sexta-feira, 4 de março de 2016

Oposição avalia que “governo acabou” e quer convocar Lula para depor na Câmara

A oposição ao governo na Câmara dos Deputados quer convocar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alvo de um mandado de condução coercitiva na manhã desta sexta-feira (4), para prestar esclarecimentos na Casa. Líderes tucanos voltaram a pressionar a presidente Dilma Rousseff para que ela renuncie. “Acabou a República. É final de governo”, disse o líder da Minoria, Miguel Haddad (PSDB-SP).
“O presidente Lula tem que ser convocado já para dar esclarecimentos sobre todas essas suspeições. Convocar parece ser necessário”, disse Miguel Haddad nesta manhã. Na avaliação do tucano, Dilma se vê agora na obrigação de deixar o governo. “A presidente Dilma deveria tomar a iniciativa de se afastar. Não tem mais autoridade moral para governar”, opinou.
Outro que se pronunciou foi o senador Aécio Neves (PSDB-MG), presidente nacional do partido. Ele afirmou que os crimes cometidos à sombra do poder do PT “finalmente estão vindo à luz”.
“O avanço da Operação Lava Jato é um passo definitivo para que os brasileiros possam ter acesso à verdade que há muito tempo vem sendo sonegada ao País. O dia de hoje exigirá de todos nós coragem e serenidade. Os graves indícios de irregularidades e crimes cometidos à sombra do projeto de poder do PT finalmente estão vindo à luz. Vamos continuar apoiando as investigações. O Brasil merece conhecer a verdade”, postou Aécio Neves, em seu perfil oficial no Facebook.

Líder do PSDB: situação é gravíssima

O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), avaliou como “gravíssima” a situação. Ele diz acreditar que os acontecimentos desta última semana reforçam a pressão pelo impeachment de Dilma e as manifestações antigoverno marcadas para o dia 13 de março em todo o país. “As ruas agora vão ter motivação extra”, afirmou.
“Isso abala os alicerces da República”, disse Imbassahy. “Acredito que a PF, pelos antecedentes da Lava Jato, não entraria na casa do Lula se não tivesse material mais que suficiente para fundamentar a execução dessa operação. É uma ação de elevada consequência. Pode ser definitivamente o começo do fim”, afirmou o líder da bancada tucana.
“Está confirmado que o processo democrático foi violado e que perdemos a eleição para uma organização criminosa. O caminho correto é uma nova eleição presidencial”, defendeu o deputado.
Para Imbassahy, novas informações devem vir à tona. “Uma operação feito essa não poderia ser feita sem muita fundamentação da Lava Jato”, afirmou o líder do PSDB.
A semana começou com a saída de José Eduardo Cardozo do Ministério da Justiça por pressão do PT e teve o vazamento da delação premiada do senador Delcídio Amaral (PT-MS) incriminando Lula e Dilma.

Líder do DEM: operação demonstra que “lei vale para todos”

Para o líder do DEM na Casa, deputado Pauderney Avelino (AM), a nova fase da Lava Jato deflagrada nesta manhã “muda o patamar da temperatura política” do país. Ele quer a convocação do ex-presidente Lula para depor na CPI do Carf que será instalada nas próximas semanas na Câmara.
Na avaliação dele, isso deve dar forças para as manifestações de ruas contra o governo e a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff marcadas para o próximo dia 13 de março. “Devemos ter uma manifestação histórica”, prevê.
O líder do DEM se disse “um pouco entristecido” com a condução coercitiva de Lula, por ser um ex-presidente da República. “Mas temos também que entender que a lei vale para todos. O fato de ser ex-presidente não o coloca acima da lei”, ponderou Pauderney. “Essa condução coercitiva é mais tempero para esse crise que parece não ter fim”, acrescentou.

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