na academia e como a formação não é mais obrigatória quem sabe o que pode vir por ai (CADÊ O ACENTO AGUDO NO I DE AÍ, CARA ACADÊMICA?), não é?"

Desde quando se aprende na academia a ser imparcial ou ético? Isso tudo é questão de caráter. Ou você aprende de berço, ou jamais será provido de tais atributos.

"... Qualquer um pode sair falando o que quiser por aí e se intitular 'jornalista'".

Não, minha cara! Jornalista não sai por aí dizendo o que quer. Acima dele estão as leis, às quais qualquer cidadão deve se submeter. Quem fizer ou disser o que quiser responde na medida da lei (ou deveria responder).

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